Come Back escrita por sankdeepinside


Capítulo 6
Eu não acredito em contos de fadas


Notas iniciais do capítulo

Olá vcs! Nem demorei tanto dessa vez, olha só. Queria agradecer muito muito muito muito às meninas (Avengerduck e Bells Tomboy InkHeart) que Recomendaram a fanfic!! Sério eu quase surtei/infartei/tive um ataque de pelanca mano!!! Tudo o que vocês escreveram ali me deixou muito feliz, é uma honra saber que a minha fanfic agrada vocês! Esse capitulo é todo pra vocês minhas lindas!
Queria agradecer também as minhas leitoras novas (e as antigas também) que me deixam radiante a cada review que deixam, algumas qse me matam de sorrir.
A respeito do capitulo anterior, fiquem tranquilas que o Max não é do mal (a pessoa do mal mais pra frente vcs vão descobrir).
Espero que gostem.
Boa leitura
Beijos



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– Você não pode estar falando sério – Max fitava o chão tentando absorver o que acabara de ouvir – Isso é fisicamente impossível!

Eu sorri de leve e dei de ombros

– Não pra você

– Você então quer mesmo que eu acredite que você voltou no tempo pra evitar que o The Rev morra e que EU, Maximillian, fui o responsável por isso? EU?? Esse Zé Mané aqui??

Eu revirei os olhos e me sentei ao lado dele, eu não queria contar sobre a quantidade de coisas boas que aconteceriam na vida dele a partir de 2010, acho que se ele soubesse as coisas talvez saíssem do rumo, mas Max não acreditava muito em si mesmo.

– Por que tanta surpresa? Você é um dos caras mais inteligentes que eu conheço

– É difícil de acreditar! Além disso, máquina do tempo? Isso não existe!

– Então como você explica o fato de eu mesma ter ligado pra você?

Ele parou um pouco, me olhou de cima a baixo e desviou o olhar

– É, você parece bem diferente da Alison que eu deixei em Wisconsin.

– Max, eu preciso que você acredite em mim, eu preciso da sua ajuda. A Allie de 2009 não pode saber que eu estou aqui

– Se você não sair daqui não tem perigo, a Allie não vai sair de Madison.

Ele estava começando a me dar um voto de confiança, talvez ainda não acreditasse na volta ao tempo, mas já era um começo.

– O que veio fazer aqui em Huntington Beach, Max?

– Vim pra um congresso em Long Beach, ai um amigo meu me convenceu a vir visitá-lo aqui, já que não era tão longe.

Acabei convencendo-o a ir morar comigo para a antiga casa de Jimmy, com ele lá a casa não ficaria tão grande. Joguei o resto das minhas roupas na mochila, não era muita coisa, e em meia hora Max estava de volta ali com suas coisas. Chamamos um taxi e fomos para a casa. Ainda no carro liguei para Jimmy

– Oi Allie! Me desculpe por não ter ficado no café com vocês

– Tudo bem, você tinha um compromisso. Ahm, Jimmy, nós estamos indo pra sua casa

Ele riu

– Não Allie, estão indo para a sua casa. Aquele seu amigo esta indo com você?

– O Max? Sim, está aqui comigo

– Hum – ele ficou calado por uns instantes – Allie eu não posso ir te ajudar com a mudança agora, estamos no estúdio planejando algumas coisas pro próximo álbum

– Ah – minha voz saiu mais decepcionada do que eu esperava, e ele notou

– Não fique chateada, assim que eu sair daqui eu passo lá, além disso, estou mandando alguém pra te ajudar – ele sorriu

– Obrigada

– Hey Allie – o tom dele agora diminuiu – Está arrependida?

– Arrependida?

– De ter deixado que eu te tocasse

Eu ruborizei e virei o rosto para que Max não notasse

– Não me arrependi, pelo menos não até agora

– Que bom! Apareço ai na sua casa hoje a noite, pode ser?

– Sim

– Vou levar o Johnny comigo, tudo bem?

– Claro!

Depois nos despedimos e o taxi parou diante da velha casa, fiquei um pouco surpresa ao ver um carro estacionado diante dela, mas então lembrei que Jimmy mandara alguém para nos ajudar.

Assim que paguei a corrida e o taxi saiu, a porta do carro da frente se abriu e ela saiu.

Alta, magra, loira, linda. DiBenedetto. A primeira coisa que me passou na mente ao ver aquela mulher sorridente caminhando em minha direção foi o numero de vezes que eu teria que reencarnar pra conseguir a metade da graciosidade dela. Eu que sempre fora uma criatura esquisita e mal arrumada ate me senti humilhada pela beleza dela.

– Allie! Lembra de mim? Michelle, esposa do Brian. A gente se conheceu naquela noite no bar

– Ah, claro lembro sim – olhei para Max, ele estava boquiaberto olhando para os seios dela, dei uma cotovelada nele para que despertasse do transe – Michelle esse aqui é o meu amigo Max, ele vai ficar alguns dias aqui na casa comigo

Ela o cumprimentou e depois nós entramos na casa, abrimos as janelas, tiramos os plásticos dos móveis, aspiramos o pó, tiramos as teias de aranha e escolhemos os quartos. Depois nos jogamos exaustos no sofá.

– Oh meu deus, eu não sinto meu pulmões – Eu falei ofegante

Michelle gargalhou. Ela era MUITO diferente de Val, que era mais doce e um pouco mais maternal, mas Michelle era diferente do que eu esperava. Sempre achei que ela fosse do tipo patricinha, meio fútil e chata, mas ela era muito diferente, na verdade ela era uma pessoa muito gentil, um pouco mais calada que Valary, mas era bem prática e bem humorada.

– Logo logo passa, mas olha só, nós fizemos um bom trabalho, a casa parece nova

– Eu estou morrendo de fome – Max se manifestou

– Devíamos pedir uma pizza – eu falei

– É uma boa ideia Allie – Michelle puxou o celular e pediu três pizzas grandes, já prevendo que Jimmy e Johnny chegariam dali a pouco

Conversei um pouco com ela a respeito de algum lugar que ela conhecesse que estivesse precisando de gente, pois eu pretendia arranjar um emprego temporário, ela falou do restaurante que Jimmy me levara para almoçar, o Sugar Shack, ela disse que o dono estava precisando de algumas atendentes e garçonetes

– Se você quiser eu posso ir lá com você amanhã

– Ah eu vou achar ótimo, obrigada Michelle

– Garçonete Alison? Ta zuando né? – Max começou a sorrir – Cara você mal anda direito e quer trabalhar como garçonete! Essa eu pago pra ver

– Vai duvidando da minha capacidade vai, pelo menos é melhor do que vender adubo – eu me fingi de zangada

Os dois começaram a sorrir. Logo a pizza chegou, e assim que íamos começar a comer a campainha tocou novamente. Levantei em um salto e fui muito contente abrir a porta, mas quase tive que transformar meu rosto em pedra pra manter meu sorriso, do outro lado da porta estavam Jimmy, Johnny e Leana.

– Hey Allie – Johnny me cumprimentou com um beijo estalado no rosto e logo foi entrando na casa – Hmmm PIZZA!

– Oi Allie, ahm, a Lea insistiu muito pra vir – Jimmy estava visivelmente desconsertado, não devia ser todo dia que ele colocava a namorada e a amante frente a frente. Amante. Olha só ao que eu fui me sujeitar.

– Oi Lea, ahm, entrem – eu estava me sentindo péssima com ela ali.

Ela sorriu, e assim como Johnny, me estalou um beijo na maçã do rosto. Ela e Jimmy entraram na sala, ainda fiquei olhando para o lado de fora alguns segundos, precisava de um pouco de ar antes de encarar aquilo.

Girei nos calcanhares e entrei de volta na sala, Max já havia se apresentado e conversava animadamente com Johnny, esqueci que Max era apaixonado por baixos e quem melhor companhia do que o baixista da banda favorita dele? Eu sorri nervosa e sentei ao lado de Michelle novamente. Jimmy também não parecia muito confortável

– Allie quando eu sugeri ao Jimmy que levasse você pra encontrar casas não imaginei que ele fosse te deixar logo com a casa velha dele – Leana sorria para mim com o braço passado na cintura de Jimmy, por que caralhos era tão difícil pra mim ser simpática?

– É, eu também não imaginei – consegui sorrir de leve

Dali por diante a conversa seguiu normalmente, eu tentei ao máximo não parecer antipática com Leana, afinal em nenhum momento ela tinha sido mal educada comigo, mas esse era aquele momento em que a minha fúria de fã alucinada não me deixava raciocinar direito. Me levantei e fui até a cozinha, me escorei na pia e respirei fundo, mas nesse instante senti um par de mãos envolvendo minha cintura, me virei assustada.

– Desculpe, não quis te assustar – As mãos dele estavam frias e olhos azuis me encaravam.

– N-não tem problema – eu disse enquanto o afastava delicadamente de mim

– Está tudo bem?

– Mais ou menos Jimmy

– Me desculpe Allie, eu não vou mais trazer ela aqui e...

– Não é só por isso, olha só o que a gente ta fazendo Jimmy? Isso não é certo. O que aconteceu ontem não pode se repetir

Ele franziu o cenho e estreitou o olhar

– Disse que não estava arrependida no telefone - ele fez uma pausa - Você ta falando isso porque o seu namorado apareceu, não é?

– Que? Que namorado?

– Vai se fazer de sonsa pra cima de mim? Aquele tal Max não tira o olho de cima de você!

– Não é nada disso que você ta pensando! Ele é meu melhor amigo! A única pessoa comprometida aqui é você!

– A Lea não é um problema

– Não é um problema? – eu gargalhei irônica – Se não fosse por ela você não estaria aqui fingindo que gosta de mim pra dar um troco nela

As palavras saíram tão rápido da minha boca que meu pensamento não conseguiu nem controlar. A expressão dele se congelou, passou de enfurecido para suplicante

– Quem te disse isso? – ele falou em um tom quase inaudível

– Ninguém – eu agora tremia nervosa

– Foi o Brian?

– Não – merda, eu só sei fazer merda.

– Allie? Jimmy? Está tudo bem? – Michelle entrou na cozinha com alguns copos sujos

– Está tudo okay Michelle – Eu falei sem desviar os olhos de Jimmy

– Ahm, parecia que vocês dois estavam brigando – ela caminhou até a pia e colocou os copos – Olha Allie eu acho que vou pra casa, amanhã de manhã eu passo aqui pra te levar ao Sugar Shack, okay?

– Okay, obrigada por tudo Michelle

– Sugar Shack? – Jimmy virou-se para Michelle

– Sim, a pequena estranha aí quer um emprego

– PEQUENA ESTRANHA? – Eu falei perplexa

Ela gargalhou

– É o Max contou algumas coisas sobre vocês

– VOCÊ VAI MORRER MAXIMILLIAN, PODE TER CERTEZA! – Eu gritei de onde estava e logo altas gargalhadas soaram da sala.

Michelle se despediu e foi embora. A expressão de Jimmy só piorou.

– Foi o Brian, não foi?

– Não, ninguém me falou nada Jimmy

Ele deu um passo pra frente e ficou mais perto de mim

– Isso não é verdade Allie, eu gosto de você

DESGRAÇADO! PRA QUE ELE FICA ME FALANDO ESSAS COISAS? Deve gostar de me ver morrendo. Eu desviei o rosto, aquilo era difícil de se fazer, ele era encantador demais, mas por mais que eu o amasse perdidamente, não ia deixar que ele me fizesse de idiota.

– Eu também gosto muito de você Jimmy, por isso que decidi que o que aconteceu ontem não vai mais acontecer.

– Foi por que esse tal Max apareceu?

– Não, o Max não tem nada a ver com isso. Eu já disse! - respirei fundo - É só um pouco do amor próprio que ainda me resta. Não vou ser sua amante.

– JIMMMYYYYYYYYYYYYYYYY – A voz alta e aguda de Leana ecoou por toda a casa

– Essa conversa ainda não acabou Allie – ele disse em voz baixa proximo ao meu ouvido e em seguida foi até Leana

Saí da cozinha depois dele, caminhado devagar. Max e Johnny tinham a boca cheia de pizza e sorriam, Leana reclamava de alguma coisa que não consegui ouvir, mas quando os dois se levantaram, percebi que ela queria ir embora. No fundo fiquei muito aliviada.

Os dois se despediram de mim e obrigaram Johnny a acompanhá-los. Em poucos minutos a casa estava vazia. Ou quase.

– O que você tem Allie? – Max parou diante de mim e analisou bem a minha expressão, ele costumava fazer isso antes de começar um interrogatório

– Não quero falar sobre isso agora – Me joguei no sofá e suspirei exausta. Ele sentou ao meu lado e passou o braço pelo meu ombro

– Você ta transando com The Rev?

– O QUE? Não Max! – Meus olhos quase saltaram das órbitas e ele gargalhou

– Mas você e ele têm um caso, não adianta mentir pra mim.

– Não é um caso – ele fez cara de descrente – Ele só me deu um beijo

– É, do jeito que eu sei que você mata e morre por esse homem deve estar quase tendo um ataque ai dentro né? – ele apontou pro meu coração

– Sim – eu estava triste – É tão difícil Max, e por causa de toda essa confusão ele pode se afastar e aí eu não vou conseguir evitar que ele morra!

– Lá vem você com essa loucura outra vez

– Não quer acreditar então vai pro inferno!

– Calma Alison! Dá um tempo pra eu me acostumar com essa coisa de futuro okay? Quanto ao Sullivan – ele fez uma pausa e abriu um sorriso malicioso – Eu acho que ele gosta de você

– Não vem me iludir okay Max? Eu consigo fazer isso sozinha, obrigada

– Tsc tsc estou decepcionado com você

Eu encarei os olhos azuis dele, eram mais claros que os de Jimmy e estavam rodeados por olheiras

– O que?

– Você me disse que veio do futuro, certo? – eu assenti com a cabeça – E mesmo vindo do futuro você ainda não aprendeu a lutar pelo que quer?

– Mas Max...

– ‘Mas’ o cacete, presta atenção Allie, você pode muito bem chutar essa vaca da Leana pra longe, só não faz isso por que você ACHA que não consegue.

– Mas o Max de 2013 me disse que eu não podia interferir na vida dele – eu falei fazendo bico

– FODA-SE O MAX DE 2013! Ele é um Zé Mané – Eu sorri, ele deu uma piscadela e depositou um beijo em minha testa.

– Você e o Johnny ficaram amigos

– Amigos? Alison o cara é tipo a minha alma gêmea!!

Eu gargalhei

– Eita, foi amor a primeira vista então

– Nossa, sua piadinha foi tão engraçada que até me deu câncer

Limpamos o restante da bagunça da pizza, vimos um pouco de TV e depois fomos dormir.


**


8h. Main Street, Sugar Shack.

O horário do café da manhã era ainda mais movimentado que durante o almoço. Michelle cumprimentou algumas pessoas e me levou até um homem alto, loiro, um pouco bronzeado que usava shorts bem largos e estava atrás do balcão. Timmy Turner, um dos filhos dos donos do local, era um cara simpático, surfista e muito amigo de Matt e dos caras do Avenged Sevenfold. Ele me aceitou no trabalho, disse que estava mesmo precisando de algumas pessoas pra ajudarem no trabalho.

– Quando eu posso começar?

– Tem algum compromisso agora? – Timmy falou sorrindo

Ele chamou alguém que eu conhecia de vista, Sam, o garoto que atendeu a mim e ao Jimmy quando viemos almoçar ali. Pareceu também me reconhecer

– Sam, essa é a Allie – Timmy me apresentou – ela vai ajudar você a atender as mesas.

Depois de me entregar um avental, Timmy foi embora. Sam ficou me encarando, ele era um pouco mais novo do que eu, tinha os cabelos e olhos muito escuros, era alto, não muito magro e tinha a pele bem clara, quase tão pálida quanto a minha. Fisicamente, era como se fôssemos gêmeos. Ele deu as instruções das tarefas básicas que eu devia fazer. Por volta das 14h consegui sentar para almoçar

– Você é a garota que almoçou com o Rev aqui há alguns dias atrás né? – Eu confirmei com a cabeça, por algum motivo ele achou graça do que eu disse e saiu sorrindo.

Eu quase surtei de curiosidade

– Hey! – Eu gritei antes que ele se afastasse demais – Por que a pergunta?

Ele se aproximou de mim novamente

– Não vai gostar de ouvir

– Eu aguento

Ele deu de ombros

– Ele é mesmo brocha como algumas dizem?

Eu fiquei perplexa

– POR QUE CARALHOS ACHA QUE EU FIZ SEXO COM ELE?

– E não fez? Sempre que ele está por aqui ele aparece com uma mulher diferente, achei que fosse a da vez.

Ouvir aquilo doeu, mais do que eu esperava.

– Não, ele é só meu amigo

– Acredito, você não faz mesmo o tipo dele

– Por quê?

Ele gargalhou

– Você não tem cara de prostituta

Eu sorri um pouco sem graça

– É, tenho cara de estúpida

– Você ficou chateada com o que eu falei? Parece chateada

– Não é com isso – forcei um sorriso

– Vou lavar alguns pratos, pode ir me ajudar depois de comer, se você quiser

Ele abriu um sorriso amigável e eu retribuí, depois ele saiu. Minha cabeça estava parecendo um tsunami com tanta coisa. Não sabia se acreditava que Jimmy estava me usando ou se acreditava que ele gostava mesmo de mim.

Pra mim tudo era tão mais intenso do que pra ele, que não faz a menor ideia do quanto eu o amo e do que eu sou capaz de fazer por ele. Eu estava muito aflita. Mas como sempre, quando eu acho que as coisas já estão ruins...

– ALISON WADE! – Olhei pra trás e quis chorar ao avistar aquela criatura, parecia até que ia me engolir viva, o tsunami agora ia cair na minha própria cabeça

– Brian, ahm, Oi

Ele estava vermelho de raiva, o cabelo castanho era coberto por um gorro preto, os olhos escondidos em um par de óculos escuros.

– 'OI BRIAN'? CARA EU TO QUERENDO TE CHUTAR PRA FORA DO PAÍS!

– Será que você pode falar um pouco mais baixo? Os clientes podem reclamar e...

– Você contou pro Jimmy

– Eu não contei nada!

– Não mente pra mim garota! Ele apareceu ontem a noite na minha casa me xingando de tudo quanto é nome!

– Não! Eu falei alguma coisa, mas foi por impulso e ele acabou deduzindo que foi você quem disse

– Eu falei pra você sumir e agora você ta até morando na casa dele!

– Me desculpe Brian, eu não pude controlar

Ele soltou o ar e tirou os óculos escuros do rosto.

– Ele gosta de você - o tom dele agora era incrivelmente tranquilo, comecei a desconfiar de que ele é bipolar

– Isso não é verdade

– Ele não brigaria comigo se não gostasse.

Ele agora parecia mais calmo, puxou um dos bancos do balcão e se sentou ao meu lado

– Eu não queria te trazer problemas, me desculpe.

– Tudo bem, acho que até a Michelle gostou de você. Foi ela que te arranjou o emprego aqui né? Que tipo de bruxaria é essa que tem em você hein pequena estranha? – SÉRIO EU VOU ASSASSINAR O MAX POR DIVULGAR A PORRA DESSE APELIDO

Eu sorri sem graça. Ainda estava me sentindo um lixo.

– Olha Allie, eu resolvi te dar um voto de confiança

– Voto de confiança? E essa entrada de filme do Bruce Lee que você acabou de fazer aqui?

– Era pra te assustar – ele fez uma pausa – E pra você não fazer isso nunca mais

Eu abri um sorriso

– Eu confesso que fiquei com medo

Ele soltou uma das gargalhadas-trovão

– Eu disse que não era tão malvado – ele piscou pra mim e depois olhou para o meu prato – Que porra é essa que você ta comendo?

– É uma salada de atum

– Credo, nunca ouviu falar em frango frito não?

– Da licença, me deixa comer meu atum em paz, por favor?

– Acho que nem a Pinkly come uma porcaria dessa – ele olhou no relógio – Wade, eu tenho que ir pro estúdio, a gente se esbarra por aí?

– Sim, e me desculpe mais uma vez Brian, não queria que o Jimmy brigasse com você

– Relaxa, isso passa. Mas só vou te avisar, quando a Lea souber disso, acho melhor mudar até de nacionalidade.

– Por quê? Ela parece tão simpática – Nossa como eu sou falsa

– Exatamente! Parece.

Depois ele deu um beijo no meu rosto e saiu às pressas do restaurante. Engoli o resto da salada e recoloquei o avental. Tinha alguns pratos que eu ainda precisava lavar.

O restante da tarde passou rápido, o movimento estava regular e Sam me ajudou bastante. Ele sorria muito pra mim e isso começou a me incomodar um pouco, tirando isso, o resto do dia foi ótimo. Timmy voltou e fez algumas perguntas ao Sam, depois assinou minha carteira de trabalho, eu era oficialmente uma Garçonete. Eu fiquei feliz, pelo menos teria algo pra me sustentar.

Às 19 se encerrou meu expediente. Tirei o avental e me despedi de Timmy e Sam, assim que saí do restaurante o avistei, escorado no carro, olhando para os próprios pés. Esperava por mim. Eu não estava tão surpresa, nós ainda tinhamos uma conversa inacabada.

– Jimmy?

Ele sorriu pra mim, parecia que a briga de ontem à noite nunca havia acontecido.

– Oi Allie, vim te buscar.


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Notas finais do capítulo

Quero informar que qualquer semelhança do nome do filho do dono do Sugar Shack com os personagens dos Padrinhos Mágicos é mera coincidência, eu pesquisei e acreditem: ESSE É MESMO O NOME DO CARA!
Espero que tenham gostado
BjBj