Come Back escrita por sankdeepinside


Capítulo 32
Um homem e sua honra


Notas iniciais do capítulo

Para proteger o mundo da devastação! Para unir as pessoas de nossa nação! Para denunciar os males da verdade e do amor!
Para estender o nosso poder as estrelas!
Lara!
James!
equipe rocket postando na velocidade da Luz! OLÁÁÁ´´AÁÁ
AI MANO MT PURPURINA DE FELICIDADE HJ.
Como eu disse estou postando cedo pra compensar meu atraso de uns dias atras.
AAAAAAAI MANO ME BEJEM Eu ganhei 3 recomendações de uma lapada só, ai pfvr eu fiquei estática qd olhei pro numerozinho lá, taquipariu, isso pq eu achei q nunca mais ia ganhar recomendação. Ai pfvr mt amor s2s2 Queria agradecer as lindas VanGatesHaner, BeEvenger, Jackeline Negrão que me deixaram mortinha da silva de tanto vomitar arco íris! Esse capitulo é td de vcs meus amores!
Falando em capitulo, ah cara eu fui trollada pelo Nyah, pq a lalis me mandou o capitulo e o Nyah deixou ele todo agarradinho, eu arrumei os parágrafos, mas corre o risco de algum deles ter passado pelas minhas vistas, então me desculpem qualquer agarradinho remanescente q tiver por ai.
Enfim, espero que gostem do capítulo!
Beeijos sua lindas e Boa leitura!



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Assim que coloquei meus olhos naquela garota senti algo estranho percorrendo meu corpo, uma vontade súbita de vê-la de perto, tocá-la. Não havia ninguém no quarto e não fiz nem esforço para resistir a entrar ali, não emiti nenhum ruído, apenas me aproximei e me coloquei perto dela.

Aquela era a criança mais linda que eu já tinha visto na vida, parecia uma bonequinha da branca de neve, o corpinho claro como o primeiro floco de uma geada, os cabelos escuros como uma madrugada, tinha os olhos fechados, mas eu já sabia a cor deles. A única coisa que se passava em minha mente enquanto eu olhava para aquela criança era o quanto eu sentia inveja, não só dela, por ter o amor incondicional do Jimmy de um jeito que eu jamais conseguiria imaginar ter, como também senti inveja da Alison, por ter sido agraciada com uma pequena tão linda e com o mesmo sangue do homem que eu amo.

Me aproximei um pouco mais e toquei a ponta dos dedos nos fios macios e negros do cabelo daquela pequena, imaginei por um instante se ao invés de cabelos pretos ela tivesse grossas mechas onduladas na cor de mel, imaginando se ela fosse minha, se Jimmy me amaria como diz amar Alie agora, se ele largaria qualquer outra mulher para ficar comigo. Ele me amou uma vez, poderia me amar novamente, talvez mais até do que ele ama a Allie. Nós seriamos perfeitos.

Me sentei na ponta da cama da menina e peguei sua mão que não recebia o soro, mas assim que a toquei seus olhos azul-acinzentados se abriram, levaram um instante para se ajustarem à claridade, e logo em seguida ela me encarou.

– Quem é você? – Sua voz saiu rouca e arrastada, a respiração dela era difícil.

– Eu sou uma amiga – passei as costas das mãos pela bochecha rosada dela, seus olhos se abriram um pouco mais, mostrando como eram grandes e brilhosos, não sorriu para mim, manteve a expressão confusa, apenas. – Como está se sentindo?

– Não muito bem, está doendo – fez uma careta e apertou a mãozinha contra o peito. Aquilo era muito perturbador, tão pequena e já carregando um fardo tão grande.

– Shhh, vai ficar tudo bem querida, logo a sua dor vai passar okay?

– Onde está minha mãe? – Disse um pouco manhosa Não consegui evitar a ruga que se formou em minha testa.

– Eu não sei, ela te deixou aqui.

– E o papai?

– Ah, o seu papai está lá fora.

– Está? O gigante está com ele?

– Ah pare de ser boba, o seu pai é o gigante.

– Não é não, eu quero ver o meu pai – ela puxou a mão da minha.

– Está zangada comigo? Oh por favor, não fique, o gigante é o seu papai e eu posso ser sua mamãe se você quiser. Vem aqui – tentei pegar sua mão e ela se esquivou mais uma vez, mas dessa vez insisti e puxei sua mão com mais força, fazendo com ela começasse a choramingar.

– Me solta!

– Shhhh! Não quer que eu seja sua mamãe? Não tem problema, mas logo a sua mamãe de verdade vai te levar pra bem longe, ela e o gigante, por que ele é o seu papai de verdade, e sua mamãe é uma vadia. O Samuel, é ele que você chama de papai não é? – Os olhos dela já começavam a se encher de lágrimas e ela começava a soltar gritinhos abafados para que eu a soltasse, mas eu já não me importava. Jimmy me trocara por aquela menina, não havia por que ser sutil. – O seu papai Sam vai ficar aqui quando você for embora e ele vai arranjar uma filha de verdade, por que você não é filha de verdade dele.

Shannon soltou gritou agudo que me fez saltar para longe dela, começava a chorar a largos pulmões e quase que em um passe de mágica meia dúzia de enfermeiras entrou no quarto.

– PAPAI! – A menina gritou.

– O que faz aqui moça? – Uma enfermeira me perguntou sem me dar a chance de responder e foi me puxando pelos ombros. – Não pode estar aqui, as visitas não são permitidas.

Dali ao momento em que Allie, Samuel, Jimmy, Matt e Max apareceram foi um curto instante. Sai do quarto, um pouco aflita, mas sem ser notada e fiquei mais aliviada, por pouquíssimo tempo.

Uma muralha se chocou contra o meu corpo e assim que se deu conta de que o obstáculo na sua frente se tratava de mim, agarrou meu braço com tanta força que senti o músculo daquela região contrair de dor.

– O que você fez com ela? – Ele disse entre dentes e eu pude ver o esforço sobre humano que ele fazia para não me machucar de verdade. Só então caiu a ficha do que eu acabara de fazer, agora eu podia me preparar que pelos olhos furiosos dele eu sabia que eu ia me foder. As palavras pareciam agarradas à minha garganta, não tinha coragem de contar a ele. – Anda caralho, responde!

– Me desculpa – eu estava tremendo, minha voz saiu só um fio agudo e envergonhado.

Ele gritou comigo, me sacudiu com força e eu já estava aos prantos, assustada e totalmente sem perspectiva de conseguir o perdão dele.

– O QUE VOCÊ FEZ?

– Eu disse que o pai de verdade dela era você. Me desculpa, eu não consegui...

Ele soltou meu braço boquiaberto e com a repulsa estampada em seu rosto, levou um breve instante para voltar a falar.

– Você não tinha esse direito! – Mordeu o lábio inferior e levou as mãos aos cabelos puxando todos os fios para o alto. – Não acredito que fez isso Leana.

– Me desculpe Jimmy – Baixei o olhar a espera de que ele me sacudisse mais uma vez e gritasse comigo, mas diferente do que eu imaginei, ele não quis nem tocar em mim novamente.

– Leana, eu estou muito decepcionado com você, eu pensei que nós éramos amigos, apesar de tudo.

– E nós somos Jimmy! – Ele deu um passo para trás para se manter mais distante, a expressão em seu rosto se alternava entre mágoa e decepção.

– Eu não quero que se aproxime da minha filha nunca mais.

Abri a boca para falar algo, mas não tive chance de pronunciar nada. Uma mão se emaranhou nos meus cabelos e me puxou com tanta força que achei que minha cabeça ia sair do meu pescoço.

Fui jogada feito uma boneca de pano contra o chão e caí de costas. Assim que ela me imobilizou eu pude ver seu rosto em uma breve fração de segundos, estava vermelho de raiva. Tudo aconteceu tão depressa que nem tive chance de me defender, Allie apertou minha garganta com força e acertou o punho fechado transbordando de ódio contra meu olho. Parecia que meu rosto havia explodido com a pancada, ela gritou algo que eu nem sequer consegui distinguir e depois disso o peso sobre meu corpo se aliviou, Matt e Jimmy conseguiram tirá-la de cima de mim.

Soltei um grito e me encolhi no chão chorando de dor, era só o que me faltava, ficar cega por causa dessa puta. Com o outro olho vi as pernas dela se agitando no ar enquanto Matt fazia uma espécie de camisa de força com o próprio corpo para tentar contê-la. Jimmy murmurava algumas coisas para ela e logo ela desatou a chorar, soltou-a dos braços de Matt e a abraçou, naquele instante era eu quem chorava sozinha.Eu havia perdido ele de vez por não ter pensado antes de fazer o que fiz.

–Vem comigo, consegue levantar? – Uma voz tranquila me puxou com cuidado do chão, eu não conseguia ver direito, minha visão estava turva no olho machucado, que já quase estava fechado pelo inchaço e o outro olho começava a lacrimejar. A voz doce era de Max, mas que eu logo pude ver que não era por que ele estava sendo gentil, a gentileza passava longe de seu rosto naquele momento.

Jimmy nem sequer olhou para mim, permaneceu junto de Allie e logo Max me levou para onde alguém pudesse cuidar do meu olho.


Lali


– Ah mais que caralho – tentei passar o cartão na porta do meu quarto pela milionésima vez e, também pela milionésima vez, a droga da porta permaneceu trancada. Soltei um longo suspiro e olhei em volta, eu precisava de um banho urgente e essa droga me faz isso.

Respirei me dando por vencida e fui em direção ao elevador, assim que ele chegou e a porta abriu, me deparei com um rosto que não se alegrou nem um pouco ao me ver.

– Oi Michelle.

A loira grunhiu um cumprimento em resposta que nem sequer consegui identificar e descemos até o saguão, ela foi até o bar e fui até a recepção falar do meu problema com a fechadura do meu quarto, mandaram alguns rapazes do hotel, mas ao que pareceu a fechadura estaria danificada e teria que chamar um especialista para arrumar. Ou seja, aquilo levaria algumas horas.

Revirei os olhos e dei de ombros, minhas únicas alternativas eram ou dar uma de Hulk e derrubar a porta com um chute ou sentar e esperar, e como eu infelizmente não era verde e tinha a força de uma lombriga, a primeira alternativa não rolava pra mim.

Me encaminhei para o bar, talvez a companhia de um colega de profissão pudesse ajudar a passar o tempo. Antes mesmo que eu pudesse chegar ao interior do bar dei de cara com Michelle outra vez, ela agora tinha garrafa de Red Label em mãos.

– Algum problema Whisper? – Ela disse de uma forma que soou como uma pergunta retórica, mas como eu não tinha intenção de criar inimizade, respondi a pergunta mesmo assim.

– Na verdade sim – disse abrindo o sorriso mais amistoso que eu tinha – A fechadura do meu quarto deu pau, vou ficar fedendo a cerveja e a linguiça mais algumas horas.

– Hum – acho que ela ponderou um pouco antes de responder – Já tem algum lugar para ficar enquanto isso? – Fiz que não com a cabeça – Pode ir tomar banho no meu quarto se quiser.

Pensei comigo mesma se aquele convite seria apenas a consciência dela mandando que fosse educada, e acabei concluindo que era melhor não abusar disso.

– Não obrigada, não quero te incomodar. Eu espero arrumarem minha fechadura.

– Para de ser boba Whisper, vem comigo – ela agarrou meu pulso, suas mãos estavam frias.

– Brian não vai se incomodar?

– Claro que não, mais fácil ele me colocar pra fora do que a você, além disso, ele não estar no quarto. Ultimamente só tem aparecido para dormir.

O quarto dos dois era bem bagunçado, botas, cuecas e camisetas de banda jogadas em um lado, sutiãs, vestidos e calcinhas fio-dental jogadas do outro, porém o quarto tinha um cheiro interessante, uma mistura sedutora de perfumes. Assim que entrou no quarto, Michelle jogou as chinelas para longe e me analisou por um instante.

– De que é essa mancha na sua blusa? – procurei a mancha olhando para meu próprio corpo e ao encontrá-la estiquei um pouco a malha da blusa para enxergá-la melhor.

– Acho que é de gordura, ou cerveja, não sei.

– Como se sujou?

– Max me puxou para dançar, acho que ele tinha enfiado a mão nessa coisa antes.

– Você ficou amiga do Max?

– Sim, ele é um cara muito legal.

– Hum – ela grunhiu – Não é grande coisa não.

– Ele é um gênio da ciência, claro que é grande coisa.

– Não se faça de boba, você entendeu o que eu quis dizer – deu tapinhas no meu ombro e arregalei os olhos. – Ele fodeu mais com a minha vida do que quando era pra ter sido divertido.

– Não devia falar assim.

– Fala isso por que os dois gostam de você – Me jogou uma muda de roupas limpas e me apontou o banheiro, dando um fim naquela conversa. Entrei no banheiro e tirei minhas roupas sujas, me olhei por um instante no espelho, já não era tão difícil olhar para aquele reflexo, mas olhar para os braços era como olhar para uma aberração.

Ali em meu braço esquerdo residia uma cicatriz em formato de X na altura da articulação entre o braço e antebraço, era feia, alta e mostrava o quanto eu havia sido fraca.

Voltei a atenção para o meu rosto, estava suada, os fios do meu cabelo grudavam na minha pele, prendi eles em um coque e entrei no box, deixei a água fria entrar em contato com a minha pele, limpando todo aquele suor e óleo do meu corpo. Assim que fechei a torneira algo forçou a porta e reconheci uma voz do outro lado.

– Tem alguém aqui Michelle?

– Tem Brian.

– Quem você ta escondendo aqui Michelle? Algum marmanjo?

– Não, é a sua queridinha, a Whisper.

Imediatamente o tom da voz dele mudou.

– Lali é você?

– Sou eu sim Brian – Disse um pouco irritada, eu não tinha pedido pra me meter entre esses dois, pelo tom de voz deles era como se eu fosse uma intrusa, amada pelo Brian e odiada pela Michelle, mas de fato era exatamente isso que eu era. Peguei a roupa que Michelle havia me emprestado, mas assim que peguei a blusa nas mãos soltei um “merda” abafado. Era uma camiseta regata.

Fechei os olhos e soltei um suspiro longo e chamei Michelle.

– Algum problema Lali? – Brian já estava batendo do outro lado da porta.

– Eu preciso da Michelle.

– Por quê?

– É coisa de mulher Brian – disse já um pouco nervosa.

– Sai da frente Brian. Lali estou aqui, abre a porta pra mim.

Ótimo, como eu faria isso sem que a deixasse ver as cicatrizes? Coloquei o sutiã e mantive o braço esquerdo colado ao corpo, abri a porta rapidamente e ela entrou.

– Você quer absorvente é isso?

– Não, tem como me emprestar uma outra camiseta?

– Por quê? Essa não é bonita o suficiente pra você? – ela disse em tom debochado.

– Não Michelle, eu não posso usar camisetas regata. Não tem nada com manga?

– Não, as peças com manga foram pra lavanderia depois que voltamos do Canadá.

– Que merda. – disse mais para mim mesmo do que para ela, mas infelizmente ela ouviu.

– Eu não tenho outra camiseta Lali, sinto muito se não é do seu agrado! Se quiser vista essa que te emprestei, se não, use a sua própria blusa. – Michelle pareceu irritada, e eu cheguei a conclusão que já havia abusado demais da capacidade dela de ser legal comigo. Ela saiu tão depressa que quase bateu a porta só não o fez por que Brian a segurou. Antes de entrar ouvi a porta do quarto sendo aberta e fechada com violência.

– Está pelada? – Disse tapando o rosto com a palma da mão, mas abrindo uma brecha entre os dedos para deixar o olho livre.

– Não. – Eu estava de sutiã e agora me abaixava para pegar minha blusa suja do chão.

– O que aconteceu?

– Nada, só acho que ela me interpretou mal.

– O que você queria?

– Uma camiseta com mangas – Cobri minha barriga e meu braço com a blusa, sem a vestir ainda. – Brian me espera aí fora, já eu saio.

– Quer uma blusa com mangas? Um moletom serve?

– Serve!

– Espere aí – ele saiu e alguns instantes depois, voltou com um moletom cinza em mãos. – Toma, espero que não fique grande demais.

– Não vai ficar não, obrigada Brian, agora sai. – ele riu e fechou a porta. Vesti o moletom que ficou grande o suficiente para passar dos meus braços, mas não me importei.

Assim que saí do banheiro, ele se levantou da cama, parecia um pouco cansado.

– Ficou bem em você.

– Valeu mesmo Brian, agradeça a Michelle também, ela foi muito boa comigo.

– O que estava fazendo aqui?

– Minha fechadura deu problema e Michelle ofereceu o banheiro dela para que eu tomasse banho.

– Ela se ofereceu? Que milagre.

– Sua mulher não é tão ruim quanto parece okay? Você devia fazer as pazes com ela.

– Não é algo que seja possível no momento. – ele abriu um sorriso pouco convincente, mas que eu não fiz questão de tentar compreender.

– Mais tarde eu te devolvo o moletom, agora eu vou indo.

– Assim? Não ganho nem um beijinho de agradecimento?

Caminhei até ele para lhe dar um beijo no rosto, mas assim que me aproximei da sua bochecha, seu rosto virou e seus lábios se encontraram nos meus. Imediatamente fiz força para me afastar, mas ele me puxou muito depressa para que eu não escapasse. Não correspondi ao beijo e ele me encarou por um instante.

– Não gosta de mim? – a voz dele era um sussurro sedutor próximo ao meu ouvido, quase como se fosse minha própria consciência. Assim que o som daquelas palavras mornas penetraram em meu ouvido eu tive a máxima certeza de que ele era perigoso demais para eu me envolver.

– Você ama a sua esposa Brian, e quer se vingar dela, não vou deixar que me use para isso.

– Eu não perguntei isso – as mãos dele se afrouxaram em torno do meu corpo, mas seus polegares ainda seguravam em minha cintura, seu rosto ainda se mantinha perto do meu, sussurrando doce. – Você dançou com o Max, saiu sozinha com ele para dentro da casa, deixou até minha mulher se aproximar de você. Essa sua barreira é só comigo. Eu não vou machucar você Lali, eu não sou como o outro, eu gosto de você.

Aquele era o tipo de situação que eu estava desesperadamente tentando evitar. Eu gostava sim do Brian, gostava muito, mas sempre que ele chegava perto de mim eu tinha a impressão de que algo iria desmoronar, coisas iam se destruir e uma dessas coisas era eu mesma.

Olhei para ele, o queixo triangular permanecia próximo ao meu rosto, os olhos cor de bronze pareciam um ímã prendendo meu olhar, era um predador nato. Virei o rosto.

– Me deixe sair Brian.

Ele relutou um pouco, mas logo cedeu.

– Como quiser.

Imediatamente me soltou e deu um passo para trás, meus joelhos vibravam após aquele momento entorpecente pela proximidade com ele, minha respiração estava mais curta. Eu não podia deixar ele fazer aquilo comigo.

Girei nos calcanhares e saí às pressas do quarto dele, eu precisava arranjar um lugar para ficar, precisava sair de perto dele antes que algo acontecesse. Já estava decidido, eu não ia para a Califórnia, e ia morar ali em Madison.


Allie


– Se sente melhor? – peguei a xícara de chá que ele estendia para mim e dei um gole tímido.

– Ainda quero pular corda com as tripas dela, mas estou um pouco melhor.

Samuel achou graça e sorriu.

– Eu tinha me esquecido de como você podia ser violenta. – sorri de volta, mas sem muito fervor, Leana havia assombrado Shannon de um jeito absurdo e aquilo tinha me feito me estressar de um jeito que eu nunca havia me estressado antes, eu poderia matá-la se tivessem me dado a oportunidade.

24 horas depois do incidente, Shay teve alta, mas sempre que Jimmy se aproximava ela se tremia toda e choramingava dizendo que não queria que o gigante e a bruxa a levassem embora. Aquilo me deixou louca, eu só pensava em quebrar a cara daquela vagabunda até ela perder a consciência, ela havia estragado tudo, havia mexido com meu bebê.

Concordamos que Jimmy manteria distância por alguns dias até conseguirmos acalmar Shannon, nesse meio tempo Sam se encarregou cuidar de nós duas.

– Eu não fui violenta, ela merecia muito mais do que um olho inchado.

– Não vou discutir com você. Já provei desse seu muque de pugilista, não estou afim de provar de novo – disse rindo e se levantou. – Vou colocar Shay pra dormir.

Subiu as escadas e logo em seguida a campainha tocou. Me arrastei com preguiça até a porta e fui surpreendida com um abraço de urso do Max.

– Hey Freak.

– O que veio fazer aqui a essa hora Max? – Disse rindo ao me separar dele e abrir passagem para que ele entrasse.

– Vim filar a boia aqui – ele disse se encaminhando à geladeira – Não tem nada lá em casa, ou pelo menos nada que já esteja feito.

– E você achou mais fácil atravessar a cidade inteira pra vir comer na minha casa do que preparar alguma coisa?

– Lógico! Cadê o fantasma?

– Colocando a Shannon pra dormir.

Ele se virou com uma tigela de bacon velho em mãos e fechou a porta com o pé.

– E como ela está? – Disse sem desviar os olhos do bacon.

– De saúde um pouco melhor, o emocional dela é que está com problemas.

– Hum, cara a Leana vacilou feio. Vai dar muito trabalho pra mudar a opinião dela, nesse ponto ela é igual a você, uma cabeça dura de primeira.

– Cala a boca, não sou cabeça dura. – soltei o ar, irritada, não com Max, mas por lembrar o que aconteceu – Palavras não conseguem descrever o quanto eu odeio aquela mulher.

– Também não é assim né Allie? Ela vacilou, mas...

– Cala a boca e me deixa odiar ela em paz.

– Não está mais aqui quem falou! – Ele ergueu os braços se rendendo e logo em seguida enfiou uma fatia de bacon inteira na boca. – Hum – mastigou algumas vezes – preciso falar com você sobre uma coisa.

– Engole esse troço antes de falar, eu estou vendo tudo que está mastigando. – O nojento abriu a boca e colocou a língua para fora mostrando aquela massa avermelhada e moída – Vai tomar no seu cu, seu porco, engole logo essa porcaria.

– Porcaria não! Bacon é o alimento dos deuses! – revirei os olhos e ele terminou de comer.

– Sobre o que quer falar?

– James – passou a língua pelos dentes tirando os resíduos que tinham ficado ali – Ele quer viajar no tempo.

– Você não vai deixar né?

– Hum, olha Allie eu preciso de alguém disposto a fazer meus novos testes e ele se ofereceu de boa vontade.

– Max, ficou maluco? Vai deixar que ele volte no tempo? Ele vai alterar tudo, ele pode evitar que a menina nasça, ele pode morrer!

– Calma Alison! Eu sabia que você ficaria nessa pilha, por isso disse a ele que conversaria com você. – franzi o cenho e neguei com a cabeça aquilo era maluquice. Eu conhecia o James, eu sabia o que ele seria capaz de fazer, ainda mais com toda aquela ideia que ele alimentava naquela época, ele queria morrer. – Espera Freak, me deixa terminar.

– Max isso é loucura.

– Eu não quero que ele vá para o passado, quero mandá-lo para o futuro.

– O quê?

– Isso mesmo Allie, eu ajustei algumas coisas e eu acho que poderia ser uma boa. Você não se preocupa com ele morrendo, ele satisfaz o desejo dele de entender as coisas e eu testo a minha máquina.

– Eu não sei não...

– Estão falando do quê? – Samuel desceu as escadas e cumprimentou Max, um pouco antes de roubar uma das fatias de bacon da tigela.

– Do Sullivan, ele quer viajar no tempo e eu quero mandá-lo para o futuro. E pega outro bacon daqui que eu arranco a sua mão.

– Cala a boca que esse bacon é meu. Quem está comendo às minhas custas é você.

Max grunhiu algo incompreensível e olhou para Sam.

– O que você acha Sam? Sobre o Jimmy ir para o futuro.

– Acho que é uma boa.

– O QUÊ? – disse um pouco perplexa – Não coloca mais lenha na fogueira Samuel.

– Não estou colocando lenha em nada, pensa comigo Allie – ele terminou de mastigar o bacon e prosseguiu. – Se ele for pro futuro só vai morrer se ele fizer algo, seu problema com morte já fica reduzido, e ele quer respostas Allie. Você deve isso a ele. Você alterou o destino do cara, ele só quer compreender.

Fazia sentido, apesar de que era estranho ouvir o Sam falando a favor do Jimmy.

– E então Allie? – Max disse.

Respirei fundo e massageei as têmporas, talvez eu me arrependesse daquilo depois, mas no momento, era o certo a se fazer.

– Tudo bem, ele pode ir.


Jimmy


Batidas na porta fizeram com que eu interrompesse minha atividade de arrumar uma única mochila com tudo que eu ia precisar em duas semanas. Caminhei até a porta e abri.

Zacky já foi entrando sem cerimônias e com a guitarra vermelha debaixo do braço.

– Que caralhos veio fazer aqui Vengeance?

– Você tinha combinado de me ajudar com uns acordes, lembra? – ele então olhou em volta e analisou a bagunça que estava o meu quarto – ta arrumando a mochila? Vai pra onde?

Empurrei uma parte das coisas para o canto da cama e me sentei, fiz sinal para que Zacky me passasse a guitarra e mostrei a ele uns acordes novos que estávamos tentando fazer para o novo álbum.

– Zacky eu vou fazer uma viagem curta, preciso resolver algumas coisas.

– Como assim? Eu pensei que essa viagem que estamos agora é que era a sua viagem para resolver suas coisas. Ainda mais agora que a Leana fez aquela burrada, a coitadinha nem sai mais do quarto.

– Coitadinha o meu pau! Ela acabou com o último fio de consideração que eu tinha por ela. Zacky ela fez com que minha filha me rejeitasse! Eu acho ótimo que ela se tranque até o dia da volta, pelo menos me evita de deixar o outro olho dela roxo também.

– Hey calma ai man, você ainda está com muita raiva, mas também não é pra tanto. – estiquei a guitarra de volta para ele e deixei que ele tentasse repetir os acordes que mostrei.

– Eu sei, mas pelo menos com ela longe dos meus olhos eu evito fazer alguma besteira. – respirei fundo. – Zacky essa viagem que eu vou fazer, bom, eu não posso falar muita coisa, é algo com a pesquisa do Max, deve levar só duas semanas.

– Okay, mas ahm, nós voltamos pra Orange County em uma semana Jimmy, a nova turnê ainda precisa ser organizada, nós vamos precisar de você.

– Eu sei, assim que eu voltar, corro pra Huntington o mais rápido que puder.

Zacky franziu o cenho e fez uma careta típica de quando ele estava preocupado, mas não havia muito que ele pudesse fazer.

– Tudo bem então, Matt já sabe disso?

– Sim, eu falei com ele mais cedo.

– E quando vai viajar?

Olhei rapidamente no relógio.

– Daqui à uma hora.

**

– Okay você já pode me soltar – Disse com os lábios ainda colados aos dela, que insistia em me prender no abraço.

– Tem certeza de que quer fazer isso?

Olhei nos olhos escuros dela e vi a angústia que os preenchia, eu lamentava muito por isso, mas no momento Shannon não queria minha presença e eu não via outra saída a não ser fazer algo por ela e por mim.

– Sim Allie, eu tenho certeza.

Me puxou com força mais uma vez para um beijo, fazendo com que eu me envergasse um bocado para frente, já que ela era bem menor do que eu.

– Okay Jimmy, hora de ir bro! – Max gritou de um dos cantos do local. Olhei para Allie novamente e suspirei.

– Eu vou ficar bem, não se preocupe. Diz pra Shay que eu a amo – fiz uma pausa para dar mais um selinho nela – e eu te amo também.

– Eu também amo você Jimmy, tome cuidado e, por favor, não morra!

Um sorriso se abriu em meu rosto, se havia algo que eu não temia era a morte, ela sempre havia sido minha grande companheira, caso ela chegasse ela seria sempre bem vinda.

– Okay!

Max quase me arrastou para onde uma pequena equipe trabalhava.

– Ta vendo esse controle? – ele exibiu um controle pequeno em formato de palheta com um único botão – Você só vai apertar esse botão na meia noite do dia 25 de julho de 2026, está entendendo? Não aperte antes por que sabe lá deus que caralhos pode acontecer se não estivermos prontos para a sua volta.

– Okay – assenti com a cabeça.

– Ah, quando chegar lá é possível que sinta um pouco de náusea, mas isso não demora a passar. – confirmei com a cabeça mais uma vez e então ele parou e olhou para mim. – Tem certeza disso Jimmy?

– Tenho.

– Boa viagem então cara, e tome cuidado okay? Tem um punhado de gente aqui que se preocupa com você.

Olhei por cima do ombro dele e vi Alison roendo as unhas.

– Vou ter cuidado sim.

Depois disso entrei numa espécie de caixão do Drácula, ou sei lá que porra era aquela e me deitei abraçado à mochila, levou apenas alguns instantes para que um gás entrasse e eu adormecesse.


Catelyn


– Lyn? Puta que pariu por que não atendeu? – a voz com sotaque forte me repreendia do outro lado, sem se dar conta de que eu já avançava.

– Eu estava ocupada Mikail.

– Onde está?

Abri um sorriso leve enquanto caminhava e deslizava a ponta dos dedos pelos porta-retratos da sala.

– Eu estou na casa dele, Kail.

– Ele está aí?

– Não, está no maldito laboratório. Mas eu consegui me infiltrar na casa dele sem dificuldade, a segurança era fraca, acho que ele não se deu conta do que tem em mãos.

– Então você achou alguma coisa?

Sorri mais uma vez.

– Sim, eu achei tudo.


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Notas finais do capítulo

Ai mano vamos juntas as pecinhas do Lego, 6 tão ligada para onde James está indo certo? Viram a fotinha que pedi? Olharam que ela tem alguns traços familiares??
Próximo capitulo teremos Shannon gatíssima amazona e gostosa destruindo com a nossa auto-estima de mortais.
Próximo capitulo direto de 2026 ~vidente Lara atacando novamente~
Espero que tenham curtido!
Qualquer comentário é bem vindo!
Beeijos suas linda