A Casa De Klaus escrita por Bellah102


Capítulo 5
Capítulo 4 - Sequestro


Notas iniciais do capítulo

Olá, vampirinhas! Mais um capítulo! Espero que gostem...



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Depois daquele dia, nada mais foi o mesmo, tanto para bem, quanto para mal. As regras na mansão Cullen haviam mudado drasticamente de quase nenhuma para várias e muito rígidas. Para mim, sair sozinha era terminantemente sair sozinha, mesmo sem saber do que estava acontecendo. Eu continuava no escuro quanto a isso. O chalé passou a ser proibido para todos os Cullen, e principalmente para mim. Dormir, apenas no meu quarto na mansão. Sempre havia quatro ou mais vampiros ao meu redor, sem falar em Jake, que agora era uma presença mais do que constante, agora meu namorado oficial.

            Agora, passávamos os dias juntos, conversando, beijando-nos e sentindo a proximidade entre nossos corpos.Ele até tentou me levar a lugares que costumávamos ir, mas eu podia ver que ele estava sempre nervoso e vigilante, olhando em volta nervoso. E nos dias frios de mais para sair, que ficávamos na casa eu continuei escrevendo sobre meus pais na forma de Jazmyn e Noah. Em pouco tempo, terminei meu primeiro caderno, deixando meus pais orgulhosos de mim. Digitei o caderno todo em meu computador, e passei a escrever direto na máquina, gravando tudo bem seguro em um pen-drive. Aos poucos, as coisas foram voltando ao normal e logo eu voltei para o chalé com meus pais. Um mês se passou e aos poucos as regras foram ficando menos rígidas até quase desaparecerem.

            Logo eu voltei para o chalé com os meus pais, e por um curto período esqueci da visão de tia Alice e dos meus sonhos.

 Até aquela noite.

-Eu não quero ir embora...

Choramingou Jacob, acariciando minha bochecha com seu nariz.

-Sabe que meus pais estão de marcação com o nosso namoro. Melhor não forçar a barra.

Ele riu, olhando em meus olhos e acariciando meu cabelo com um sorriso destemido. O som do seu riso era deliciosamente doce e contagiante.

-Não tenho medo dos seus pais.

-Pois devia.

Eu disse. Sabia que meu pai não tinha simpatia com Jake e que quando em se tratava de mim, a amizade de mamãe com ele não iria ajudar. Eu respondi rindo, mesmo que estivesse preocupada por dentro. Ele beijou meus lábios lentamente, fazendo meu coração acelerar-se como só ele sabia fazer, levando minhas preocupações para longe. Levantei meu queixo, deixando-o livre para traçar uma linha de beijos por onde quisesse, mas por fim ele desceu apenas até o meio das minhas espádulas e parou como se de repente tivesse se dado conta do que estava fazendo e sentou-se na cama de repente.

-Acho que tem razão. Hora de ir embora.

Ele disse calçando os sapatos que haviam sido jogados ao lado da cama. Observei-o, encolhendo-me como uma bola por baixo da coberta e beijou minha testa. Quando fez menção de se afastar, segurei seu rosto  perto do meu.

-Sim.

Encarei-o por um segundo, olhando em seus olhos, com medo do que queria dizer. Respirando fundo senti seu cheiro. Então não tinha mais medo.

-Te amo.

Seus olhos me encararam por meio segundo, enquanto engolia minhas palavras. Não sabia qual seria sua reação, mas todos os sinais apontavam para reações boas. E foram mesmo. Aos poucos, os cantos dos seus olhos se enrugavam em um sorriso radiante, que me aqueceu por dentro e aumentou ainda mais minha freqüência cardíaca.

-Eu amo mais.

Ele disse gargalhando. Ele me tirou da cama e agarrei seu pescoço assustada. Ele me rodopiou pelo quarto como sempre fazia quando eu era criança. “Gire mais rápido, Jake! Mais rápido!” eu me lembrava  dizer entre gargalhadas. Ri novamente, lembrando, vendo o quarto girar ao nosso redor.         Aos poucos o ritmo diminui e começamos a valsar pelo quarto. Eu sabia que meu pai ouvia todos os meus pensamentos e se segurava para nos dar espaço, mas por aquele curto período de tempo, não me importei e deixei meus pensamentos vaguearem pelo mundo. Depois de muito girar, Jake voltou a me deitar na cama, e eu estava feliz por ter tirado aquele bolo da garganta.

-Tem uma coisa na moto para você.

Ele disse se ajoelhando ao lado da cama e sussurrando no meu ouvido.

-Mas você não estava indo? O que pode me dar agora que não podia antes?

-Vai ver.

Ele disse, levantando-se, animado como uma criança acordando na manhã de natal. Ele abriu a janela para o ar frio da noite e a pulou. Levantei-me revirando os olhos e fui até a janela.

-Jacob! – Chamei-o. À meio caminho da moto, ele virou-se para mim. – Nós temos uma porta da frente sabia? Fica logo ali.

Informei, apontando na direção da porta da frente. Ele afirmou com a cabeça sorrindo e avançando de costas na direção da moto.

-Eu sei gata, eu sei.

Observei seus caninos pontudos enquanto se afastava e se virava para pegar alguma coisa na caixa da moto. Voltei para dentro e sentei na cama mordendo o lábio, abraçada à minha raposa de pelúcia que meu pai me dera de presente no meu primeiro aniversário. Eu a chamava “Caçadora”. Fiquei encarando seus olhos castanhos de plástico e imaginando o que Jake estava aprontando do lado de fora daquelas paredes. Ele pulou a janela novamente pousando a frente da cama, e tinha uma caixa de madeira em mãos, que depositou sobre a cama, sentando-se ao meu lado.

-Quando eu e sua mãe... Saíamos... Eu fiz... Uma pulseira para ela. Nada mais justo que fazer algo para você também.

Ele abriu a caixa e puxou um cordão de couro onde na ponta havia um entalhe de madeira com seu nome escrito, em uma fonte itálica e delicada, ao mesmo tempo rústica. Perfeitamente como ele.

-Este é seu... – Ele disse entregando-me. Aninhei o entalhe nos dedos finos enquanto ele resgatava outro de dentro da caixa, mas com o meu nome entalhado – E este aqui, é o meu.

-Porque usamos os nomes trocados?

-É como uma aliança. Quer dizer que é minha, e que eu sou seu.

Sorri olhando para o entalhe em minhas mãos. Esse tipo de coisa era bem a sua cara. Ele amarrou meu nome ao redor do pescoço, e achei engraçado como ficou parecendo uma coleira. Fiz sinal para que amarrasse para mim e entreguei a ele, me virando e levantando os cachos de chocolate. Ele amarrou o cordão de couro com cuidado e beijou meu pescoço. Pegou minha mão e colocou sobre o cordão amarrado em seu pescoço.

-Meu coração bate por você, por isso está sempre perto dele.

Um tremor sacudiu o chalé todo. Ou era o fim do mundo, ou meu pai achou que tínhamos passado dos limites. Levando em conta que o fim do mundo ainda estava um pouco distante, era hora de nos separar. Eu ri, virando-me para Jake, entrelaçando os braços ao redor do seu pescoço.

-Acho que desafiamos meus pais demais por hoje.

Ele fez que sim, beijando minha testa.

-Volto amanhã então, anjo.

-Vou esperar ansiosa.

Disse tocando o entalhe. Ele deu um sorriso radiante e pulou a janela. Até aquele momento tudo estava bem, tão bem que os meus pulmões pareciam não ser grandes o bastante para abrigar todos os suspiros que meu coração desejava soltar.

Então eu fui dormir.

Enquanto estava naquele estado meio zumbi entre o sono e a consciência plena – letargia, digamos assim – eu ouvi passos no meu quarto, mas achei que deviam ser meus pais verificando se eu estava bem. Esse foi o maior erro que cometi na vida, mas não me culpe. Eu estava cansada. Jake e eu tínhamos caminhado o dia todo. Por um tempo dormi tranquila, até ser acometida por um pesadelo, coisa que não acontecia havia muito tempo.

“-Nessie querida, - Disse a voz do Professor. Estremeci inteira. Novamente o fogo. Para todo lado. Havia esquecido como aquela voz era fria e o calor do fogo aterrorizante. – Que bom que finalmente virá se juntar a nós.

-Nós? Nós quem? O que é você? Um Volturi?

-Volturi? – O professor riu com uma risada diabólica e estrondosa, como a dos sádicos assassinos em filmes de suspense – Eu, minha cara mestiça, sou o que os Volturi vêem em seus piores pesadelos.

E tornou a rir, mais alto e mais estrondosamente, até que o som me engolfou.”

Abri os olhos ofegante e encarei o telhado. Eu suava frio e chorava, exatamente no dia que tia Alice tivera a visão misteriosa. Abracei Caçadora com força contra o peito e olhei ao redor tentando normalizar a respiração e convencer a mim mesma que estava em casa, no meu quarto e não havia nada a temer. O Professor não passava de um fruto da minha imaginação assustada. Mas então porque ele havia insistido em voltar agora que estava tudo bem. Então, parei de respirar, quando minha visão se adaptou ao escuro. No canto do quarto, entre o guarda roupas e a parede, havia um vulto negro. Era mais alto que eu, mas não dava para ter certeza quanto a mais forte. Era um garoto. Feições duras euroupeias e olhos brilhantes na escuridão.

-Q-q-q-quem é você?

Perguntei gaguejando, chamando meu pai por pensamento. Olhei para o meu guarda roupa e por alguns instantes, ainda grogue de sono não entendi o que vi. Todas as portas estavam escancaradas e vazias. Era como se o pesadelo continuasse. Quando abri a boca para gritar por alguém, já que ninguém havia aparecido, ele já estava em cima de mim, pressionando algo contra meu nariz. Procurei desesperadamente algo para usar como arma para me defender. Só encontrei meu pen-drive na mesa de cabeceira que costumava estar atulhada com cadernos, livros, canetas, anotações, fotos e meu computador. Tudo havia sumido e só havia o pen-drive na minha mão. Teria que servir. Usei a parte de metal para atentar contra os braços nus do garoto. Quase sorri ao ouvir a pele se rasgar.

-Merda!

Ele exclamou, apertando mais a mão contra minha boca. Tentei atacá-lo novamente, mas meus braços ficaram moles e o quarto ao meu redor desapareceu.


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Notas finais do capítulo

Agora as coisas começam a esquentar...