A Casa De Klaus escrita por Bellah102


Capítulo 10
Capítulo 9 - Meu primeiro dia na Casa de Klaus


Notas iniciais do capítulo

Olás minhas vampirinhas... Estou com sede... De reviews. Eu sei que eu sou uma escritora ruim, lesada, e malvada com os posts e tudo o mais. Mas será que só por isso mereço leitores tão fantasmas???
Divirtam-se seres ectoplásmicos...



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A manhã outonal amanheceu dourada, reluzindo pelas coníferas ao redor do vale. Acordei com o sol no meu rosto, deixando a parte de dentro das minhas pálpebras vermelhas. Abri os olhos pesados e inchados para encontrar um quarto iluminado, arrumado, de camas feitas e completamente desabitado. Sentei-me na cama, espreguiçando-me ao máximo até estalar as juntar. Mamãe odiava quando eu fazia isso em casa, mas ela não estava ali agora estava? Levantei e vesti a roupa que tinha separado das caixas na noite passada. Arrumei a cama, dobrando as cobertas e lençóis, deixando-as acima da cama de Elena. Abri o fecho e deixei o ar do colchão saindo enquanto deixava o quarto e descia as escadas em espiral até o primeiro andar.

A movimentação no Hall era assustadora comparada à da manhã passada quando eu chegara. Garotos e garotas de cheiros variados mas de idades próximas assistiam aos desenhos de sábado de manhã na super TV, enrolados em mantas de toda uma paleta de cores, comendo cereal em tigelas com estampas diferentes. Meredith encostada à um garoto loiro com um boné de Baseball acenou com a colher. Sorri e respondi com um aceno tímido com a mão, indo em direção às portas brancas da cozinha. Ai, que fome...

Mais pessoas comiam nas mesas pretas e brancas da cozinha, conversando ruidosamente. Ali tinha mais diversidade quanto aos pratos. Elena, Bonnie e Rose preparavam café da manhã, cada uma a sua maneira. Elena batucava na bancada esperando ao lado de dois potes, um de manteiga de amendoim e o outro de geléia, pela torrada que se escondia nos buracos escaldantes da torradeira. Bonnie mexia algo melequento e borbulhante em um dos três fogões industriais, algo que eu percebi que um dia viraria um mingau de aveia e mel. Rose ao lado dela fritava dois ovos e duas tiras de bacon, as torradas e o chá já esperava ao lado dela. Caroline rondava as três, dando pitacos sobre como deviam fazer isso ou aquilo.

-Bom dia.

Saudei, interrompendo a ladainha de Caroline sobre como Bonnie devia mexer o mingau no sentido anti-horário para dar mais consistência ao mingau.

-Bom dia, Nessie – Respondeu Rose sorrindo e pronunciando meu nome com seu sotaque britânico – Dormiu bem?

-Dormir?

Perguntei sarcástica. Ela sorriu novamente e voltou-se para os seus ovos. As torradas de Elena pularam, fazendo tinir a estrutura interna de ferro da torradeira. Quando todas terminaram seus respectivos pratos eu fiz para mim dois pares de panquecas e as espalhei em uma torre, colocando melado por cima e seguindo as meninas até o Hall com as outras pessoas da Casa. Cheiros sobrenaturais voltaram a atingir minhas narinas, cheiros que eu nunca tinha sentido antes. Antes que chegássemos aos sofás, fomos interceptadas por uma vampira que tinha parado nos seus 27 anos.

-Bom dia meninas – Ela saudou com um sorriso – Ouvi dizer que temos uma nova colega.

Elena fez que sim olhando para mim.

-Nessie, essa é minha tia Jenna. Tia Jenna, essa é a Nessie. Ela chegou ontem de manhã.

Dei um aceno tímido a Jenna.

-Por isso sumiram o dia todo ontem?

-Estávamos dando um jeito no quarto dela. Fazia o que? Uns dois anos que Megan se foi? Estava uma bagunça!

Disse Caroline. Jenna fez que sim, parecendo pensativa, mas continuou sorrindo, pelo menos até passar os olhos pelo café de Rose. Ela colocou os braços na cintura, bateu o pé no chão ritmadamente e... Ah não! Era a Cara de Mãe!

-Rose-Marie. O que é isso no seu prato?

Perguntou em tom autoritário. Ela olhou para o prato e para Jenna repetidamente.

-Ovos e bacon.

Respondeu.

-Você por acaso quer ter um infarto?! Com essas coisas entupidoras de artérias?

-Tia Jenna...

Ela miou, mas Jenna não se abrandou e estendeu a mão pedindo o prato. Suspirando derrotada, ela entregou o prato. Jenna o recebeu com uma mão e com a outra pegou a mão de Rose, levando-a de volta para a cozinha. Observei até que desaparecessem por trás das portas brancas.

-Devo me preocupar com Rose?

Perguntei enquanto retomávamos o caminho até os sofás.

-Jenna é a única vampira que você não precisa temer no quesito vampiros plenos.

Disse Bonnie entornando uma colher do seu mingau.

-Ela é realmente minha tia. – Disse Elena – Ela costumava cuidar de mim e dos meus irmãos até que Klaus nos pegasse. Agora ela cuida de todos nós, como a mãe que nunca tivemos.

Eu tenho uma mãe e não é Jenna. E ela vai vir me buscar. Eu sei”. Quando chegamos, descemos os três degraus até o sofá e as pessoas abriram espaço pra nós. Nas telas de 52” polegadas, Tom perseguia Jerry que carregava um pedaço colossal de queijo - que devia ter pelo menos o quádruplo do seu peso - nos braços magrelos. Sentei no cantinho do sofá assistindo por algum tempo Tom se machucando ao tentar capturar o rato para sua dona de grossas pernas negras e meias descombinadas enfiadas nas pantufas amarelas, enquanto comia minhas panquecas quentes.

Rose voltou das portas brancas trazendo ao invés do prato estalando com ovos e bacon sobre torradas, um copo laranja com canudo dobrável. Jenna saiu também, mas tomou rumo à escada de mármore, na qual um homem descia. Eles beijaram-se e ela sorriu de um jeito nada maternal. Não. Ela não era minha mãe. Rose sentou ao meu lado com um suspiro. O cheiro do conteúdo do copo atingiu minhas narinas. Tapei no nariz.

-Jenna me fez tomar sangue para “desintoxicar meu sistema”. Tentei convencê-la de que não tinha comido nada mas ela só encheu o copo e me mandou beber – As meninas riram e Rose olhou para mim, notando meu desconforto – Qual o problema Nessie? Quer um pouco? Eu divido com você, é O-. Todo mundo gosta de O-.

Fiz que não freneticamente.

-Eu não. Só sangue animal.

-Como isso é possível?

Perguntou Elena, mordendo o sanduíche, deixando geléia escorrer pelo queixo.

-Meu pai me ensinou desde pequenininha que se quisesse ser forte e saudável, tinha que beber de engomadinhos dos bancos, e dos caça vampiros que a igreja mandava.

Disse Meredith.

-Só não deixe Tyler descobrir.

Disse Bonnie, provavelmente não vendo porque a situação era tão diferente. É claro. Ela não sabia como era a sede. Arg, mortais!

-O que Tyler Lockwood tem a ver com essa história?

Perguntou Elena em tom de deboche, limpando a geléia do rosto.

-Como assim? Aquele lobisomem é completamente louco por animais! Se fosse você aprenderia a beber sangue humano mesmo.

Balancei a cabeça. Desde o dia que nasci e mordi minha mãe todos me disseram que o que eu fiz era errado, e mesmo que fosse tratada com os sacos de sangue do vovô no início, mamãe e papai logo me ensinaram o frenesi que aquilo causava. Sem contar que eu estava a vida toda sem beber, o que só tornaria tudo pior. Se eu sucumbisse agora talvez nunca mais fosse eu mesma. Talvez nunca mais conseguiria parar.

-Não tenho medo de lobisomens. Não me assustam.

Elas se entreolharam impressionadas e eu as ignorei, prestando atenção à Tom e Jerry correndo ao redor de uma coluna até que Jerry saiu e Tom continuou correndo atrás do nada. Doía pensar em casa, e em todos que deviam estar lá. Será que já tinham dado minha falta a essa altura? Como tia Alice não tinha previsto isso? Como meus pais não sentiram o cheiro de quem levou minhas coisas, fosse Scott ou Elijah? Ou sentido o cheiro do clorofórmio? E os lobos não tinham farejado Scott no caminhão? Parecia um grande truque, digno de Missão Impossível. O momento exato em que as câmeras estavam desligadas, as pessoas distraídas e os guardas apagados.

Doía estar longe deles, de Jake e de casa. Dormir não era a mesma coisa, e manter alguma coisa no estômago parecia um desafio. As meninas eram simpáticas, engraçadas e queriam me ajudar, mas não eram minha família. Jenna tinha um instinto maternal, mas não era minha mãe. Klaus podia ser o dono daquela casa de horrores – e podia dizer ser meu dono – mas jamais seria meu pai. Ouvi passos na escada e me distrai das minhas divagações nostálgicas. Elijah descia com uma cara de poucos amigos, e olheiras profundas que indicavam que ele tinha tido uma noite tão ruim quanto a minha. Ele andou até mim, para a minha surpresa. Depois de me deixar sozinha em um lugar desconhecido, achei que tinha acabado com a nossa convivência.

-Podemos conversar?

Ele pediu com as mãos nos bolsos da jaqueta que ele tinha recuperado do caminhão onde eu deixara. Ele parecia desconfortável sob os olhares das pessoas. Fiz que sim e o segui até o canto mais distante dos sofás.

-Me ensine.

Exigiu sem dizer mais nada.

- O que?

-Me ensine, Nessie, por favor. Quero ser como você. Não quero mais beber sangue humano.

Fiquei quieta por algum tempo, pensando, medindo a verdade de suas palavras. Bem, se ia ter um aliado, era bom que fosse Elijah. Ao que parecia, ele podia sair, e Klaus parecia ter uma estranha confiança nele.

-É... Difícil. Meu avô poderia te ensinar melhor do que eu... Se nós...

-Não podemos sair, já devia saber disso à essa altura. Se sairmos, morreremos.

-Brutal – Comentei. Minha frágil esperança murchava pouco a pouco naquele lugar – Bem, então tá. Você vai ter que ser paciente, não vai ser nada fácil. Meu tio demorou anos até se acostumar. E já aviso, você não vai poder tomar sangue humano. Nunca mais. Entendeu?

Instruí. Ele fez que sim.

-Quando podemos caçar?

-Hoje a noite. Oito horas.

Ele marcou e fiz que sim em concordância. Vendo que ele não tinha mais nada a dizer voltei ao sofá enquanto Elijah fazia seu caminho de volta às escadas, parecendo mais tranquilo. Quando me sentei, voltando às minhas panquecas, os olhares das meninas me seguiram vidrados enquanto minha mão subia e descia da boca até o prato.

-O que foi?

-COMO. ELE. FALA. COM. VOCÊ?!

Perguntou Caroline pausadamente como a típica sulista que era. Todas me olhavam embasbacadas.

-Com a boca. Com a língua. Assim como vocês.

Respondi.

-Suspeitávamos que ele fosse mudo, porque ele não fala com ninguém.

-Nem com Tyler, e eles são amigos.

Acrescentou Rose, com seu sotaque parecendo assustado. Tive que me segurar para não rir.

-Bom, acho que depois que ele me viu nua, se sentiu na obrigação de dizer alguma coisa.

-OQUE?!

Perguntou Caroline, abanando-se como se estivesse sem ar.

-Vocês...

-Nessie!

-Conta tudo!!!

Coloquei o prato no colo e cruzei os braços, irritada. Será que eu tinha cara de safada?! Eu era virgem até a noite passada! Virgem! Havia perdido minha condição contra a minha vontade!

-Parem de pensar besteiras – Reprimi-as, carrancuda – Ele me ajudou depois que Scott... Não quero falar sobre isso.

Um silêncio desconfortável flutuou entre nós. Elena fez que sim.

Mais tarde, voltamos ao meu quarto. Como Caroline tinha dito, para trazer os móveis, precisaríamos de “braços fortes”, e é isso que as meninas foram buscar enquanto eu e Bonnie ficávamos esperando no meu quarto.

-Então, você é a única solteira por aqui?

Perguntei quando chegamos ao quarto. Ela fez que sim, parecendo envergonhada.

-Infelizmente, nós bruxas tendemos a ficar para titias. Eu meio que tenho um lance com o irmão de Elena, mas... Eu não sei. É um rapaz indeciso. Eu meio que tenho que dividi-lo com a irmã psicótica do namorado de Caroline, o que é bem estranho, então resumindo... Eu sou uma loba solitária.

-Entendi. Loba solitária. Parece bom, mas e as outras?

-Bem... Elena namora Stefan, alguém que eu sinceramente viveria sem. Eles se amam e ela é minha melhor amiga, então eu só sorrio e finjo esquecer que um dia ele já foi um grande estripador.

            Fiz que sim para que ela continuasse.

-Elena e Stefan. Antigo estripador. Vou tentar me lembrar disso. Ok, e Rose?

            Bonnie fez uma careta.

            -Hum, história triste. Trevor sempre gostou de Katherine, irmã de Elena, que por sua vez é apaixonada por Stefan, mas está com o irmão dele, Damon para meter ciúmes nele, mas não funciona muito. Entendeu?

            -Não.

            Admiti. Ela fez que sim e suspirou.

            -Também não entenderia se estivesse no seu lugar. Só que para entender tudo você tem que ver tudo como um todo, a maioria se conhecia antes daqui, o que gera um grande e antigo processo emocional que podemos pular nos seus primeiros dias. Então para todos os efeitos, Rose está com Trevor ok? Sempre foram amigos, e estão em um chove e não molha desde que Benjamim Franklin e Rose terminaram.

-Ok, ela me contou essa parte. E quanto à Caroline?

            -Matt. Ele tinha uma queda por Elena, porque eles saíram uns tempos, antes da casa, eles vivam na mesma cidade, são amigos de infância. Mas isso foi antes de Stefan. E torna tudo mais difícil para Caroline. Não se se percebeu, mas ela é a rainha do drama.

-Nem deu para perceber – Eu disse, sarcástica. – Caroline e Matt, drama com Elena. Entendi, e Meredith? Ela parecia feliz.

-Ah Meredith, é a mais sortuda de nós 5. Miles é um ótimo rapaz e cuida muito bem dela. Tem uma aura boa sabe? Eles são perfeitos um para o outro.

Sorri. Perfeitos. Era o que Jake e eu éramos. Perfeitos. Feitos, sob medida, um para o outro. Mas Klaus pos um fim nisso.

-E Nessie?

            Bonnie perguntou, tirando-me dos meus pensamentos sobre tudo o que eu e Jake havíamos, um dia, sido. Agora a única prova que ele não fora uma simples invenção da minha cabeça se encontrava presa à minha garganta.

            -O que foi? O que tem eu?

            -O que tem esse todo misterioso Jacob de quem ela fala tão pouco?

            Falar pouco dele, sim. Mas apenas por falta de como começar, mas sabia que se achasse um ponto de partida, jamais seria capaz de calar a boca sobre ele. Era como uma chuva de verão, que te dá vontade de sair e se molhar, como uma lareira quente lutando contra o inverno frio, como pular na piscina depois de horas ao sol, como pular de bunjee jump e sentir o frio na barriga, e toda a adrenalina percorrer o corpo. Ele era como voar. Era simplesmente... Jacob Black era o paraíso.

            -Jake não é misterioso. E isso é o melhor de tudo. É impossível não gostar dele. Ele é tudo. Estávamos predestinados Bonnie, um pelo outro, desde o dia que nascemos. Eu sei que parece loucura, mas faria sentido se soubesse. – Suspirei – Ele é o amor da minha vida.

            Eu disse, abrindo um sorriso bobo. Deixei-me flutuar com a lembrança dos seus beijos e palavras leves, que me levavam para longe, em outro mundo, onde mestiços, vampiros e lobisomens não existiam. Éramos as únicas pessoas no mundo. Podíamos fazer o que quiséssemos, ir aonde quiséssemos, ser quem quiséssemos e o melhor de tudo, podíamos fazer, ir e ser tudo isso, juntos. Bonnie sorriu.

            -Isso é lindo.

            Ela disse suspirando também. Antes que pudéssemos dizer mais palavras, ouvimos batidas na porta. Quando a abri, uma cômoda flutuante disse oi.

            -Oi.

            Felizmente, um par de pernas vestidas em um jeans preto indicavam que alguém a carregava, então me permiti não pirar.

            -Olá.

            Respondi.

            -Isso está pesado. Posso entrar logo?

            Pediu o móvel que eu havia escolhido no dia anterior. Tive que me segurar para não rir.

            -Claro. Entre, dona cômoda.

            Disse abrindo a porta permitindo sua passagem. Ele entrou.

            -Oi Bonnie.

            -Oi Matt.

            Ela respondeu, arrumando uma bolha no papel de parede.

            -Onde deixo isso?

            Eu não havia pensado nisso, mas rapidamente fiz uma planta mental com os móveis que tinha escolhido, se não ficasse bom eu mudaria de lugar.

            -Coloque na parede do fundo, vai ficar ótimo.

            Matt cambaleou com a pesada cômoda até o fundo do quarto e a pousou no chão com esforço. Então levantou-se e colocou para trás os cabelos louros escuros. Sorriu para Bonnie, que revirou os olhos e sorriu de volta. Então seu olhar azul recaiu sobre mim, analisando-me. Seu cheiro, além do leve aroma do suor que havia produzido para trazer a cômoda até ali, era familiar, mas nem tanto. Cheirava a Jake, mas não cheirava a lobo, como se isso fosse possível. Cheirava a nuvem, pinho e grama. Ninguém disse nada por alguns instantes.

            -Ai que indelicadeza a minha! Matt, nossa nova amiga Nessie. Nessie, esse é o Matt, namorado de Caroline.

            -Oi.

            Respondi oferecendo a mão. Ele a aceitou. Tinha um aperto forte.

            -Olá.

            -Quem quer viajar na cama mágica?

            Perguntou uma outra voz. Dessa vez quando olhei para a porta já aberta, encontrei costas e não um móvel flutuante, o que era um grande começo. Meredith, Elena e Caroline estavam em cima da cama que eu havia escolhido, rindo quando a cama cambaleava e ameaçava derrubar uma delas. Elas abaixaram a cabeça quando a cama passou, apertada, pela porta e logo um outro conjunto de pernas entrou em meu campo de visão em baixo da cama. Mais jeans e tênis.

            -Onde podemos deixar isso?

            Caroline estava a ponto de responder, mas Meredith tapou sua boca.

            -Aonde Nessie?

            Sorri.

            -Ali no canto está ótimo.

            Meredith fez que sim e soltou a boca de Caroline que fez cara feia para ela mostrando a língua.

            -Eu ia dizer isso.

            -Claro que ia.

            Disse Meredith. Juntos, os dois pares de pernas e costas que carregavam a cama deram um jeito de encaixar a cama no canto da cama.

            -Cuidado Stefan, vou ficar preso.

            Reclamou o par de pernas que agora tinha um peitoral, e uma cabeça. A cabeça estava coberta por um boné vermelho e branco de baseball, mas deixava escapar os cabelos louros e os olhos azuis, sem contar no sorriso estonteante e concentrado que estampava enquanto ajudava Stefan a encaixar a cama no canto. Quando se virou, Stefan não tinha nada demais. Comparado à Jake, seu peitoral não era definido o bastante, mas a medida que meu olhar se acostumou a ele, ele até que era bem bonito. Olhos verdes, cabelos castanhos com ouro ao redor parecendo uma coroa.

            -Assim, acho que está bom. – Disse e virou-se para mim – Você deve ser a nossa nova vizinha que Elena falou tanto. Sou Stefan Salvatore.

            Ele disse estendendo a mão, que aceitei. O outro, com um sorriso, se apresentou como Miles. Bonnie tinha razão. Ele tinha mesmo uma aura de felicidade incrível. Diferentemente de Matt, ambos tinham os cheiros âmbares e familiares de mestiços.

            -Muito bem, acho que só faltam... Rose e Trevor?

            - Estavam logo atrás de nós... - Disse Elena indo até a porta – Ah! Lá vêm eles.

            Ela disse abrindo espaço. Quando espiei, uma escrivaninha subia a escada sozinha, até que o corpo de Trevor apareceu empurrando-a, suspendendo-a degrau por degrau. Rose vinha logo atrás com a cadeira de plástico branca equilibrada na cabeça, o tapete enrolado embaixo do braço e a mesa de cabeceira debaixo do outro. Surpreendentemente, todos tinham conseguido trazer tudo em uma só viagem. O meu desejo de ir para casa e para o seio da minha família e do meu namorado era inegável, mas vendo por um lado positivo, já que ia ficar ali por algum tempo... Eu tinha muitos amigos.

            Logo que a escrivaninha estava no lugar, e a mão de Trevor apertada, as meninas deram um jeito de se livrar dos meninos um a um. Elena saiu com Stefan sob o pretexto de “buscar Caçadora” que tinha ficado no quarto dela, mas não voltou até que todas tivessem ido embora, apenas abrindo a porta, dando um sorriso de desculpas e deixando Caçadora ao lado da porta. Às 7:45 eu já havia terminado de desencaixar metade do meu antigo quarto de Forks. Foi difícil, e portanto devagar. Mas até que fui fazendo aquele quarto parecer meu. Achei em uma das caixas, uma foto em que eu e Jake estávamos abraçados. Tínhamos tirado na minha casa. Eu queria uma foto para colocar em um porta retrato para mostrar aos nossos netos um dia, ou talvez os netos dos nossos netos. O sorriso dele nunca doeu tão forte em mim. Será que esse sorriso continuava lá com todas as lágrimas que eu vinha derrubando naquela casa?

            Desci para o andar de baixo para esperar por Elijah. Oito horas ele tinha dito. Íamos caçar.


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Notas finais do capítulo

Há um mundo inteiro esperando por vocês... Vocês só têm que pedir...