POV Percy

Eu tinha terminado de arrumar e limpar a casa e estava sentado no sofá, vendo um álbum de fotos. Um álbum de fotos meu e de Annabeth. Eu nunca admiti, mas eu sentia seu falta e me perguntava quase todos os dias “O que será que Annabeth ia me falar?”. Lágrimas desceram pelo meu rosto.

Toda vez que meus amigos perguntavam se eu sentia falta dela eu respondia “não”, mas na verdade a resposta correta era “sim”. Vi seu rosto sorridente na foto e sorri. Nós éramos tão felizes antes de eu começar a ir a festas. Antes de eu começar a brigar com ela e trata-la como nada.

Coloquei o álbum do meu lado e escorei no sofá olhando para o teto. Porque eu fiz tudo aquilo? Porque eu a traia? Porque eu ficava com outras mulheres mesmo ela me pedindo para ficar em casa? Tantos porquês... mas eu sabia a resposta para todos: Por que eu havia sido um idiota insensível, que nem ela havia me dito.

Liguei a TV, passava um jogo de baseball do New York Yankees, o time favorito dela. Cliquei no botão de favoritos do controle, Discovery Channel, History Channel, Universal Channel, MTV, Multishow, Pay-Per View, entre outros. Grande parte eram os canais que ela gostava.

Desliguei a TV e levantei-me. Fui até a cozinha e peguei um copo d’água, coloquei um pouco do refrigerante que eu tinha comprado e bebi. Olhei para o fogão e lembrei-me de quando eu chegava e a encontrava fazendo o jantar, eu chegava por trás dela e dava um beijo em seu pescoço.

Coloquei o copo na bancada e sentei-me no chão. Mais lágrimas desceram. Toda vez que o telefone tocava eu torcia para ser ela. Toda vez que alguém tocava a campainha eu torcia para ser ela. Eu tinha até parado de ir as festa porque eu tinha cansado daquilo tudo.

Cansado de mentir para mim mesmo que eu não a amava mais. Meu celular tocou e eu atendi sem ânimo.

– Alô?

– Oi amigão! Sou eu o Nico. – Nico falou animado.

– Ah, oi Nico. – falei desanimado.

– Você vai à festa de hoje?

– Não, vou ficar em casa, to cansado, passei o dia arrumando e limpando tudo. – mentira, eu não estava cansado, só queria ficar em casa em paz. Sofrendo em paz.

– Ah, está bem então. Tchau. – sua animação sumiu.

– Tchau. – desliguei o celular e coloquei-o no bolso novamente.

Levantei-me e fui ao banheiro tomar um banho. Precisava relaxar. Tomei meu banho, coloquei meu pijama e deitei na cama. Peguei o travesseiro dela e abracei-o, por incrível que pareça ainda tinha o cheiro dela.

Fechei os olhos e dormi. E tive um sonho estranho.

Eu estava andando no parque quando eu vi Annabeth com uma criança, um bebê na verdade. Ela sorria e brincava com ele, pareciam estar em um piquenique, pois tinha uma cesta de piquenique e um sanduiche com um copo de suco ao seu lado.

Ela se virou e me viu. Abriu a boca e fechou várias vezes e depois ela fez um sinal com a cabeça para ir até ela. E eu fui.

– Oi Percy. – ela falou.

– Oi Annabeth. Como vai?

– Muito bem. – ela estava feliz, e sem mim.

O bebê deu uma risada e deitou no pano do piquenique. Annabeth riu e eu ri também.

– É seu filho? – perguntei enquanto ela levantava-o e colocava-o em seu colo.

– Sim. – ela me olhou.

O bebê pegou um dos seus cachos e começou a brincar com ele.

– Logan! – ela falou rindo um pouco pro bebê, ele riu de novo e colocou as mãozinhas nos olhos. – Você não toma jeito mesmo!

Ele olhou-a, tinhas os olhos acinzentados, mas com um leve tom verde, o cabelo loiro era lisinho. Ela beijou sua testa e colocou-o em pé e ele deu uns pulinhos.

– Quem é o pai?

Mas antes que ela pudesse responder minha pergunta eu acordei ouvindo o telefone tocar. Já era de manhã, eu atendi.

– PEEEERRCYYY!! – Era Rachel.

– Fala sério. – falei sozinho, mas ainda no telefone. – O que você quer Rachel?

– Hmm, nossa, é assim que você trata os outros, que grosso! – revirei os olhos. – Vamos sair hoje?

– Não, me deixa em paz Rachel, não sei por que você insisti. Sabe que eu não vou ficar com você.

– Tudo isso só por causa daquela loira oxigenada! Siga em frente gato!

– Ela não é loira oxigenada sua... sua... aarrrg! Não sei nem do que te chamar! – falei irritado. – Rachel, some da minha vida! Esquece que eu existo e toca a tua vida! – falei e desliguei na cara dela.

E como eu sabia que ela iria ligar novamente tirei o telefone da tomada e fui ao outro telefone bloquei o número dela. Eu só queria um pouco de paz. Queria entender o que aconteceu no meu sonho.

“Será que era isso que ela ia me dizer quando veio aqui da última vez?” perguntei-me. “Será que ela ia me dizer que estava grávida?”. A dor no meu peito aumentou.

Eu já não sabia mais o que fazer...