Anneliese escrita por sih cobain


Capítulo 10
Capítulo 09


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, agora sim um capítulo de verdade para vocês. Recomeçando a escrever, a Anne ainda tem muita surpresa pela frente. :3



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         Já era quinta feira, eu iria embora no domingo. Ora, até que estava passando rápido, e estava tudo indo bem. Eu estava brigada com o meu melhor amigo e havia dado uma fugida com Chad ontem, e provavelmente levaria uma bronca daquelas de Rosemary. Abri os olhos e me levantei rapidamente, sem todo aquele ritual preguiçoso que faço todos os dias. Saí da cama, dando uma olhadinha rápida para a cama de Brian. Claro que ele não estava ali. Tirei minha camisola e vesti uma camiseta e um short, e coloquei o par de sandálias que havia trazido. Saí da barraca, indo em direção a enorme mesa de café da manhã. Não vi Rosemary, nem Brian e nem Chad. Nem Akemi, graças a Deus. Peguei um muppy de maracujá e biscoitos salgados, depois me sentei em uma das pedras que ficavam em volta da fogueira. Dessa noite eu tive um sonho, que nem foi tão estranho assim. Eu estava com Chad, estávamos voando e eu sentia algo quente e felpudo batendo nos meus braços enquanto ele me abraçava. Juro que ainda podia sentir como se nem tivesse sido um sonho. Droga, por que eu estava com esse tipo de coisa na cabeça? Desde ontem tenho tido sonhos e aquele dejavú onde Chad era um... Anjo. Um garoto se sentou ao meu lado, e reconheci ele das minhas aulas de biologia, acho que seu nome era Daniel.

– Você é Anneliese né? – ele disse, tímido. – Vi você sozinha, queria te pedir uma coisa... Na verdade é bem simples.

– Você é Daniel? Acertei? Diga que sim, por favor. – eu corei quando ele arregalou os olhos e riu. – Pode falar.

         Ele mexeu no cabelo curto e loiro, e arrumou as mangas da blusa de lã.

– Na verdade, me chamo Rafael, mas tudo bem. Normalmente confundem nomes que terminam com “el”. – ele disse, descontraído.

– Ah, desculpe. Rafael, isso.

         Certo, eu estava totalmente constrangida por ter esquecido o nome do meu parceiro de biologia, mas deixei passar e pedi que ele dissesse o favor.

– Ah, queria saber se você tem um band-aid. Só isso mesmo, eu caí ontem escalando aquela maldita montanha com a Rosemary, acabei desistindo. Você conseguiu?

         Eles escalaram uma montanha? Quando eu fujo eles fazem coisas divertidas, muito legal da sua parte monitora, vou me vingar. Mentirinha, tenho certeza que andar de skate com Chad, beijá-lo e ouvir ele dizer que me ama foi bem melhor do que escalar uma merda de uma montanha.

– Ahn, acho que eu tenho band-aids sim... O problema é que os únicos que tenho são da Barbie... Sabe como é, meu pai pensa que ainda tenho seis anos. Mas tudo bem, vai ficar uma graça em você.

         Nós rimos e eu o levei até o meu quarto, peguei o band-aid e entreguei. Ele levantou as mangas novamente e colocou no cotovelo, que estava todo arranhado.

– Meu Deus, não acha melhor limpar isso primeiro? – eu disse, enojada.

– Ah, claro. Eu não tenho nada que dê pra limpar isso aqui... – ele disse, e começou a rir.

         Fucei na mala de Brian até achar nossa caixinha de primeiros socorros, e comecei a limpar o machucado nojento do Rafael. Bom, pelo menos isso era menos nojento do que abrir um cadáver de morcego nas aulas, então posso dizer que estávamos acostumados com esse tipo de coisa.

– Obrigada Anne. – ele disse, com o machucado perfeitamente limpo, decorado com um band-aid onde a Barbie tocava uma guitarra rosa. – Vamos repetir a dose, você parece ser mais legal do que eu pensei.

         Respondi qualquer besteira e vi Rafael saindo da barraca, e logo guardei as coisas na minha mochila. Me deitei mais um pouco. O que eu faria hoje? Provavelmente todos iam querer ficar nas barracas depois de uma longa escalada, que droga. Me peguei pensando em Chad. O que ele estaria fazendo agora? Talvez tivesse acabado de acordar. Tivesse tomado um banho e agora estaria colocando uma das suas blusas pretas, cobrindo a sua cicatriz nas costas. E o que seria aquela cicatriz gigante? Acho que eu nunca iria saber. A porta da barraca estava aberta, e vi duas garotas de biquíni indo em direção ao rio. Legal, hoje era o dia da natação no acampamento? Eu nem me lembrava de ter trazido um biquíni. Não, realmente não havia trazido. Saí novamente da barraca e vi que vários garotos e garotas estavam perto do rio, nadando ou tomando um sol que mal existia ali. Avistei Chad sentado em baixo de uma árvore, ouvindo alguma música que eu não podia ouvir de onde estava. Não tenho nada melhor pra fazer né? Decido ir até ele. Mas agora, depois de ouvi-lo dizer que me ama, as coisas não são mais tão fáceis. Minhas pernas estão tremendo e minhas mãos estão suando. Me aproximo, e antes que eu chegue ele se vira na minha direção, com um sorriso vitorioso.

– Não vai colocar seu biquíni? Tem que aproveitar o tempo pra nadar um pouco.

– Ha ha, muito engraçado. – sentei-me ao lado dele, apoiando a cabeça no seu ombro – Eu não trouxe biquíni e só nado se for de moletom e calça jeans. Aliás, não vai colocar uma sunga e ir atrás de umas garotinhas?

         Chad não pareceu feliz com a minha resposta, largou o celular no chão e me encarou, segurando meu queixo e me obrigando a olhá-lo nos olhos.

– Eu não sou um cara qualquer que corre atrás de uma garota qualquer, sabia? Só vou atrás de quem vale a pena, então faça valer à pena.

         Ele me soltou, e logo depois me deu um beijo rápido. Assim que abri os olhos novamente vi várias cabecinhas de garotas irritadas se virando na minha direção, e depois virando pra fofocar qualquer coisa que fosse.

– Desculpe. – eu sussurrei, o que pareceu convencer ele. – Chad, sobre aquela coisa de me amar, estava falando sério?

– Claro que eu estava falando sério, você é um anjo.

– Ah. – pausa pra pensar – Desculpe ter dado aquela resposta idiota. Não que eu não te ache simpático. – ele sorriu, convencido – Só não sei se te amo. Eu nem sei direito o que é o amor.

         Ele apoiou a cabeça na minha e respirou fundo, segurando a minha mão.

– Se você arriscar o que há de mais precioso pra você, e ter certeza de que viveria a eternidade com uma pessoa, pode ter certeza que a ama.

– E você arriscaria o seu bem mais precioso por mim? – perguntei, ofegante. A conversa já estava chegando a ficar desconfortável.

         Chad não respondeu, ficou apenas fitando o sol fraco no horizonte. Quando eu pensei que ele não responderia, ele apertou minha mão e disse:

– Eu já arrisquei. Já perdi tudo por você. Mas agora comecei de novo, e pelo visto está dando certo.

– Peraí, nos conhecemos há menos de duas semanas, o que você arriscou por mim? – meus olhos estavam arregalados, meu coração saltitando. Não consegui ficar parada, me levantei e encarei Chad. Seus olhos quase vermelhos por inteiro, agora me olhando dos pés a cabeça, com aquele sorriso irritante nos lábios.

– Eu já disse. Arrisquei tudo.

         Depois dessa resposta super reveladora – ironia, claro – Chad não disse mais uma palavra sobre o assunto. E eu, como fiquei? Inquieta, curiosa. Sabia que havia algo na minha cabeça que eu não conseguia me lembrar de jeito nenhum, e precisava dessa informação. Ah droga, o que houve comigo?


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Notas finais do capítulo

E aí gente, o que acharam do Rafael? Ele é uma graça né. *-* Qualquer sugestão ou dúvida, só deixar review. beijos ♥



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