Disenchanted escrita por Luana Lee


Capítulo 81
Capítulo 81 - Viagem de Volta


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura! :)



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 Chegamos ao local do show, estava movimentado e parecia lotado. A van teve dificuldades de entrar na garagem subterrânea, ficamos cerca de quinze minutos parados em frente ao lugar para que os seguranças retirassem o pessoal dali para entrarmos.

 Fomos até o camarim, era grande e espaçoso, havia dois sofás grandes, cor de caramelo, um frigobar médio com diversas bebidas e uma mesa cheia de coisas.

 Aviamos feito um show neste mesmo lugar na noite anterior, o lugar estava ainda mais lotado hoje.

 - A outra banda já chegou? – Ray perguntou à organizadora.

 - Sim, eles estão em outro camarim – respondeu a moça, que aparentava ter mais ou menos vinte e cinco anos, tinha cabelos encaracolados e ruivos até os ombros, olhos negros e pele clara.

 A garota verificou uma lista que havia em sua mão e depois saiu do camarim.

 - Bonita – disse Mikey, sorrindo malicioso.

 - Muito – Frank concordou.

 - Depois vocês reclamam que não servem para serem traídos – comentei, jogando-me no sofá.

 - Exatamente, mas não sou eu o traído quando falo que ela é bonita – Frank riu.

 - Claro, a traída é a Diana – disse, estava um pouco indignado.

 - Gerard, isso não é traição – Mikey revirou os olhos.

 Não respondi, eu não via nada de bom nisso. Claro, não era uma traição de fato, mas também não deixava de ser errado.

 A garota entrou no camarim novamente, agora sem a prancheta com a lista.

 - Hora do show – ela sorriu levemente.

 A acompanhamos por um corredor – por onde já havíamos passado na noite anterior – até uma pequena sala, do outro lado da sala havia outra porta, que dava acesso a um corredor de mais ou menos dez metros de comprimento que levava ao palco.

 Podíamos ouvir os gritos dos fãs, a música que vinha do palco – a banda que abriria nosso show já estava quase encerrando.

 Ficamos ali cerca de cinco minutos, logo o vocalista da banda se despediu e eles correram até o corredor, vindo até a sala também – deixando-as ainda mais apertada.

 Agora que eu os via, lembrava-me que já havia visto algumas coisas sobre essa banda, Mindless Self Indulgence. Os integrantes eram... bem, estranhos. Eram dois homens e duas mulheres.

 O vocalista tinha cabelos espetados e altos; o guitarrista tinha cabelos negros – assim como todos da banda, como exceção da baterista – e estava espetado assim como os do vocalista; a baterista tinha cabelos castanhos, presos em marias-chuquinhas altas, nas laterais da cabeça – um tanto diferente – e era um pouquinho mais gordinha; por fim, a baterista também tinha marias-chuquinhas, mas eram mais baixas e “normais”, ela vestia uma roupa de colegial.

 Sim, eles eram estranhos.

 A moça de cabelos vermelhos fez uma apresentação breve entre as duas bandas.

 - Bem, My Chemical Romance, está é a Mindless Self Indulgence; Mindless Self Indulgence, está é a My Chemical Romance – ela disse, gesticulando entre nós conforme nos apresentava. – My Chem, estes são Jimmy Urine, Steve, Righ?, Kitty e Lyn-z – ela apresentou cada um deles.

 Não tivemos muito tempo para isso, logo Frank, Mikey, Ray e eu tivemos que entrar no palco. Era hora do show.

**

 O show fora animado, nossos fãs eram cada vez mais surpreendentes no quesito animação, não tínhamos certeza se merecíamos tanto carinho.

 Voltamos ao camarim e logo fomos até a van, voltando para o hotel. Mais uma vez o tumulto nos atrasou um pouco, mas era legal ouvi-los gritando nossos nomes.

 - Credo, Mikey, você sua de mais! – Frank reclamou enquanto Mikey se sentava ao seu lado na van.

 - Ah, e você está sequinho, não é, Super-Guitarrista-Que-Não-Sua – Mikey ironizou.

 - Estou mais seco que você – Frank retrucou. – Tem tratamento para coisas assim...

 - Cala a boca – Mikey ignorou.

 - Ray, esse cabelo não incomoda um pouco? – Frank perguntou a Ray.

 - Não – Ray respondeu, sem prestar muita atenção.

 - Se você quiser, eu faço um corte mega, Power sexy em você, honey – Mikey falou, fazendo novamente aquela voz afeminada e pegando nas pontas dos cabelos de Ray.

 - Não, obrigado – Ray deu uma leve risada, mas não tinha muita graça.

 Chegamos ao hotel e subimos para nossos quartos, eu estava realmente cansado. Tomei um banho quente e demorado. Depois do banho vesti uma bermuda qualquer e deitei em minha cama.

 Liguei para Layla novamente, ela não demorou a atender.

 - Oi, acordei você? – perguntei.

 - Não, eu estava acordada – ela respondeu.

 Eu podia ouvir um choro no fundo.

 - Qual deles está chorando? – perguntei, rindo.

 - Arthur – ela disse. – Ele parece estar com cólicas, minha mãe me ensinou uma espécie de massagem que pode resolver isso.

 - Está resolvendo?

 - Não – ela riu.

 - Manda um beijo meu para eles – falei, rindo.

 - Pode deixar.

 - Alguma novidade?

 Ela ficou em silêncio, estaria pensando?

 - Não – ela respondeu, nervosa.

 - Okay – deixei passar, afinal, ela me contaria se estivesse acontecendo algo, não é? – Durmam bem.

 - Você também – ela respondeu, sua voz doce novamente.

 - Beijo – disse.

 - Beijo...

 Desliguei o celular e liguei a televisão, logo adormeci.

***

Layla’s P.O.V.

 Eu escondera o acontecido com o carro de Gerard, não o falei nada, estava com medo de sua reação.

 Ele me mataria, mataria a pessoa que fizera isso, mataria o porteiro por não ter visto quem foi, mataria qualquer pessoa que passasse por sua frente, mataria até os policiais que tentassem o prender por estar matando todo o mundo. Gerard viraria um assassino em massa.

 Consegui finalmente fazer Arthur dormir, ele estava com cólicas e chorava mais do que Helena em seus dias mais estressantes.

 Eu já estava pronta para dormir, então simplesmente me joguei na cama e adormeci.

*

X – x Dois Dias Depois x – X

 Em todos os telefonemas que Gerard fizera para mim – que foram muitos –, eu não tive coragem de falar sobre o carro. Eu tinha amor à minha vida agora, não queria morrer.

 Mas eu não tinha mais muito tempo de vida, ele voltaria hoje à noite, e eu não fazia ideia de como reagiria ao ver o seu carro mutilado no estacionamento. Ou melhor, fazia ideia, sim. Ele me mataria.

 Eram quatro da tarde, eles pegariam o avião em Los Angeles por volta das cinco horas da noite, estariam chegando entre dez e onze horas da noite.

 Ele me ligou do aeroporto.

 - Estamos na fila para o check-in – ele disse. – A fila está enorme, tem algumas fãs gritando há alguns metros de distância.

 - Eu estou ouvindo – falei, rindo.

 - Frank está sorrindo e saltitando enquanto acena para elas – ele riu.

 - Ele é um lindo e divertido gnomo – respondi.

 - Lindo? – ele perguntou, sério.

 - Meu ciumentinho – ri. – Ele é um Imã da Paixão, é óbvio que é lindo! Mas você também é!

 - Tenho que desligar agora – ele disse. – A fila está andando.

 - Okay, nos vemos à noite – disse.

 - Beijo – disse Gerard.

 - Beijo – falei, desligando.

 Faltavam poucas horas para a minha morte, e eu tinha que fingir que estava tudo bem. Meu coração estava palpitando rápido.

***

Gerard’s P.O.V.

 Estávamos indo para a sala de embarque, esperaríamos por algum tempo lá. Muitas garotas gritavam enquanto estávamos passando por elas para ir até lá, alguns seguranças nos acompanhavam para tentar impedir que elas nos esmagassem.

 Esses dias haviam sido legais, mas nada se comparava a voltar para casa.

 Quando chegamos à sala de embarque, ficamos surpresos ao ver os integrantes da Mindless Self Indulgence ali, eles não pareceram ficar surpresos, nos cumprimentaram animadamente.

 - Estão indo para Nova York? – Frank perguntou.

 - Sim, somos de lá também – Jimmy respondeu.

 Eu ainda ficava um pouco perplexo com a aparência deles, afinal, eles não eram estranhos apenas nos shows, eram assim no dia-a-dia também.

 Sentamos ao lado deles e continuamos conversando, não nos sentaríamos próximos no avião, então era provável que demorássemos a nos ver novamente.

 Lyn-Z, que na verdade de chamava Lindsey, era a que mais puxava conversa comigo, isso era estranho, nós não nos conhecíamos, mas ela parecia se interessar muito pelo o que eu podia ter a falar.

 - Bem, quantos anos você tem? – ela perguntou, sorridente.

 - Trinta – respondi. – E você?

 - Vinte e oito – ela respondeu, sorrindo mais ainda. - Casado? Solteiro? Namorando?

 Não pude conter o riso ao ouvir essa pergunta.

 - Casado – respondi.

 - Ah – ela disse apenas, perdendo o sorriso e virando-se para frente, parando de falar.

 Bem, não puxei assunto com ela, afinal, fora ela quem mudara assim, de repente.

 Logo nosso vôo foi chamado, nos despedimos rapidamente – Lindsey apenas me disse um breve “tchau” – e fomos para o avião.

*

 - Gerard, o que foi aquilo no aeroporto? – perguntou Mikey.

 Estávamos nós quatro sentados lado a lado no avião.

 - Está falando de que? – perguntei, confuso.

 - De você a da Lyn-Z... – ele riu. – Você magoou a coitada!

 - Cala a boca, Mikey! Estávamos apenas conversando – retruquei.

 - Uhum... Okay – ele foi irônico. – Layla vai gostar de saber disso...

 O encarei com raiva, ele sabia me irritar.

 - Trocaram telefones pelo menos? – Frank riu.

 - Não – rosnei.

 - Que pena – ele ironizou.

 Apenas ignorei, revirando os olhos.

 Seria uma viagem longa, e se eles ficassem me irritando com esse assunto, eu os mataria, simples assim.

 Não via a hora de chegar em casa, queria tranquilidade.


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Notas finais do capítulo

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