Disenchanted escrita por Luana Lee


Capítulo 80
Capítulo 80 - Entre Amigos


Notas iniciais do capítulo

Bem, teve o capítulo "Entre Amigas", este é o "Entre Amigos"... Ou seja, tem a parte entre os nossos lindinhos se divertindo.. kkkkkkkk' Boa Leitura.



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 Dois dias haviam se passado, as coisas estavam sob controle com casa, mas eu não tinha tempo de organizar o apartamento, já que me revezava entre cuidar dos bebês e dormir, e ainda tinha Gerard, que ligava a cada trinta minutos.

 Diana veio me visitar, trouxe Alice com sigo. Passamos a tarde conversando e comendo porcarias – ainda agíamos como adolescentes. Quando nos demos conta já passavam das nove horas da noite.

 - Oh, preciso ir – ela disse, levantando-se do sofá. – Tenho que dar banho em Alice, arrumar o apartamento, ligar para Frank, enfim...

 - Deixe que eu a levo – me ofereci.

 - Não, Layla, eu pego um táxi – ela sorriu.

 - Não, já é tarde, eu levo vocês – falei, já pegando a chave do carro. – Assim aproveito e dou uma volta com Arth e Helie.

 Coloquei um macacãozinho azul escuro em Arthur, e uma toquinha de lã – sim, estávamos em uma estação quente, mas eu era super-protetora. Em Helena coloquei uma calça de malha branca e um casaquinho rosa, sem esquecer da toquinha de lã rosa também.

 Não me dei ao trabalho de colocá-los nos carrinhos, provavelmente eu nem sairia do carro, e se saísse, era apenas para ir ao apartamento de Diana.

 Descemos até o estacionamento, fomos rapidamente até o Audi de Gerard.

 Diana me ajudou a colocá-los nas cadeirinhas, ela havia trazido o bebê-conforto de Alice, então a colocamos nele, no banco de trás do carro, ao lado de Arth e Helie.

 Dirigi com calma pelo trânsito movimentado, mesmo sendo apenas uma quarta-feira à noite as ruas eram cheias de carros.

 Parei em frente ao prédio de Diana e Frank mais ou menos meia-hora depois de sairmos de meu prédio.

 Diana insistiu para que eu subisse um pouco, acabei aceitando. Tiramos Arthur e Helena das cadeirinhas e subimos.

 Fiquei cerca de meia-hora com ela, tomamos uma xícara de café e conversamos mais um pouco, até que o interfone tocou.

 Diana atendeu o interfone e conversou com o porteiro, ela pareceu ficar assustada, logo desligou.

 - Layla, acho melhor irmos lá em baixo – ela disse, espantada. – Deixe Arth e Helie no berço de Alice, os três são pequeninhos e cabem.

 Deixei-os lá e descemos rapidamente, ela não me disse o que o porteiro falara a ela.

 Fomos até a portaria e o senhor, que aparentava uns sessenta anos, nos abordou.

 - O que aconteceu? – perguntei ao porteiro.

 - Eu ouvi um estrondo vindo da frente do prédio, corri até lá para ver o que era, e fiquei muito assustado quando vi – disse o porteiro.

 Ele nos levou até a frente do prédio e logo pude ver de que ele falava.

 O Audi que até alguns minutos estava perfeito, agora se encontrava com um amassado na lateral esquerda do pára-choque e um arranhão enorme – e aparentemente proposital – na lateral esquerda.

 - Gerard vai me matar – falei, assombrada com a imagem.

 Esse carro era a verdadeira paixão, ou melhor, a obsessão de Gerard, ele o lavava e polia três vezes por semana, provavelmente ele amava aquele carro mais do que a mim.

 - Quem poderia ter feito isso? – Diana ficou espantada.

 - Não faço ideia – respondi.

 - Eu não vi o momento em que fizeram isso, mas uma coisa eu posso garantir, foi proposital – disse o porteiro, afirmando ainda mais as minhas suspeitas.

 O celular em meu bolso começou a tocar, podia até adivinhar quem era.

 - Oi, Gee – atendi, sem emoção na voz.

 - Oi, amo! Tudo bem? – ele perguntou, animado.

 - Uhum... – murmurei, sentando em um dos degraus que ligavam a portaria do prédio à calçada.

 - Sua voz está estranha, aconteceu alguma coisa com os bebês? – ele ficou nervoso.

 - Não, eles estão bem – respondi.

 - Tem certeza? Não esconda nada de mim, Layla! – ele estava exaltado.

 - Não estou escondendo – bem, não era uma mentira completa, ele perguntava sobre os bebês, não sobre o carro.

 Conversei com ele por alguns minutos, não disse nada sobre o carro, queria prolongar mais os meus momentos de vida.

 Subi novamente ao apartamento com Diana, peguei Arthur e Helena – que dormiam – e me despedi. Fui até o carro – mutilado, cheguei a ficar com pena dele – e o liguei.

 Dirigi rapidamente até meu prédio e o estacionei em nossa vaga – minha vontade era estacionar na vaga mais escondida possível, mas elas eram marcadas ali.

*

 Botei os bebês em seus berços e fui tomar um banho frio, fiquei cerca de uma hora deixando a água escorrer por minha pele, rezando para que no dia seguinte o carro se encontrasse perfeitamente como antes na vaga.

 Seria difícil contar isso a Gerard, ele provavelmente me enforcaria, ou teria um colapso nervoso.

*

Gerard’s P.O.V.

 Layla estava estranha no telefone, eu estava agoniado com isso, será que havia acontecido algo com os bebês? Com ela? Com alguém? Com algo?

 - Diana estava com ela? – Frank perguntou.

 - Sim – respondi.

 - Talvez elas estivessem aprontando algo – ele pensou.

 - Por exemplo...? – perguntei.

 - Elas podiam estar em uma festa para mulheres com gogo-boys tirando as roupas na frente delas... E elas colocando dinheiro nas sungas deles, passando as mãos naqueles abdomens sarados... Gritando histericamente com eles rebolando... Botando chifres em vocês... – disse Ray, com um sorriso perverso.

 - Cala a sua boca, por favor – disse Frank, olhando-o com raiva.

 - Eu e a Layla temos bebês, ela não pode levá-los a esses lugares – eu disse, sem emoção na voz.

 - E você acha mesmo que ela os levaria? – Ray riu irônico. – Ela deve tê-los deixado com uma babá e ido curtir a “solidão” – ele fez aspas no ar.

 O encarei, perplexo pelo seu raciocínio.

 - Qual o seu problema? – Mikey perguntou a Ray, semicerrando os olhos.

 - Apenas estou sendo sincero – Ray sorriu, irônico.

 - Calem a boca! – Frank ficou histérico. – E se for isso, Gerard? E se elas estiverem fazendo isso ou algo parecido?

 Ele se ajoelhou aos pés da minha cama, enterrando o rosto entre as mãos.

 - Eu não tenho vocação para ser marido traído! – ele rosnou.

 - Não somos traídos – falei, olhando-o assombrado por sua reação.

 - Pelo menos é o que nós pensamos... – Ray disse, botando mais lenha na fogueira.

 - Cala a boca, Ray! – Frank, Mikey e eu falamos em uníssono.

 - Senhores Sem Humor – ele revirou os olhos.

 - Sem falar que se... Eu disse se – Mikey enfatizou a palavra – elas fossem em um lugar assim, levariam Michele junto – ele sorriu, vitorioso.

 - Michele não iria em um lugar assim – Ray o encarou irritado.

 - Leticia também não – Mikey retrucou.

 - Muito menos Diana! – Frank disse, levantando o rosto e cuspindo as palavras.

 Espere um pouco... Ele estava chorando? Encaramos Frank com olhos arregalados e boquiabertos, precisava de tudo isso mesmo?

 - Será que podemos dizer o mesmo de Layla? – Ray provocou-me.

 - Você tirou o dia para me irritar, não é? – falei para ele.

 - Olha, vamos manter a calma – disse Mikey, mais diretamente para Frank. – Vamos nos arrumar por que temos um show daqui a pouco, e isso é mais importante.

 - Oh, o Mikey pensa – Ray riu novamente.

 - Eu sinceramente acho que você andou usando alguma droga – Frank disse a Ray, levantando-se do chão.

 Ray apenas revirou os olhos, girando na cadeira acolchoada que ficava ao lado de uma escrivaninha.

*

 Fomos cada um para seus respectivos quartos para nos arrumarmos – menos eu, que já me encontrava no meu.

 Vesti uma camisa social preta, um colete também preto – eu adorava esses coletes. Vesti uma calça também social da mesma cor. Para finalizar, coloquei uma gravata – preta, para variar – e pronto, estava pronto para o show – literalmente.

 Fui até o corredor, não havia ninguém por perto então resolvi fazer algo que não fazia há alguns meses. Acendi um cigarro.

 Caminhei alguns metros e pulei ao ouvir uma voz atrás de mim.

 - Fumando, Senhor Gerard? – disse Mikey, encostado na porta de seu quarto.

 - Você quer me matar do coração? – arfei.

 - Não, mas se você não parar de fumar é desse jeito que você vai morrer – ele disse, arrancando o cigarro de minha mão.

 - É só um, não vai mudar nada – falei, revirando os olhos.

 - Você estava há quase um ano sem essa porcaria, por que começou? É a solidão? Compra um gato pra se ocupar com alguma coisa... Cheiro de cigarro é nojento, seus filhos não vão querer chegar perto de você, Gerard!

 Eu estava recebendo sermões de meu irmão mais novo? Era isso mesmo? Ouvi por alguns instantes o que ele tinha para dizer.

 - Terminou? – perguntei quando ele parou.

 - Sim – ele estufou o peito, orgulhoso de seu breve discurso.

 - Okay, então tchau – falei, pegando o cigarro novamente e colocando na boca.

 Andei novamente pelo corredor, ignorando o discurso de “não fume, você pode morrer de infarto” de meu irmão.

 Fui até térreo do hotel, havia um hall com café, bebidas e guloseimas lá. Sentei em uma das cadeiras altas próximas ao balcão e pedi um café.

 Fiquei ali terminando meu cigarro e bebendo meu café, faltavam cerca de uma hora para o show.

 - Pensando na vida? – Frank sentou ao meu lado.

 - Não, eu não estava pensando em nada – respondi, apagando meu cigarro no cinzeiro.

 - Elas não estão traindo a gente... – Frank disse, como se me tranqüilizasse.

 - Eu sei – dei uma leve risada.

 - Já ficou sabendo qual banda vai abrir nosso show? – ele perguntou.

 - Não – falei, estava meio dopado, isso acontecia quando eu voltava a fumar.

 - Mindles Self Indulgence – Frank falou, lendo em uma colinha na mão.

 - Hum... – falei simplesmente. – Banda nova?

 - Acho que não... – ele riu. – Mas não é muito famosa.

 - Isso explica... – eu ri.

 - Precisamos ir – disse Mikey, aparecendo no meio de mim e Frank, colocando os braços em volta de nossos pescoços e amassando nossos rostos contra o seu.

 - Você é muito gay – Frank resmungou, se soltando.

 - Não me magoe, Frankito – Mikey disse, fazendo uma voz “afeminada” e colocando as mãos na cintura, como uma mulher irritada.

 - Vamos parar com isso e vamos para o show – falei, descendo do banco.

 Fomos todos até a van que nos esperava na frente do hotel, Ray já estava lá, ele conversava animadamente com o motorista.

 Enfrentamos o tumulto de fãs na frente do hotel, haviam seguranças ali que fizeram uma corrente a nossa volta para impedir que elas nos tocasse, mas mesmo assim ainda pudemos sentir alguns puxões nas roupas, cabelos, tapas em lugares inapropriados, enfim...

 - Preparados para o show? – Ray perguntou enquanto entrávamos.

 - Sempre – disse Mikey, dando um grito de “uhul” para machucar nossos ouvidos.

 - Mikey, eu preciso de meus ouvidos para tocar – disse Frank, tampando os ouvidos.

 - E eu preciso ouvir para poder cantar – falei, fazendo o mesmo.

 - Frescos... – Mikey disse.

 Ele estava sentado ao meu lado, então foi fácil praticar a minha vingança. Dei um tapa atrás de sua cabeça, ele deu um grito de “ai” e me encarou perplexo.

 - Você não faz isso desde quando eu tinha uns dez anos – ele disse.

 - Pois é, mas você estava merecendo – falei, dando de ombros.

 Rumamos ao local do show, Frank e Ray ficaram cantando o caminho inteiro, desafinados, mas eram engraçados.


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Notas finais do capítulo

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