Dois dias se passaram, dois dias sem descanso, para Lohan e os Assassinos essa seria uma viagem difícil para a nossa Escolhida. Porém, Lydia era muito mais forte e resistente do que pensavam. Ela até preferiu não contar que não sentia mais nenhuma dor, devido ao enorme escudo de proteção que todos faziam sobre ela. Mesmo se Lydia dissesse a verdade, ela sabia que eles iam insistir em dizer que ela precisaria de descanso e ficar imóvel até quando chegarem em Cammelot.

Ou seja, a única coisa que lhe restava era esperar, esperar que aquela viagem acabasse o mais rápido possível.

__ Kay, falta muito ? __ disse exausta.

__ Você já fez essa pergunta umas vinte vezes, e a última vez foi há três minutos atrás... __ disse Kay, praticamente implorando que ela parasse de falar por enquanto. __ Não se preocupe tagarela, logo estaremos em Cammelot.

__ E chegaremos antes de Goddrick. __ afirma Safir.

__ Como você pode ter tanta certeza ? __ ela pergunta.

__ Boa parte do exército dele não são muito resistentes ao Sol, eles só viajam à noite.

__ Como assim, Safir ? Se eles fossem tão vulneráveis, por que eles nos atacaram durante o dia em casa e na Campina ?

__ Já disse, alguns deles são muito mais fortes à noite. Isso significa que seria arriscado que toda a tropa viajasse durante o dia. Em tempos como este, até mesmo Goddrick prefere agir com cautela. __ disse Safir para por um fim a toda essas perguntas.

Lydia percebia que estava incomodando a todos com suas perguntas, mas ela simplesmente não conseguia evitar. Sua mente, sua alma, tudo se voltava a suas preocupações, ao seu sonho com Merlin e Oreon, e o que ela terá que fazer para concluir sua Profecia. A jovem guardava um turbilhão de curiosidades sobre seu passado, presente e futuro, o que ela mais desejava era ter todas as dúvidas esclarecidas. E pelo o que pode entender, através de seu sonho, sobre Merlin, ela tinha quase certeza de que ele seria a pessoa certa para respondê-las.

Enquanto se prendia em seu mundo de dúvidas e incertezas, Lydia nem percebera o quanto eles já estavam próximos de seu destino.

__ Enfim chegamos. Não precisa mais perguntar, Peter. __ avisa Mordred.

Lydia se depara com a vista de Cammelot, localizada em uma enorme clareira no meio de uma vasta floresta, ficou deslumbrada com a beleza da delicadeza dos castelos e com a simplicidade das moradas dos camponeses. Aquele reino conseguia de alguma forma trazer a Lydia uma sensação, a qual que era incapaz de sentir livremente há muito tempo, a paz.

__ Agora, lembrem-se, eles não podem nos reconhecer por enquanto. Ouviram rapazes ? __ Mordred pergunta para seus parceiros, e coloca um capuz velho preto sob a cabeça. Leonel, Safir e Kay fazem o mesmo. __ Acho, que seria muito mais educado se você, Lohan, assumisse uma forma mais “humana”. __ Lohan concorda, e deixa que Lydia dessa de suas costas para ficar em sua outra forma.

Eles se aproximam da entrada principal, um portão de madeira com mais de dez metros de altura, Mordred fica na frente de todos, e após avistar os vigias da entrada de Cammelot, que haviam notado sua presença, ele se curva e diz palavras desconhecidas para os vigias:

__ Ego solemniter iurare, mersisse legem Excalibur omnes inimicos rex.

Lydia não consegue entender o que aquele código significava, mas acabou se contentando em ficar sem essa resposta ao ver que os vigias tinham aberto o portão para eles. Ao entrarem, Leonel faz uma pequena saudação à sua “pequena” aprendiz:

__ Seja bem-vinda ao nosso mundo, Peter.

Ele tinha razão, essa é a primeira vez que Lydia teve a oportunidade de conhecer outros humanos, desta vez, ela estava em dos principais território deles. Sendo que parte de sua existência pulsava como a de um humano, graças a sua mãe, Genebra.

Genebra, aquele nome trazia consigo muitas perguntas para Lydia. Embora soubesse que nenhum de seus mestres ousariam respondê-las, ela não conseguia controlar a ansiedade que sentia por não saber sobre seu passado.

Enquanto caminhavam pelas belas praças, Lydia se deparou com um jovem camponês que a observava ao lado de um estábulo. Ele parecia ser muito novo, devido a altura que apresentava, de longe, parecia que ele não alcançaria nem os cotovelos de Lydia por ser tão pequeno. Tinha os cabelos castanhos claros, com algumas ondas que moldavam suas pontas, que combinavam com seus olhos castanhos intensamente escuros. Não parecia ser forte, não que ele fosse muito magro, mas não tinha músculos muito visíveis como os de seu irmão ou os de seus mestres. Ele parecia ser realmente um menino muito frágil, o que fazia com a curiosidade da ruiva crescesse ainda mais. O que é que um pequeno garotinho estaria fazendo em um estábulo ? Trabalhando ? Não podia ser, era muito frágil para isso...

Mesmo com essas dúvidas a respeito do garoto, ela decide perguntar algo já sabia, mas que queria ter certeza de que estava certa, Lydia fica há três metros de distância dele, com a cabeça baixa, ela pergunta com a voz mais grossa que pode:

__ Este era o reino da Rainha Genebra ?

O camponês tenta se aproximar mas reconhece Lohan. Ele se curva em frente aos dois e a responde:

__ Sim, senhor. A nossa adorável Rainha Genebra morava muito bem aqui, ela amava todos nós... __ com os olhos voltados a Lohan, ele prossegue com a voz um pouco mais fraca. __ É muito bom saber que você ainda está vivo... Demônio...

Lohan se irrita e decidi chutá-lo, mas um homem o impede:

__ Pare, Lohan ! Lembre-se do quanto você é diferente daqueles monstros. Está entendendo ? __ o homem levanta o garoto com uma mão, ele parece zangado com a atitude dele.

O homem era alto e muito forte, parecia ser até mais forte do que Safir, ainda mais com todo aquele traje.__ roupas grossas e macias, porém revestidas de uma armadura um pouco fina de correntes de prata que sobressaltavam em cada canto, em cada abertura de seu traje. Ele era tingido por uma cor grená e com alguns detalhes de dourado bordados à mão, inclusive um brasão que ficava brilhando sobre toda a parte em que o traje cobria de sua cintura até o extremo de peitoral, era o brasão do Rei, o brasão da Távola Redonda. __ Ele até se parecia com o jovem camponês, tinha os mesmos cabelos, mas seu rosto era mais aberto e pálido, além de sua notável cicatriz que começava debaixo do olho direito, e só terminava no canto direito do lábio superior.

__ Quem é o senhor ? __ pergunta Lydia.

__ Eu ? Sou o Lancelot de Benoíc. Sou o mestre de armas do Rei, e o seu melhor cavaleiro. __ por um instante, Lydia o achou convencido demais, porém confiável. __ Eu treinei esse jovem soldado, certo Lohan ?

__ Sim, mestre. E o senhor me ensinou muito bem. __ e Lydia pensava que só ela falava assim para os seus mestres. __ Meu mestre, nós precisamos entrar em contato com o Mago Merlin. Temos um aviso de grande interesse para ele e para o Rei.

__ Mesmo que você seja um dos nossos soldados, eu não posso autorizar que você e mais cinco estranhos entrem no castelo. São ordens do próprio Rei... Os tempos estão difíceis, e os impostores estão aumentando com todas essas batalhas. Assim como os espiões... __ aqueles olhos castanhos já expressavam o que aconteceria depois. Lancelot solta o menino, que corre para dentro do estábulo. O soldado estala os dedos com um sorriso torto e frio, e em questão de segundos, mais de vinte soldados surgem ao redor deles.

__ Vocês não entendem ! Eu preciso falar com o Merlin ! Se não acreditarem em mim, todos vocês estarão em grande perigo ! __ Lydia acaba liberando uma voz fina e alta de tanta aflição. Ao perceber, ela tampa sua boca com todas as suas forças, mas sabe que já era tarde demais para tentar disfarçar.

__ Então você encontrou uma companheira, soldado Lohan ? Interessante...

__ Já chega, Lancelot. Eu sempre digo para você ter mais cuidado com suas ações. Mas vejo que avisá-lo, infelizmente, não é suficiente... __ um senhor de vestes longas e azuis se aproxima, era Merlin. __ Todos vocês estão dispensados, estes são os meus bravos convidados. Não são nenhuma ameaça.

__ Merlin... __ diz Lydia, sem se importar em mostrar sua voz.

__ Olá, minha cara. Como tem passado ? __ diz com um delicado sorriso.

__ Acho que nem preciso respondê-lo Merlin. Você já deve saber.

__ Ora, ora... Você tem razão. Você é uma mulher extremamente inteligente, eu suponho. __ Merlin cumprimenta os outros, e retorna a falar. __ Bem, como você mesma disse, eu já sei de tudo. Mas há uma pessoa, que mais do ninguém, precisa de suas visões. Ah, antes que eu me esqueça, peço-lhes que retirem seus capuzes, menos você Lydia. Há muitas pessoas que não compreenderão a sua natureza. Mas, posso garantir que Mordred Luwddoc, Safir Daiggor, Leonel Callaspin e Kay de Marlory estarão seguros em mostrarem seus rostos, contanto que estejam ao meu lado durante todo o processo. A ajuda de vocês quatro é indispensável.

Eles concordam, e ao deixarem seus rostos à mostra, não puderam deixar de notar o espanto e fúria de quem os reconheciam. Lydia se impressiona com a atitude dos soldados e camponeses, mas não pode dizer nada a respeito. Se fizesse, talvez ia acabar deixando que descobrissem sua natureza, e isso causaria muito mais transtorno e medo do que eles viam agora.

Ao entrarem no castelo, Lydia se deslumbrava com tamanha beleza. Havia tantos detalhes, tantas flores, tantos quadros, tantos tapetes e lustres, tudo aquilo fazia parte de um lado da vida que Lydia nunca conseguiu imaginar, o conforto, o luxo e o sossego de estar em um lugar tão maravilhoso e seguro como aquele.

Agora, todos se deparavam com uma porta de madeira,esculpida com

pequenos detalhes de flores nas laterais e com o brasão do Rei no meio. Merlin bate cautelosamente na porta, à espera de uma resposta. Poucos instantes depois, a porta se abre vagarosamente, emitindo um pequeno rangido. Um homem estava do outro lado da porta, um homem loiro e de olhos azuis, com um sorriso deslumbrante e carinhoso. Ele parecia estar feliz em ver Merlin, mas seu sorriso rapidamente diminuiu ao notar a presença dos quatro “Assassinos”. Lydia se paralisou em ver aquele rosto, por algum motivo ela se sentia conectada a ele, mas não conseguia entender o que os conectaria daquele jeito.

    __ O que é que esses impostores fazem aqui, Merlin ? O que significa tudo isso ?__ pergunta o homem as sobrancelhas cerradas, mostrando a indignação de ver aquelas pessoas novamente.

   __ Acalme-se, Arthur. Eles nunca foram o que todos passaram a pensar. Não os culpem por serem leais à amizade. __ responde Merlin. __ E eles trouxeram uma pessoa muito importante para todos nós, que tem uma mensagem para você. Deixe-nos entrar em seus aposentos ?

   __ Entrem... Bem, o que é, soldado Lohan ? Alguma notícia de Goddrick ? Ele ainda está invadindo os Abissais ?

   __ Me desculpe, Majestade. Mas, o Mago Merlin não estava se referindo a minha pessoa. __ responde Lohan, se curvando para reverenciá-lo.

   Arthur põe seus olhos para a única pessoa que restava, ele parecia curioso para saber o que havia por debaixo daquela capa. E sentia que reconhecia aquela pessoa de algum lugar.

   __ Então, o mensageiro é você, jovem camponês ? O que deseja me contar?

   Lydia olhou para Mordred, que confirmou com seus olhos de ela podia ser ela mesma naquele momento. Depois de respirar fundo, ela procurou por palavras para explicar tudo o que havia sonhado.

   __ O seu reino logo estará em perigo. Antes do anoitecer, toda a tropa de Goddrick estará aqui, eu acho.

   No início, Arthur nem tinha prestado atenção, mas quando percebeu que ela tinha a voz e a postura muito parecidas com as de Genebra, ele imediatamente  arrancou o capa verde de Lydia. Ela se surpreendeu, jamais pensou que ele faria algo, além do mais, ela sabe que sua aparência não é como a de uma humana e que boa parte dela se parecia com seu pai.

   __ Mas o que é você ?! Isto aqui é uma piada, Merlin ? Vocês acharam que eu me sentiria bem depois que eu ouvisse uma criatura imitar a voz da minha Genebra ?! Tirem ela daqui agora !

   __ Arthur ! Não a reconhece ? __ pergunta Merlin, enlouquecido ao ver o quanto o Rei estava cego de tristeza, a ponto de reconhecer Lydia como filha de Genebra.

   __ Não a reconheço, e nem sei o que ela é. Só sei que ela é uma cópia muito mal feita de Genebra.

   __ Retire suas palavras, Majestade ! Eu não perdoarei ninguém que insulte a minha irmã. __ Lohan empurra Lydia para trás, mas ela queria responder a todas as palavras do Rei.

   __ Eu entendo o que disse, e sinceramente, estou muito feliz em saber que o meu jeito de falar e minha postura são iguais aos dela. __ disse com a voz roca, seus olhos começaram a lacrimejar de felicidade.

   __ Não mencione a minha falecida esposa desse jeito sua Doppelganger !

   __ Senhor, eu não sou nenhuma Doppelganger. Eu sou uma cópia de ninguém, eu só...

   __ Merlin, tire essa Doppelganger daqui antes que eu a expulse com a minha Excalibur.

   __ Eu sou a filha da Rainha Genebra ! __ Lydia não conseguiu evitar, não conseguia suportar ouvir alguém dizendo que o passado dela não era aquele, pois ela acreditava mais do qualquer um de que aquela era o único fato sobre seu passado de que ela tinha absoluta certeza de que era verdadeiro.

   __ Como ousa em dizer o nome dela, sua Doppelganger ?

   __ Pare com isso seu... Seu, seu ignorante ! __ lágrimas caiam, e Lydia ficavam ainda mais nervosa em ver o quanto aquele rei estava pretendendo em não ouvi-la. __ Em pensar que todos, inclusive Astrides, falavam do quanto você era atencioso e nobre... Por que você simplesmente não me ouve ?!

    __ Você conhece Astrides ?

    __ Conheço sim, ela sempre me criou, até um dia em que tive que ser treinada pelos seus “impostores”.

   __ Então você é uma Doppelganger diferente. Talvez você seja um demônio confiável, como o seu irmão.

   __ Não chame a Escolhida, filha de Genebra, de um demônio copiador de rostos como os Doppelgangers, Arthur. Peça desculpas, eu pensei de que você notaria no exato momento em que a visse. __ diz Merlin para por um fim naquela briga. __ Ande, peça desculpas caro Arthur. Os humanos erram.

   __ Me perdoe por falar grosseiramente com você, Alteza. __ disse Lydia ao curvar-se, para acabar de vez com os insultos.

   Arthur tenta colocar seus pensamentos em ordem, mas não consegue entender nada. Ainda mais porque se ela fosse filha de Genebra, ela também seria sua filha, e isso significaria de que ela é uma mera humana, tornando impossível a conclusão de ela fosse a Escolhida.

   __ Me perdoe, não foi educado dizer tudo o que disse para uma pessoa que nem conheço. Isso não uma atitude sensata de um verdadeiro Rei.

   __ Bem melhor assim. Não se preocupe Arthur, eu estou aqui para esclarecer todas as suas dúvidas. E o que tinha dito antes é a mais pura verdade, ela é a filha de sua Genebra e é a escolhida. Se quiser, me permita que eu faça três perguntas para ela ? __ pergunta Merlin com o rosto calmo acompanhado com um delicado sorriso.

   __ Faça o que quiser, Merlin.

   Merlin se direciona para Lydia e se prepara para a sua primeira pergunta:

   __ Minha jovem, poderia me dizer o seu nome ?

   Lydia estranha a pergunta óbvia, mas responde sem hesitar.

   __ Lydia...

   __ E quando você nasceu, Lydia ?

   __ Eu não sei mas, Astrides me disse que ela me encontrou nas mãos de uma sombra há dezesseis anos atrás, na primeira madrugada de primavera daquele ano.

   As repostas de Lydia faziam com o Rei tremesse de espanto, ele estava começando a achar que talvez ela realmente fosse sua filha. Mas a confirmação só ficou clara na última resposta da jovem.

   __ Você pode nos mostrar suas armas ?

   __ Sim...

   Quando ela mostrou o arco, que pertencia a sua mãe, junto com o bastão, Arthur não teve outra reação, ele caiu de imediato de joelhos. Com a cabeça baixa, ninguém pode ver sua expressão, seu rosto estava encharcado de lágrimas acompanhadas por um sorriso desesperador. Ele se apoia em uma mesa de bronze e se levanta. E ao retornar o olhar para Lydia e para o arco, ele só pode correr para abraçá-la e dizer:

   __ Minha filha ! Minha filha está viva ! Durante todo este tempo, você estava viva ! Somente a nossa filha seria capaz de usar o arco de Genebra ! Nossa filha...

   Lydia não sabia como explicar a verdade para ele, estava muito frágil em saber ela tinha sobrevivido. Ela olhou para Merlin, como um pedido de socorro, para que ele explicasse tudo o que precisava ser explicado. Merlin entendeu muito bem aqueles olhares.

   __ Meu caro Arthur, como eu disse ela é a filha de Genebra, e é a Escolhida. Ela é a híbrida que o Diário de Flameu escolheu para me substituir.

   O Rei a solta ainda trêmulo, e ainda sem entender o que isso significava.

   __ Merlin, o que você está insinuando ? Ela não pode ser a Escolhida, ela é inteiramente humana.

   __ Você tem certeza, meu Rei ? Já se esqueceu de que você não sabia julgar em que tipo de raça ela era ? De uma boa olhada naqueles olhos.

   Aquilo foi cruel, cruel demais para Lydia suportar. Até Merlin a julgava como estranha, como um ser indiferente, que não merecia ser considerada como um ser normal. Lydia se sentia um nada naquele momento, como se não pertencesse à nenhuma raça, à nenhuma família. Arthur se aproxima dela e tira umas mexas de cabelo que escondiam os olhos da garota, ele ficou paralisado ao ver aqueles olhos completamente cinzas, era quase impossível enxergar suas pupilas, tudo parecia pertencer a uma única cor, exceto por pequenos rastros lilases ao centro dos olhos. Foi então que ele entendeu as palavras de seu Mago, ela não era sua filha, mas era filha de Genebra e de algum arcanjo. Ele encosta a mão esquerda delicadamente no rosto dela e pergunta:

   __ Quem é o seu pai, Lydia ?