Unidos, Mas Em Constante Perigo escrita por Rebecca3


Capítulo 3
Semideuses - parte III


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é o último que narra os acontecimetos apenas com os semideuses. Isso mesmo! Os próximos já vão ter bruxos.



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Meia hora depois, estavam todos no aeroporto. O cheking já havia sido feito, mas não com muita facilidade, pois Annabeth gaguejava enquanto falava devido ao fato de todos estarem olhando-os por causa das blusas laranja berrante do Acampamento que os cinco usavam.

Embarcaram no avião.

A primeira classe era realmente confortável, mas nem Percy nem Nico estavam aproveitando o delicioso camarão servido, nem as grandes e macias cadeiras reclináveis ou, quem sabe, os sucos naturais gelados. Os dois estavam apavorados.

_ Thalia, Thalia, chega mais perto. – Percy implorava, ele tremia até a raiz dos cabelos.

_ Ah, Percy! O seu pai já não disse que Zeus não vai tentar fazer nada? - Thalia exclamou irritada, mas, por dentro, ela ria muito dos primos. – Nico, largue o meu cotovelo!

Felizmente, Annabeth não sentia ciúmes de Percy estar agarrado em Thalia, como um chiclete, pois a filha de Zeus era uma Caçadora de Ártemis, além de ser sua amiga.

E ficaram assim, por 7 horas, nessa confusão toda. Quero dizer, eles também jogaram uma rodada de Uno, mas Travis ganhou facilmente, afinal, ele estava roubando...

Quando as portas do avião se abriram, Percy e Nico praticamente pularam para fora. Uma aeromoça os chamou, ela era velha, cheia de rugas, loira, seus olhos eram brancos leitosos, os semideuses pensaram que eles eram assim devido ao fato da mulher ser bem idosa.

_ Olá, crianças. – a moça tinha uma voz doce, mas sinistra. – Vou acompanhá-los para o seu hotel, por aqui, por aqui. Um docinho? – ela estendeu as mãos, cheias de balas de caramelo.

_ Não... Obrigado (a) – os cinco disseram ao mesmo tempo.

A velhota sorriu, em seu sorriso faltavam alguns dentes, e, depois, saiu, a passinhos curtos e rápidos, em direção à saída do aeroporto.

_ Vamos, vamos. – a mulher se esganiçou.

Os cinco semideuses a acompanharam, se entreolhando e arrastando as malas.

Crianças? – Nico pensou. – Eu sou o mais novo e tenho 16 anos! Annabeth é só alguns meses mais velha que eu e Percy, Travis e Thalia tem dezessete! Será que parecemos tão novos assim?- Nico levou as mãos as suas bochechas e as apertou. – Não.

A aeromoça chegou ao estacionamento, seguida pelos cinco. O lugar estava totalmente vazio, exceto pelos carros do aeroporto.

_ Vou leva-los para o seu hotel. Ou, pelo menos, seus cadáveres. – a aeromoça murmurou a segunda frase, mas todos ouviram.

_ Você disse o quê? – Travis perguntou assustado.

_ Nada, nada, querido. Querem um docinho? – a mulher tirou dois pirulitos cor de rosa do tamanho de bastões de baseball do bolso.

Os cinco deixaram suas malas caírem e deram um salto para trás.

A velhota começou a se contorcer, os dentes que faltavam cresceram, pontiagudos, os cabelos loiro-brancos se transformaram em víboras verdes, a pele ficou escamosa e um pouco esverdeada.

_ Eu sou Esteno, irmã de Medusa e Euríale. Vocês aceitam um docinho, crianças? – ela ofereceu os gigantes pirulitos.

_ Claro, desde que você não os utilize para nos matar... – Travis falou ao mesmo tempo em que tentava abrir a mala para tirar de lá sua espada.

A górgona não respondeu, jogou os pirulitos pelos ares e saltou sobre o filho de Hermes, que, por pouco, não foi furado pelas garras da ex-velhinha.

Aproveitando-se da distração momentânea de Esteno, Annabeth saltou sobre as costas da górgona.

_ Annabeth, o que é que você está fazendo?- Percy gritou assustado.

_ Para de falar, Cabeça de Algas!- a garota gritou em resposta, a górgona se sacudia e tentava se livrar dela de qualquer jeito. – Pega a sua espada, idiota! Depressa!

Percy correu para a sua mala, pensando que os aeroportos deviam permitir os semideuses de levarem armas na bagagem de mão, em caso de emergência, e, com raiva, pegou a sua espada. Ele estava pronto para decepar a cabeça de certa górgona.

_ Percy, não se mexa. - Thalia disse bem devagar.

Quando o garoto se virou viu Nico com sua espada e Thalia com seus raios, prontos para atacar, mas eles não mexiam um músculo sequer.

Esteno não estava mais se sacudindo. Ela estava debruçada por cima do corpo inerte de Annabeth, com uma faca pressionada contra o pescoço da semideusa. Percy julgaria que a loira estava morta se não ouvisse a respiração forçada da garota. O semideus teve um choque estático e sentiu que estavam arrancando suas entranhas.

_ Parece que você será a primeira a morrer, garotinha. – a górgona sibilou. – Seus cabelos parecem os de uma princesa, - Esteno pegou um punhado de cabelo da garota e os cortou com a faca, depois, fez um corte fundo em uma das bochechas da loira. Annabeth gritou e Percy sentiu que seu estomago afundara. – Quando você estiver morta, eu irei arrancar todo o seu precioso cabelinho e fazer uma bela peruca para mim.

Esteno riu. Percy, Nico e Thalia se entreolharam, apesar de estarem morrendo de medo que a górgona fizesse alguma coisa com a amiga, não era bem isso que esperavam ouvir...

_ Bem, assim vou poder voltar a ser uma gatona e paquerar mortais, ué! – Esteno falou como se fizesse total sentido.

Nico teve a horrível visão da górgona na praia, de biquíni cor de rosa, com aquela pele escamosa e esverdeada, os olhos leitosos e usando uma peruca feita do cabelo loiro e bem cuidado de Annabeth.

_ Eca. – Nico deixou escapar.

_ Eca o quê, garoto?- Esteno virou a cabeça e olhou furiosa para o filho de Hades. – Graças a sua insolência, essa daqui morre mais cedo!

Esteno se preparou para cortar o pescoço de Annabeth, a semideusa fechou os olhos, rezando para a mãe, apesar de saber que nada do que a deusa da sabedoria fizesse iria salvá-la. Percy gritou um: Nããããããoooo! bem alto. Nico e Thalia se abraçaram com medo e Travis...

Travis saiu de trás de um carro, empurrou Esteno para o chão e cravou sua espada de bronze celestial nas costas da górgona, que só teve tempo de dizer:

_ Eu... sou bonita sim... – Esteno se desfez em pó dourado.

_ Travis, você salvou a Annabeth!- Percy gritou.

O filho de Hermes sorriu e estendeu a mão para ajudar a loira a se levantar.

_ Você... você me salvou! - Annabeth exclamou e abraçou Travis com força.

O sorriso de Percy sumiu instantaneamente e o filho de Poseidon experimentou um sentimento novo.

_ Ah, Ann, sem problemas. – Travis disse um pouco envergonhado, ele percebeu a cara de ódio de Percy.

Os dois se separaram e Percy recobrou a expressão normal.

_ Olha o que aquela górgona idiota fez com o meu cabelo! – Annabeth choramingou. – Nico, me dá seu boné!

O filho de Hades não recusou, estava aturdido e, sem pensar, entregou o boné preto.

Depois de Thalia parar o sangramento do rosto de Annabeth e colocar gaze sobre o ferimento, os cinco perceberam que não tinham meio de transporte para irem para o hotel.

_ Só nos resta chamar um taxi. – Annabeth deu de ombros. Todos olharam para ela, preocupados e suplicantes. – Eu tenho dinheiro.

Com gritinhos de vivas, eles foram até a calçada chamar um taxi. Foi muito engraçado, para Annabeth e Percy, pois Nico, Travis e Thalia não faziam a menor ideia de como chamar um taxi.

_ Ei, taxi! Onde você está? – Nico perguntava para o ar.

_ Com licença, senhora, pode me emprestar um taxi? – Thalia perguntou para uma velhinha.

_ Você viu um taxi por aí? Ele é grande, tem quatro rodas e um escrito TAXI em cima. – Travis indagava para todos a sua volta.

Percy e Annabeth rachavam de rir, mas os outros três não tinham culpa da sua própria falta de conhecimento: Travis crescera no Acampamento, Nico ficou a maior parte da vida no Cassino Lótus e Thalia foi clandestina e, depois, foi transformada em um pinheiro.

_ Não é assim, bobocas. – Percy se dobrava de rir. – Ann, quer fazer as honras?

_ Com todo o prazer. – a loira se dirigiu para uma cabine branca escrito, de vermelho berrante, Informações. – Com licença, moço, mas pode me arrumar um taxi?

O homem assentiu e, 5 minutos depois, os cinco estavam dentro do veiculo e iam em direção ao hotel.

Graças aos deuses, o taxista não era uma górgona psicopata, apesar de ter cobrado um preço bem alto.

Thalia e Annabeth ficaram com o quarto número 21, enquanto os meninos ficaram com o 23.

Apesar de serem apenas sete horas da noite, os semideuses estavam exaustos, por isso as garotas foram para o quarto dos garotos e lá pediram um X- búrguer para cada um dos cinco.

_ Amanhã temos de acordar às 7 horas. - Annabeth lembrou-os pela décima vez. - Minha mãe disse que vamos acordar e ver, em nossas camas, as vestes de Hogwarts e nossas malas estarão transformadas nos malões da escola. Temos que estar em King Cross ás 8h e 45min, ok? Está tudo cronometrado para que embarquemos no trem ás nove em ponto!

Pela décima, vez os outros quatro assentiram.

_ Nico, sabe quando você disse Eca, lá naquele estacionamento do aeroporto? – Percy perguntou e Nico concordou com a cabeça. – No que, exatamente, você pensou?

_ Em uma certa criatura usando biquíni. – o filho de Hades estremeceu.

_ A Thalia, né? – Travis perguntou, rindo muito.

Todos, menos a caçadora, riram também.

_ Agora, você vai ver! – a garota se lançou para cima de Travis e bateu nele com uma almofada.

Os outros riram mais ainda.

Mais tarde, as semideusas voltaram para o seu quarto, onde tiveram uma noite tranquila e sem sonhos. Diferente de Nico, que sonhou com uma garota desconhecida. Ela segurava um arco e tinha duas flechas a mão, seus olhos eram um pouco grandes, mas tinham a cor de um céu ensolarado e sem nuvens, a pele dela era alvíssima e seus cabelos eram... prateados. Do lado direito de seu pescoço tinha uma marca de nascença. Era uma lua minguante.


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Notas finais do capítulo

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