I Feel Pretty Unpretty escrita por GabanaF


Capítulo 4
Parte Quatro


Notas iniciais do capítulo

Espero que vocês estejam tendo uma ótima madrugada de quinta feira, oi galera! Minha regra de postar nas quintas está ficando cada vez mais difícil, já que eu tenho os capítulos praticamente prontos aqui, me dói ter que alimentar a curiosidade de vocês kkk
Mas enfim, queria agradecer a vocês pelos reviews, vocês são mesmo uns lindos e espero por mais nesse capítulo! Ah, e Feliz Ano Novo para todo mundo!
Espero que gostem :D



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A reunião matinal do Glee Club foi agitada. Quando eu e Finn entramos na sala do coral, encontramos Karofsky sentado desconfortavelmente numa cadeira ao lado do piano e do diretor Figgins. Finn inflou de raiva ao vê-lo e foi na direção dele, só não batendo no garoto pois Mr. Schue e o diretor se colocaram entre os dois.

— O que ele está fazendo aqui? — exclamou ele, colérico. — Mr. Schue tire Karofsky daqui, agora!

Toquei no braço de Finn na tentativa de acalmá-lo, mas não funcionou. Enquanto meu namorado parecia querer soltar fogo pelas ventas, Dave não demonstrava emoção nenhuma. Havia recuado alguns passos com Figgins ao seu lado, lançando um olhar calmo aos outros garotos do Glee que entravam.

Depois que todos os alunos estavam na sala, irados pela presença de Karofsky ali, e eu ter jogado Finn numa cadeira para que ele ficasse calmo, Dave desatou a falar. Disse estar arrependido por todas as raspadinhas que jogou em nós e por ter tratado Kurt tão mal. Estava pedindo desculpas por tudo que ele havia feito, e até seria um ato legal se Puck não tivesse perguntado por que deveríamos acreditar nele.

— Não precisam. Sei que preciso ganhar confiança. Tudo o que posso dizer é que Santana realmente me ajudou a ver a luz.

A expressão de todos na sala mudou drasticamente. Quem era aquela Santana Lopez que ajudara Dave a “ver a luz”? Por que definitivamente não era a nossa garota. E o que Karofsky falou depois eu não prestei atenção. Meus olhos se estreitaram na direção de Santana, que me deu um sorrisinho cínico.

Mas é claro... Diabos que Santana tinha ajudado Dave, tudo isso era armação dela para concorrer ao baile! Aquela vadia... O par dela não seria Sam, e sim Dave, por que ele era mais popular. Ela deveria ter pedido ao garoto para se desculpar para poder trazer Kurt de volta, já que o bullying pararia se seu maior agressor parasse. Era um plano perfeito, até o idiota do Finn votaria nela.

— Espera... — murmurei em choque, apontando para a garota do meu lado — Santana?

Santana levantou-se teatralmente, me lançando um olhar de desprezo. Ótimo, era tudo que eu precisava, concorrer com uma das minhas melhores amigas para rainha do baile. Zizes estava no meu pé, tentando achar algo para me denegrir, e aquela vadia da Lopez faria muito melhor, traria Kurt de volta. Toda minha campanha iria para o ralo com aquelas duas concorrendo.

Notei que Rachel estava me observando e dei um sorriso tristonho. Ela retribuiu animada, praticamente aos pulos na cadeira. Rachel era amiga de Kurt e não se importava com quem ganhasse a rainha do baile, ela tinha o direito de estar feliz por seu amigo estar voltando.

Minha mente se iluminou enquanto Santana continuava seu discurso sobre como seria bom ter Kurt de volta e anunciava seu namoro com Karofsky. Eu não poderia fazer Rachel voltar atrás em sua decisão de operar o nariz por que eu que havia enfiado ela naquela furada. Mas ela, sim, escutaria um amigo que tinha os mesmos interesses que ela.

Ao término da reunião, saí da sala do coral com um sorriso enorme no rosto. A estratégia de Santana funcionava para nós duas, afinal.

***

— Oi, Kurt! — exclamei animada na tarde seguinte ao encontrar o garoto arranjando suas coisas em seu antigo armário. — Bem vindo de volta ao McKinley!

Ao meio-dia em ponto, Kurt apareceu na escadaria do colégio sem o blazer dos Warblers, pulando animando e anunciando sua transferência. Nós os esperávamos, embora apenas Mercedes, Rachel e Finn soubessem que ele voltaria. Quer dizer... Rachel havia ligado para mim num estado máximo de agitação para contar, então tenho leves suspeitas que ela tenha feito aquilo com todo mundo.

Após a pequena apresentação de despedida dos Warblers no meio do pátio (e creio que tenha sido a primeira vez que alguém além do Glee tenha prestado atenção numa música cantada ali), Kurt voltou normalmente para a aula ao lado de Mercedes. Nenhum dos alunos do Glee me deu tempo para me aproximar do garoto, estavam sempre ao lado dele, agradecendo e dando-lhe abraços de boas vindas. Apenas quando o penúltimo sinal para o fim das aulas do dia bateu que consegui encontrá-lo sozinho.

— O que você quer? — perguntou ele desconfiado, tirando um spray fixador de sua bolsa e jogando-o sobre os cabelos já perfeitamente alinhados. — Algum problema com Finn?

— Finn é o menor dos meus problemas — murmurei. Kurt acenou para que eu falasse depressa. — Preciso de ajuda com a Rachel.

Kurt me olhou de cima a baixo, como se estivesse me analisando, procurando alguma coisa que minha expressão esperançosa não pudesse mostrar. Por fim, disse:

— Interessante. Sempre achei que quando saísse do armário, fosse pegar a Santana.

Minha boca se abriu num esgar surpreso. Senti meu rosto ficar muito quente. Encarei meus pés vivamente, não sabendo se deveria continuar com o plano. O garoto pigarreou, voltando a chamar minha atenção. Respirei fundo e encarei os olhos azuis impassíveis dele.

— N-não é isso. Além do mais, Santana pertence à Brittany, eu nunca tive chance. — Percebi o que tinha dito e corei mais ainda. Kurt levantou as sobrancelhas num tom divertido. — Enfim, eu meio que convenci Rachel a fazer uma plástica no nariz, mas agora eu vejo que fui meio idiota de apoiá-la nessa e quero que ela fique com aquele nariz enorme e judio. O problema é que...

— Ela se convenceu disso e vai fundo, não é? — completou Kurt, condescendente.

Concordei com a cabeça tristemente. Kurt, ao contrário de mim, sorriu animado. Logo percebi que ele já tivera uma idéia para convencer Rachel a permanecer nariguda.

— O que precisamos é de um pouco de Barbra Streisand. Não se preocupe. Quinn, sua Rachel não ter um nariz perfeito.

Kurt me deu um abraço de lado meio desajeitado, saindo para sua aula. Eu, no entanto, fiquei paralisada ao lado do armário do garoto, em choque. Kurt chamara Rachel de minha. Minha. Era bobagem, Rachel não pertencia a ninguém, muito menos a mim. Talvez os Warblers tivessem, sei lá, uma obsessão em chamar seus companheiros de “meus”, por que Kurt estava completamente errado sobre sua fala. Rachel não era minha.

 Contudo, não pude deixar de sorrir. Em tão pouco tempo, minha afeição por Rachel tinha crescido tanto que já se tornava perceptível o quanto eu gostava dela. Ela estaria lá por mim, de qualquer maneira.

— Oi, Lucy.

A voz passou por mim. Estaquei no corredor a caminho da aula de História. Não. Não era possível. Ninguém sabia sobre o meu passado a não ser Rachel, e aquela voz não era dela. Poderia ser outra Lucy, pensei desesperadamente.

Mas eu me virei por instinto e encontrei Lauren Zizes de costas para mim. Com certeza não haveria outra Lucy na McKinley High. Engoli em seco, aterrorizada, e disse:

— Do que me chamou?

— Isso com certeza chamou sua atenção — disse Zizes, num tom vitorioso. Os outros alunos que passavam pelo corredor não davam a mínima a nos duas. — Nós podemos conversar a sós?

Meu estômago deu uma volta completa. Lauren sabia. Como ela sabia, entretanto, era um mistério que eu só iria descobrir se a seguisse. E foi isso que fiz. Ela entrou numa sala de aula vazia, parou no meio dela e me encarou profundamente.

A expressão dela não conseguia esconder o triunfo. É claro que a minha transbordava medo e aflição, pois era a única coisa que eu sentia naquele momento. Que tinha sido pega para depois ser jogada aos jacarés.

— Acho que deveria sentar-se — disse ela, oferecendo um assento a mim. Um pouco trêmula, sentei-me. Zizes ficou em pé, me olhando de cima, o que me irritou um pouco. Retribui ao olhar dela com intensidade, e só então ela começou a falar. — O colega de quarto do meu pai foi G. Gordon Liddy, e ele me ensinou uma valiosa lição. Ele disse que a chave para a campanha é vasculhar seu oponente, e eu dei uma vasculhada.

Passei a língua pelos lábios, tentando parecer menos tensa do que estava. Não deu muito certo para falar a verdade. A possibilidade de Zizes me desmascarar ali, naquela sala de aula, era potencialmente aterrorizante.

— Mudou para Lima na 8ª série, certo? — perguntou ela, fingindo curiosidade.

— Eu vim de Fairbrook, não é segredo — respondi.

— Bem, sua lista de presença era péssima, pois liguei para Fairbrook e não tinham registro de nenhuma Fabray, o que faz sentido, já que você morava em um município de Fairbrook, que significa que foi para a escola de Belleville e não Fairbrook. Então eu fiz uma pequena viagem.

— Não fez — retorqui, deixando que o medo tomasse conta de mim, negando veementemente. Zizes estava me deixando apavorada; nem Finn Hudson ou minha mãe já tinha feito aquilo comigo. Minhas mãos embaixo na carteira se contorciam nervosas. Ela sabia, era o que eu pensava. Ela sabia e contaria para todos.

— Fiz. — Ela não me deu tempo de uma réplica, foi logo falando: — E sabe? Eles também não tinham registro de nenhuma Quinn Fabray. Mas eles tinham alguém chamado Lucy Fabray. Lucy Q. Fabray, para ser mais exata. E ela era mais ou menos assim.

Lauren abriu o caderno dela a minha frente e apontou para a foto de uma garota de rosto redondo e óculos. O rosto cheio de espinhas não a impediu de sorrir com seu aparelho para a foto do anuário, que mais tarde seria usada como caixa de areia do porquinho-da-índia da sala.

Mordi o lábio inferior, derrotada. Aquela era Lucy Quinn Fabray, uma memória que eu tentava por tudo no mundo esquecer, que eu queria enfiar no lado mais escuro do meu coração por que era doloroso demais permanecer tempo demais a olhando.

E tudo voltara como um furacão naquela semana. Ajudando Berry eu vi Lucy quase todos os dias. Voltei a ela, quando ela estava se sentindo insegura, quando ela conhecera John, quando ela começou a gostar de si, quando os outros se tornaram mais amáveis com ela.

Eu tinha revivido tudo num curto espaço de tempo, estava pronta para aceitar Lucy de volta ao meu lado, porém Zizes estava ali na minha frente, me ameaçando com ela. Comigo. Eu não poderia agüentar, já tinha sucumbido há muito tempo.

— Dá para ver a semelhança se não considerar a plástica no nariz e 30 kg a menos — disse Lauren com um ar de sabe-tudo.

— Chega, tá?! — exclamei com firmeza, ainda encarando a foto de Lucy. Respirei fundo e voltei a fitar Zizes. — Sou eu. Meu nome do meio é Quinn. Parei de usar Lucy por que me deram um apelido.

— Juicy Lucy? — indagou Lauren, cruzando os braços.

— Lucy Caboosey — murmurei em resposta. Zizes concordou com a cabeça, como se soubesse como era passar por aquilo. — Odiava minha aparência. Tinha espinhas, era gordinha. Sentia-me péssima. Não tinha amigos. Ninguém falava comigo. — A lembrança do dia em que conhecera John ardeu na minha cabeça. — Era a única na escola que dissecava sozinha um sapo por que ninguém queria ser meu parceiro de laboratório.

Minha voz estava embargada. Tentava controlar as lágrimas, mas era difícil. Falar sobre Lucy ainda doía, ainda causava constrangimento.

— Então, entrei para natação, perdi um pouco de peso. Descobri que era atlética. Fui para a natação, o balé, ginástica, e quando cheguei ao McKinley, virei Cheerio. Passei um remédio para as espinhas — respirei fundo; Zizes ainda estava com aquela expressão de profundo descontentamento com minha estória que me matava —, e quando meu pai foi transferido, ganhou um aumento, e pedi uma plástica no nariz. Ele disse sim. Pedi para todos me chamarem de Quinn.

— Então, você se odeia? — indagou Lauren ao fim da minha explicação, um tanto compreensiva.

— Não, eu me amo. É por isso que fiz todas essas coisas. Eu fui essa garota e jamais serei. Era uma garota deprimente — e mais uma vez, John martelou na minha mente — e agora serei rainha do baile.

— Sabe... Eu não teria tanta certeza disso — retrucou Lauren, como se pedisse desculpas. — Acha que todos votarão em você por que querem ser como você. Não sei se irão querer ser iguais a você quando descobrirem que você é uma fraude.

Agora que eu já tinha jogado tudo para fora, Zizes não era tão assustadora. Meu coração começava a desacelerar, Quinn Fabray estava voltando ao seu estado normal de não demonstrar nenhuma emoção.

— O que vai fazer? — perguntei, desafiando-a.

— Se eu fosse você, checaria o quadro de recados.

Engoli minha vontade de tentar bater em Zizes como Santana havia feito e corri para fora da sala, ignorando que todos os olhares dos alunos no corredor eram direcionados a mim. Atravessei o mar de estudantes até o fim do corredor principal para encontrar um pôster de Lucy pregado no quadro de recados, acima de todos os meus pôsteres para minha campanha e de Zizes.

“Vote em Lucy Caboosey”. As batidas do meu coração pararam por um minuto enquanto as risadas daquele povo idiota da McKinley High chegavam a meus ouvidos. Minha respiração estava ofegante, parecia que eu tinha corrido uma maratona. Eu não poderia ficar ali por muito tempo, mais pessoas se aproximavam do quadro de recados. Minha única opção foi rasgar o pôster de Lucy, conter um grito antes de sair dali e passar por uma Lauren Zizes triunfante.


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Notas finais do capítulo

Não teve muito (leia-se: nada)Faberry nesse capítulo para o maior desenvolvimento do próximo capítulo, que eu achei ótimo de escrever e espero que vocês achem ótimo de ler também.
Mas me digam, o que acharam desse? Eu sei que ficou pequeno, mas ficou bom? Espero reviews comentando!
Boa semana e até a primeira quinta-feira do ano que vem!



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