A Corte não se parecia em nada com o que se conhecia, tinha uma multidão vestida de preto por toda parte e uma escassez de Morois. Guardiões iam e vinham de todas as partes. O numero da segurança cada vez subia mais, as áreas destinadas a pouso dos aviões tiveram de ser alteradas para suprir a quantidade de transporte.  Eram Dharpir de vários lugares do mundo, prometidos ou não.

Toda essa movimentação se devia ao fato de hoje ser o grande dia, o momento em que se decidiria se o mundo em que vivemos continuaria estabilizado ou não. Todos os planos já estavam em pratica, todos os Morois que não participariam estavam devidamente assegurados em outro lugar. E eu? Eu não podia fazer muita coisa a não de acordo com Dimitri  descansar  “ pois hoje será dia complicado para todos, e uma noite cansativa pra você. ”

Nesse momento eu olhava a corte e imaginava que daqui a algumas horas isso viraria um campo de batalha, meu olhar correu em volta, as pessoas com seus rostos franzidos e preocupados com o futuro, eu não me sentia totalmente igual a eles. Me afastei do meio de todos  eles, caminhei ate me sentir totalmente só, me vi já na entrada para uma área florestada que não estava sendo abitada. Me sentei no pé de uma arvore e tentei relaxar aproveitar meus últimos momentos de paz. Bom eu disse tentar.

Aparentemente eu cai no sono sem perceber, abri meus olhos e já estava tudo muito escuro. Me levantei e percebi que meus olhos não se adaptavam ao ambiente, estava mais escuro do que devia estra para um Dharpir. Meus sentidos pareciam meio alterados, me movi entre as poucas arvores na periferia da pequena área, um som atrás de mim me chamou a atenção, me virei e aparentemente não havia nada, bem estranho, me virando novamente a frente esbarro de frente em algo solido.

Meus olhos sem um comando do meu corpo se elevaram para encarar duas orbes roxos e frias. Um tremor se bateu em meu corpo e me sentia aterrorizada. Sua risada desprovida de qualquer sentimento ecoou em meus ouvidos transmitindo mensagens as qual não queria decifrar. “ Mora “ sua voz ecoou, e no estante seguinte eu estava sendo arremessada pela área entre as arvores. Meu corpo bateu em um tronco, me senti deslizar ate a base da arvore, tao rápido quanto possível eu estava presa pelo pescoço com o rosto encostado no dele, seus olhos cintilaram um brilho terrível, sua boca se abriu e meus olhos tiveram um rápido vislumbre de sua presas antes delas se cravarem em meu ombro.

Meu grito serpenteou pela copas das arvores com a melodia terrível do medo e aflição.

Sobressaltada eu estava sob a  arvore. Em um salto eu estava e pé, girando entorno de mim mesma a procura de perigo, meu coração batia erraticamente em meu peito. Uma sonhos. Sempre com torturas mentais. olhei para o ceu e para o meu relógio. Já se passava das três e meia, não demoraria muito para o sol e por. Me concentrando em regularizar minha respiração me dirigi a área central da corte, precisava saber como iam as coisas.

Não muito depois eu estava na porta da sala de reuniões no prédio dos Guardiões, onde tinha se estalado um quartel general. No meio de tantos Dharpirs se destacava Dimitri, com movimentos rápidos e rosto serio ele falava e apontava para varias coisa diferentes, isso me fez lembrar de Santo Vladimir antes do resgate. Mas a situação que enfrentaríamos é mil vezes mais delicada que aquela.

Eu fiquei por ali durante um tempo, ATE QUE Dimitri veio ate mim, me pegou pela mão e saiu para o corredor do prédio. Ficamos encostados ali na parede do lado da porta. Ele ainda segurava minha mão. Ficamos calados por um tempo. Só observando as poucas pessoas que passavam por ali, na sua maioria com passadas rápidas e semblantes concentrados. Eu me sentia ansiosa com o que estava por vir daqui a algumas horas. Senti o leve aperto em mim mão e me virei pra ele. no seu rosto se instalou um pequeno sorriso. Ele estendeu a outra mão em direção ao meu rosto e passou para meus cabelos, seus olhos cintilaram quando me mostrou uma pequena folha que aparentemente estava presa no meu cabelo.

“ Onde esteve?”

peguei a folha da mãos dele e sorri.

“ Há. Isso? Eu fui ver como as arvores estavam.” Sua cabeça pendeu de lado me analisando.

“ He o que Ouve por la?” desviei meus olhos dos seus.

“ Nada de mais, apenas acabei cochilando por uns minutos.”

Seu olhar me analisou por um tempo mais. Ele chegou a tentar dizer alguma coisa mais logo desistiu. Eu agradeci por isso. Realmente não queria ter que tocar no assunto. Só o fato de ter que me encontrar com o motivo dos meus pesadelos daqui a algumas horas me deixava nervosa.

“ Tenho medo.” Deixei que minhas palavras saíssem sem me dar conta. Seus olhos se prenderam nos meus.

“ Intendo e isso não é realmente ruim. O medo te mostra ate onde você pode ir, e quando tem que recuar, ele é um bom aliado e um terrível inimigo também. Tem que tratá-lo como amigo.” Pensei no que ele tinha tido. Com certeza era não era tao fácil fazer o medo se dobrar para se tornar um aliado, mas era tudo o que podia tentar.

“ Lições de vida zen Camarada?” seu sorriso veio fácil além de tudo.

“ Não podia perder o abito.”

“Absolutamente não.”

Seu rosto ficou super serio do nada.

“ Acho, deveríamos contar amanha.” Fiquei um pouco confusa.

“ Contar o que a quem?”

“ A sua mãe. Quando toda essa guerra acabar quero poder estar com você a todo tempo, e para que isso ocorra teremos que contar a ela.” Ele estava certo, mas me deixava um certo receio cantar algo a Janine, por mais segredos que ela tenha guardado todo esse tempo eu devia isso a minha mãe afinal. Eu apenas anui.

“ Tem mais uma coisa. Gostaria de ficar longe durante um tempo. Longe da corte e de tudo envolvendo a politica daqui. O que acha de mudar por um tempo? Sei que é repentino, mas acho que seria bom pra gente.”

Isso me surpreendeu ainda mais, nunca pensei em ver Dimitri dizendo que queria ficar longe de seu trabalho, aqui da corte. Mas o entendia.

“ Acharia ótimo.”

“ Então esta combinado. Assim que isso acabar nos iremos viajar por um tempo indeterminado. Como férias.” Seu sorriso foi retribuído por mim.

Nossos planos para o futuro próximo foram interrompidos pela realidade do momento. Um guardião se aproximou.

“ Estamos todos prontos. Todos estão se posicionando e todos os Morois foram levados para seus respectivos abrigos, e os que iram se juntar a nos também já foram posicionados.”

“ Obrigado.” Dimitri agradeceu.

“ Quantos Morois teremos em batalha?” ele observou sua prancheta por alguns segundos.

“ Temos 36 espalhados em áreas estratégicas e 10 no reforço as Wardes. Hum. E temos um Moroi no mio do campo.” Ele parou e olhou minha cara de interrogação. “ Não sei quem é. Ele se recusa a deixar a Guardião Hathaway e disse que vai lutar ao seu lado.”

Eu fiz uma careta. Papai. Quando vai tomar jeito.

“ Tudo bem. Já estamos indo obrigado.” Ele acenou e se afastou.

“ Você sabe onde Cristhian Adrian e Lissa estão?”

“ Eles ficaram na área Hospitalar, Lissa quis ajudar e os outros dois ficaram por la com ela. O Adrian estava meio estranho. Não espera, talvez diferente, não estranho.”

“ Intendo. O Adrian anda passando por umas coisas. Por mais que eu me preocupe com a segurança deles, fico feliz de estarem por la..” Dimitri assentiu.

“ Acho que devemos ir agora. Vamos trocar de roupa e depois vamos encontrar os outros la fora.

Concordei e fomos trocar de roupa e nos armar. Nossas estacas foram reencantadas, e no meu caso eu tinha mais duas estacas encantadas com os cincos elementos. Me surpreendi ao perceber que Dimitri também tinha uma. Essas estacas especiais tinham um pulsar diferente, quase como se estivessem vivas, eu gostei da sensação delas na minha mão, era como ter meu coração batendo em minha mão, no mesmo ritmo.

Não muito tempo depois já estávamos nos dirigindo para o futuro campo de batalha, o sol já dava o seu adeus por trás das grandiosas montanhas quando Selene se juntou a mim.

Estávamos diante aos granes portões principais, nos encontrávamos na terceira linha de ataque e tínhamos todo um bom plano arquitetado. tínhamos duas opções. Lutar e vencer. Ou. Lutar e vencer. E eu com certeza não desapontaria todos eles. E também sairia dessa viva e com todos os meu amigos seguros, e tiraria férias com meu amado. Era isso que o amanha me guardava.

O sol se escondeu por completo deixando o céu em um profundo Roxo manchado. A área ao meu redor se aprofundou em um antecipado silencio apenas respirações eram ouvidas. A mão de Dimitri me apertou, minha outra mão pousou no ombro de Selene ao meu lado. Olhei pra trás e vi meu irmão logo atrás de mim. A minha direita perto de um prédio eu via meus pais, concentrados. Eu devia isso a eles, iria consegui.

“ Pronta?” Dimitri perguntou segurando minha cintura. Sua mão me apertava quase dolorosamente.

Eu assenti, ele beijou minha testa e segurou apenas minha mão novamente.

Náuseas fortes passaram por mim, logo em seguida, os sentinelas que estavam acima dos portões deram o sinal de aproximação.    A Tenção no ar ficou ainda mais palpável, se possível. Não muito depois podíamos ouvir passos de uma multidão se aproximando, ficamos por alguns minutos ouvindo os passos ficarem cada vez mais altos.

De repente tudo se silenciou. Uns olhavam uns paras os outros atrás de respostas no silencio.

O estrondo que se seguiu tirou todos de seus lugares com um pulo. Logo após o primeiro, veio outro, e outro.

Tentavam derrubar o portão a força bruta. O aço já mostrava sinais de rendimentos com toda aquela brutalidade.

“ Preparar.” Ouviu-se uma vos no meio tudo aquilo. Todos meus músculos ficaram tensos com o comando. Com mais alguns estrondos o portão enfim cedeu a força deles.

Como em câmera lenta o portão foi ao chão. O barulhão do impacto do portão no chão marcou um impasse. Ao longe se via um mar de corpos pálidos e olhos vermelhos, que nos encaravam. A sensação de ver meus tão esperados inimigos me deu um aperto no estomago, e uma corrente de adrenalina pulsou pelo meu corpo. Estava pronta. Como uma onda em um mar raivoso correram todos em nossa direção.

“ ATACAAAAAAAAAAAR.”

Foi a ultima palavra coerente que se foi ouvida.