Músicas E Escrita escrita por Bia_C_Santos


Capítulo 14
Conto 13 - Time Bomb (All Time Low)


Notas iniciais do capítulo

Bom, gente, esse é o último conto da "1ª Temporada de Contos" meu. Não significa que acabou. Só tenho que fazer mais contos para postar.
Só uma observação sobre esse capítulo: quem não sabe a história de Romeu e Julieta, tem que saber mais ou menos. É assim: as famílias deles são inimigas, mas ambos se apaixonam em um baile. Daí ficam juntos as escondidas, se casam, e Romeu mata o primo de Julieta. Agora o resto é na história.
Não me perguntem de onde tirei Romeu e Julieta para fazer esse conto. Eu não sei. Nem é citado na música, mas... Minha mente é realmente estranha!
Enfim, espero que gostem...



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— Por que? — Juleita perguntou, com os olhos verdes e ternos brilhando lacrimejantes, assim que contei-a que teria que partir.

            Desde o início eu sabia que isso seria dif´cil de lidar. Desde que soube que aquela que eu beijara, afagando seus cabelos castanhos era uma Capuleto. Desde que soube que aquela que me apaixonara era uma inimiga.

            Mas eu a amava e valia a pena lutar por isso. Valia a pena lutar por ela. Eu corri atrás. Puxei o gatilho sem pensar. E lá fomos parar.

            Como um choque, tudo saiu fora de controle. De repente, estávamos casados, mesmo Julieta sendo comprometida a Paris. De repente, o primo dela, Tebaldo, tinha caido morto a minha frente, por minha espada. De repente, não estava mais seguro naquela cidade.

            — Eu já te expliquei — calmamente falei, pegando a mão dela suavemente. — Seus pais me querem morto depois que matei seu primo. Não sei como você não me odeia ainda.

            — Eu não ligo. — Julieta entrelaçou seus dedos finos nos meus, olhand para mim, nos meus olhos. — Deve haver outro jeito.

            — Eu... Se eu ficar... Se eles descobrirem que estamos casados... Vai ficar pior. Fomos tolos nisso, você deve concordar. Em uma linha nós dançamos. Duas crianças, sem consequên cias. Dois jovens estúpidos e destemidos. Como um tiro, disparando um amor doentio.

            — Eu não me arrependo.

            — Eu também não. Esse é o problema.

            Julieta deu um sorriso, o mesmo que me fez se apaixonar por ela. Era radinte, lindo e misterioso.

            Mas o sorriso logo se desfez quando ela lembrou que eu estava de partida. Ao mesmo tempo caía uma pequena lágrima dos olhos dela. Como doeu aquilo... Foi como se meu coração parasse.

            Com a mão livre, enxuguei a lágrima com o meu polegar, pousando minha mão no rosto de Julieta. A pele dela era tão macia! Eu queria poder sentí-la inteiramente.

            Passei minha mão pelo rosto de Julieta, acariciando com o polegar os lábios carnudos dela. Levei a mão para o pescoço, que ela prendeu no lugar com a cabeça, os olhos fechados e um sorriso de prazer nos lábios. Passei minha mão para seu braço, sentindo-o arrepiar ao  toque.

            Repolsei minha mão na coxa dela, em cima do vestido branco fino com uma camisola. Talvez fosse uma.

            — Eu não quero que você vá — Julieta disse, quebrando o silêncio.

            — Também não quero ir. Mas essa estrada só tem um sentido, então só posso seguir em frente. Nada mais posso fazer. Resistir é inútil.

            — Talvez deva haver outro modo para você não precisar seguir em frente.

            — Talvez. Mas eu não sei esse modo, então vamos ficar por aqui, está bem?

            Julieta suspirou e assentiu. Ela já não olhava diretamente para mim, mas seu olhar caía nas minhas mãos, uma delas entrelaçando a mão delicada de Julieta.

            — Eu posso seguir em frente com você. — Julieta tentou o que parecia ser sua última ideia, mas foi em vão. Ela mesma percebeu que essa era uma ideia que não iria dar certo, pois ergueu a cabeça e deu um sorriso torto.

             — Eles vão perder. Vão pensar talvez que eu a capturei e a mentenho como prisioneira.

            — Então que eu seja. — Julieta juntou os pulsos, como se estivessem algemados. — Que eue seja sua prisioneira. Meu coração já e seu. Meu corpo deve ser seu também. Faça dele o que você quiser.

            Outro garoto da minha idade daria um sorriso malicioso ao pensar no que iria fazer. Eu apenas trouxe Julieta mais perto e passei os braço em volta dos ombros dela.

            — Não quero te envolver nisso — sussurrei, vendo a lua. Logo ela daria lugar ao sol e eu teria que partir.

            — Romeu, eu já estou envolvida, lembra? — Julieta tirou sua corrente de baixo do vertido, aparecendo enroscada nela uma aliança. — Sou sua mulher.

            — De qualuqer modo, você fica — disse. Nada que ela pudesse falar ia mudar meu pensamento. O sentindo de protegê-la vinha antes que tudo.

            — Você está me deixando. — A voz dela foi falhando.

            — Bão. Eu vou voltar. Só vamos deixar a poeira abaixar.

            — E se ela não abaixar, Romeu? Como vamos ficar? — Julieta estava chorando. Eu não podia deixar isso acontecer. Abracei-a mais forte.

            — Toda tempestade que vem uma hora chega ao fim.

            — Mas se esse caminho tem um só sentido, como você vai voltar?

            — Eu pego um retorno. Se não tiver, eu mesmo faço. Eu vou voltar, de qualquer jeito vou voltar para você. Nós somos como uma bomba relógio dando partida. Sabemos que estavamos destinados a explodir. E se eu tivesse que te tirar de baixo dos destroços, você sabe que eu não vou te deixar. Vamos enlouquecer agora. Vamos nos dispensar por isso. Eu preciso. Não tem outro jeito.

            Julieta assentiu, mas ainda não senti segurança nela. Delicadamente, desfiz nosso abraço e me ajoelhei, deixando ela sentada. Peguei as duas mãos dela e disse:

            — Ei... Olha para mim. — Ela obedeceu. — Eu te amo. Você tem meu coração nas duas mãos como uma bomba relógio tiquetaqueando. — Beijei as duas mãos dela. — O meu amor por você é como um motor para ele ganhar vida.

            — E se seu amor acabar?

            — Nunca vai. Se desligar um só instante, nós ligamos de novo. Se quebrar — Julieta estremeceu —, se por acaso alguém descobrir, nós consertamos.

            — Eu também te amo. E você sabe, não sabe?

            Concordei.

            — Tenho seu coração nas minhas mãos como uma bomba relógio tiquetaqueando.

            — Julieta concordou, apertanto a minha mão. Beibei a mão dela suavemente de novo e depois ergui o rsoto para contemplar a face dela.

            Era tão linda. Agora, tomada pela luz do sol que nascia aos poucos no horizonte, era pálida, mas viva e gentil.

            Percebi que era hora de eu ir. Levantei-me e Julieta levantou também. Puxei-a para perto, segurando-a pela cintura. Ela pusou as duas mãos no meu peito. Nossas faces se aproximaram até que nossos lábios se tocaram.

            Beijei-a com todo amor que eu sentia, com toda urgência que eu ia sentir nos próximo dias de tê-la em meus braços novamente. Julieta se entregou inteiramente a mim.

            Quando nos separamos, me afastei, dizendo:

            — Está amanhecendo. Tenho que ir.

            Julieta pegou minha mão. Beijei sua testa enquanto novas lágrima caíam dos olhos dela. Ainda segurando, andei saindo, até que tive que largar a mão de Julieta.

            A última coisa que ouvi foi:

            — Fica comigo, Romeu.

            Mas saí o mais depressa o possível do local para não ficar. Mais um minuto e aquela lágrimas iam me impedir de sair,

            Estava na metade do meu caminho, já passando uns dias, quando o criado da minha família avisou sobre a morte de Julieta. Lembrei das palvras do Frei “Estas alegrias violentas tem fins violentos, falecendo no triunfo, como fogo e pólvora, que num beijo se consomem”.

            A bomba em minha mão tinha explodido, não desligado nem quebrado, mas pior. Explodiu e nunca voltaria a bater novamente.

            Isso significava que a bomba na mão de Julieta também logo explodiria.


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Notas finais do capítulo

Então, foi isso. Eu volto dia 14 de janeiro, Dia dos Namorados nos Estados Unidos. Até ;)



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