Músicas E Escrita escrita por Bia_C_Santos


Capítulo 13
Conto 12 - Truth Or Dare (Emily Osment)


Notas iniciais do capítulo

Olá, gente! Estou aqui para avisar que meus contos estão acabando D: esse vai ser o penúltimo que eu vou postar ~ por enquanto ~, pois logo voltarei para uma "Segunda Temporada" de contos. Espero que gostem dele. Só não é o menos romântico, porque The Ballad Of Mona Lisa não tem romance. Enfim, divirtam-se.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/178208/chapter/13

Não se podia dizer que aquele era um dia como qualquer um, mas era um dos mais entediantes de toda minha vida.

            Eu não podia reclamar muito, para falar a verdade. Eu estava na escola, junto com meus melhores amigos e não precisava fazer lições e ninguém reparava que não estávamos ajudando para o projeto.

            O professor na nossa sala nem reparava. Ou melhor, nem se importava. Ele lia uma revista, enquanto nós...

            Fazíamos nada. Não tinha nada para falar. Alice se contentava em observar a sala. David escutava música. Moisés brincava com a bola de tênis dele.

            E eu... Eu contava quantos mosquitos entrava pela janela. Quantos eu há tinha contado? Um, contando com o que me rodeava com se eu fosse carniça no deserto.

            — Ok, gente — Alice disse, parecendo tão entediada quanto eu. — Alguma ideia do que fazer?

            Ninguém respondeu. O que poderíamos fazer, também, na escola? Se fosse na minha casa, ouviríamos música e dançaríamos. Se fosse na casa de Alice, riríamos das pessoas vendo fotos na internet. Se fosse na casa de David, assistiríamos um filme. E se fosse na casa de Moisés, pegaríamos um jogo de tabuleiro.

            Jogos... Seriam bons nessas horas. Era certo que eu não gostava dos jogos de tabuleiro de Moisés, já que ele sempre ganhava com sua inteligência fora do normal e porque era entediante, mas seria bom.

            Pena que não existiam jogos simples. Tinha detetive, mas só de 4 pessoas era chato, além de que eu sempre ria.

            Eu queria algo com a certeza de que eu iria ganhar e que fosse desafiador para os outros. Algo que eles temessem e que eu não.

            — Que tal verdade ou desafio? — Olhei para os três. Era óbvio. Eu mentia nas verdades muito bem e amava desafios.

            Aline fez cara de pensativa. Ela não era uma garota de segredos. Mas os poucos que guardava eram realmente fortes.

            David sorriu. Ele não tinha problemas em ser sincero e era tão popular que os desafios seriam normais para ele. Todo mundo achava graça no que ele fazia. Mas se esquecia que um desafio muito forte, acabaria com a popularidade.

            Moisés ficou preocupado. Ele era o mais tímido de todos. Seus segredos, nós três sabíamos, pelo menos um. Os desafios seriam um motivo a mais para zoarem do NERD da classe.

            — Não. — Moisés foi o primeiro a responder, sem nem precisar pensar.

            — Sim — David respondeu uma fração de segundo depois da resposta de Moisés.

            — Não temos uma garrafa — Aline observou, tentando fugir do jogo. Quase destruiu minha ideia, mas pensei um pouco.

            — Fazemos assim: — comecei a explicação — faremos papeis para sortearmos com números de 1 a 10. Quando cair par, é verdade. Quando ímpar, desafio. Formamos uma Rod e cada um sorteia para a pessoa do lado, escolhendo a pergunta para “verdade” ou então um desafio.

            David concordou. Aline suspirou e acabou concordando também. Moisés, depois e muito tempo, percebeu que era o único do contra e deu de ombros, concordando.

            Fiz os papeis. Fui a primeira a sortear. A pessoas no meu lado era David. Sorteei.

            — Tirei o número 6 — falei. Essa era fácil. Eu amava David e tinha quase certeza que ele me amava também.

            Eu ia começar a pergunta quando a sala revirou. Eu fechei os olhos para piscar e quando abri me encontrei...

            Observei o lugar atentamente. Era como estar em um sonho. Havia uma neblina que só me permitia enxergar meus amigos ali perto.

            O lugar em que eu estava sentada era áspero. Era terra, percebi, plana e seca. Como se não tivesse chovido durante anos.         

            A única cor que eu enxergava era roxo. Era o efeito da neblina. Ou talvez o céu desse esse efeito em tudo.

            — O que...? — Alice deixou a pergunta incompleta pendendo no ar.

            No meio de toda essa neblina surgiu uma mulher. Era formosa, bonita. Era impossível dizer quantos anos ela tinha. Sua roupa era um vestido que parecia ser feito de neblina. Era tomara de caia apertado como um corpete com um decote de coração, acho que era assim que chamava. Enquanto descia ia se soltando a partir da cintura até  saia se soltar totalmente, sem nunca acabar, que se movia como se ventasse. Os cabelos eram pretos longos e lisos, brilhantes que se balançavam em todo movimento de cabeça que a mulher fazia. Estava descalça.

            — Quem é você? — David, o mais confiante de nós, perguntou.

            — Depende. Eu sou muitas. Mas se você pergunta o meu nome, eu sou Lia. É o nome mais parecido com os outros e parecido, ao mesmo tempo, de como alguns me chamam.

            Eu não entendi o que isso significava, nem meus amigos. Mas Lia falou aquilo como se fizesse sentido, então nada perguntamos.

            — E vocês são Joyce, Moisés, Alice e David. Eu sei. Tenho que saber, já que vocês me usam — Lisa disse, não como se fosse algo ruim, mas como se ela gostasse.

            Mas, uau, isso era meio forte. Usar, nesse caso, usar alguém era a mesma coisa que abusar e isso eu não fazia.

            — Pode explicar? — perguntei, mas pelo jeito Lia não estava a fim de responder perguntas, porque ignorou a minha.

            — Principalmente nesse joguinho que vocês iam começar. Esse é o meu jogo. Eu permaneço nele, sempre. E vocês iam começar ele errado. Não ia permitir isso, não, não.

            — Espera, como te chamam? — Tentei de novo.

            — Hum, me chamam de muitos nomes, mas o que eu mais gosto, vocês leriam como “liê”. Por isso escolhi Lia. — Lia me olhou, tentando me ler, parecia. — Bom, como vocês veem, resolvi que tava na hora de chamar vocês para um jogo de verdade.

            — Na verdade... — Moisés começou.

            — Ah, Moisés, querido, sem medo. — Lia interrompeu. — Você é bom. Você não me usa. Eu não gosto exatamente deque me usa, mas sim o que é provocado quando sou usada. Irei ser boa com você.

            Moisés não pareceu muito convencido. Eu entendia. Aquela mulher parecia ser o tipo de mulher que seduzia as pessoas para que essas fizessem algum mal.

            — Agora, queridos, vamos ter que mudar os lugares. — Lia andou até nós e se pos entre Aline e David. — Ao meu lado esquerdo, eu quero o David no lugar da Aline. Aline no lugar de Moises, Moises no de Joyce e Joyce no lugar de David, ao meu lado direito.

            Bufei, estressada. Eu ia ficar longe de David. Eu não gostava disso. Ele era meu e tinha que ficar perto de mim.

            — Garotos, o lado da tampa — Lia apontou para a garrafa que tinha surgido do nada —, é a pessoa que vai desafiar. O outro lado, obviamente é o ou a desafiado ou desafiada.

            Concordamos, apreensivos. Tinha algo naquele lugar que deixava tudo misterioso. Parecia que algum perigo viria.

            Lia tocou a garrafa e girou. Ela deu umas três voltas, apontando para mim e para Moisés parou. Moisés era o que desafiava.

            — Verdade ou desafio? — Moisés perguntou.

            — Verdade.

            Moisés ficou olhando para mim como se procurasse o que perguntar.

            — Vamos lá, querido — Lia falou. — Não precisa ser sobre a Joyce. Pode ser outra pessoa.

            — Hum... — Moisés pensou por um tempo. — A Aline gosta de alguém?

             Claro! O Moisés tinha uma grande queda pela Aline. Se eu dissesse a verdade, que não, ele ia ficar pegando no pé dela.

            — Sim — menti.

            — Você está mentindo — Lia falou melodiosamente.

            — Não pode dizer isso — debati.

            — Você está me usando. Eu sinto isso. Não pode mentir para mim.

            Refleti sobre isso. Eu estava a usando, enquanto mentia. O que eu fazia enquanto mentia? Eu tentava ser convincente.

            Lia dizia que seu nome de lia “liê”. Desenhei essa palavra na minha mente. Liê... Lie. Lie...

            Lie! É claro, mentira em inglês. Eu usava a mentira enquanto mentia.

            — Você é a mentira — falei, chocada.

            — Sim, criança — Lia respondeu, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

            — Então a resposta é não? — Moisés perguntou, dessa vez olhando para Aline. Aline assentiu, contragosto.

            — Continuemos, então. — Lia girou de novo a garrafa. A ponta parou nela mesma, enquanto a outra parou no Moisés. — A verdade foi revelada e só estamos começando. As luzes estão se apagando e só estamos começando.

            Percebi que tudo era escuro, coisa que não tinha reparado antes. A neblina não era mais roxa e o vestido de Lia era praticamente transparente, menos nas partes íntimas.

            Lia percebeu que a garrafa tinha parado, depois de muito tempo e soltou um “ah!”.

             — Verdade ou desafio? — Lia tinha um sorriso de quem preparava algo, planejava.

            Moisés estava nervoso, é claro, sabendo que Lia era a própria mentira. Sem pensar nas consequências, respondeu:

            — Desafio.

            — Eu desafio você a pegar uma das nossas garotas e dançar uma valsa. Sei que você sabe. Mentiu sobre isso, mas dançou no aniversário de 15 anos da priminha.

            Moisés viu que não tinha chance e se levantou. Como um cavalheiro, estendeu o braço para Aline, que pegou a mão dele, sem opção. Ele a ajudou levantar e, de repente, começou uma múisica, e os dois começaram a dançar.

            Aline estava desconfortável no começo, mas depois de um tempo relaxou, incrivelmente. Eu entendo porque. Os movimentos dos dois eram graciosos e Moisés dançava muito bem.

            Quando a música parou, os dois também pararam. Lia começou a bater palmas e eu e David a acompanhamos.

            Lia girou a garrafa mais uma vez. Dessa vez a ponta da tampa parou em Lia enquanto a outra parte em Aline.

            — Verdade ou desafio? — Lia perguntou.

            — Verdade. — Aline nem hesitou.

            — Ah... Como Moisés perguntou algo sobre você para a Joyce, eu perguntou agora sobre a Joyce para você... O garoto que a Joyce gosta está aqui?

            Aline olhou para mim, preocupada com o que eu ia pensar se ela contasse a verdade.

            — Eu respondo essa — falei. Minha melhor amiga não iria me trair, desse jeito.

            — Interessante... — Lia olhou para mim. — Eu sempre cumpro as regras, mas acho que vou abrir uma excessão... Responda.

            Desviei meu olhar para baixo. Isso não era justo. Era para David revelar se gostava de mim primeiro, e depois era minha vez.

            Era óbvio que se eu respondesse que sim, David iasaber que eu gostava dele, porque é óbvio que eu não gostava do Moisés.

            — Não se preocupe em dizer a verdade, Joyce. É o único jeito de combater a mentira. — David me lembrou.

            Respirei fundo e revelei:

            — Sim.

            Não aconteceu nada fora dor normal. Lia girou a garrafa novamente. A ponta da tampa parou no Moisés e a outra ponta do David.

            — Verdade ou desafio? — Moisés perguntou.

            — Desafio.

            — Eu desafio... — Moisés pentou por um tempo, antes de continuar. — Eu desafio você a cantar uma música dedicada para alguém. Não precisa falar quem.

            Fácil. David nunca cantara perto de nós, mas todos sabiam que ele sabia cantar muito bem.

            David pensou na música e cantou inteira “Just The Way You Are”. Não olhou para mim. Droga! Podia não ser eu.

            Na próxima vez, a ponta da tampa caiu em mim e a outra eu Aline. Finalmente, eu ia perguntar. Ela escolheu verdade.

            — Verdade que você gostou de dançar com o Moisés? — perguntei.

            — Verdade. — Aline suspirou.

            E a garrafa girou de novo. Parou em mim e em David. Inelizmente, David desafiava.

            — Desafio — falei, antes de David perguntar.

            — Desafio você mostrar de quem você gosta.

            Droga! E agora? David tinha agora um sorriso malicioso nos lábios. Claro. Ele sabia que eu gostava dele depois da última resposta minha.

            Mas também... Podia ser porque ele queria que eu mostrasse. Porque eu sabia o que era mostrar, nesse caso, no dicionário dele – beijar.

            “Ah, quem sabe?”, pensei. “Dane-se!” Fiquei de joelho e cheguei bem perto dele. Beijei-o, acariciando seu rosto. Beijei-o  de forma bem ousada. Senti-o levando as mãos no meu pescoço. Passei as mãos para o cabelo dele, aproximando-o.

            Quando ambos estávamos sem fôlego, nos separamos. David sorriu para mim e me beijou nova e rapidamente.

            Sorri tambpme, me separando de verdade dele, enquanto Aline e Moisés soltava um “wow”. Aquele devia ser “o” beijo.

            Foi aí que reparei onde estávamos. Dentro da sala de aula. Impossível. Tudo tinha sido real. Será que Lia tinha nos mandado de volta?

            — Foi real? — perguntei.

            Três cabeças assentiram. Em uma delas, surgiu um sorriso.

            — Pelo menos descobri que você me ama. — David me puxou para o colo dele. — Eu te amo.

            Beijou meu pescoço. Lembrei o que eu pensava no começo de tudo. Aquele realmente não era um dia normal.

            — Também te amo. — Sorri. O anormal era melhor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Acho que esse ficou grande...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Músicas E Escrita" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.