Capítulo 6 - Turning into a monster

POV Sara

Ouvia barulhos lá fora, gente gritando. Corri até um vão da fechada janela quando os vi: todas as pessoas que amo estavam ali, lutando, arriscando suas vidas para me tirar dali. Meu coração palpitava de felicidade e procupação, se algo acontecesse com eles, eu nunca me perdoaria. Klaus e Benjamin se atacavam e mesmo sabendo de todo poder de Klaus, eu tinha medo por ele, por todos. Liam entrou no quarto assustado e me pegou pelo braço.

–Você tem que sair daqui ou eles vão te usar como refém. – Sua voz era descontrolada.

–Pensei que já fosse isso. – Respondi um tanto indiferente.

–Não, você não entende, agora é pra valer. Eles vão te matar e fazer todos assistirem isso. – Rapidamente, Liam me puxou para fora do quarto. – Finja que isso não aconteceu. Eu estou ao lado deles, está bem? Não podem saber disso.

–Ok. – Respondi assentindo com a cabeça. Liam segurava-me fortemente pelos braços, puxando-me escada a baixo. Alguns vampiros ainda estavam ali dentro da casa, enquanto os outros já estavam fora do ‘campo de proteção’, lutando.

–Foi bom trazê-la. Assim temos vantagem. – Um deles disse e Liam assentiu com a cabeça. – Não a deixe escapar.

POV Caroline

Tyler e eu formávamos um barreira ao redor de Jeremy e Bonnie, que tentava concentrar-se em algum feitiço. Um dos vampiros, um loiro alto veio em minha direção com um sorriso malicioso em seus lábios. Tyler colocou-se em minha frente, rosnando para o adversário que pareceu não se importar. Os olhos daquele ser estavam vidrados nos meus, atacando-me em seguida.

–É uma pena ter que te matar vampirinha. – Suas mãos vieram a meu pescoço, fazendo-me desviar em segundos.

–Hoje não garanhão. – Ri e sua irritação era clara. Em movimentos imperceptíveis aos humanos, atacava-mos freneticamente e os olhos de Tyler eram angustiantes, querendo saber se eu estava bem. Sua distração, por pequenos segundos, fez com que um outro vampiro, este por sua vez moreno, se aproximasse dos três, jogando meu amor no chão.

–Tyler! – Gritei correndo e o loiro me pegou pelo pescoço. –DEIXE ELE IR! – Gritei mais alto. Tyler olhava-me assustado e eu me debatia para soltar daquele aperto, mas ele era mais forte. Quando um grito falhado saiu dos lábios e o aperto foi diminuindo até não existir mais. Me virei e Damon segurava seu coração nas mãos, criando um buraco naquela morta criatura.

–Fique atenta. – Damon disse, alertando-me. Desviei meus olhos, encontrando Tyler, que dilacerava aquela vampiro ao meio. Um allívio atingiu meu coração ao ver que ele estava bem.

POV Jeremy

Bonnie abriu seus olhos, fluindo puro poder. A fúria ardia em minha bruxinha, e sabia que estávamos mais seguros com ela e suas incríveis habilidades. Alaric aproximou-se com um grave ferimento em seu braço.

–O que foi isso? – Perguntei assustado.

–Um deles pegou a estaca e colocou em mim. – Alaric respondeu e Bonnie imediatamente colocou sua mão no ferimento, curando-o.

–Isso é incrível. – Disse.

–Mas é temporário. – Bonnie disse. – Tenho mais alguns minutos.

–Então vamos utilizá-los bem. – Alaric disse, entregando-me uma de suas armas.

POV Sara

–Entregue-a e vá lutar. Benjamin nos recompensará se matarmos todos. – Um deles disse a Liam que virou seus olhos assustado. – Não seja um covarde. Vá. – O medo era presente naquele divino rosto, mas ele obedeceria ou nós também morreríamos. Suas pesadas mãos me soltaram e o outro me pegou fortemente, machucando-me.

–Agora fique quietinha. Ou morre. – Ele disse, ameaçando-me.

–Ouvi isso todos esses dias. – Respondi estupidamente.

–Agora é verdade. – Sua mão fechou mais ainda em meu braço, fazendo-me gritar de dor. Ele tinha quebrado.

POV Elena

–Ainda não. – Damon dizia. – Ainda estão lá dentro. Não pode entrar. – Ele disse, esperando para a hora certa. Eu, Jeremy, Tyler e Bonnie entraríamos na casa e tiraríamos Sara de lá, mas eles não agiram como pensávamos, ficando alguns lá dentro, o que tornava tudo mais difícil. Damon me mantinha próxima a seu corpo, protegendo-me. Um vampiro veio em nossa direção, atacando diretamente meu corpo. Damon o empurrou, fazendo-o voar metros. Minhas mãos tremiam com uma afiada estaca e eu sabia que não podia me manter assim. Tinha que me defender.

Meus olhos percorriam o lugar, vendo todos lutando de alguma forma. Bonnie jogava seus poderes, Jeremy usava uma arma junto à Alaric. Caroline e Tyler trabalhavam juntos contra um vampiro e Klaus, não desistia de matar Benjamin. Minha mente rondava o lugar, contando os cadáveres e os ainda vivos. A porta da casa se abriu, mostrando um brutamonte segurando Sara, que gritava de dor. Por segundos, todos pararam e olharam aquela cena, alguns com prazer, outros, angústia. Meus olhos foram aos de Klaus, que expressava dor e raiva, atacando Benjamin novamente. Ninguém podia ir até ela, todos estavam ocupados demais defendendo-se. Era isso, eu era a única que não lutava com ninguém. Em um impulso, minhas pernas corriam rapidamente, mais do que pensei que podia, eu tiraria ela de lá, mesmo que isso custasse minha vida.

–ELENA NÃO! – Damon gritou, parando rapidamente sua luta. Mas ele não podia me parar, se tentasse, nós dois morreríamos. Parei na entrada da casa e aquele monstro sorria para mim.

–Você vai tirá-la daqui? – Ele perguntou com zombaria.

–Depois que te matar. – Respondi com a mesma arrogância. Sara se rebatia e seu rosto expressava a dor que sentia. Ele a jogou no chão, vindo em minha direção. Eu girava a estaca em minha mão, pronta ou não, teria que agir.

–Faça seu melhor. – Ele disse atiçando-me. Seus músculos apertaram um de meus braços, enterrei a estaca em seu estômago, fazendo- o gemer de dor. – Sua… - Ele tirou o pedaço de madeira atravessando seu órgã. Sara levantava-se com dificuldade, indo até uma das velhas cadeiras e atirando-a longe. A cadeira quebrou em vários pedaços e ela pegou alguns, enterrando outro nas costas dele, que caiu de joelhos. Estiquei minhas mãos, sinalizando para ela vir até mim, quando ele a puxou pelas pernas, fazendo-a cair brutalmente. Sangue escorria de suas pernas quando percebi que uma das estacas a atingira.

–Sara… - Minha voz falhou e aquele maldito vampiro colocou-se em minha frente, impedindo minha passagem.

–Já chega. – Em um rápido movimento, ele me empurrou, fazendo-me cair nas escadas da varanda. Sangue escorria por meu braço também e a dor atingia todo meu corpo. Minha consciência era perdida e o único som que conseguia ouvir eram os gritos de minha amiga.

POV Damon

Minha luta com aquele vampiro havia acabado. Suas partes mortais espalhavam-se por todo lado, quase entrando na mata. Elena. Corri até a casa quando a vi esticada na escada da varanda, sangrando. Minha mente rodava e o desespero tomou conta de mim. Verifiquei seu pulso. Estava viva, apenas inconciente. Sara sangrava do lado de dentro da casa com um deles rindo a seu lado. Aquele desgraçado tinha machucado minha Elena e pretendia machucar minha amiga, mas do que já havia feito.

–Sai e vamos ver quem ri, covarde. – Rosnei com pura fúria.

–Não posso. Alguém tem que certificar que essa daqui não fuja. – Ele respondeu com desdém e eu estava pronto para matá-lo. Se não pudesse entrar, derrubaria aquela casa. Alaric surgiu ao meu lado, colocando sua mão em meu ombro.

–Vá e leve Elena. Cuide dela. – Minha vontade era de ficar e matar aquele que a fez aquilo, mas Elena estava mal e eu não deixaria piorar. Assenti com a cabeça, pegando-a em meus braços e saindo dali.

POV Klaus

Damon passou ao meu lado carregando Elena inconciente em seus braços. Seus olhos eram de um pavor que consegui sentir. Minha cabeça automaticamente foi à casa, onde Sara sangrava atirada ao chão, com um deles sorrindo ao vê-la assim.

–Faria de tudo por ela? - Ele perguntou, deixando seu demoníaco sorriso pairar em seu lábios. - Posso matá-la se quiser, será mais fácil.

–Não gosto de nada fácil. - Respondi controlando qualquer emoção.

–Ou não gosta do pensamento de perdê-la? - Sua voz saiu em uma ameaça. - Ela é seu ponto fraco.

–Não tenho pontos fracos. - Fechei minhas mãos com força.

–Tem sim. E ele acabará com você, Klaus. – Respirei fundo, forçando minha fúria permanecer em meu corpo. – Mas é triste, não é? – Benjamin disse acompanhando meu olhar. – Ela sofrer desse jeito por você.

–Ela não vai mais sofrer. – Respondi mantendo-me frio. – Você vai.

–Aa meu caro, não vê que tudo que fará a mim refletirá nela? – Ele sorria cautelosamente. – Está vendo aquele ali? – Benjamin disse apontando para o imbecil junto à ela. – Aquele é Hunter, o pior de todos. Ele matará sem misericórdia. Então… - Ele pausou aproximando-se alguns passos. – como realmente te admiro e sei que consiguirá o que quero com um pouco mais de tempo, aconselho ir lá e salvá-la, até porque com ele, ela não terá muito tempo. – Virei meus olhos, observando-a novamente, e senti uma leve brisa tocar minha pele. Benjamin tinha ido. Corri até a entrada da casa e senti o cheiro de seu sangue fluir em minha cabeça. Sara não escondia sua dor.

–Solte ela. – Ordenei. – Agora.

–Não. Recebo ordens de Benjamin e ele não autorizou. – Hunter respondeu tentando intimidar-me. Cheguei ao limite da porta, travando em uma tentativa estúpida de entrar.

–Estou avisando. Solte ela. – Rosnei. Hunter sorriu e cravou seus dentes no delicado e pálido pescoço de Sara. Ela gemeu de dor e aquilo fez meu coração apertar.

–Não manda em nada. Faço o que quero com ela. – Ele respondeu, pegando-a nos musculosos braços e jogando- a no chão novamente. –Viu?

–Eu vou te matar, seu simples e ordinário vampirinho. Vou te matar da pior maneira possível. – Minhas ameaças não pareciam afetá-lo quando senti alguém passando por mim e entrando na casa.

–Liam… - Sara sussurrou com algumas forças que ainda lhe restavam. Liam abaixou-se e a pegou no colo e Hunter o segurou pelo ombro.

–O que está fazendo? – Ele perguntou confuso. – Entregue-a aqui.

–Não. – Liam respondeu enfrentando-o. – Já chega. – Ele a trazia para mim e automaticamente estiquei meus braços para alcançá-la. Hunter rapidamente o puxou, fazendo os dois voarem de volta para dentro da casa. Ele a protegia em um forte abraço e aquilo me incomodava. Ele a protegia demais. Em golpes, eles se atacavam e Sara, no canto assustada, me olhou. Fiquei preso naquele olhar durante longos segundos, quando percebi que ela estava livre para sair dali. Sara levantou pegando um estaca já ensanguentada no chão. Ela mal conseguia ficar de pé, mas de alguma forma, criou forças e foi em direção aquela luta interna. Cravou o pedaço afiado de madeira no peito de Hunter que automaticamente caiu no chão, ressecando. Durante um tempo, ela fitava o cadáver e Liam sentou- se ao seu lado, acompanhando-a. Seus olhos vieram a minha figura, que inútil, ficara parado ali, assistindo-a sofrer.

–Acabou. – Ela sussurrou e estranhos barulhos eram ouvidos no andar de cima.

–Não, vá embora Sara. Ainda há alguns deles e… - Liam disse, ajudando- a levantar. Dois vampiros desciam as escadas e seus olhos eram negros, negros de fome. O sangue de Sara ainda escorria por seu jeans. Liam manteve-se ao redor dela, dando-lhe espaço até a porta. Estiquei minha mão, alcançando- a. Sara passava da barreira e sem ao menos pensar, trouxe- a para perto de mim, erguendo seu machucado corpo com facilidade. Lágrimas escorriam por seus olhos e enterrei minha cabeça em seu cabelo.

–Vamos embora. – Sussurrei, levando- a para longe dali.

POV Damon

–Elena, meu amor. Por favor acorde. Não faça isso comigo. – Implorava para ela, que ainda desacordada, estava deitada em meu colo. Levemente ouvia seu coração batendo mais veloz, e seus cílios mechiam-se, fazendo aquele lindos olhos me fitarem.

–Damon? – Ela perguntou ainda confusa.

–Sim, quem mais seria? – Perguntei brincando. Me encolhi ao pensar que poderia ser Stefan ali, não eu. Meus lábios foram a sua testa, acariciando-a. Senti seu coração acelerar e não havia nada que me deixasse mais feliz.

–Sara? – Ela perguntou, levantando-se devagar. – Os outros?

–Estão bem. – Respondi ajudando-a. – Ela está com Klaus. – Seus magníficos olhos castanhos arregalaram-se. – Sabe que ele não a fara mal.

–Sim… - ela abaixou sua cabeça. – Ele a ama. Só não assume. – Senti aquilo como uma indireta e por segundos, me senti ofendido. Eu já havia me declarado para ela, Duas vezes, só uma não se lembrava. – Queria vê-la…

–Depois. Quando estiver melhor. – Respondi, colocando um travesseiro em sua cabeça.

–Estou bem. – Ela respondeu e isso me fez rir. Sempre a mesma e isso era o que eu amava.

–Ainda não. Ficará aqui mais um tempo. – Respondi.

–Então fique comigo. É entediante demais ficar sozinha. – Elena me puxou para perto e não recusei, não havia nada que eu quisesse mais. Ela apoiou sua cabeça em meu peito e minhas mãos deslizavam por seus braços. Meu coração conseguia reviver ao lado dela.