Doubtful Fate escrita por Cahh_M


Capítulo 38
Capítulo 37 - Falling Slowly.


Notas iniciais do capítulo

Meu Deeeeeeus, quanto tempo passou. Nem sei como explicar essa falta de tempo nos últimos tempos. E a preguiça também. Desculpas minhas leitoras lindas!
Eu vou dar um recapitulada nos últimos acontecimentos. Here we go. Previously on Doubtful Fate:
Após os longos acontecimentos como morte de seu inimigo Benjamin, seu casamento com Klaus e o nascimento de seus filhos Andrew e Alícia, Sara decidiu se transformar em vampira, mas ao acordar percebe que estava completamente normal. Como isso? Oh God. Acompanhem agora.
Se quiserem ler novamente pra dar uma recapitulada melhor, sintam-se à vontade.
Lembram que todo capítulo tinha uma música? Esse não será diferente. A música desse capítulo é do casal Glen Hansard and Marketa Irglova com Falling Slowly. (Perfeitaaa demais)
http://www.youtube.com/watch?v=FkFB8f8bzbY



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Capítulo 37 – Falling Slowly

POV Sara

-Normal? – Klaus perguntou confuso, segurando meu rosto entre suas mãos.

-Sim. – Respondi recuperando meu ar. Eu sentia meus pulmões abrindo-se após muito tempo fechados. Todos me olhavam assustados, esperando alguma reação. Damon permanecia protegendo Elena caso que eu quizesse seu sangue. Mas esse era o problema. Eu não queria. Como nunca quis tomar qualquer sangue antes.

-Sara… - Stefan começou, agaixando-se em minha frente. Klaus soltou meu rosto, deixando que meu amigo me analisasse. Os verdes olhos de Stef percorriam meu corpo.

-O coração. – Damon disse e Klaus concordou com a cabeça levemente.

-O que tem o coração dela? – Elena perguntou aflita.

-Ele continua batendo. – Caroline respondeu. Estava claro que todos os vampiros presentes já haviam percebido a forte batida que meu coração mantinha. Forte como nunca o senti antes.

-Então isso quer dizer… - Liam disse engolindo em seco.

-Que eu continuo humana. – Completei encolhendo-me. A mão de Stefan veio a meu braço, confortando-me. Meus olhos foram a Klaus. Ele pegara minha frustração para si. Como eu conseguia falhar em morrer? Como eu ainda estava viva? Isso era impossível.

[…]

POV Klaus

-Eu não entendo… - Stefan disse passando a mão por seu cabelo. – Liam, você tem certeza que a matou?

-Se quebrar alguém inteiro não é matar, então eu não sei o que é. – Liam respondeu rispidamente, ofendido por Stefan pensar que aquilo era sua falha.

-O problema não foi esse. – Damon disse. – Nós ouvimos seu coração parar de bater, sua pele ficar ainda mais pálida. Nós vimos Sara morta.

-E então a vimos ainda mais viva. – Completei, conseguindo ouvir a forte pulsação de seu sangue no andar de cima, junto a meus filhos.

-Klaus? – A voz de Bonnie veio por minhas costas, fazendo-me virar. – Esther precisa falar com você.

Fechei os olhos, engolindo o grito prestes a sair de meus lábios. O contato com minha mãe era raro e quando aconteciam, algo ruim aparecia em meu caminho, bagunçando o destino que eu insistia tentar manter em meu controle. Mas eu não tinha controle de nada e isso se confirmava a cada minuto que se passava.

-Isso não pode ser bom. – Damon disse ironicamente e Stefan lhe deu uma cotovelada no estômago. – Quanta sutileza, Stef. – Ele reclamou carrancudo para seu irmão que fez uma careta.

-Preciso saber o que ela tem a dizer. – Falei bufando. – Quando estiver pronta, Bonnie.

-Velas. – Liam disse indo até a cozinha e vi Elena, Caroline e Sara descerem as escadas, deixando meus filhos adormecidos no andar de cima de nossa casa. Rapidamente Liam voltou com algumas velas, posicionando-as onde Bonnie apontava, formando um círculo ao redor da bruxa.

- O que está acontecendo? – Sara perguntou confusa. Elena tinha a mesma expressão de minha mulher. Caroline fez uma careta assim que meus olhos encontraram os seus. Ela ouvira tudo e sabia como todos nós que o contato com minha mãe não seria um bom sinal.

-Sua sogrinha tem recado. – Damon respondeu sarcasticamente e os azuis olhos de Sara arregaralaram-se.

-Ah não. – Ela respondeu respirando fortemente. Não, não era uma respiração, era um pedido de socorro. Era o cansaço tomando seu ser.

-Vai ficar tudo bem, meu amor. – Respondi puxando-a para perto de meu corpo, o que a fez relaxar instantaneamente.

-Ok. Vamos lá. – Bonnie disse fechando seus olhos. Eu podia ver a energia das chamas de cada vela ao seu redor fluir para seu corpo, dando-lhe força. Com mais de mil anos de existência, a relação entre bruxas e a natureza me espantava. Era como se cada um se completasse. Bonnie ficara enfraquecida sem o fogo e este ganhava mais cor e vida ao entrelaçar-se a ela.

Bonnie pronunciava seu fetiço lentamente, mantendo seu tom de voz alto e claro. As chamas aumentaram bruscamente, fazendo-nos recuar. As mãos de Sara suavam nas minhas e eu sentia seu nervosismo a cada batida desacelerada que seu coração seguia. Bonnie abriu seus olhos, cessando o feitiço, mas antes que alguém pudesse perguntar alguma coisa, percebi o diferente olhar que ela me lançava. Uma mistura de ternura com culpa, medo e… amor.

Não era Bonnie. Não era minha recente amiga que me fitava há metros de distância. Era minha mãe.

-Ma… mãe? – Perguntei gaguejando e um sorriso nos lábios de Bonnie surgiu.

-Olá meu amor. – Ela respondeu esticando seus braços para que eu os alcançasse. Era estranho conversar com minha mãe pelo corpo de minha amiga, mas após milhares de anos, era tudo o que conseguira. Segurei suas mãos firmemente e eu sentia o toque. O toque carinhoso que fui privado por toda a vida. O toque de minha mãe. Não importava se estivesse viva em seu corpo ou como um espírito em outro, eu podia sentí-la.

-Senti tanto sua falta. – Falei, ignorando a presença de todos ali e deixei algumas lágrimas escorrerem por meu rosto. As mãos de Bonnie/minha mãe as exugaram delicadamente.

-Eu também sinto, meu filho. – Ela respondeu sorrindo e o que todos viam era Bonnie sorrindo de sua maneira mais graciosa, mas o que eu via era minha mãe sorrindo calorosamente, como quando conseguíamos uma grande quantidade de comida em nossas caças. Um sorriso de satisfação. – Estou tão orgulhosa de você.

-Orgulhosa? – Perguntei confuso. Orgulho nunca era um sentimento usado por ninguém para descrever seus sentimentos por mim.

-Sim, orgulhosa. – Ela respondeu desviando seus olhos para Sara, posicionada alguns passos atrás. – Obrigada, Sara. – Minha mãe continuou. – Obrigada por tirá-lo do caminho que percorria. Obrigada por dá-lo uma vida a qual vale à pena lutar.

-Faria tudo de novo se fosse preciso. – Sara respondeu gentilmente. Os olhos de minha mãe voltaram-se a mim.

-O que aconteceu, mãe? – Perguntei e senti o aperto de suas mãos intensificarem nas minhas.

-Não mexam com o destino, Niklaus. – Ela respondeu com certo desespero em sua voz. – Não mudem o percurso escrito.

-Como assim? – Perguntei.

-Ao tentar tirar a vida de Sara, você mexeu com o destino. – Minha mãe disse e senti Sara posicionar-se ao meu lado.

-Ele não tentou tirar minha vida, Esther. – Sara respondeu ofendida pela acusação feita por minha mãe. – Eu seria uma vampira, não estaria morta.

-Ao ser uma vampira você estará morta, minha jovem. – Ela respondeu fixando os olhos de Bonnie nos de minha mulher. – Nós precisamos de você viva. Humana.

-Precisamos? – Perguntei confuso. – Vocês, bruxas?

-O mundo. – Esther respondeu e senti Sara enrijecer ao meu lado. Todos permaneciam em silêncio ao nosso redor.

-O mundo? – Sara perguntou frustrada. – O mundo precisa que eu continue humana?

-Sim. Por mais alguns meses. – Minha mãe respondeu e senti meu estômago embrulhar. Aquilo não significava apenas que Sara permaneceria humana por mais alguns meses. Aquilo significava que teríamos mais meses de angústia. Ela seria necessária para algo futuro e o pensamento de colocar minha mulher em perigo novamente fez com que um gemido escapasse por meu lábios.

-Não ficarei humana por mais alguns meses. – Sara disse firmemente. – É minha vida, é minha escolha.

-Infelizmente, não é. – Esther respondeu soltando minhas mãos e direcionando-se a minha mulher. Com um movimento involuntário, coloquei meu corpo como proteção na frente de Sara, que segurou meu braço e colocou-se novamente ao meu lado, encarando o corpo de Bonnie, a alma de minha mãe. – Os espíritos continuarão fazendo o que for necessário para mantê-la humana, salvação.

-Não gosto que me chamem assim. Não sou nenhuma salvação. Não para o mundo. – Sara respondeu engasgando. – Eu decido quando minha vida humana terá fim, não vocês. O destino pode ter a força de nos colocar na estrada, mas são nossas escolhas que definirão o caminho. E minha escolha é essa. Eu não quero ser mais humana.

-É ingenuamente agradável que pense assim, minha cara. – Esther respondeu passando a mãe de Bonnie delicadamente nas bochechas de minha mulher.

– Porém todas as escolhas são condizentes com o destino traçado a cada ser. Acredite, isso agrada a mim tanto quanto agrada você, mas é algo a ser seguido. São apenas meses. Não é muito tempo.

-Para você que é imortal. – Sara respondeu mais calma. Respirei fundo, prestes a me arrepender da resposta que ouviria.

-Mãe... por que Sara será necessária? – Perguntei engolindo em seco.

-Sanguis Salvator. – Esther pronunciou e pela primeira vez, ouvi a voz de Bonnie desfazer-se e a de minha mãe preencher o ambiente.

-O que... – Sara começou.

-Sangue salvador. Em latim. – Respondi colocando meu braço ao redor de seus ombros.

-Salvator... – Damon disse pensativo. – Salvatore. Acho que qualquer semelhança não é mera coincidência. Não é Stef?

-Damon, agora não. – Elena respondeu delicadamente.

-Meu sangue precisará transformar algum vampiro em humano novamente, não é? – Sara perguntou e pude senti-la sufocando as lágrimas de frustração.

-Sim. – Esther disse. – Mas não é qualquer vampiro. É o futuro de sua Alícia.

-COMO É QUE É? – Senti minha voz alterar-se brutalmente e o corpo de Bonnie recuou alguns passos.  - O que minha filha tem a ver com isso?

-Ele está destinado a ficar com Alícia. Assim como vocês dois estavam destinados a permanecerem juntos. – Ela respondeu automaticamente, sem qualquer emoção em sua voz.

-Mas Alícia é só um bebê. Tem dois anos. – Sara se pronunciou.

-Ele também. – Ela respondeu e não pude evitar a surpresa invadir minha face.

-Quem transformaria um bebê em um vampiro? – Perguntei incrédulo.

-Foi um acidente. Não era para nada ter acontecido. – Esther disse decepcionada. – Havia sangue de vampiro em seu frágil sistema quando o caminhão atingiu o carro de seus pais. Todos morreram. Incluindo Luke.

-Luke... – Sara sussurrou. – E onde ele está agora?

-Em um orfanato em Nova Iorque. Temos alguém dentro do orfanato por um tempo...

-Quer dizer uma bruxa? – Elena perguntou.

-Sim. Ela está há algumas semanas com ele. Dando o tratamento especial que ele precisa. – Esther parou, respirando fundo pelo corpo de Bonnie. – Ninguém pode saber que ele não quer mamadeira e sim sangue. Ou que ele não tem pulsação alguma. Ele precisa sair de lá o quanto antes.

-Então traga-o logo e assim dou meu sangue à ele imediatamente. – Sara disse esticando seu braço empalidecido.

-Não pode tirar um órfão assim tão fácil. Ir lá e pegar. – Stefan disse.

-Nós somos vampiros, claro que podemos. – Damon respondeu dando de ombros.

-Não há alguém para criá-lo. – Minha mãe falou. – Não por enquanto.

-Nós ficaremos com ele. – Ouvi a decidida voz de Tyler ao aparecer e se enroscar ao corpo de Caroline, que estava tão espantada quanto todos nós.

-Formalmente? – Elena perguntou.

-Formalmente. – Caroline disse com um enorme sorriso nos lábios.

-Aposto que essa nem a rainha do destino ali esperava. – Damon disse dando um tapinha em Tyler.

-Então é isso? – Perguntei estupefado. – Nada de perigo? Assim fácil? Ninguém precisará se machucar?

-Não, meu querido. – Mamãe respondeu repousando as mãos de Bonnie em meus ombros. – Está na hora de vocês aproveitarem tudo o que tem, em paz. Acredito que já passaram por muita coisa. Entenda, não estou dizendo que tudo ficará fácil...afinal, você tem uma família para cuidar. Desde sempre e para sempre, lembra?

-Como iria me esquecer? – Perguntei atirando-me em seu braços. Senti o abraço de minha mãe, com tanta ternura. – Eu te amo mãe. – Sussurrei deixando as lágrimas escorrem livremente por minha face.

-Eu te amo, meu menino. – Ela respondeu dando-me um beijo na testa. - Fiquem bem, fiquem a salvo.

Entregando um pequeno pedaço de papel nas mãos de Caroline, os quais deviam ter informações sobre Luke, ela deu um último sorriso antes de partir, deixando-me desamparado por segundos, até sentir as mãos de Sara nas minhas, encontrando meu chão novamente. Bonnie olhava para todos sorrindo. Dessa vez, ela não estava confusa sobre o que havia acontecido. Sabia exatamente cada segundo do ocorrido e seus olhos entregavam a felicidade e satisfação de ter ajudado.

Duas semanas depois.

POV Sara

-Amor, eles chegaram. – Klaus disse pegando Andrew no colo enquanto eu abotoava o macacão de Alícia.

Desci as escadas rapidamente deparando-me com Tyler e Caroline abraçando um pequeno garotinho com cabelos claros e olhos achocolatados.

Me aproximei e não resisti ao ver suas mãozinhas esticando-se para tentar alcançar a mim e Alícia, deixando-o nos tocar. Esther estava certa. Eu não poderia mais negar. Havia algo no modo como ele se esticava para segurar minha filha...algo que me lembrava Klaus esticando-se para me salvar.

Havia passado as últimas semanas recusando-me a acreditar que dois bebês de dois anos poderiam ser destinados dessa maneira. Mas ao longo de tanto tempo, uma coisa eu tinha aprendido: quando algo deve acontecer, não importa quanto tempo demore, irá acontecer.

-Ele é lindo, não é? – Caroline perguntou dando um beijo na cabeça de seu filho.

-Ele é maravilhoso. – Respondi acariciando as gorduchas bochechas de Luke que se esticou para que o pegasse no colo. Entreguei Alícia a Tyler e o peguei em meus braços.

-Você...já quer fazer? – Klaus perguntou tentando controlar um bagunceiro Andrew em seu colo. Meus olhos foram até Caroline e Tyler e estava claro que estavam com medo que algo desse errado. Podia ser por pouco tempo, mas Luke era agora seu filho.

-Eu confio que seu sangue fará a coisa certa, Sara. – Caroline disse suavemente. – Traga meu menino de volta à vida. Deixe-o crescer e viver como uma criança normal.

-Quase normal. – Disse sorrindo.

-Quase. – Ela confirmou sorrindo de volta.

Ajeitei o bebê em meus braços, olhando fixamente naqueles lindos olhos castanhos. Havia tanto que eles podiam contar, com tão pouco tempo de existência.

Puxei a manga de minha blusa, deixando meu pulso à mostra.

-Vamos garotinho, beba. – Aproximei minha carne de seus pequenos lábios e instantaneamente senti duas pequenas navalhas cortarem-se rapidamente e meu sangue ser drenado. Após alguns segundos o aperto afrouxou e Luke caiu em um profundo sono, perdendo completamente a consciência.

Caroline o pegou nos braços, embalando-o delicadamente.

-Vai ficar tudo bem. – Tyler disse, ainda com minha filha nos braços.


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Notas finais do capítulo

Já adicionarei o epílogo junto. Desculpas novamente gente, em dívida eterna com vocês.



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