4. (POV Cullen)

POV Edward

Eu estava em estado de choque, Esme foi ‘socorrer’ Meg, mas eu continuei ali do outro lado da rua repassando repetidamente a cena que eu acabara de ver. Bella parecia tão sentida, arrasada e eu não estava ao lado dela para consolá-la, abraçá-la, enxugar suas lágrimas. Senti Alice me puxando e deixei que ela me guiasse para o outro lado da rua, Alice também estava preocupada, pensava sobre como a Bella se tornava diferente quando estava rodeada por lembranças de Phoenix. Os outros também haviam notado isso, mas Alice e eu éramos os que realmente estavam preocupados.

– Meg, você vai ficar bem? – Esme perguntou.

– foi só um choque, já imaginava que isso iria acontecer pelo desespero com que Bella me abraçou quando apareceu em sua casa, Esme. Entretanto ver o choque e a confirmação nos olhos dela – Meg voltou a soluçar.

– Jasper acalme-a. – Esme pediu. – vamos procurar um lugar para ficar e depois procuramos por Bella.

– mãe – reclamei – você ouviu o que a Bella disse? Eu não vou deixar ela muito tempo longe da minha vista.

– não se preocupe com ela Edward, nós já fizemos isso antes – Meg tentou me acalmar. – já fomos esquecer nossos problemas, a Bella tenta, mas não fica bêbada. Ela sempre acabava arranjando problema para ela mesma no final das contas, tinha que cuidar de três adolescentes caindo por ai em uma mansão com exatamente tudo a nossa disposição.

– como pode ter tanta certeza? – perguntei duvidando do que ela havia acabado de falar.

– bem, vampiros não ficam bêbados e depois de ver uma menina adolescente beber dois litros de Vodka e sair desfilando pela porta frente em cima de saltos 15 você muda sua visão sobre a vida. O máximo que ela fica é alegre e para de se importar com as consequências de seus atos, mas ela nunca perde o controle e é capaz de parar a hora que quiser, então…

– Bella nunca faria algo que a prejudicasse filho – Carlisle tentou colocar a razão em minha mente apoiando o que Meg havia dito, esta retorceu sua expressão em uma careta ao ouvir o que ele havia dito.

Não foi bem isso que eu quis dizer. Ela pensou.

– já chega eu vou atrás dela. – disse sem paciência.

– não filho – Esme me repreendeu séria. – vamos procurar um lugar para ficar, tenho certeza que Meg gostaria de ficar para o enterro e nos ficaremos para ajudá-la. – era a primeira vez que eu via Esme usar seu tom de brava comigo. Tentei não transparecer meu choque, mas os outros não tiveram a mesma ideia.

Edward estava precisando de uma dessa para deixar de ser egocentrico. Rosalie pensou sarcástica. Carlisle colocou a mão no ombro de Esme como forma de acalmá-la.

– Alice – pedi.

– temos vários hoteis disponíveis num raio de três kilometros daqui, apenas preciso saber onde querem ficar.

– é melhor procurar algo na área nobre da cidade, o mais próximo das residências possível, a caminho do centro de preferência. – prestei atenção na mente de Meg para saber o que ela pretendia por trás de suas cordenados. Nela era repassado um caminho feito em sua época humana para o centro, Bella estava ao seu lado no banco de trás de um carro com vidros escuros enquanto Blunt e Matt estavam ao volante e no carona, respectivamente. Outro soluço escapou pelo seus lábios tirando minha atenção da Bella que eu via em sua mente. Parecia uma Bella diferente.

O caminho para o hotel foi silêncioso. Um silêncio apenas interrompido de intervalos espaçados de tempo por um soluço de Meg. Assim que chegamos Alice e Esme se encarregaram de acalmá-la enquanto eu observava assim como Jasper, para ajudarmos se por acaso fossemos necessários em algum momento.

Meg não demorou muito a se recompor por fora, mas eu ainda conseguia ler seus pensamentos e sabia exatamente que ela ainda sofria, mas estava aplicando uma técnica que sua melhor amiga havia lhe ensinado anos atrás.

“Não deixe transparecer mais do que necessita. Fingir segurança é o melhor caminho para tal sentimento.” Ela repetia em sua mente imitando a voz de Bella.

– a casa de Blunt fica não muito longe daqui, só seguir reto. Temos que rezar para que eles tenham decidido vir para cá antes, esperar pela noite. – e para que eles não inventem uma maneira de jogar strip poker de dois. Meg informou-nos completando mentalmente. Se eu não fosse vampiro teria batido o carro. Relaxe Edward. Ela me controlou passando em seguida um filme mental de um jogo deles. Todos já estavam com peças de roupas faltando enquanto Bella estava com as suas intocáveis. Acho que hoje eu sei porque ela era tão boa. Dei uma risada fraca sem realmente achar graça.

– o que você pretende fazer assim que chegarmos lá Edward? Arrombar a casa do garoto? -

– nem que nós quisessemos – Meg interrompeu novamente. – a casa de Blunt tem o melhor sistema de segurança que eu vi em minha vida. Nem nós vampiros seriamos capazes de passar sem disparar um alarme. Pare aqui. – ela indicou para uma pequena sombra em baixo de uma árvore. Já era hora do crepúsculo, andar pela rua já não seria perigo para nós. – se estacionarmos na frente da casa dele por mais de três minutos são mais dois para sermos abordados e dependendo, se forem ou não com a nossa cara, presos.

– parece até que o pai dele é o cara mais rico do estados unidos ou coisa assim – Emmett fez piada.

– um dos. – Meg corrigiu. – eu já fui ameaçada de morte se caso não passasse a senha para entrar na casa dele. – ela rio. – esses caras são uns babacas na verdade, então, nem ligamos quando algo do tipo acontece, mas isso não significa que de vez em quando um por acaso não fale sério. Segurança nunca é de menos. Até Bella já foi atingida. – Olhamos para ela curiosa – uma vez ela levou um tiro, nada grave, pegou de raspão na cintura dela, nem cheogou a ir para o hospital. Estavamos nadando ai dentro. – ela apontou para o muro branco. – no dia seguinte o atirador apareceu morto no noticiario – seu tom de voz diminui com a frase conforme ela ia percebendo o que acontecera realmente. – o que importa é que estamos todos vivos e bem até hoje – ela ficou quieta percebendo a mentira da frase, ela não estava realmente bem e o Matt não estava vivo. – me sigam. Foi Bella quem me ensinou esse caminho, então, sei que é seguro.

Pulamos o muro em um dos poucos centímetros em que ele não era vigiado e, então subimos em uma árvore que não ficava longe da casa e ficamos ali vigiando.

– o que faremos agora? – ouvi a voz de minha Bella ecoar de um cômodo não longe dali.

– eu que te pergunto, é você que sempre tem as respostas, eu sempre fui o irresponsável lembra?

– eu sei, mas agora eu estou falando de nossa aflilhada, nossa amizade.

– sei do que está falando, esse sentimento é horrivel você não faz ideia, sinto como se todos próximos a mim morrem, quer dizer, você já sofreu as consequências algumas vezes e…

– fica quieto Blunt, estou falando sério aqui. Nenhuma de nossas perdas foi sua culpa, Meg foi por causa de um desmiolado e Matt também, as minhas quase mortes só não passaram de lugar errado na hora errada. Mas voltando ao assunto. Eu não posso ficar aqui. – ela disse firme. – você sabe como eu sou – toda a firmeza desaparecera quando ela voltou a falar. – eu não suporto andar por aqui e ver que tudo poderia ter sido diferente. – ela soluçou.

– tudo bem – ele parecia consolá-la a voz dos dois havia mudado assim que sairam dos olhares alheios. – eu cuidarei dela quando precisar e se você se sentir pronta para voltar, bem, estaremos te esperando de braços abertos.

– obrigada Be, sinto-me péssima por não poder estar aqui, mas sei que ela será a menina mais mimada desse universo. – ela deu uma risada. – Matt ficaria decepcionado comigo.

– Be – ele repetiu a maneira como ela havia-o chamado, com orgulho. – fazia tempo que você você não me chamava assim. A incrivel dupla Be e o famoso par de M’s – ele deu uma risada fraca.

– meu deus, você merece a morte por me lembrar disso, Bernard Blunt! Depois dessa eu me tiro do recinto e acrescento, nós tinhamos problemas mentais. – ela deu uma outra risadam - levante dessa cama e coloque uma roupa, se nós vamos sair quero chegar cedo amanhã - e fechou a porta. Ouvi Meg rindo ao meu lado. Minutos depois ela apareceu do lado de fora da casa respirando profundamente. Olhou em nossa direção, mas quando ela ia espressar seu desgosto o Blunt apareceu atrás dela.

– está escuro para ficar ai fora. – ele a repreendeu.

– claro – ela foi irônica. – Blunt socorro estou sendo sequestrada.

– Isabella.

– não use meu nome inteiro.

– foi você quem começou. Bernard – ele repetiu.

– isso me lembrqa de algo... como vão seus cachorros?

– inseparáveis como sempre. Pensei em dar a Megan para a mãe da Meg quando aconteceu tudo aquilo, mas achei que seria melhor manter, pelo menos os cachorros, juntos.

– me perguntou se a Bellinha ainda te atacaria se por acasso eu pedisse.

– tem dúvida? Ao seu primeiro sinal aquela cachorra já está em cima de mim.

– não é sem motivo… gostaria de vê-la.

– amanhã quando nós voltarmos. Hoje os planos são outros, vamos nos trocar.

– já estou indo, vou respirar ar puro mais um pouco. Não esqueça de fazer sua lista, já fiz a minha. A senha continua a mesma? – Blunt afirmou com a cabeça. Bella voltou a olhar para onde nós estavamos mais especificamente para Meg gesticulando algo com a boca. ‘Megan’ foi o que eu conegui entender. – Isabella Swan, pasta de dente – ela agora falava com o dispositivo do alarme. A porta se abriu e ela entrou revirando os olhos.

Estava pronto para deixar a casa feliz que a Bella tenha resolvido ficar dentro da mesma, parecia que eles havia enchugados seus problemas ali mesmo, quando um carro preto saiu da garagem subterrânea. Pelo visto Blunt já não estava em sua melhores condições.

– ok, agora é definitivo você vai se matar se continuar nesse volante.

– foi você quem tomou a garrafa de wisky inteira. – ele retrucou com a voz ainda estável. Porém avançando contra um árbusto.

– eu posso fazer isso e mesmo assim não me matar, é diferente. Desce desse carro, já sofri o suficiente pelo resto da minha vida.

– ok mamãe. – ele abriu a porta descendo do carro e ela desceu logo em seguida. – você com esse vestido me lembra do nosso final de semana. – Bella estacou no lugar enquanto Meg ardia de curiosidade ao meu lado.

– você se lembra do final de semana?

– claro, você estava usando um vestido parecido com esse só que um pouco mais curto, gostava mais daquele se você quiser mi…

– como? – ela perguntou exasperada interrompendo sua fala. – como você se lembra?

– você disse claramente: vamos fingir que isso nunca aconteceu, ok? Não algo do tipo você dormiu o final de semana inteiro e eu nunca estive aqui. – tentei ler em sua mente o que ele falava sobre o final de semana, se havia alguma lembrança mais concreta, alguma imagem, mas estava tudo turvo.

– se você está do meu lado agora significa que você tem problemas e acho que não tem problema você se lembrar daquela noite.

– claro claro, vai dirigir ou vamos ficar de papo? Minha última noite como alguem irresponsável, quero aproveitar tendo uma desculpa.

– o Matt não é uma desculpa para você encher a cara. – Bella disse rígida.

– está certa, é quase como uma consequência, prefiro ficar bêbado a despencar aos choros por ai. – Bella revirou os olhos.

– vamos embora, e espero que possamos ficar sozinhos essa noite. – ela olhou diretamente para nós. – por favor – ela acrescentou de forma que os ouvidos do Blunt não ouviriam.

– como queria – Meg respondeu ao mesmo tom e desceu da árvore indo embora. Nós a seguimos.

– o que está fazendo? – perguntei.

– a Bella não é nenhum criança, ela sabe se cuidar. Eu não irei segui-la, já me sinto mal por ter ouvido o que eles falaram aqui, isso porque eu participei de tudo o que eles mencionaram, não vou ser uma intrusa para Blunt hoje. Se quiserem ir que o sigam, mas eu farei esse favor a ela. – em sua mente seus pensamentos estavam muito mais agitados, se ela tivesse lágrimas estas estariam, teimosamente, caindo no momento. – vou fazer um pequena pausa no canil, podem ir para o hotel. – em sua mente isso estava mais para uma ordem, então deixei que ela seguisse sozinha.