Haviamos passado a noite inteira deitados apreciando um ao outro. Edward aproveitou a oportunidade para me perguntar coisas sobre o meu passado e eu acabei fazendo a mesma coisa.

– quais serão os planos para hoje? – perguntei interrrompendo o silêncio momentaneo assim que ouvi o resto dos Cullens voltando para casa.

O sol começara a nascer o que significava que na mesma hora do dia de amanhã enfrentariamos o exército de Victória, bem, eles os enfrentariam eu pelo visto teria que ficar parada olhando.

Sabia que as piada de Emmett sobre nossa noite seriam totalmente indecentes, por isso optei por ir tomar o banho no exato momento que eles entraram pela porta. Tirei minha aliança me dirigindo para o banheiro enquanto Edward fora encontrar-se com sua familia. Acabou que meu plano de adiar os comentários de Em não foi o suficiente para evitá-los, portanto acabei ouvindo-os do mesmo jeito.

Saimos da casa de Edward com as mochilas de acampamento nas costas, corremos até a clareira onde ocorreria a luta para que meu cheiro os guiassem até lá.

– será que um pouco de sangue ajudará?

– seu cheiro está impregnado nessa floresta, qualquer ajuda seria bem vinda – Jasper me respondeu.

Antes que Edward protestasse eu já estava fazendo um ‘pequeno’ talo na minha mão, os outros Cullens que andavam comigo me olharam como se estivesse louca. Esfreguei minhas mãos espalhando o sangue sobre elas como se fosse um hidratante tocando em seguida o máximo de coisas que conseguia alcançar. Repeti o procedimento toda vez que meu corte parava de sangrar até que finalmente chegassemos na clareira.

– prendam a respiração e fechem os olhos. – pedi a todos. Assim que eles atenderam meu pedido cortei ainda mais profundamente e minha e corri por toda clareira derramando um pouco de sangue em cada parte dela.

– ok Bella, você já fez mais do que o suficiente. – Edward me repreendeu bravo pegando minha mão para tratar do ferimento. Assim que ele terminará de limpar minha mão de todo o sangue o corte não se encontrava mais lá. – Jacob irá levá-la até o local do acampamento assim o cheiro da rota ficará menos interessante aos recém criados.

– Bella fizeram um ritual de sacrifício utilizando do seu sangue?! – Jacob perguntou incrédulo ao adentrar a clareira? Estou com náuseas.

– fracote – acusei-o – nós encontrará lá em cima? – perguntei a Edward. Ele assentiu. – tchau pessoal, boa batalha amanhã. Mandem meus melhores desejos para os recém criados no inferno. – posso? – perguntei a Jacob antes de pular em cima dele, assim que tive sua aprovação pulei em suas costas com um pouco mais de entusiasmos do que ele esperava. – vamos lá cachorrinho! – ri alto – não sabe quanto tempo estou esperando para dizer isso. – ri mais uma vez.

Jacob não chegou a revidar com palavras, mas seus olhos transmitiram seu desagrado.

– estou com créditos – ele soltou antes de sair andando morro acima.

– e ai contou para seu sanguessuga o resto do seu segredo? – Jake iniciou a conversa quando já nos encontravamos floresta a dentro.

– ainda não contei tudo, faltou contar a parte sobre meu sangue, por exemplo. Estou esperando depois da batalha.

– achei que já havia contado visto que vocês dois pareciam tão relaxados aquele dia no treinamento, pelo menos está seguindo uma parte de meu conselho o que é bom. Mas ainda acho que você deveria contar o mais rápido possível, principalmente sobre essa parte, você não gostaria que ele te mordesse a próxima vez que se cortasse. Eu no entanto, adoraria assistir.

– vá para o inferno Jake. – tentei descer de seu colo para ir andando com minhas próprias pernas.

– ordens são ordens, não posso arriscar estragar plano e levar toda culpa. Mas não se preocupe amanhã de manhã você se livra de mim.

– você irá passar a noite conosco? Edward eu e você, na mesma barraca? – ri alto. - Aproveitaram e chamaram as câmeras para o mais novo reality show americano?

Jake parou em uma área onde as árvores já não se encontravam densamente localizadas. Estavamos quase no topo da montanha, a partir daquele ponto ela só crescia de modo ingreme com uma vegetação arbustiva em alguns poucos lugares.

– não, eu não ficarei na mesma barraca que você e o gelinho, não conseguirira suportar o cheiro.

– sabe você deveria ser mais legal com Edward, acho que se você desse uma brecha, ambos poderiam ser muito bons amigos… ele não fica pensando em sua competição o tempo inteiro.

– diz isso porque não lê a mente dele.

Algun minutos após eu a Jake chegarmos ao local marcado Edward apareceu pulando de um dos picos mais baixos da montanha. Montamos a barraca perto das duas paredes de pedra, assim só teriamos que nos preocupar em protegermos dois lados caso fossemos atacados. O tempo que até então estava típico para Forks mudou totalmente de rumo e o que começara com uma forte ventania se transformou em uma tempestade de neve. Eu logo aceitei a convidativa proteção da barraca, poderia até não sentir frio, mas ficar no meio de uma tempestade não era a coisa mais agradável

– Alice me avisou que o tempo mudaria, trouxe alguns casacos extras para você. – Edward tirou uma pilha de casacos de dentro da mochila.

– muito atencioso de sua parte edward, mas eu também não sinto frio – avisei-o novamente em caso de eu nunca ter mencionado isso antes.

Ele suspirou

– sinto que é tão dificil lembrar de cada detalhe.

– o que importa é que está tentando. – iria beijá-lo, mas me senti estranha ao ter tamanha intimidade com Jake do lado de fora da barraca.

– Jacob venha logo para dentro! Sei que não congelará, mas duvido que seja agradável ficar ai fora.

– mais agradável do que o cheiro dai de dentro. – ele respondeu em um bom humor.

– ainda dúvido. – havia vencido o pequeno argumento, pois no instante seguinte ouvi o ziper da barraca sendo aberto por um transformo coberto de neve derretendo. – entre, sua situação está hilária.

E esse foi o ponto mais longe que chegamos com uma conversa desde então pelas horas e horas seguintes.

– Bella me conte mais uma vez porque você não simplesmente usa aquele poder super maneiro de tirar os sentidos das pessoas e acaba logo com toda essa complicação. – paralisei no colchonete em que estava. Olhei rapidamente para Edward e depois mandei meu melhor olhar assassino ao Jake.

A tempestade já havia se acalmara do lado de fora, mas Jake continuou na barraca mesmo assim, não que eu me importasse, mas achei que ele teria.

– espera um pouco, o poder de Alec Volturi?! – Edward olhou para mim sem acreditar. – achei que você tivesse a capacidade de entrar na mente dos outros e alterar suas memórias.

– Jake você me paga – rosnei para ele. Jacob, o futuro transformo morto, levantou suas duas mãos na alturas me seu peito se fazendo de refém.

– achei que ele já soubesse dessa parte, você disse que a única parte que ele não sabia do seu segredo era que…

– cala a boca – protegi sua mente de Edward e o ameacei com o olhar. – vejo que você quer provar desse poder em específico mais uma vez.

– Bella, o que está acontecendo? – Edward olhou para mim angustiado, ele odiava quando eu o deixava curioso.

– lembra daqueles dois segredos que eu comentei que ainda mantinha? – ele acenou com a cabeça – um deles é esse. Meu verdadeiro poder é ter acesso ilimitado a mente… consigo acessar partes de sua mente que você nem mesmo sabe que existe como a parte que controla seu poder de ler mentes, por exemplo. Descubro como seu poder funciona, os mecanismos básicos que fazem com que ele exista. Aprendo a como usá-lo e então adquiro uma nova capacidade. – olhei mais uma vez para Jake com meus melhores olhos assassinos. Fechei os olhos tentando colocar meus pensamentos no lugar para que não fizesse nenhuma besteira como normalmente fazia quando estava irritada.

– você por acaso já fez isso comigo? Quer dizer, você consegue ler mentes? Foi assim que conseguiu entender os lobos durante o treinamento? – Edward soltou todas as perguntas de uma vez, sua voz era um misto de tristeza, curiosidade e decepção. Balancei a cabeça confirmando de olhos fechados e expressões culpadas.

– licença – disse entredentes e sai da barraca fechando o ziper atrás de mim.

Deixar inimigos mortais - que, além de terem instintos naturais para se degolarem, disputam pela mesma garota - sozinhos numa mesma barraca provavelmente não era uma boa ideia, mas eu era a mais propensa a cometer uma besteira em meu estado mental. Pulei em cima de um galho de um pinheiro a borda de nosso acampamento e subi até o topo. Fiquei ali olhando para as estrelas tentando tirar de minha mente qualquer pensamento impróprio ou preocupações que rodeavam a reação de Edward. Daria um tempo para que ele também colocasse seus pensamentos no lugar antes de falar comigo e expressar sua opinião, nas outras vezes que ele se expressou sem pensar nós dois acabamos saindo machucados da discussão.

“obrigado” ouvi Edward dizendo a Jake dentro da barraca. Não sabia se deveria acreditar no que estava ouvindo e, pelos pensamentos confusos de Jake, ele também não acreditava.

“acho que não ouvi direito” Jake disse fazendo graça por achar que Edward não falava sério.

“estou falando sério, obrigado por me contar, obrigado por ter ficado do lado dela quando eu não estava aqui. Eu vi em sua mente o suficiente para ver o estado em que ela estava em sua compania e ver o quanto ela sofreu, mas vi o suficiente na mente de Charlie para notar que seus olhos brilhavam mais quando estava ao seu lado.” Jake balançou a cabeça em reprovação.

“ela era outra quando você não estava na cidade, mais solta… você deveria repreendê-la e a seu lado sobrenatural menos. Lembro que ela adorava fazer rondas com a gente, estava indo e vindo para todo lugar correndo e não precisava de ninguém para protegê-la. Mas não, dai você volta e ao invés de ela continuar desse modo, ela simplesmente se escondeu dentro de si. Perguntei para ela outro dia o porquê dela ter feito isso e você adorará sua resposta: ela tem medo que você a deixe novamente. Ela nunca será a mesma e é tudo sua culpa felizmente para ela eu estarei aqui quando ela notar o quão ruim você é para ela.” A voz de Jake era áspera e suas palavras me atingiam como pontadas, imaginei que para Edward estavam mais para facas. Não gostei de como ele se referiu a mim como uma bola de ping-pong passada de mão em mão, mas ignorei curiosa para ouvir a resposta de Edward.

Sabia o que eu estava fazendo era errado, ficaria muito brava se estivesse na posição deles com alguém bisbilhotando minha conversa. Em minha defesa, eu estava em cima de uma ávore a metros de distância deles, não era minha culpa se eles achavam que eu era surda o suficiente para não ouví-los.

“não estou tão preocupado com ela voltando para você em especial, tenho outros em mente que me preocupam muito mais, ou melhor, outro. Quer dizer, ele a conhece a vida inteira, já foram super íntimos, a consolou primeiro que você quando eu a deixei e ele vai cuidar da filha dela. Eu realmente não estou preocupado com você” Edward deu uma risada nervosa. “você nem nunca chegou ao ponto de beijá-la enquanto aqueles dois já engoliram um ao outro na minha frente quando ainda estavamos separados.” Ri levemente pelas palavras escolhidas de Edward, porém ainda preocupada com o quanto Edward ainda sentia-se ameaçado por Blunt.

Decidi voltar para a barraca antes que Edward tivesse mais tempo para remoer suas inseguranças. Entrei na barraca com Jake me olhando pensativo, Edward abriu um sorriso ao me ver. Acho que isso é um bom sinal.

– o que estava fazendo? – ele perguntou abrindo os braços para que eu me aconchegasse neles.

– olhando as estrelas.

– você pelo menos a tem – ouvi Jake sussurrar para si mesmo remoendo o que Edward havia dito a ele. Seus olhos levantaram em minha direção preocupado que eu o tenha ouvido, fingi não o ter para não preocupá-lo.

– entao, temos duas opções – quebrei o silêncio que se instaurava. – ou nós ficamos aqui sendo totalmente antisociais pelas próximas três horas ou nós agimos como pessoas sociaveis e – dei uma pausa procurando algo em minha mochila – jogamos um jogo – tirei uma caixinha vermelha com cartas de UNO™ dentro.

Prestei atenção nos sentimentos alheios para caso os animos mudassem drásticamente. Apesar de Edward parecer descontraido seu interior estava parecido com a tempestade que há pouco enfrentavamos. E não era apenas porque seu duplamente inimigo estava no outro canto da barraca.