Capitulo onze:

Estacionei meu carro em frente a casa de Jake mesmo sabendo que ele não estaria ali. Desci e fui atrás de seu cheiro. Segui para o penhasco onde ele se encontrava junto com o resto da matilha.

- mergulho no penhasco? Poxa estou magoada que não me chamaram. – disse. Alguns se assustaram com a minha chegada repentina fazendo me rir.

- Bella! – Jake veio para o meu lado me abrançando e girando. – vejo que seu sanguessuga resolveu passear um pouco para você ser autorizada a nos fazer uma visita.

- bem pela primeira parte você está certo, mas mesmo assim sou proibida de vir aqui. Como se tivesse um lobo mau prestes a me matar ou algo assim. – ri com meu próprio trocadilho. – ou seja, estou aqui ilegalmente. Cadê Sam?

- estão chegando – Quil respondeu olhando penhasco abaixo. Alguns segundos depois Sam apareceu junto com Jared e Leah, todos quase secos devido suas elevadas temperatura que acabou por ferver toda água na escalada de volta ao penhasco.

- teremos luta Bella? – Paul perguntou entusiasmado.

- se quiserem… pelo que Jake me contou estou precisando recompensar você, mas antes terão que me ensinar como exatamente pular daqui, porque da próxima vez não quero deslocar meu ombro. – Embry riu de meu comentário.

- não temos segredos é apenas se tacar. – Jared disse lembrando da sensação de liberdade.

- e aproveita para quebrar o pescoço – Leah comentou baixinho pensando que eu não ouviria. Abri um sorriso sarcástico e olhei para ela.

- desse jeito parece mais difícil Leah, porque não me dá um demonstração? – alguns dos lobos soltaram exclamações como ‘wow’ e derivados.

Sem dizer nada Leah saiu batendo o pé, se transformando alguns para dentro da floresta, não era como se nós tivessemos uma relação de amizade.

- acho que deixarei isso para outro dia, - dei de ombros - parece que teremos trabalho pela frente, senti mais dois cheiros no caminho para cá. Collin e Brad? – soltei meu palpite sobre quem havia se tranformado. As feições de Jake e Sam se tornaram piedosas.

- foram eles… mas estamos tentando mantê-los fora desse mundo, afinal eles só têm treze e quatorze anos.

- Seth tem quize, nem por isso está sendo poupado.

- não foi por falta de tentativas Bella – Jake sussurrou para mim.

- mas eu sou mais forte que todos eles – Seth se gabou exibindo os músculos, dei uma leve risada e ele abriu um sorriso triunfante.

- bem, já que não vamos treinar com os novos, somos apenas nós e as fronteiras dos universo, ou da reserva, como preferirem. O que acham de pique-escondem para aquecer, mesmas regras. Darei como tempo para se esconderem a minha conversa com o Sam. Esperem – disse antes que todos saissem correndo em suas respectivas formas animais. – hoje dificultaremos as coisas, nada de forma animal para vocês enquanto eu não usarei nenhum poder e diminuirei minhas habilidades a de um vampiro, terão mais tempo para se esconderem caso achem necessário. Qual será o prêmio para quem me derrotar Sam? – deixava a parte de premiações para ele, afinal, eu não era o alfa da matilha.

- uma semana sem ronda, só será chamado para o serviço em caso de ataque. – todos acenaram com a cabeça e sairam correndo apenas Sam ficou parado ao meu lado.

- o que quer Bella?

- pedir desculpas. Edward começou com a história de visitar minha mãe criando toda uma confusão com Charlie e meu gênio não deixou que eu ficasse calada ouvindo Charlie, então, acabou que eu fui para Flórida sem nem mesmo consultar as consequências de meus atos. Não sabia que Victória viria para Forks, caso contrário, nunca teria saído daqui. – Sam afirmou com a cabeça aceitando as minhas desculpas. – e outra coisa, prometo treinar  minha visão para não precisar procurar coisas que me interessem, da próxima vez não teremos erros.

- não se preocupe, Jake nos mostrou sua reação quando ele foi conversar com seu vampiro. Não tinhamos dúvidas que você estava no escuro sobre tudo.

- agora só uma curiosidade: vocês sabem que eu não posso me tranformar em vampira certo? Que se por acaso um me morder é ele quem morre enquanto eu apenas fico mais forte?

- sim, nós sabemos.

- então não preciso me preocupar com vocês nesse assunto? – ele negou. – ótimo – abri um sorriso – vai se esconder ou deixar para a próxima?

- alguém precisa ser o juiz e impedir desmembramentos – ri.

- afinal qual seria a graça se tivesse um pique ao invés de uma luta para decidir quem está salvo ou não? Bem estou indo já deu para eles se esconderem muito bem. Vamos ver o que temos para hoje – sussurrei e entrei na floresta procurando por sinais sem usar qualquer poder sobrenatural.

- você virá me visitar mais vezes, mas da próxima vez sem tanto assuntos pendentes né? – Jake perguntou esperançoso enquanto eu entrava no meu carro.

- claro, podemos fazer a mesma coisa amanhã, só que com mais tempo para conversar, apesar de ter sido divertido hoje. Peguei minha blusa no carro para cobrir os rasgos da roupa que eu estava vestindo.

- então nos vemos amanhã certo? – afirmei com a cabeça e liguei o carro

- isso se eu sobreviver até lá – dei uma leve risada e parti.

Alguns segundos após eu passar o limite da fronteira já pude visualizar o volvo prateado me seguindo. Dirigi para a casa da Angela sem olhar muitas vezes pelo retrovisor.

- você veio! – Ang se impressionou quando atendeu a porta

- disse que vinha. Estou pronta para alguns calos nos dedos – deu uma leve risada.

- está preparada para ter tendinite também? – ri junto com ela e entrei. Subimos as escadas indo até seu quarto onde uma pilha de envelopes nos esperava.

- irá dar uma festa ou algo no estilo para estar convidando tantas pessoas?

- na verdade não, a maioria nem virá, mas minha mãe disse que eu tinha que mandar a todos. – ela revirou os olhos, fazendo me sorrir. - sério você não sabe o quanto eu estou agradecida, Ben foi ver um filme então estamos livres por algumas horas, venha entre, quanto antes começarmos mais rápidos acabamos.

- já enviou seus convites? – Angela perguntou algum tempo depois de um silêncio preenchido pelo barulho das canetas roçando no papel.

- não preciso, minha mãe sabe quando eu vou me formar e acho que não tenho mais ninguém para chamar.

- achei que fosse chamar seus amigos de Phoenix.

- será na época das provas finais, eles não poderiam vir – inventei uma desculpa qualquer, já havia me despedido deles, não havia motivos para eu ficar retomando contato e só piorar as coisas depois, além de que o ataque dos recém criados se aproximava cada vez mais e eu não queria eles nem pensando em Forks quando este acontecesse.

- você gosta muito deles não é? – ri levemente.

- sim, todos são ótimos uns com os outros, acho que é porque crescemos todos juntos, bem… pelo menos os meus melhores amigos os outros foram se enturmando com o tempo, mas eu, a Meg, o Matt e o Blunt sempre fomos inseparáveis.

- Meg? – ela estranhou - A Meg Cullen? – fiquei sem reação por um instante, não imaginaria que ela sequer pensaria na Meg.

- não, não, era outra Meg.

- era? – abaixei a cabeça pensando no que responderia. Antigamente não poderia pensar nesse assunto, mas depois que eu descobri que minha melhor amigo só havia se transformado foi um alívio, porém não o suficiente para os dias de agonia e culpa que eu senti. – desculpa, não deveria ter perguntado.

- não tudo bem, é só que… - minha fala foi interrompida pelo meu celular tocando. – tenho que ir, disse desligando na cara de quem me ligava.

- é o Edward te esperando para algum compromisso?

- quem me dera – ri – são só alguns problemas, pelo menos os seus acabaram – indiquei para a lista de envelopes preenchidos. – gostaria de ficar o resto da tarde aqui mas pelo visto não vai dar, desculpe-me, te vejo na escola.

- até.

Caminhei em direção ao meu carro apenas preocupada com a desculpa que daria para não conversar com ele. Foi o tempo de ajeitar-me no banco e ligar o motor para que a tela preta aparecesse novamente anunciando outra chamada. Recusei-a novamente e acelerei. Mandei uma mensagem dizendo que estava ocupada com as provas finais e que não faria nenhum serviço por esses dias. A verdade é que eu não faria mais nenhum serviço. Nunca mais. O problema só seria dizer  isso para ele. Já estava com um nível bem alto de problemas não precisava de mais uma guerra – ou seja lá o que ele achasse que fosse plausível fazer – para a minha vida.

- olá – levei um pequeno susto com Alice sentada em minha cama. Estava concentrada na mensagem que havia recebido em resposta a outra “já estou sentindo sua falta minha cara, não me force a ir procurá-la”. Passei reto por ela guardando meu celular rapidamente e fui procurar algo para vestir em meu closet. Tirei meu “casaco” e procurei por algo que substituisse minha blusa rasgada.

- você sabe o quanto eu tive que falar para convencer o Edward a não voltar no mesmo instante que eu perdi seu futuro?! – Alice disse brava vindo atrás de mim – o que aconteceu com a sua blusa?!

- apenas uma brincadeira – menosprezei sua preocupação.

- sério? Qual? Quem corta sua roupa mais rapidamente? Um novo strip-poker? Acho que o Edward estava certo afinal, não…

- Alice – interrompi-a – eu estou bem – segurei-a pelos ombros – só observe, eu. Estou. Bem… Mas pelo visto quem não está é você. – disse reparando em seu estado. Sentia que se, por acaso, ela fosse humana, seus cabelos estariam bagunçados, teriam olheiras em seus olhos e tudo mais. – o que foi Allie? – troquei de blusa rapidamente jogando a antiga fora e voltei para o quarto.

- eu não sei! Esse é o problema, eu não sei de mais nada! Estamos com todos esses problemas com a Victória, tem também os recém criados e eu nem sei determinar quanto eles são! – seu peito começou a subir e descer freneticamente como se ela estivesse chorando, abracei-a tentando resolver um conflito interno.

- não se preocupe Allie, temos apenas mais dois dias de aula e provas e assim que a formatura passar poderemos nos concentrar apenas nisso. Carlisle resolveu se irá interferir?

- ele está esperando que eu preveja o movimento deles, por enquanto os planos continuam o mesmo e esperaremos até que eles venham nos incomodar. – conseguia sentir o desespero misturado com a tensão em sua voz. Pisquei longamente e voltei a encará-la.

- respire fundo – seu peito subiu e desceu lentamente – peço que confie em mim ok? Pare de se preocupar com o futuro, não quero você procurando por respostas até que nós recebamos aquele diploma. Se quiser saber o resultado da loteria está liberada, mas nada de Victória ou recém criados. – Alice me olhou como se eu estivesse louca. – prometa. – disse com a voz dura.

- não posso, Edward não quer ficar no escuro sobre você. Ele tem medo que ela venha te procurar, se isso acontecer, como eu não consigo te ver na maioria das vezes, preciso procurar por ela.

- terei uma conversinha com o Edward e com quem mais for necessário, em  tempos de crise alguns dias de férias caem bem. Agora, prometa-me.

- ok, não irei procurar nada relacionado com os recém criados ou Victória, mas você irá dormir lá em casa por hoje.

- não coloquei em discussão Alice!

- eu também não – ela sorriu maliciosamente. – foi o único modo com o qual eu consegui convencer Edward a não voltar para casa, disse a ele que você estaria sobre o nosso teto e a minha vista até que ele voltasse. Casa, escola; escola, casa. – suspirei sem opções.

- sem visões. –Alice me encarava com uma cara sofrida quando voltei a encará-la. Suspirei audivelmente. - se eu te ajudar com isso, promete não contar a nenhum de seus irmãos? Ninguém pode saber… estou esperando um momento oportuno para contar. – Alice olhou para mim receosa, mas, por fim, acenou a cabeça com vemência. – irei te ajudar a ter visões mais concretas, diferente do que você pensa o futuro está, sim, escrito em pedra. Ok talvez não em algo tão duro como granito, mas, sim, em um lugar mais maleável como o ouro. Você só tem que parar de se preocupar com o processo e se preocupar com o fim. Se fizer a pergunta certa chegará a resposta que quiser. Nadade visões que duram segundos.

- não é como se você também tivesse visões para me ajudar com…

- eu tenho Alice – interrompi-a atraindo sua verdadeira atenção para o que eu falava. – eu vejo o futuro. Não se esqueça que prometeu não contar a ninguém!