Calaleão O Mundo Perdido escrita por UchiHaruAkasum


Capítulo 19
Particularidades


Notas iniciais do capítulo

Oyasumi! (Boa noite) Pessoal! Espero que não queiram me matar pelo atraso enorme! Mas estou meio sem inspiração para escrever essa fic... com alguma luta esse cap. saiu, mas não sei quando sai o próximo. Deixem reviews que vou respondendo conforme postar! Beijos e boa leitura!
Ps. To morrendo de sono por isso vou parando por aqui.



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Calaleão O Mundo Perdido

Cap. 19. Particularidades...

            Sakura poderia dizer que não era normal em muitos sentidos, o fato de não ser uma humana, pertencer a um mundo paralelo, possuir poderes até pouco tempos desconhecidos começavam a tecer a lista de suas 'esquisitices' porem depois de uma semana em Calaleão a rosada já estava dando graças a Deus de pelo menos ter nascido parecida com uma pessoa normal.

            Havia visto tanto coisas estranhas naqueles dias, a começar pela criada Sunny e seus bigodes extravagantes de gato saindo naturalmente das bochechas que mais pareciam o focinho do próprio animal, a quantidade de gente que circulava naquele castelo dia e noite era tamanha que logo ela percebeu que o fato de se ter uma parte do corpo bicho, não era algo lá muito incomum. De certo modo com o passar dos dias acabara se acostumando com aquilo e aos poucos deixava de levar sustos.

"Tem tão poucas pessoas 'completas' por aqui que me faz pensar se pertenço mesmo a esse povo..." Pensou observando discretamente um jovem soldado lhe fazer um reverencia e virar as costas em seguida deixando a mostra a ponta de uma cauda de guaxinim por uma fresta da armadura. Deu de ombros e suspirou quando virou - se para a porta que estivera encarando até pouco segundos. Voltou a suspirar.

            Estivera evitando ao máximo o contato com seu guarda - costas naquela uma semana, depois que soubera que graças ao seu sacrifício sua família 'humana' estava a salvo voltou a questionar - se em questão ao que sentia, mas decidiu - se a não permitir mais 'aproximação', até por que aquelas sensações eram complicadas para ela.

            Porem mais cedo ou mais tarde teria que visita - lo afinal ele a salvara e merecia no mínimo um agradecimento decente, alem do mais já devia estar estranhando o fato dela não ter aparecido e por nada naquele mundo a rosada pretendia deixa - lo ficar se perguntando o que acontecera com o perigo dele decidir sair fraco mesmo a sua procura.             Por fim tomou coragem e empurrou a porta da enfermaria entrando logo em seguida. Notou instantaneamente que o cômodo estava mais cheio do que na ultima vez que a vira e que a sua presença ali provocou um certo 'alvoroço'. Ajeitou a sacola que conseguira mais cedo e sorrindo para as pessoas que mesmo machucadas lhe abanavam e cumprimentavam adiantou - se até onde o moreno estava acordado olhando distraidamente pela janela ao seu lado, os braços repousados sobre o colo e com um curativo no pescoço.

- Hum... yo Sasuke. - Cumprimentou, não sabendo ao certo como portar - se perto dele e sua situação só se complicou mais ainda quando os olhos ônix a fitaram diretamente.

- Yo. - Devolveu observando - a sentar na cadeira ao lado da maca em que estava, ela parecia nervosa e evitava encara - lo o máximo possível, fechou os olhos já imaginando o porque daquilo.

- Como... Como esta se sentindo? - A voz hesitante dela lhe fez voltar a abrir os olhos, um tanto surpreso pela pergunta. - Digo... o seu pescoço...

- Estou bem, isso é só para manter o feitiço da cura que lançaram sobre mim. - Explicou vendo - a pensar por alguns instantes para depois concordar e sorrindo sem jeito pegar uma fruta da sacola que colocara na guarda da cadeira.

- Por acaso...

- É uma Pehe né? - Completou surpresa ao vê - lo tão impressionado. - O que foi?

- Humpf... nada... - Respondeu e sem dizer mais uma palavra observou a jovem princesa dedicar - se a tarefa de descascar a fruta e lhe entregar cortada em um prato. - Obrigado.

- Dinada. - Devolveu vendo - o comer a fruta dourada que fazia um som curioso conforme era mastigada, sorriu ao perceber que aos poucos a cor voltava ao rosto do rapaz.

- Vós já sabias que essa fruta possui um poder curativo?

- Hai... pedi algumas explicações para os soldados e para... o rei Codan.

- Seu pai.

- O rei Codan... não estou pronta para chama - lo desse jeito...

- ...

- Ele também não esta ajudando nada, esta sempre ocupado e quando nos vemos me trata friamente... fico me perguntando o que fiz para ter esse tratamento... será que não sou o que ele esperava?

- Possivelmente vossa majestade só esta te dando o espaço que precisa para se adaptar. - O comentário do moreno a fez se calar e adquirir uma expressão pensativa. - Ou talvez esteja um tanto perturbado por sua semelhança com a rainha Keiko.

- Sei que sou parecida com a minha mãe, mas isso não deveria ser um empecilho para se aproximar de mim...

-  Ele passou muitos anos sozinho, deve ter aguardado o momento para reve - lá com tanta ansiedade quanto vós por conhece - lo, mas agora que aconteceu talvez não saiba como agir.

- Hum... tem razão... - Murmurou relaxando um pouco sua postura e alisando displicentemente a saia avantajada do vestido salmão que fora obrigada a colocar naquela manhã, já que as roupas com que viera do mundo humano eram muito 'estranhas'. - De qualquer modo não é assim que imaginava Calaleão...

- Hn? - Resmungou não parecendo disposto a fazer a pergunta inteira, ao passo que a princesa sorriu e empurrou o ultimo pedaço da fruta que trouxera para dentro da boca dele antes de responder.

- Esse castelo é lindo, mas também tem um ar frio e impessoal, o povo daqui é prestativo, mas a maioria tem pedaços de animais grudadas no corpo... nos primeiros dias  quase tinha um treco a cada pessoa que encontrava, mas depois percebi que era comum então comecei a me questionar o porque de eu, você e o Rei sermos diferentes...

- Não questione, ter uma parte do corpo tomada por um bicho não é algo que os soldados e aldeões gostem... - Respondeu sério, depois de conseguir mastigar o ultimo pedaço da fruta, soltou um suspiro frustrado ao vê - lá fazer uma expressão perdida e voltou a deitar na maca sentindo seu corpo ainda protestar um pouco, voltou a suspirar, talvez tivesse exagerado mesmo...

            Vários minutos se passaram com ambos em silencio, a movimentação a volta deles era constante, a todo momento entrava algum soldado ferido que era atendido imediatamente por algum dos 'curandeiros' ali presentes, por algum tempo a rosada começou a observar interessada o trabalho deles, como iam de maca em maca, murmuravam palavras estranhas e apenas com as mãos e algumas faixas davam conta da maioria dos feridos dali.

- Eles não cansam? - Indagou mais para si mesma do que para o Uchiha deitado ao seu lado, mas sua pergunta acabou fazendo - o abrir os olhos e virar sua atenção para os curandeiros também. - Quer dizer... tem um que já atendeu uns vinte só no tempo em que estou aqui e...

- Geralmente a pessoa dotada de magia da cura tem mais resistência ao cansaço. - Explicou, sabendo que mais cedo ou mais tarde teriam que entrar naquele assunto afinal, a princesa logo precisaria prestar o exame padrão. - Mas quando suas forças se esgotam se tornam muito vulneráveis... por isso vosso pai os mantém aqui dentro cuidando dos feridos que chegam...

- Entendo. - Murmurou de volta olhando para um soldado que chegara mancando com metade da armadura amassada na região do peito, enquanto era cuidado por um curandeiro, ele permanecia quieto, mas as orelhas peludas castanhas escuro no topo de sua cabeça iam para todos os lados. - Hum...

- Ele ficara bem. - Retrucou o moreno notando o tom de compaixão que tomara os olhos esmeralda ao ver aquela cena. - Todo guerreiro de Calaleão tem sua honra para lutar pelo nosso reino.

            A princesa desviou os olhos do homem que retirava a armadura com cuidado e com uma certa dose de confusão (Pelo tanto de informações que recebia a todo tempo) escorou as costas na guarda da cadeira fechando os olhos esmeralda.

            Imediatamente lhe veio a imagem de sua família a sua mente, sua irmã e cúmplice Hinata que ela deixara para trás sem nada dizer, depois de ter prometido que a avisaria se fosse embora, a caçulinha Hanabi que apesar de querer sempre se mostrar independente quando se sentia triste ou decepcionada vinha buscar abrigo em seu colo, sua mãe Haiana, a doce mulher que sem saber de nada sobre sua origem a acolheu e criou com amor e carinho, seu pai durão e ranzinza que de certo modo lembrava muito um certo alguém ao seu lado, havia primos, avós, tios e também tinha Haru... mas dele evitava falar desde sua morte há pouco mais de um ano... fora terrível para si, embora muitos não entendessem o por que de tanto escândalo por aquela 'coisa'.

- Princesa Haruno Sakura. - A voz de uma moça a despertou abriu os olhos e ajeitou - se na cadeira, sem saber ao certo quanto tempo ficara fora do ar, seria possível que tivesse adormecido? - Desculpe perturba - lá, mas o vosso almoço esta servido.

-  Hã... certo... já irei. - Concordou sentindo - se estúpida por estar com os olhos marejados diante da lembrança de seu protegido. - Só vou me despedir do Sas...

            Parou de falar quando ao se virar para o moreno o encontrou dormindo profundamente coberto até os ombros, o que confirmava sua teoria, havia apagado por alguns minutos.

- Majestade... - Começou a serva ficando meio nervosa, havia ido ali a mando do próprio rei para busca - lá, se voltasse sem ela...

- Estou indo. - Concordou colocando mais algumas frutas no prato do criado mudo ao lado do moreno e levantando - se sentindo seus pés protestarem. - Obrigado por me avisar.

            Lançando um ultimo olhar ao rapaz adormecido, passou pela porta dupla da enfermaria e seguiu para a sala onde a comida era servida, pelo menos um lugar ela já memorizará naquele castelo estupidamente grande.


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Notas finais do capítulo

Sim, Sakura tomou coragem e foi até o moreno, não conseguiu agradece - lo, mas pelo menos conversou normalmente com ele, o relacionamento com o pai dela continua estranho e a rosada ainda sente falta da família humana, mas esta muito mais tranquila agora que sabe que eles estão bem. Por enquanto é isso! Beijos de cereja e até a próxima!