TAEMIN POV

Logo depois que Lucy saiu do dormitório, um silêncio estranho predominou o local. Eu apenas fiquei assistindo TV. Minho e Onew ficaram na cozinha e Jonghyun implicando com Key, que ainda parecia bem zangado.

Mas aquele dia tinha sido bom - quase perfeito. De alguma forma, dentro de mim, eu não conseguia parar de sorrir. Eu abracei, brinquei e quase beijei a garota que gosto - não tinha nada que podia estragar o que eu estava sentindo.

– Yah! Para! - Key gritou, estressado.

E no mesmo instante em que Jonghyun parou de brincar, um celular tocou. Todos tiraram os celulares do bolso e verificaram, mas apenas Key parecia realmente ter recebido algo.

– Ei, Taemin. - sem tirar os olhos da tela, a sua voz parecia séria.

– Hn? - peguei o celular e li o que estava na mensagem que o hyung havia recebido.

" Bubububu~! Key-ah! Socorro! Socorro! A mãe da Lucy decidiu que elas iriam voltar para o Brasil hoje! O que faremos?! TuT~~Bubububu~! Vá para o aeroporto o mais rápido possível, o vôo dela é o 0013653, às 6pm! Me encontra lá! Rápido, rápido!

– Dong Yul"

Meu coração havia parado. Lia e relia a mensagem várias e várias vezes mas ainda não conseguia engolir o que tinha escrito. Meus pensamentos foram interrompidos pela voz de Jonghyun.

– Lucy? A menina que encontrei no parque? - ele perguntou, tirando o celular das minhas mãos. - Ela é do Brasil? O Luca também.

– Não podemos deixar ela ir! Falta uma hora e meia para o vôo! - Key gritou, se levantando do sofá e pegando um casaco.

– Por que não? - perguntou Jonghyun novamente, aparentemente sem entender o que estava acontecendo.

Me levantei e corri para a porta, calçando os sapatos rapidamente. Key me seguiu e logo Onew e Minho vieram juntos.

– Ei! - senti meu pulso sendo puxado, me virei e um hyung sem noção me encarava. - Taemin-ah! O que tá acontecendo?

– Você é idiota!? - eu não sabia porque, mas eu havia explodido.

Soltei-me da mão do Jonghyun e corri escada abaixo. Me virei, esperando Minho impacientemente.

– Hyung, o Luca e a Lucy são a mesma pessoa. - ele explicou.

Jonghyun pareceu continuar sem entender mas nada mais importava. Não havia tempo para chamar o nosso manager então apenas pegamos um táxi.

Mesmo indo de carro, demoramos mais de uma hora para chegar no aeroporto. No caminho, Key ficou trocando mensagens.

– Dong Yul disse que a mãe da Lucy simplesmente decidiu que elas iriam embora e não falou nada. Que mulher louca é essa?!

Apesar da faladeira dele, eu não conseguia pensar em nada. Chegamos no aeroporto e Key correu e puxou uma garota que esperava na porta do local.

– Onde ela tá? - ele perguntou.

– Acredito que embarcando, ainda faltam vinte minutos para o vôo decolar.

Ouvindo isso, corri para dentro do aeroporto e procurei por aquele rosto conhecido. Infelizmente, ouvi gritos e algumas garotas gritando meu nome e ignorar não funcionava - algumas me rodeavam. Por sorte, eu era mais alto que todas elas.

Olhei ao redor e reconheci uma menina baixinha, de cabelos curtos estilo tomboy. Tentei escapar das fãs mas algumas me rodeavam e não deixavam chance nenhuma de fuga - enquanto isso, meu alvo se afastava cada vez mais.

Não tive escolha à não ser gritar pelo nome dela. Da primeira vez, minha voz não saiu direito e acho que apenas as pessoas ao meu redor ouviram. Agora, Lucy já entregava o passaporte para o segurança.

Gritei novamente e dessa vez minha voz ecoou por todo o aeroporto. Escapei dos braços das fãs e corri na direção da garota que me olhava perplexamente. Mas quando me aproximei, uma mulher parecida com ela a puxou pelo braço.

Lucy se debateu um pouco e conseguiu se soltar. Porém, ela estava do outro lado de um vidro espesso e provavelmente não conseguia me ouvir - apenas conseguia me ver.

O sorriso daquela garota conseguia iluminar todo o meu mundo, mas novamente eu via lágrimas escorrerem pelo rosto dela.

"Não vá." Eu disse, esperando que ela conseguisse fazer leitura labial.

"Eu sinto muito." Ela respondeu. Meu coração doía.

"Não vá. Por favor." Repeti, ainda com esperanças mas novamente, a mãe da garota voltou a puxá-la. Em todo o caminho, ela andou olhando para trás. Mas só quando ela estava bem longe, eu tive coragem de dizer.

"Eu te amo."

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Desde aquele dia, passei seis meses sem vê-la.