O Mentiroso escrita por Rose Chanti Lee


Capítulo 6
05 – Meu Inferno Particular Em 3 Dias (parte III)


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo vai dedicado a fofíssima MarySwan pela linda recomendação. MUITO OBRIGADA, FLOR!
Me desculpem, eu realmente acho que esse capitulo está deixando á desejar, mas eu tenho uma boa desculpa: tenho andado meio deprê porque muitos amigos meus vão sair do colégio e eu não tenho uma grande quantidade de amigos. Me desculpem pelo cap se estiver ruim!
E também me desculpem pela bomba de link's q tem no cap.
Ah, eu tenho um monte de coisa pra falar, então nos vemos nas notas finais.
Espero que gostem, boa leitura!



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Capitulo 05 – Meu Inferno Particular Em 3 Dias (parte III)

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Como pude ainda tentar

Jamais poderei ganhar

Ouvindo as pessoas, vendo as pessoas

No estado em que me encontro

Como ela pôde me dizer

Que o amor irá encontrar um jeito

Juntem-se a minha volta todos vocês, palhaços

Deixe-me ouvi-los dizer

Você deve esconder o seu amor

(The Beatles – You've Got To Hide Your Love Away)

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:[tempo passando]:


E agora? Eu estava fodido! Na verdade, não estava, mas eu sentia pânico em saber que daqui há meia hora eu estaria sobre o teto do homem que um dia, chamarei de sogro. Eu tinha que passar uma boa impressão hoje ou nunca teria o consentimento de Charlie para namorar a filha dele.

*TOC TOC* bateram na porta.

– Entra! – gritei.

Alice abriu a porta a pôs só a cabeça para dentro do quarto.

– Oh, meu Deus! Edward, nós temos que estar lá em meia hora. Você nem trocou de roupa. – disse espantada.

– Não sei o que vestir. – murmurei, estava desesperado.

– Quer ajuda? – perguntou um pouco receosa. A olhei desconfiado, ela iria mesmo me ajudar com as roupas?

– Se você puder ajudar. – dei de ombros.

Ela entrou no quarto, arregalei os olhos ao ver a roupa exageradamente elegante que ela vestia. Ela riu da minha expressão, mas não disse nada. Parou ao meu lado na frente do guarda-roupa e o analisou por uns segundos antes de começar a mexer nas minhas roupas. Não demorou muito para que me entregasse uma calça jeans escura, uma camiseta branca, uma camisa xadrez e um casaco de couro e mandou que eu calçasse sapatos pretos.

– Alice, eu não acho que esteja bem vestido... – resmunguei e fui interrompido.

– Não é um jantar formal. Você só está nervoso demais por causa de Charlie. – pude sentir minha cara ficando quente, com certeza já estava mais vermelho do que um tomate. – Não se preocupe, ele não morde. Mas se você se atrasar, com certeza terá problemas com Renée. – sorriu.

– Mas você está toda...

– Não ligue pra mim! – me interrompeu novamente. – Eu sou exagerada. Você vai ficar lindo, mas não demore! – me deu um tapinha no ombro e saiu rápido demais para que eu agradecesse.

Tomei um banho rápido e me vesti, tentei deixar meu cabelo apresentável, mas ele parecia estar fora de controle só para me sacanear e eu estava com cara de quem tinha acabado de acordar. Detalhe, eram seis e meia da tarde.

Voltei para o quarto, coloquei meu relógio rolex fodástico e calcei os sapatos, caprichei no perfume que minha tia havia me dado no natal passado. E andei de um lado para o outro tentando lembrar se eu não estava esquecendo nada. Emmett me gritou do primeiro andar. Peguei meu celular e desci.

Todos estavam prontos na sala. Acho que minha cara de desespero não estava bem disfarçada, pois Emmett caiu na gargalhada assim que me viu.

– Qual é a graça, Emmett? – perguntou Esme.

– Nada mãe. É piada minha e do Eddie, não é?

– É. – ironizei.

– Então... Vamos? – perguntou Carlisle.

E todos nós fomos para a garagem. Esme achou melhor irmos no carro dela porque era o único onde cabíamos todos os cinco sem ninguém ficar espremido.

Não demorou nem cinco minutos para estarmos estacionados em frente a casa dos Swan. A cara era muito bonita. Era toda de madeira, tinha três andares, sendo que o primeiro era a garagem, e as janelas e portas eram grandes. O jardim não era muito extenso, mas era muito bem cuidado.

Eu não tive nem tempo para tentar sair do estado de pânico. Carlisle e Esme saíram do carro. Eu estava hesitante, suspirei antes de abrir a porta e sair do carro.

Tentei respirar com calma para controlar meus batimentos cardíacos, que estavam me deixando ainda mais nervoso. Eu tinha vontade de sair correndo. Ótimo! Agora eu ia bancar o bobão. Eu precisava era de um chiclete para me acalmar!

Me forcei a seguir em frente e logo estava parado ao lado de Alice na varanda. Passei as mãos pelo cabelo, o molhando por causa do suor que havia em minhas mãos. Olhei frustrado para Emmett que se aproximava lentamente com um sorriso debochado no rosto. Ele parou ao meu lado e sussurrou para mim:

– Fica calmo, porra! Até parece que está a caminho da guilhotina!

– E não estou? – sussurrei de volta erguendo uma sobrancelha. Ele não respondeu nada, apenas riu.

Esme tocou a campainha e esperou. A porta se abriu uns dez segundos depois. E adivinhem quem abriu? Quem respondeu Isabella acertou! Tentei não olhar para ela para não mudar de expressão, mas era tarde de mais. Eu abri um grande e bobo sorriso.

– Tia Esme! – a cumprimentou com um abraço.

– Oi querida! Onde está sua mãe?

– Na sala com o papai.

– Ok. – Esme se soltou de seu abraço e entrou.

– Tio Carlisle! – Bella o cumprimentou do mesmo jeito.

– Olá, Bella. – ele a abraçou rapidamente e entrou.

Emmett bagunçou seu cabelo e ganhou um tapa no braço, o que o vez entrar gargalhando trovoadas. Alice lhe deu um abraço e lhe sussurrou alguma coisa antes de entrar saltitante. Agora estávamos só nós dois do lado de fora. Ela sorriu para mim.

– Oi. – disse numa voz calma.

– Oi. – ela abriu ainda mais o sorriso.

Fechou a porta atrás de si e se aproximou de mim, colando nossos lábios sem nenhuma cerimônia. Segurei sua cintura e esperei que ela aprofundasse o beijo, mas ela não o fez, então eu não me fiz de rogado ao fazê-lo. Ela segurou meu rosto entre as mãos e ficou na ponta dos pés. Nos separamos pouco tempo depois.

– Você está linda. – eu disse.

– Obrigada. Posso dizer o mesmo de você. – sorriu. – Agora vamos logo, antes que achem que estamos demorando de mais. – disse e me arrastou para dentro.

Passamos correndo pelo hall de entrada e subimos para o segundo andar, ela me empurrou para a sala de estar, onde seus pais estavam.

A sala tinha um grande tapete cinza-claro sobre o chão de madeira extremamente clara, as paredes eram brancas e decoradas com quadros de mangás assinados por B.S.

Eu podia ouvir as vozes de Alice, Jasper, Emmett e Rosalie conversando animados na cozinha. Esme conversava com a mãe de Bella perto da janela, elas pareciam estar alheias a tudo. E Carlisle conversava com o pai de Bella, ambos sentados no sofá.

Não percebi muito como era a mãe. Eu estava realmente preocupado com o pai dela. Ele era grandalhão, forte a ponto da camisa ficar bem apertada em seu peito lardo e seus ombros enormes.

Algo me dizia que ele sabia muito bem usar tacos de basebol com violência, pois ao lado da televisão havia uma estante cheia de troféus da liga de basebol, de “rebatedor de ouro” e tudo mais. E os troféus sendo todos nomeados a Charlie Swan, eu parei estático, com as mãos trêmulas e os olhos arregalados.

Os olhares dos quatro adultos na sala se viraram para mim. Eu engoli seco.

E comecei a ter alucinações...

Senti o peso do meu enorme óculos fundo-de-garrafa sobre o meu nariz. Também senti o cabelo colado na cabeça com aquela merda de gel e a camisa de botão fechada até em cima apertando meu pescoço e os suspensórios puxando meus ombros para baixo.

Olhei para baixo, eu estava com uma camisa amarela horrorosa e uma calça marrom com suspensórios da mesma cor e sapatos Oxford que faziam parecer que meus pés eram tão grandes quanto os dos palhaços.

Bella me arrastou sorridente para perto do pai, que me olhava como se eu fosse um Alien – e era. Ela sorriu e disse:

– Papai, esse é Edward Cullen, meu amante.

Eu engasguei e comecei a tossir. Mas Charlie pareceu não ligar para isso, ele se levantou e cruzou os braços sobre o peito, estreitou os olhos para mim e disse:

– Minha filha, que decepção! Acho que vou ter que te amarrar numa camisa de força!

– Ah, papai, não é para tanto. Ele é esquisito, se veste mal, passa o dia todo em frente ao computador, sabe as falas de quase todos os episódios de Smallville e Cavalheiros do Zodíaco, não consegue levantar nem uma televisão de vinte polegadas sem ficar ofegante, mas... Eu gosto dele o bastante para agarrá-lo.

– Você é louca! – ele arregalou os olhos.

– Um pouquinho. – riu. – Vou falar com Alice. Até mais. – saiu saltitante.

Ele fechou a cara para mim e disse baixo o bastante para que só eu ouvisse:

– Escuta aqui, seu esquisito... Se você acha que vai se aproveitar da minha filhinha, você está muito enganado! Então eu acho melhor você se mandar ou eu vou pegar o taco de basebol mais pesado da minha coleção e vou quebrar essa coisa branquela que você chama de cara!

– N-N-N-N-Não s-s-senhor, p-pode ficar tranq-quilo, e-e-eu não vou me apro-proveitar da su-sua filha.

– Acho bom mesmo! Ou eu vou castrar você!

Arregalei os olhos e prendi a respiração. Minha visão foi ficando turva, turva e cada vez mais turva... Pensei que fosse desmaiar, mas alguém sacudiu meu ombro com força o bastante para me manter acordado. Pisquei algumas vezes para minha visão voltar ao normal.

– Edward! – Bella me chamou numa voz baixa. – Você está bem?

Não, nem um pouco. Mas assenti, ela pareceu não acreditar, mas seguiu comigo até onde estávamos na minha alucinação. Charlie e Carlisle se levantaram.

– Charlie, esse é meu filho, Edward. Edward, esse é meu amigo, Charlie. – Carlisle nos apresentou.

– Olá, Edward, é um prazer conhecê-lo. – disse Charlie com um sorriso ao me estender a mão, a apertei ainda um pouco hesitante. – Eu não imaginava que seu pai tinha idade o suficiente para ter filhos do seu tamanho. – ele riu.

Me forcei a rir também quando percebi que todos em nosso circulo estavam rindo. Respirei e tentei usar o meu melhor tom calmo para dizer:

– O prazer é todo meu, Sr. Swan. Obrigado por me convidar para jantar em sua casa.

– Ah, garoto, me chame de Charlie! E não precisa se preocupar quanto ao jantar, nós fazemos isso com muita frequência. – sorriu sincero, o que me deixou confortável o bastante para sorrir com sinceridade também.

– Oh, meu Deus! Que menino mais lindo! – disse a mãe de Bella vindo ma abraçar. Logo que me soltou disse: – É um prazer conhecê-lo Edward, eu sou Renée.

– O prazer é todo meu, Renée. – sorri, um pouco nervoso com a demonstração exagerada de afeto dela.

– Ah, ele é um fofo! – ela disse para o meu pai. Depois se virou para Bella. – Filha, mostre a casa pra ele, não quero que ele se sinta como um estranho aqui!

– Ok, mãe. – Bella sorriu e me puxou pelo braço.

Ela me puxou escada acima e logo estávamos no corredor do terceiro andar, que tinha seis portas. Passamos por todas elas e ela me mostrou os quartos de Rosalie, Jasper, seus pais, e o de hóspedes. Disse que a porta do “escritório” de seu pai sempre estava trancada antes de me mostrar o seu quarto.

O quarto de Bella era o mais legal de todos. A parede atrás da cama era amarelo-clara e tinha quatro quadros com fotos de filhotes de cães e gatos e um grande painel de mesma largura da cama com várias fotografias. A parede da porta era branca 80% preenchida com desenhos de mangás, parecidos com os dos quadros da sala, a parede parecia uma página de gibi. O chão era de madeira clara com um tapete branco em seu centro. Os móveis eram todos cor de marfim, a cama box não era muito grande nem muito pequena e estava toda arrumada com roupa de cama lilás, branca e amarela. A grossa cortina lilás com certeza impedia a claridade de entrar em abundância e a iluminação não era nem muito forte nem muito fraca. Ela tinha uma estante com vários personagens de contos de fadas feitos de cera e sua coleção de livros era impressionante.

Peguei um porta retratos que tinha uma foto dela com Alice e Rosalie. As três estavam em algum bosque – que parecia ser aqui em Forks – sentadas em um tronco com agasalhos pesados e sendo iluminadas por uma fogueira. Com certeza a foto não era recente, pois as três não aparentavam ter mais de treze anos. Alice estava com os cabelos cumpridos e bem cacheados, Rose estava usando aparelho nos dentes e Bella estava com um cabelo castanho ondulado e rebelde, lindo.

Vi pelo canto do olho que ela parou do meu lado e observou a foto.

– Eu adoro essa foto! – disse numa voz tão baixa que quase era um sussurro. – Ela diz tanta coisa e não diz nada ao mesmo tempo. Quer dizer... Naquela época nós éramos tão felizes.

– Não são agora? – perguntei confuso.

– Somos, mas é diferente. – deu de ombros. – Tínhamos treze anos quando essa foto foi tirada. Quando estávamos quatorze anos com o Emmett começou a namorar a Rose e ele fazia um monte de burradas com ela e a coitada entrou em uma depressão terrível quando ficou sabendo, ela se recuperou, mas nunca mais foi a mesma. Mesmo com os pais separados há muitos anos Alice tinha um vinculo muito forte com o pai e aí ele morreu de uma forma terrível e ela ficou muito abalada, mas Emmett a ajudou a se recuperar. Só que no meu caso eu não tive ninguém pra me ajudar. – resmungou a última frase e então parou de falar.

– O que aconteceu?

– Não precisamos falar sobre isso, não é? – tirou a foto de minhas mãos e a colocou em seu lugar.

Ao olhar para ela, percebi que seus olhos estavam marejados, embora ela tivesse um sorriso forçado no rosto. Preferi não forçar a barra. Olhei em volta.

– Gosta de mangás? – perguntei. Ela sorriu sinceramente.

– Adoro!

– Mas como você colocou isso na parede? Eu gostei. O papel de parede foi muito caro?

– Não é papel de parede. Fui eu que desenhei.

Olhei para ela com a minha maior cara de desconfiado. Como assim foi ela que desenhou? Quer dizer, os desenhos eram milimetricamente perfeitos! Olhei mais uma vez para a parede e mais uma vez para ela. Não era possível! Ergui uma sobrancelha. Ela riu.

– São bons né? Modéstia parte, eu sou uma ótima desenhista, sempre fui. Estou até pensando seriamente no caso de fazer faculdade de artes plásticas no ano que vem.

– Cara, como você conseguiu fazer uma parede inteira? – perguntei ainda surpreso.

– Demorei cinco dias pra fazer. Poderia ter terminado antes, mas tinha que ficar perfeito né? – deu de ombros. – Gostou?

– O quê? Eu adorei! Nunca vi nada tão legal desde que aprendi a usar o RPG Maker.

– O que é isso? – me perguntou com uma sobrancelha erguida.

– Um programa de computador. – resmunguei, arrependido por falar de mais.

– Ah, sim. – assentiu e se sentou na cama. – Você não tem cara de quem sabe mexer nesse tipo de coisa.

Não? Fala sério, é claro que eu tenho! Ah, deve ser a falta do óculos.

– Não sou muito bom nessas coisas. É que eu e o meu melhor amigo tivemos que fazer um trabalho e pra isso tivemos que aprender.

– Seu melhor amigo? – sorriu como se estivesse ganhando um presente. – Me fale sobre ele.

– Ah. – me sentei ao seu lado. – Bernard é bem... Excêntrico! Mas é um cara legal, divertido e por mais que eu odeie admitir é ótimo pra dar conselhos. – rolei os olhos.

– Mantém muito contato com ele?

– Conversamos de vez em quando. Ele está sempre on, mas na maioria das vezes, eu estou ocupado ouvido Beatles.

– NÃO! – gritou. – Você gosta de Beatles?

Fiquei com medo de responder, pois sua expressão era indecifrável. Mas eu amava Beatles mais do que qualquer banda no mundo.

– Sim.

– Oh, meu Deus! – jogou os braços para cima com o maior sorriso que já vi em seu rosto. – Você é a primeira pessoa que eu conheço em dezoito anos que gosta deles!

– E... Isso é bom? – perguntei ainda com um pouco de medo dela.

– Tá brincando? Isso é maravilhoso! Eu amo os Beatles mais do que qualquer banda no mundo!

– Eu também. – sorri.

– AAAAAAAAAAAAAAAAAH! – jogou os braços em volta do meu pescoço. – Eu não acredito nisso! – se afastou de mim bruscamente. – Qual é a sua música favorita?

– Let It Be e Twist And Shout, Help também é demais. Pode parecer meio clichê, mas eu não consigo escolher uma só.

– Eu amo Twist And Shout, mas sempre choro com Yesterday! Posso ouvir ambas um milhão de vezes repetidamente que não me canso!

E assim passamos um bom tempo, trocando figurinhas sobre os Beatles. Ela me mostrou um monte de coisas que tinha sobre eles tipo camisas, CD’S, Discos, pôsteres, bijuterias e um monte mais de coisas.

Vinte minutos depois Renée abriu a porta do quarto e se deparou com a cama cheia de coisas dos Beatles e Bella e eu rindo á toa.

– Oh, meu Deus! Isabella, que bagunça! – lançou um olhar de repreensão para a filha, mas ela nem ligou.

– Mãe, o Edward gosta dos Beatles!

– É, estou vendo. – resmungou. – Acho ótimo você ter encontrado alguém para compartilhar sua obsessão, mas arrumem isso e desçam para jantar em dez minutos, ok?

– Ok, já estamos indo. – disse.

Renée, assentiu e fechou a porta. Assim que os passos no corredor se cessaram ela disse:

– Dona Renée e sua mania de limpeza. – revirou os olhos, pegou todas as coisas e levou para o closet. Logo estava de volta. – Vamos?

– Vamos.

Descemos as escadas. Não tinha mais ninguém na sala, saímos de lá pelo corredor depois da escada, indo para um corredor com quatro portas internas e uma externa que ia para um tipo de sacada. Ela me mostrou a biblioteca, a sala de jogos e o banheiro. Me apontou o salão onde ficava a cozinha e a sala de jantar, onde o pessoal conversava tão animadamente que nem nos viu. E depois ela me mostrou como era a paisagem de Forks da sacada, já que sua casa era numa parte um pouco mais alta da cidade. Depois nós voltamos para a cozinha.

Sentamos á mesa de sala de jantar, ninguém disse nada nem lançou nenhum olhar diferente. Eu me sentei entre Alice e Emmett. Bella sentou á minha frente, entre Jasper e uma cadeira vazia. Emmett estava sentado no canto. Ao lado de Alice estavam Renée e Esme, Charlie estava numa ponta, de frente para outra cadeira vazia. No outro lado estavam sentados Carlisle e Rose, que estava ao lado de Jasper.

A mesa estava posta com um grande frango assado, cheio de diversos acompanhamentos espalhados pela mesa. Charlie sorriu e disse:

– Bem, antes de comermos eu queria agradecer á...

*PÉÉÉÉÉÉM* a campainha tocou. Nos entre olhamos confusos por um segundo. Quem seria?

– Eu vou ver quem é. – disse Bella se levantando, saindo da sala e correndo na direção da sacada. Ela voltou com uma expressão furiosa alguns segundos depois e esbravejou: – Quem foi que avisou para o Mike que eu voltei de viajem?

Arqueei as sobrancelhas e abaixei a cabeça. Eu estava planejando o que faria quando encontrasse o namorado dela, mas com certeza não estava nem um pouco preparado para isso agora. Mas mantive a calma, ou pelo menos a cor da pele, ela mesmo tinha me dito que ele não era grande problema.

– Er... Eu acho que, por acaso devo ter postado no Facebook e ele deve ter ficado sabendo. – murmurou Jasper, claramente envergonhado.

– ARGH! Jasper, eu só não te mato agora porque tenho que atender o Mike! – rosnou e saiu batendo o pé.

Renée soltou um suspiro e apoiou os cotovelos sobre a mesa, escondendo o rosto com as mãos. Rosalie voltou a conversar com Alice sobre algo que eu não consegui ouvir, pois só conseguia encarar o vazio. Não conseguia mexer um músculo sequer.

– Relax. – Emmett sussurrou para mim. – Ele é só um otário extremamente engomadinho que tem um cabelo extremamente loiro, olhos extremamente azuis e fala de modo extremamente esquisito.

Assenti tão de leve que ele mal percebeu. Logo pude ouvir as vozes de Bella e Mike, e ele realmente falava muito esquisito, seu sotaque com certeza não era americano nem britânico, estava mais para o irlandês ou sei lá.

Eles entraram na cozinha e eu não pude deixar de encará-lo. Quando eu bati os olhos no tão famoso Mike, a minha vontade de cair na gargalhada foi quase incontrolável! Ele estava vestindo um terno cinza-claro com uma camisa azul-bebê e uma gravata azul marinha, seu penteado era impecável, sem nenhum fio sequer fora do lugar. – Meu, nem na minha fase nerd mais paranóica eu pareci tão bocó. E principalmente agora, eu com certeza dava de dez á zero naquele mauricinho. Mas o que foi que a Bella viu nele, afinal?

– Boa noite, Sr. Swan, Sra. Swan, Dr. Cullen, Sra. Cullen, Alice, Rosalie, Jasper, Emmett e... – ele ergueu uma sobrancelha e perguntou para Bella com um sotaque que eu tive que me concentrar para entender: – Quem é ele?

– Esse é Edward Cullen, ele é... – ela parou de falar. Entrei em desespero e acabei com a cara mais vermelha do que um pimentão.

Emmett deu uma risadinha, seguido por Jasper. Logo a risadinha deles se transformaram em gargalhadas.

Eu me afundei na cadeira e pedi para Deus que parassem de olhar para mim. Nunca desejei tanto morrer quanto nesse momento. Ela não iria mesmo falar que eu era filho de Carlisle? Será que estava esperando que eu dissesse? Eu não sabia, ela apenas me encarava como se tentasse se lembrar de alguma coisa. E eu apenas queria enfiar a minha cara aonde ninguém pudesse ver.

– Ele é o que, Bella? – Mike a incentivou com aquele sotaque estranho.

– Ele é filho de Carlisle! – disse saindo do transe e ficando um pouco corada. – Veio passar um tempo com o pai, esse jantar é pra ele. Er... Edward, esse é Mike Newton... meu namorado. – fez uma pequena careta na última frase.

– Prazer em conhecê-lo Edward. – ele estendeu a mão para mim. A olhei por um segundo e a apertei hesitante.

– O prazer é todo meu Mike. – disse, ainda com a cara vermelha. O meu prazer era mesmo pegar a namorada dele!

Bella se sentou no mesmo lugar de antes e respirou fundo. Mike se sentou ao seu lado todo cheio de sorrisos. Eu não sabia o porquê, mas tinha uma vontade tremenda de tirar sarro da cara dele.

Charlie pigarreou e voltou a falar:

– Como eu estava dizendo... Queria agradecer á Carlisle e Esme, por se juntarem com seus filhos á nós para esse jantar e também queria dar as minhas mais sinceras boas vidas á Edward e dizer a ele que pode contar conosco para qualquer coisa. Ok?

– Ok. – disse tentando sorrir.

– E, mesmo que algumas pessoas gostem de aparecer sem ser convidadas. – Charlie falava clara e descaradamente com Mike. – Quero que saiba, que você, Edward, pode vir sempre que quiser. Está bem?

– Yeah. Obrigado, Charlie. – disse prendendo o riso.

Mas Emmett começou a rir e eu fui junto com ele, logo Jasper também estava rindo e Alice também tinha caído na gargalhada. Vi a cara que Mike estava fazendo, boquiaberto com o cenho franzido e ri mais ainda. Não que eu também não fosse um mongol, mas ele era muito pior do que eu!

A crise de riso passou e nos servimos. Uma conversa divertida sobre coisas banais fluiu naturalmente entre nós por um bom tempo. Mas eu estava completamente ciente do desconforto gritante de Newton, que estava excluído da conversa.

– Edward, você sabe jogar basebol? – perguntou Charlie.

– Não. Eu adoro basebol, mas nunca tive oportunidade de aprender a jogar direitinho. – isso era verdade.

– Sabe o que podemos fazer? Podemos marcar uma partida, só os homens da família: Eu, Carlisle, Emmett, Jasper, você e podemos até chamar o Royce.

Mike abaixou a cabeça e fingiu não estar magoado.

– Quem é Royce? – Emmett perguntou.

– Ninguém! – Rosalie respondeu quase aos gritos e rápido de mais. Depois lançou um olhar furioso para o pai.

O clima ficou tenso. Resolvi desconversar e perguntar á Charlie algo que ele com certeza gostaria de falar.

– Charlie, o que são todos aqueles troféus na sala?

Ele abriu um sorriso enorme.

– Eu já fui um dos melhores jogadores de basebol do país. Os anos oitenta foram o ápice da minha carreira, mas eu já vinha colecionando troféus desde o colégio. Depois que fiz cinquenta anos virei técnico do principal time de Seattle.

– E por que mora em Forks?

– Gosto daqui. Forks é aquele tipo de cidade que você passa grande parte da vida querendo sair, mas depois que está velho e cansado, não tem como não voltar.

Assenti. Embora não concordasse.

– Que faculdade você quer fazer, Edward? – Renée perguntou.

– Ainda não sei. Fico em dúvida e faço medicina ou direito, gosto muito dos dois, mas direito sobe mais no meu conceito porque vou poder cursar junto com o meu melhor amigo.

– Ah, que legal e vai mandar cartas para quais faculdades?

– Harvard. Quer dizer, eu e Ben já mandamos as cartas e até já fomos aceitos. – eu até tinha emoldurado a carta especial que Harvard tinha me mandado.

– Sério? – perguntou meu pai, visivelmente surpreso. Apenas assenti. Ela sorriu orgulhoso e disse: – Parabéns filho, estou orgulhoso de você.

– Obrigado. – disse e me voltei para o prato para comer.

– E você Rose? Já se decidiu? – Renée perguntou.

– Não mãe, ainda tenho um ano pra pensar com calma.

– Ah, eu ia ficar tão orgulhosa se você fizesse pediatria, mas também ia adorar se fizesse veterinária. – Renée sorri e Rose também.

Senti uma perna subir lentamente contra a minha, levantando um pouco a minha calça. Arregalei os olhos e pude sentir que estava ficando com a cara vermelha mais uma vez. Bella não seria capaz de fazer isso com o seu namorado sentado ao seu lado, seria? Bem, não havia outra explicação já que quem roçava a perna na minha estava usando tênis de cano longo e ela era a única a usar esse tênis aqui. Sem contar o fato de que ninguém conseguiria fazer isso só para me sacanear.

Levantei os olhos ainda arregalados e a olhei. Ela sorriu maliciosamente, mordeu o lábio inferior e me deu uma piscadela. Engoli seco, meu coração batia tão forte que chegava a doer, minhas mãos e testa suavam. Meu Deus, como essa mulher pode fazer isso comigo? Eu devo ter tacado chiclete na cruz, só pode!

Oscilei olhares estupidamente apavorados entre ela e Mike. Que parecia estar concentrado de mais no purê de batatas para perceber. Então eu abri o meu melhor sorriso torto para ela e sua perna subiu contra a minha mais uma vez.

Automaticamente nos excluímos da conversa que ainda fluía animada entre quase todos na mesa, exceto Bella, Mike e eu. Os minutos se passaram enquanto Bella e eu comíamos em meio a flertes com olhares e sorrisos, e ninguém parecia perceber. Todos acabaram de jantar e a sobremesa foi servida. Então Mike pediu licença para ir ao banheiro, logo depois que ele saiu Charlie reclamou:

– Bella, minha filhinha... O que você viu nesse engomadinho esquisito? Por que ao invés dele você não arrumou um garoto legal... como o Edward, por exemplo?

PUTA. QUE. PARIU.

O pedaço de frango que eu engolia naquele exato momento ficou preso na minha garganta e eu entrei em desespero. Já devia estar com a cara tão vermelha quanto se a tivesse pintado com tinta guache. Comecei a tossir desesperado tentando desengasgar, mas estava tremendo da cabeça aos pés.

Emmett cuspiu o suco que bebia, molhando a sobremesa de Mike; e Jasper largou os talheres com um alto ruído. Ambos explodiam em gargalhadas que mais pareciam trovões e preenchiam o silêncio tenso da sala. Eles riam tanto que já estavam quase roxos.

Rosalie prendia o riso, mas era bem mais discreta que Alice, que estava quase se contorcendo para não gargalhar.

Bella estava congelada com a respiração presa e os olhos azuis quase saltando de tão arregalados, não estava nem um pouco corada, pelo contrário, estava mais pálida do que uma vela.

Mas no fundo, eu sabia que todos estavam se perguntando a mesma coisa: Será que ele sabia? Será que todos sabiam? Estávamos sendo tão discretos, nem Emmett estava fazendo piadas ou lançando olhares maldosos. Como ele podia saber? Isso era impossível!

Deus, me ajude! Sei que talvez eu não mereça, mas, por favor, não me faça passar vergonha! Não agora.

Aos poucos fui conseguindo respirar normalmente e os outros foram voltando ao normal e então outra bomba nos atingiu:

– Qual é o problema de vocês? – perguntou Renée. – Eu preferiria mil vezes que Bella namorasse o Edward ao invés desse irlandês que fala um monte de coisas que eu não entendo!

Todos ficaram mais controlados dessa vez, mas o choque ainda era grande. E era lógico que eu ainda estava com aquela cara clássica de tomate boçal. Não sabia o que pensar e muito menos o que dizer.

Será que existia algum guia sobre “como agir em situações demasiadamente constrangedoras”? Se existisse, eu tinha que comprá-lo imediatamente! Ou Forks seria o meu fim.

Mike voltou para a sala de jantar e todos nós tentamos disfarçar o máximo possível. O sorriso exagerado em seu rosto me deixou com uma pulga atrás da orelha. Qual seria o motivo de tanta felicidade? Ele parecia que tinha encontrado a galinha dos ovos de ouro. E eu sentia uma vontade absurda de sacaneá-lo, não sabia por que, mas algo em seu jeito de ser me irritava profundamente. Eu iria recorrer ao mestre!

– Emmett. – sussurrei. – Acho que você está quieto demais! Não que me ajudar a dar uma zoada no Zé Banana aí não?

Emmett sorriu maliciosamente com aquela cara de *bolando planos malignos* e começou o show.

– Perdi alguma piada? – Mike perguntou para Bella, parecia realmente confuso por todos estarem rindo na sua ausência.

Mas quem lhe respondeu foi Emmett:

– Perdeu sim, Duendezinho, mas eu não vou te contar! – Emmett sorriu. – Agora me responda: É verdade o boato que corre por aí de que você ficava na moral, lá, tomando conta do teu pote de outro no final do arco-íris lá na Irlanda e aí a Bella te sequestrou e você está tentando comprar sua liberdade com o ouro? Por que eu li um livro para Alice quando ela era pequena, e esse livro dizia que era isso que acontecia com os Duendes. Quer dizer, os Duendes dos padrinhos mágicos são meio diferentes. E eu queria realmente saber qual é a verdade sobre essas criaturas tão legais. Você não é verde nem nada. Suas orelhas não são pontudas e você não usa um chapéu estranho. Mas sempre está de terno, igual os Duendes dos padrinhos mágicos. Então me diga: qual é a verdade sobre o eu povo? – falou tudo muito rápido e ficou mexendo as sobrancelhas sem parar enquanto esperava a resposta.

Alice e Rosalie estavam vermelhas de segurar o riso, Jasper ria alto e os adultos disfarçavam bem. Bella não estava prestando atenção e eu estava com a minha melhor poker face.

Mike parecia estar apavorado. Provavelmente ele era aluno de intercâmbio e não dominava muito bem a nossa língua, por isso, não devia entender nada quando falavam muito rápido com ele.

– Er... – ele franziu o cenho. – Me desculpe, mas eu não entendi.

– Ah, Emmett, você é um trouxa! – fingi repreendê-lo. – O que ele quis dizer Mike foi: Ele tem um interesse muito amplo quando se trata de mitologia. E queria saber se a sua pessoa á capaz de explicá-lo os diversos mistérios que sua rica cultura de Duende, para que ele pudesse assimilar todas as idéias e manifestar-se para que o preconceito contra seres encantados seja banido dos Estados Unidos! Porque você deve concordar comigo quando eu digo que os seres mitológicos sofrem muito preconceito hoje em dia, eu não me importo, mas sei que a Rosalie detesta Hipogrifos, pelo simples fato de eles terem uma forma esquisita. Então, por favor, explique para Emmett tudo sobre o seu povo verde e nos ajude a lutar contra o preconceito mitológico. Vamos até montar um partido político com essa defesa; Emmett será o presidente, eu o vice, Jasper o governador... Alice pode ser a senadora, Rosalie a deputada estadual, Bella a federal... E você pode ser o ícone do partido! Por que não? Quer dizer, seu salário vai ser o menor, mas quem se importa? Você ainda tem vários potes de outro, não tem? Quem sabe assim você pode voltar para a Irlanda e tudo mais. – falei tudo tão rápido que quase me embolei em algumas palavras. – É você que sabe! – dei de ombros. Com absoluta certeza ele só havia entendido o “O que ele quis dizer, Mike, foi:” e o “É você que sabe”.

Jasper jogou a cabeça para trás numa gargalhada, os outros apenas disfarçaram. Eu e Emmett olhamos para Jasper cinicamente e Emmett perguntou:

– Qual é o problema, Swan? Alguém aqui está fazendo alguma gracinha?

O pobre do Jasper riu mais ainda e lutou para se recompor e dizer:

– Não, me desculpe!

– Ah, eu acho bom mesmo. – eu disse. – Ou você está fora de todo plano! – ameacei.

– Mas então, Mike? Você topa? – Emmett perguntou.

– O quê?

– O que o Edward propôs pra você. Topa?

– Er... – ele parecia confuso.

– Santo Deus! – Bella largou um guardanapo em cima da mesa, parecia realmente estressada, até fiquei com um pouco de medo. – Mike, não ligue para eles, eles são uns idiotas! – disse colocando a mão sobre o ombro do namorado. – E enquanto a vocês três... – disse apontando para mim, Emmett e Jasper. – Deixem de ser infantis!

– Você acha que eu sou infantil, Bella? – perguntei me inclinando em sua direção, com um sorriso malicioso no rosto.

– Acho!

– Sério? – ergui as sobrancelhas.

– Seu babaca! – me acusou. – Você sabe o que eu quis dizer!

– Sei?

– Sabe.

– Se você diz. – dei de ombros e me recostei de volta.

Ela me lançou um olhar que eu não tinha certeza se foi de “eu te odeio, seu bundão” ou de “me encontra na sacada pra dar uns pegas”.

– Crianças, o que vocês acham de irem todos conversaram na sala? – perguntou Esme.

– Valeu por expulsar, mãe! – disse Emmett ao se levantar. – Caras, vocês vêm? – perguntou para mim e Jasper, que levantamos. – Meninas? – elas se levantaram e fomos todos para a sala, Bella praticamente teve que arrastar Mike.

Alice e Jasper se sentaram apertados numa poltrona. Rosalie e sentou na outra poltrona e Emmett no chão, ao seu lado. Aproveitei que Bella se sentou no sofá com Mike, para sentar ao lado dela.

O telefone de Mike tocou, ele atendeu e logo depois foi embora com a desculpa de seu pai estar precisando dele. Bella foi levá-lo até a porta, quando voltou, se sentou ao meu lado novamente.

– O que vamos fazer? – Alice perguntou.

– Vamos jogar! – disse Emmett animado.

– Sem vídeo-games, Emmett. – condicionou Rose.

– Não, estava pensando num joguinho entre nós, mesmo.

– Adedanha? – sugeriu Alice.

– Não. – disse Jasper – Que tal mímica?

– Não, isso é um porre. – Emmett reclamou.

– Aquele que coloca um negócio na testa e tem que adivinhar quem é? – Rose sorriu.

– Não. – acabei com o barato dela

– Eu nunca? – Alice disse.

– Não. – disse Rose.

– Verdade ou desafio? – sugeri.

– SIM! – Jasper e Emmett gritaram.

– NÃO! – Bella gritou.

– Ah, qual é? – reclamei com ela. – Vamos jogar o que? O jogo da garrafa? Pelo amor de Deus, Bella!

– ARGH! Você é um chato! – arregalou os olhos para mim.

Me inclinei para ficar com a boca perto de seu ouvido e sussurrei para que só ela ouvisse:

– Muito chato, mas bem que você gosta! – e voltei a me sentar direito. Ganhei um tapa e caí na gargalhada.

– Vai ser verdade ou desafio? – perguntou Rose.

– Não! – Bella disse convicta. – Por que não podemos apenas ver um filme como pessoas normais?

– Quem está sendo chata agora? – resmunguei.

– Ah, bebê, não fica assim. – ela sorriu e apertou minhas bochechas. – Vamos ver um filmezinho, por favor?! – piscou os olhos diversas vezes e fez uma cara igual a do gato de botas.

Rolei os olhos, embora estivesse com uma vontade absurda de beijá-la. E o pior de tudo foi que ela se aproximou demais, tive que me segurar muito para não acabar a agarrando na frente de todo mundo, mesmo que todos soubessem o que acontecia entre nós.

– Não depende só de mim. – fiz o meu melhor para manter o tom calmo e brincalhão.

Ela se virou para os outros com a mesma cara e disse:

– Vamos ver um filme, por favor?!

Alice suspirou e Emmett ficou realmente triste, mas no fim, Bella conseguiu convencer a todos de vermos um filme. Houve uma terrível discussão sobre qual filme iríamos ver, Bella e Alice queriam ver comédia romântica, Rose queria drama, Jasper e eu queríamos ação e Emmett queria terror. Só depois de vinte minutos de briga chegamos a um consenso e escolhemos o tal da garota da capa vermelha para ver.

Empurramos a mesa de centro e nos acomodamos... Jasper se sentou no sofá e Alice deitou com a cabeça em seu colo. Eu e Bella passamos para o chão, eu me sentei todo largado e me surpreendi quando ela se aconchegou em meu peito, deitando entre as minhas pernas, mas eu não disse nada, apenas abracei sua cintura. Rose se sentou perto dos pés de Alice, bem longe de Emmett, que se deitou no chão perto da outra ponta do sofá.

O filme começou muito chato e eu não estava nem um pouco a fim de ver aquilo. O grande e real problema era que eu não conseguia prestar atenção no filme, eu só conseguia prestar atenção em como o corpo de Bella estava tão junto ao meu e em quanto eu queria estar sozinho com ela naquele momento.

Eu tive que esperar uma meia hora para o filme começar a chamar a minha atenção, mas eu ainda estava 100% consciente de cada pequeno movimento que Bella fazia.

Tinham dois caras brigando, um deles ameaçou cortar a mão do outro e eu ergui uma sobrancelha. Que violência! Só por que ele tinha perdido a mulher para o outro não significa que ele podia cortar as mãos do mesmo, devia cortar outra coisa...

Como eu não estava entendendo porra nenhuma, decidi perguntar:

– Hey, por que eles estão brigando? – sussurrei para Bella.

– Porque o lobo matou o pai Henry. – sussurrou de volta. – Você devia prestar atenção no filme. – comentou.

– Não consigo.

– Por quê?

– Ele é muito chato e, aliás, você me distrai demais.

– Quer que eu saia?

– Não, de jeito nenhum! – olhei rapidamente para o filme, a mocinha e o cara que tinha ameaçado cortar as mãos do outro estavam se pegando em cima do feno. – E disso que eu estou falando! – sorri presunçoso.

– Como é que é? – ela riu.

Eu não disse nada, peguei seu queixo e a forcei a olhar para mim. Ela arqueou as sobrancelhas como se estivesse me desafiando, não pensei duas vezes antes de beijá-la. O beijo era lento, profundo e singelo, mas sentir o gosto de morangos na boca dela, fez com que os pelos da minha nuca se arrepiassem. Não consegui me conter ao intensificar o beijo com um vigor que nem eu sabia que tinha. Ela agarrou a raiz do meu cabelo, me trazendo mais para perto. O beijo se aprofundava cada vez mais, e logo ambos estávamos ofegantes, mas não nos separamos, eu me recusava a parar tão cedo.

Tudo caiu no esquecimento,o filme, os amigos/familiares e até os nossos pais conversando na cozinha. Agora só existíamos eu e ela. Pena que não continuou sendo apenas eu e ela por muito tempo...

Eu recebi uma almofadada tão forte na cabeça que acabei tombando para o lado e, consequentemente, levei Bella junto e no embolo, eu cai por cima dela. Levantei a cabeça para ver quem tinha sido, estava prestes a acusar Rosalie, que ria com uma almofada nas mãos, mas percebi que estava esmagando Bella – que tentava se livrar do meu peso – e rolei de volta para o lado onde estava antes, saindo de cima dela.

– Porra! – ela reclamou se sentando. – Quem foi? – olhou furiosa para todos na sala e Rosalie se entregou com uma gargalhada muito alta. – Qual é o seu problema?

– Ver essa sua cara é impagável! – ela disse rindo.

Eu assistia tudo de olhos arregalados, talvez só não estivesse absurdamente corado por que ninguém prestava atenção em mim, a dona do show agora era Bella.

– Ah, é? – arregalou os olhos. – Vou fazer isso com você. Você vai se machucar feio e eu vou rir muito da sua cara!

– Eu te machuquei? – perguntei em um fia apavorado de voz.

– Não. – ela disse e sorriu docemente para mim.

Suspirei de alivio.

– Ah, qual é, Bella? Não é pra tanto. – disse Rosalie.

– E se eu tivesse me machucado? – gritou.

– Hey, hey, Bella. Fale baixo! – alertou Emmett. – Quer que os seus pais ouçam lá da cozinha e fiquem sabendo o que você anda fazendo por aí com o Edward?

Bela calou a boca. Eu pude sentir minhas bochechas ficando quentes, mordi o lábio inferior. Ela bufou e subiu irritada. Fiquei olhando para a escada por um tempo, e sem saber o que fazer, tentei prestar atenção no filme.

– Você não vai subir? – Rosalie sussurrou para mim.

– Por quê?

– Ela subiu esperando que você fosse também. – comentou. – E, se você quiser ir, acho melhor ir logo ou ela vai ficar estressada de verdade. Mas não fale que fui eu que avisei.

Então ela estava estressada de mentira? E como é que eu iria saber que era pra eu subir junto se ela não disse nada? Mas que diabos... Eu nunca iria entender as mulheres!

Suspirei e subi as escadas sem fazer barulho. Bati na porta de seu quarto e fui recebido com um enorme sorriso. Ela jogou os braços em volta do meu pescoço e me beijou avidamente, me puxando para dentro do quarto, fechei a porta ao passar e abracei sua cintura com firmeza. Ela continuou a me conduzir – sem quebrar o beijo – pelo quarto até que eu senti que perdíamos o equilíbrio e me assustei, acabei quebrando o beijo por causa disso. E então caímos na cama, ela começou a rir e apertou seu abraço em volta do meu pescoço, eu não disse nada apenas a puxei para outro beijo.


:[tempo passando]:


Passamos mais de quarenta minutos dando uns amassos no quarto de Bella, agora estávamos sem fôlego e com as bocas demasiadamente vermelhas. Eu estava deitado na cama com as mãos atrás da cabeça e ela sentada ao meu lado, já faziam mais de sete minutos que nos encarávamos com sorrisos bobos no rosto.

Não conseguia entender o porque de ela ter me escolhido para ser o seu amante – isso soava realmente horrível – sendo que ela podia ter quem ela quisesse. O que tinha de mim em especial? Quer dizer... Eu não era o mais bonito nem o mais simpático e muito menos o mais rico, mesmo com o “disfarce”, com certeza era o mais inteligente, mas ela não sabia disso. Então o que a tinha levado a me escolher? Eu não conseguiria ficar em paz enquanto não soubesse.

– O que eu tenho que Mike Newton não tem? – perguntei numa voz baixa, tentando ser cauteloso com as palavras.

Ela ficou surpresa com a pergunta repentina, hesitou um pouco antes de responder, mas não demorou muito.

– Mike é um bom namorado em quase todos os sentidos. – suspirou. – Ele me faz companhia quando eu preciso, me dá tudo o que eu quero, me ouve quando eu tenho algo para falar... Mas é só isso. – deu de ombros. – E eu preciso de mais do que só um amigo que me compra coisas! Eu preciso de uma pessoa especial que me dê mais do que atenção. Eu preciso de um homem que me deseje como mulher, e não como um objeto que se põe numa vitrine e exibe para os outros. Entende? – assenti. – A nossa relação é baseada numa troca de interesses, só isso.

– Mas por que você me escolheu?

– Porque eu senti isso em você. E você foi o único, em muito tempo que não me olhou maus olhos.

Olhei sim! Com péssimos, você nem imagina! – disse mentalmente.

– Por que eu olharia?

– Digamos que a minha fama aqui não seja a mais... Limpa. – disse.

– Emmett me falou sobre isso. – comentei. – Vou logo avisando, eu tenho um carrão, mas não tenho nenhum puto na carteira!

Ela riu e eu a acompanhei.

– Fique tranquilo, não vou te pedir nada. Eu não preciso, meu pai tem muito dinheiro, pra mim é pura diversão – sorriu. – Mas tem muita gente que me vê como se eu fosse uma usurpadora. E os caras se afastam de mim.

– Mas você é tão linda...

– Mas eles acham que eu vou fazer com eles a mesma coisa que eu faço com Mike ou que fazia com os três últimos. Mas eu só faço isso porque eles são idiotas o bastante para fazerem tudo o que eu quero. Eu nunca faria isso com alguém que eu gosto de verdade!

– Você não gosta de Mike?

– Não.

– Então porque está com ele?

– A idéia de ficar sozinha me perturba profundamente. Não termino porque eu não posso.

– Agora você tem a mim, não precisa mais dele.

– Sim, mas eu te conheço a muito pouco tempo. Tenho que estar segura de que a qualquer momento você não vai arrumar uma dessas vadias e me deixar sozinha. Eu não posso ficar sozinha.

– Não vai!

– Vamos nos estabilizar, ok? Depois resolvemos isso.

– Ok. – disse satisfeito com o ruma da conversa.

– Agora vem aqui. – me chamou com o dedo. Eu me sentei rapidamente. – Eu preciso fazer uma coisa. – sussurrou.

– O quê? – sussurrei de volta.

– Isso. – sussurrou antes de pegar o meu rosto entre as mãos e me beijar calorosamente, mais uma vez.

Tê-la em meus braços era a melhor sensação que eu já tive em dezessete anos vividos. E eu não trocaria isso por nada e muito menos a trocaria por uma dessas vadias.

– HEY BABIES! – Emmett gritou entrando no quarto, no separamos na mesma hora. – Olha, estamos indo embora. Então se você não quiser trair a confiança de Charlie e dormir aqui com a filha dele, te convido a ir para casa. Topa?

– Claro, claro. – respondi desanimado.

Me virei para Bella e suspirei, ela sorriu para mim. Me inclinei e a dei um selinho não muito demorado, quando me afastei, ela disse:

– Tchau.

– Tchau. – eu disse e saí do quarto.

Me despedi de Jasper e Rosalie, depois de Charlie e Renée. Fomos para casa em silêncio e chegamos lá em menos de cinco minutos.

Eu consegui tomar banho antes de Emmett – que demorava uma eternidade para tomar um simples banho –, depois eu liguei o computador só para ver as novidades e Ben logo me chamou para conversar...


Ben-rnard Star wars 4ever diz:

Hey, Edward. Como vai?

EddwC diz:

Indo.

Ben-rnard Star wars 4ever diz:

E a gostosa?

EddwC diz:

Estamos ficando

Ben-rnard Star wars 4ever diz:

OMG! E como é que aconteceu?

EddwC diz:

Fiz o que você disse, cheguei nela e mandei uma “daquelas”

Ben-rnard Star wars 4ever diz:

Qual?

EddwC diz:

Ela passou por mim aí eu falei: Nossa, nossa assim você me mata! Ai se eu te pego! Ai, ai se eu te pego! Delicia, delicia assim você me mata! Ai se eu te pego! Ai, ai se eu te pego, hein?! – aí foi tiro e queda.

Ben-rnard Star wars 4ever diz:

Sério?

EddwC diz:

Claro que não! Dei um gelo nela aí ela me deu um esporro, eu ignorei, ela ficou puta, rolou um clima e ela meio que me agarrou.

Ben-rnard Star wars 4ever diz:

Meus parabéns.

EddwC diz:

Conheci os pais e o namorado dela hoje.

Ben-rnard Star wars 4ever diz:

E?

EddwC diz:

Os pais são muito legais, com certeza deixei uma ótima impressão. Lembra das cartas para Harvard? Então. Depois que disse sobre isso o pai dela até perguntou em outras palavras porque ela não namorava comigo! E quanto ao namorado: ele é o maior otário. Não corro o menor risco de apanhar nem nada. Já zoei o cara e ainda estou pegando a mulher dele na maior cara de pau.

Ben-rnard Star wars 4ever diz:

(RISOS) Cara, eu queria estar aí pra ver isso.

EddwC diz:

Eu também, você ia se divertir bastante.

Ben-rnard Star wars 4ever diz:

No natal eu te visito.

EddwC diz:

Sinto muito, mas vai ter que entrar no jogo também. Então nada de gravatas borboletas e coisas do tipo.

Ben-rnard Star wars 4ever diz:

Ok

EddwC diz:

E em Phoenix, como vai?

Ben-rnard Star wars 4ever diz:

Cara, eu fiquei sabendo de uma garota que se matriculou no colégio... Minha nossa Senhora!

EddwC diz:

Ih, vai passar pelo mesmo aperto que eu.

Ben-rnard Star wars 4ever diz:

Não sou tão lerdo.

EddwC diz:

*ironia* Ah tá bom tomanocú.*ironia off* Sabe o nome dela?

Ben-rnard Star wars 4ever diz:

Jennifer Carter.

EddwC diz:

Ela sabe que você existe?

Ben-rnard Star wars 4ever diz:

Sabe, eu me apresentei como o Lord Van Lockwood.

EddwC diz:

Você não fez isso de verdade.

Ben-rnard Star wars 4ever diz:

Ah, eu fiz. E advinha? Estamos quase amigos. Ela também curte guerra nas estrelas!

EddwC diz:

Nerd?

Ben-rnard Star wars 4ever diz:

Não.

EddwC diz:

Então meus parabéns!

Ben-rnard Star wars 4ever diz:

Obrigado. Me diz aí: ansioso para o começo do ano letivo?

EddwC diz:

Muito! Você também, né?

Ben-rnard Star wars 4ever diz:

Sim, tenho uma namorada para conquistar.

EddwC diz:

E eu o meu inferno particular para administrar. Agora vou dormir cara, amanhã tenho seis horas de treino com o Emmett. Tchau.

Ben-rnard Star wars 4ever diz:

Tchau, cara. Hasta la vista!


Desliguei o computador e caí na cama. Era estranha a sensação de deja vu por todos os meus dias em Forks acabarem exatamente do mesmo jeito, mas eu estava cansado de mais para refletir sobre aquilo. Caí num sono tão pesado que nem sonhos tive.


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Notas finais do capítulo

YEAH, o meu inferno particular acabou! Aleluia né?
*surtando* LLLLLLLLLLLLLOOOOOOOOOOOOOOOOOOOLLLLLLLLLLLLL!
Antes de tudo eu queria agradecer mais uma vez á MarySwan. Sério, eu A-M-E-I as lindas palavras q vc usou na recomendação, flor. Obrigada mesmo, eu amei! õ/
Também gostaria de agradecer a TODO MUNDO que comentou, valeu flores! Não se esqueçam que vocês são o maior motivo pra eu ficar horas na frente do PC escrevendo. ;D
Agora... O capitulo. Bem, eu não sei se agradei, no meu ponto de vista ficou meio fraco, mas foi feito com muito carinho e dedicação. Eu preferi deixar a conversa do Ed e da Rose sobre o Emm pra mais tarde, por que imaginei todo um contexto bem mais legal.
Já disse que tô deprê por causa dos meus amigos né? Pois é, a vida é difícil. E eu também tô com a corda no pescoço pra passar de ano, amanhã sai o resultado para fazer as provas finais e eu tô MUITO nervosa!
O próximo capitulo. O Primeiro Dia é o dia de entrar para a Forks High School e conhecer -quase- todo o pessoal. O que podemos esperar? Hum... Trotes com o pessoal do primeiro ano, principalmente com um tal de Francis. Um treinador que é um verdadeiro animal. Confusões por causa de uma jaqueta e por causa de uns certos convites para a festa oficial do inicio do ano letivo na FHS. E como assim o Emmett tem uma vaga no estacionamento só pra ele? - Vamos esperar para ver o que acontece!
O que vocês acharam do cap? Muito bom? Meia boca? Uma porcaria? Podem deixar comentários á vontade, isso deixa a autora que tanto ama vcs muito feliz! Sem contar q me dá um ânimo danado pra escrever!! =D
Ah, e digo mais uma vez... Sugestões e críticas também são muito bem vindas, ok? Estou de coração e cabeça abertos para isso, por que se precisar melhorar, só assim vou saber como e no que.
E... Acho que é só isso!
Até a próxima, flores!
BEIJOS



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