Capitulo 04 – Meu Inferno Particular Em 3 Dias (parte II)

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 “Porque somos você e eu e todas as pessoas
Com nada para fazer
Nada para perder
E somos você e eu e todas as pessoas
E eu não sei por quê
Não consigo tirar meus olhos de você”

 (Lifehouse – You And Me)

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Trilha sonora: Britney Spears - I Wanna Go http://www.youtube.com/watch?v=760bkcZ8rb0

A noite estava incrivelmente quente, a lua estava brilhando e as arquibancadas estavam todas lotadas, tudo aquilo no meu primeiro jogo de futebol. Estávamos jogando contra uma escola de Port Angeles e o placar estava 4X4. Eram os 42 minutos do segundo tempo e se a partida acabasse empatada ambos os times iriam ser desclassificados do campeonato.

As luzes estavam muito fortes e o clima estava realmente muito tenso e eu estava um pouco desconfortável com o uniforme laranja e azul, as meias pinicavam minhas pernas, mas eu não podia parar de correr.

Eu estava tão nervoso que agora as coisas pareciam se mover em câmera super lenta, vi um garoto do meu time demorar quase um minuto para correr até a bola e chutá-la alto, a bola voou para Emmett e foi recebida com uma cabeçada e logo em seguida uma careta do mesmo, e então ela veio na minha direção. Corri até onde calculei que ela fosse cair, pulei e a chutei no ar, quase sendo empurrado por um jogador do time adversário. Caí praticamente de cara no chão e apenas levantei a cabeça para ver o destino da bola.

Ela estava indo na direção do gol, o goleiro do time adversário defendeu e por apenas alguns milímetros, a bola entrou no gol. Metade da arquibancada se levantou e começou a gritar e aplaudir, as líderes de torcida se abraçavam em meio a gritinhos, alguns jogadores corriam pelo campo gritando e comemorando, outros se abraçavam e o técnico estava eufórico, pulando feito um louco. Era a primeira vitória da Forks High School em 25 anos. Mas eu só me preocupei em me levantar do chão e tentar tirar um pouco da imundície que estava a minha roupa.

Ouvi gritos vindo na minha direção, mas não prestei atenção. Ao avistar Bella descendo pelas arquibancadas correndo eu abri um grande sorriso bobo. Então eu tomei um susto quando fui erguido do chão e logo percebi que estava sendo carregado pelos caras do time, só aí que a minha ficha tinha caído. Caralho, fui eu quem deu o chute da vitória! Ergui os braços e gritei:

– EU GANHEI O JOGO, PORRA!

Vários gritos de “Uh” e “Woohoo” ecoaram abaixo de mim. Então gritei:

– QUAL É O TIME?

– WILDCATS! – eles gritaram.

– QUAL É O TIME? – gritei novamente.

– WILDCATS! – responderam.

– SE LIGA NO JOGO! – todos gritaram juntos.

Eles me jogaram para cima e depois me colocaram no chão, estava prestes a fazer a dancinha da vitória com Emmett e mais alguns garotos do time, quando Bella pulou o meu pescoço.

– Parabéns, campeão!

– Obrigado. – disse enquanto fechava os braços em volta de sua cintura. A levantei do chão e rodei no ar três vezes. A coloquei não chão de novo e sorri: – Dá pra acreditar? Estamos classificados!

– É, estamos. – sorriu.

E então fomos nos aproximando, aproximando... Eu estava nervoso, mas não deixei que ela percebesse. Nossos lábios se colaram e eu senti uma corrente elétrica percorrendo por todo o meu corpo. Escorreguei minha língua lentamente para sua boca e pude sentir que ela fazia o mesmo. Apertei ainda mais sua cintura em meus braços e ela entrelaçou os dedos no meu cabelo. Nossas línguas se embolavam cada vez mais urgentemente e o ar foi acabando... Nos separamos e então encostamos nossas testas enquanto nos olhávamos nos olhos respirando ofegantes.

– MAS QUE PORRA É ESSA AQUI? – alguém gritou.

Olhei para o lado para dar de cara com um cara duas vezes mais alto e musculoso do que Emmett. Ele tinha uma pele negra e olhos castanhos semi-cerrados de ódio. Engoli seco.

– QUEM VOCÊ ACHA QUE É, SEU NERD DE MERDA? NÃO TEM AMOR A SUA VIDINHA MEDÍOCRE NÃO? EU VOU QUEBRAR A TUA CARA PRA VOCÊ APRENDER A NÃO SE ENGRAÇAR COM A NAMORADA DOS OUTROS, SEU BABACA!

Ele veio correndo para cima de mim, tentei correr, mas acabei caindo no chão. Só tive tempo de me encolher ao ver que ele descia um taco de basebol em cima de mim.

Trilha sonora Off

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Meus olhos se abriram assustados. Eu estava suado e ofegante por causa do maldito pesadelo. Droga! O que tinha de errado comigo? – Resmunguei mal humorado e me levantei da cama. Meu estômago roncou, me fazendo destrancar a porta do quarto e descer.

Ao passar pela sala percebi que eram 5:45 da madrugada, mas não me importei muito com isso, fui direto para a cozinha. Procurei o interruptor e acendi a luz. Vi alguém sentado na mesa de jantar e juro que quase gritei e saí correndo antes de perceber que era apenas Bella, comendo doce de leite. Ela me olhou assustada enquanto eu me recuperava do susto que tinha tomado, não olhei para ela, quando minha respiração se estabilizou fui até a geladeira procurar algo para comer. Peguei um dos sanduíches naturais que Esme tinha deixado prontos e um copo de suco de maçã. Me sentei á mesa, ainda sem olhar para ela, e comecei a comer como se estivesse sozinho.

Bella me pareceu um pouco frustrada por estar sendo ignorada ou por outro motivo qualquer, mas fingi não perceber. Não queria estragar o meu auto-controle estando tão perto e sozinho com ela. Ela terminou seu doce de leite e se levantou fazendo barulho demais com os moveis, não tirei os olhos do sanduíche, a ouvi jogando o pode fora e lavando a colher em que comera. Foi em direção a porta batendo os pés com força no chão – isso era coisa da minha cabeça ou ela estava mesmo implorando por atenção? –, mas eu continuei a fitar o sanduíche como se estivesse sozinho.

Ela saiu da cozinha, mas eu não a ouvi subindo as escadas. Será que ela estava dormindo no quarto de hóspedes? E, afinal, o que ela estava fazendo aqui? Eu preferia nem saber as respostas. Mas meio minuto depois ela estava de volta á cozinha. Fingi não perceber quando ela parou na minha frente e cruzou os braços. Um minuto inteiro se passou.

– Edward? – ela chamou numa voz de que dizia “estou incrédula”.

Levantei os olhos para seu rosto, tentando não prestar atenção em como ela era absurdamente linda.

– Sim?

– Você tem alguma coisa contra mim?

Não! Pelo contrário, mal te conheço, mas já sou seu fã número um! – respondi mentalmente.

– Por que eu teria? – disse friamente.

– Eu não sei! – respondeu irritada. – Talvez seja pelo fato de que quando você não está me encarando de um jeito esquisito está me ignorando completamente!

E agora, Edward?

– Isso é tudo coisa da sua cabeça! – disse rápido demais.

– Por que está sendo tão rude comigo, então?

A encarei no fundo dos olhos. Não podia dizer que estava tentando me manter long dela para que não a agarrasse e fosse acusado de estupro depois.

– Não estou sendo rude.

– Então por que você não é frio e antipático desse jeito com Rosalie?

Porque eu não tenho desejo por ela.

– Porque ela é simpática comigo.

– Eu sou simpática com você! – arregalou os olhos.

– O que você quer de mim, Bella?

Ela hesitou por uns momentos, mordeu o lábio inferior, desviou o olhar e corou antes de gaguejar.

– E-Eu só queria que... Queria poder... Só saber... se você é uma boa companhia para o meu primo! – arqueou as sobrancelhas.

– Acho que ele é bem grandinho pra saber distinguir as boas e más companhias.

– Sabe de uma coisa... Você é um estúpido! – ela apontou o dedo na minha cara. – Se acha o maioral só porque veio de uma cidade grande, bonita e longe daqui. Acho melhor você tirar o seu cavalinho da chuva porque essa história de garoto da cidade grande não cola por aqui, ok? Você não passa de um filhinho mimado de mamãe que veio cair de pára-quedas por aqui! Então não venha querendo se achar melhor do que os outros por que você não é melhor do que ninguém! – gritou.

Franzi o cenho e tentei bolar algo para dizer. Essa garota era maluca ou o que? Implora pela minha atenção, me questiona por estar a ignorando, vem com um papo idiota de querer saber se eu era bom o bastante para ser amigo do primo dela, e depois me acusa de me achar melhor do que os outros? Tenho que falar com Rosalie,vai ser difícil para ela, mas ela vai ter que internar a irmã.

Trilha sonora: Lifehouse – You And Me http://www.youtube.com/watch?v=rzJikUFVxes

– Você me ouviu me gabar de alguma coisa? – perguntei na voz mais seca que pude.

– Não.

– Então eu acho melhor você calar a boca! Porque você não sabe nada sobre mim. E se eu estou te ignorando, posso te garantir que tenho bons e plausíveis motivos para isso.

– Que motivos?

– Não são da sua conta!

Peguei o copo vazio e me levantei. Fui até a pia e lavei o copo, quando me virei ela estava quase encostada em mim.

– Por que você tem que ser tão esnobe? – sussurrou.

– Bella, por favor... – gemi, tentando me afastar.

– Eu só quero ser sua amiga. – segurou meu braço, impedindo a minha fuga, não que eu ainda não pudesse ir, mas não seria tão rude.

– Esse é o problema. – sussurrei

– Como assim? – seus olhos azuis fitaram os meus sem entender nada.

Eu não sabia exatamente o que estava fazendo, mas não podia viver dando foras nela. A resposta estava engasgada na minha garganta e eu estava lutando para não soltar a verdade, eu podia estragar tudo com isso, mas como tinha dito Ben, se eu não tentasse, eu nunca ia saber se valia á pena.

Respirei fundo e tentei novamente, formular algo para falar. Algo que não a ofendesse nem deixasse claro demais as minhas intenções. Eu não queria que ela se afastasse tão drasticamente, mas eu sabia que se fosse em cima eu é que iria tomar um fora.

Mas o meu corpo parecia não corresponder aos meus pensamentos. Eu já podia sentir a boca seca e as mãos suadas, o cabelo grudando na minha testa, eu não encontrava a minha voz em lugar nenhum. E não conseguia tirar os olhos dos olhos dela, que ainda me fitavam confusos.

Abri a boca para tentar gaguejar alguma coisa, mas nada além de um suspiro saiu. Respirei fundo novamente enquanto a voz na minha cabeça gritava “Vamos logo com isso garoto, é agora ou nunca!” e, num fio de voz, consegui dizer:

– Eu não quero... ser só seu amigo. – sussurrei.

Ela prendeu a respiração por um momento, mas não parecia estar mais confusa. Piscou algumas vezes e pareceu pensar no assunto antes de sussurrar:

– Não precisa ser.

Arregalei os olhos em surpresa. Tentei mexer qualquer músculo que fosse, mas eu mal conseguia respirar. Me chutei mentalmente por não estar fazendo nada, mas não precisei fazer, por mais incrível que parecesse, ela tomou a iniciativa.

Ela pegou o meu rosto entre as mãos e encostou levemente seus lábios nos meus. A sensação de seus lábios doces e macios nos meus era incomparavelmente melhor do que eu tinha imaginado ou no sonho. Eu pensava estar sem reação, mas surpreendi a mim mesmo quando a segurei pela cintura e aprofundei o beijo. Mas também não esperava que ela fosse corresponder na mesma intensidade.

Suas mãos escorregaram lentamente para a minha nuca e seus dedos se entrelaçaram timidamente na raiz do meu cabelo. Minhas mãos subiram por seu corpo e pousaram sobre seu rosto. Eu explorava sua boca o máximo que podia,embolando minha língua na sua e saboreando do maravilhoso gosto doce de seu beijo. Só conseguia respirar o gracioso e suave cheiro de morangos que vinha de seu cabelo.

Amaldiçoei o ar, por estar acabando tão rápido quando eu mais precisava dele. Não queria que o beijo terminasse, para mim, poderíamos ficar assim durante um século inteiro e eu não me importaria. E, aliás, não saberia o que dizer quando nos separássemos.

Sustentei o beijo o máximo que pude, até ficar ofegante para ser obrigado a parar. Depois de quebrar o beijo, ainda mantive os olhos fechados até recuperar parcialmente o ar, com isso eu ganhava um tempo para formular algo para dizer.

Pelo menos agora eu tinha uma certeza absoluta, valia á pena, não me importava que o namorado dela fosse um armário de 2,85 de altura que sabia lutar boxe profissionalmente e também utilizar um taco de basebol violentamente, eu iria tentar. Tentar não, pelo que tinha acabado de acontecer aqui eu podia garantir: eu iria roubar a mulher dele!

Abri os olhos. Ela me fitava hesitante e talvez até um pouco surpresa, provavelmente não sabia o que fazer. Bem, isso não me era grande surpresa, eu também estava puta confuso com tudo isso. Abri a boca para falar, mas ela me interrompeu:

– Edward me desculpe, eu...

– Não tem do que se desculpar! – disse numa voz baixa e um pouco rouca. – Me desculpe por ser tão rude com você. Eu não queria isso. Eu só...

Um barulho ecoou no segundo andar. Eu arregalei os olhos apreensivo e ela se afastou de mim e automaticamente se encostou contra a mesa.

– BOM DIA ALICEEEEE! – Emmett gritou. O segundo andar permaneceu em silêncio, ou quase, por um tempo depois Emmett voltou a gritar. – JASPER, SEU FILHO DE UMA ÉGUA, VOCÊ NÃO TEM AMOR A VIDA, SEU PUTO APROVEITADOR DE IRMÃS?

Ih, fodeu!

Apertei os lábios para não rir. Bella arregalou os olhos e pôs a mão sobre a boca também para conter o riso. E continuamos escutando a briga.

– Calma, Emmett! – suplicou Jasper.

– Calma é o cacete, seu babaca! Volta aqui, eu ainda não acabei com você!

Houve barulhos no corredor e na escada. Logo Jasper entrou correndo na cozinha usando apenas uma boxer azul-marinha. Emmett apareceu logo atrás com uma bermuda vermelha e uma camiseta branca e um guarda chuva grande nas mãos. Eles começaram a correr em volta da mesa, puxei Bella para perto de mim e os assistimos rodear a mesas as gargalhadas.

Não demorou muito para que Alice chegasse com um roupão cor-de-rosa gritando e tentando impedir que Emmett pegasse Jasper.

– EU VOU MATAR VOCÊ, SEU ARROMBADO! – Emmett berrou subindo na mesa para bater no pobre Jasper, que já não aguentava mais correr.

Emmett se jogou em cima de Jasper e acertou-lhe alguns socos na cara, Alice se jogou em cima de Emmett e tentou com todas as suas forças impedir que ele espancasse o Jasper.

E a confusão perdurou por um bom tempo até Carlisle descer com o cabelo todo bagunçado e a roupa toda amassada. Eu tinha duas teorias para aquilo, ou ele tinha tido uma noite muito animada com Esme, ou tinha dormido muito largadão.

– Hey, Hey... Parem com isso agora! – gritou, fazendo com que todos envolvidos na briga congelassem.

Imediatamente Emmett saiu de cima de Jasper e Alice desceu de suas costas e foi ajudar Jasper a se levantar. Todos fitaram Carlisle com medo, até eu fiquei com medo da cara assassina de meu pai.

– O que aconteceu? – perguntou numa voz baixa e um tanto ameaçadora.

Os três começaram a falar coisas diferentes ao mesmo tempo e ninguém conseguia entender nada.

– CALADOS! – ele se calaram. – Quero ouvir um de cada vez. Emmett, o que aconteceu?

– Eu acordei, tomei banho, me vesti e fui dar bom dia pra Alice...

– Foi me berrar bom dia. – resmungou Alice.

– Alice, deixe seu irmão falar. – pediu Carlisle impaciente.

– Eu fui dar bom dia pra Alice, por que ela acabou de voltar de viagem e eu estava com saudade da minha irmãzinha. Aí eu dei de cara com um Jasper pelado na cama da minha única, pequena e inocente irmã!

– Muito inocente. – Jasper ironizou com um sorriso safado.

– O que você disse? Acho que alguém não apanhou o bastante! – Emmett se virou raivoso para ele.

– Emmett, contenha-se, por favor! – Carlisle brigou.

– Desculpe.

– Alice, pelo amor de Deus, nós já conversamos sobre isso.

– Não, papis. Eu fui responsável, dessa vez, nós usamos camisinha! – respondeu orgulhosa de si.

Carlisle respirou fundo.

– Bom saber que pelo menos isso. – ele suspirou e passou a mão na testa. – Emmett, nós também já conversamos sobre isso e você prometeu não se meter mais na vida sexual da sua irmã.

– Eu não me meti, só que quando eu vi essa coisa esquisita – apontou para Jasper – na cama dela eu surtei. Onde está o respeito? Ele pode ser um aproveitador de irmãs, mas por que tem que ser com a minha irmã e na minha casa?

– Eu pensava que estava tudo bem para você o seu melhor amigo namorar a sua irmã!

– Me desculpe, Carlisle, mas eu nunca vou aceitar nenhum namorado da Allie, mesmo que seja o melhor cara do mundo. E esse definitivamente não é o caso do Jaspion.

Emmett se afastou e saiu da cozinha, subiu a escada sem fazer um ruído e só ficamos sabendo que ele estava em seu quarto por causa do barulho excessivamente alto que a porta fez ao fechar.

Ninguém se mexeu por volta de cinco minutos. Até Carlisle se pronunciar.

– Jasper, será que você poderia... Se vestir?

Ele arregalou os olhos e corou.

– C-Claro, Carlisle. Me desculpe! – e subiu correndo. Alice foi atrás dele, pois também não estava nos trajes mais descentes.

Carlisle entrou na cozinha e foi direto para a geladeira, pegou uma garrafa de leite e um mamão.

– Bom ver que vocês se entenderam! – disse sarcástico para mim.

Só então eu percebi que estava abraçado com ela. O impulso foi grande de mais, eu não consegui segurar. Me soltei dela e saí sem dar explicações ou olhar para trás. Subi as escadas o mais rápido que pude e entrei no meu quarto. Eu podia ouvir claramente Emmett reclamando enquanto socava o saco de pancadas que tinha em seu quarto.

Fechei a porta, sem trancar. Fui até as janelas e abri as persianas, ao olhar do lado de fora eu vi que o telhada da varanda dos fundos ficava bem abaixo da minha janela, ou seja, eu poderia fazer como nos filmes e me isolar ali quando quisesse pensar.

Não perdia tempo em abrir a janela e pular para fora do quarto. A vista era muito bonita embora fosse muito verde, eu tinha uma plena vista da varanda do fundo, a piscina que ninguém usava e a floresta que ficava atrás do terreno de posse na casa. Era lindo! Havia tanta vida ali e a paz que reinava naquele lugar era reconfortante.

Me sentei e encostei a cabeça na parede. Fechei os olhos e respirei fundo, o ar aqui era frio, porém limpo e leve. Eu precisava pensar, precisava saber se era isso mesmo que eu queria fazer.

O beijo tinha sido épico e muito esclarecedor para mim. Eu senti uma atração absurdamente forte por Bella, mas como não a conhecia eu não podia saber se a amava. Eu devia mesmo arriscar tudo por causa de apenas uma atração física?

Eu hesitava desse jeito porque sabia que se acabasse apanhando do namorado dela eu não conseguiria esconder a minha natureza de nerd. Eu ia chorar e ligar para a minha mãe implorando para que ela me tirasse daqui. Me conhecia o bastante para saber que com certeza essa seria minha reação.

Mas Bella era tão perfeita... E eu não queria deixá-la passar. Ela tinha me beijado por livre e espontânea vontade, o que quer dizer que ela também sentia uma atração por mim. Mas seria essa atração tão forte que foi capaz de passar por cima do amor que tinha pelo namorado ou foi apenas um deslize? – Todas essas duvidas estavam acabando comigo.

Bati a cabeça contra a parede em protesto. Droga! Por que a vida tinha que ser tão complicada e difícil? Eu não poderia tomar essa decisão mais tarde ou seria tarde de mais, tinha que ser agora, ou no mínimo, hoje.

Mas eu nem ao menos podia conversar com ela. O que ela pensaria de mim se eu chegasse do nada e perguntasse: Hey, você ama o seu namorado ou me acha bom o bastante para trocá-lo por mim? Ela ia achar que eu sou um idiota!

Gemi como se estivesse chorando, eu não iria chorar, embora estivesse frustrado o bastante para isso. Mas eu não me permitia ter um ataque de nervos agora.

Ouvi um barulho baixo vinda da casa, mas ignorei, eu precisava balancear todos os prós e contras com os pouquíssimos argumentos que tinha.

– Atrapalho? – ouvi uma voz doce e meiga ao meu lado.

Abri os olhos para ver Bella sentada ao meu lado me olhando com as sobrancelhas erguidas, como se estivesse ansiosa pela resposta. Suspirei e dei um sorriso fraco.

– Não.

Ela abriu o sorriso mais lindo do mundo e perguntou:

– Por que está aqui?

– Eu precisava pensar... Colocar todas as idéias nos lugares certos. Ando me sentindo muito confuso.

– Com o que?

– Muitas coisas. Mas você é a principal delas.

– Eu te deixo confuso? Por quê? – riu incrédula.

Encarei o céu que começava a clarear, suspirei e então olhei em seus olhos. Mentir agora estava fora de cogitação, ou então eu estragaria tudo!

– Eu sinto algo forte por você. Você pode achar que eu sou um idiota e pode até jogar os seus sapatos em mim. Mas eu falei muito sério quando disse que não queria ser só seu amigo e estou disposto a arriscar coisas que eu nunca arrisquei em Phoenix.

– E o que seriam essas coisas?

– Meu couro! – arqueei as sobrancelhas. – Me desculpe, mas não ligo se o seu namorado é um armário, eu quero mesmo ficar com você e estou disposto a apanhar, se esse for o caso. – ela explodiu em gargalhadas. – O que foi?

– Você está brincando, não? – disse rindo.

Não tenho palavras para expressar a minha sensação naquele momento! Foi como se um balde de água fria caísse sobre a minha cabeça ou como se eu recebesse um dolorido tapa na cara. Meu coração acelerou e a minha cara ficou estupidamente vermelha de constrangimento, se eu fosse um avestruz enfiaria a cara no chão, mas como não sou, apenas paralisei. Que lindo! O que eu faria agora? Tinha acabado de levar o maior fora da minha vida!

Ela pareceu perceber meu desespero e lutou para parar de rir, sorriu como quem se desculpa e disse:

– Desculpe. – e agora lá vem o toco... – Não foi isso o que eu quis dizer. Er... Quem te falou sobre o meu namorado?

– Emmett. – disse numa voz baixa, ainda estava entorpecido por causa do fora, não queria mais conversar. Estava tentando convencer a mim mesmo de não ligar para a minha mãe e implorar para ir para um internato qualquer.

Ela riu.

– O que ele disse, exatamente?

– Nada. Só que você tinha namorado. – dei de ombros.

– Ah, – suspirou. – Então você definitivamente não conhece o meu namorado! Não se preocupe, ele não vai bater em você. – ela esperou que eu dissesse alguma coisa, mas permaneci calado, então ela falou: – Ele nem precisa saber de nada! – sorriu maliciosamente.

– Está acostumada a trair seus namorados? – perguntei casualmente. Ela ficou surpresa, mas respondeu no mesmo tom:

– Não. É a primeira vez.

– Por que está fazendo isso? – eu precisava saber.

– Faço de suas minhas palavras ao dizer que sinto algo forte por você, embora não demonstre da mesma maneira. – prendeu o riso.

– Me desculpe por aquilo. Não estou acostumado a lidar com sentimentos. – essa era uma das maiores características dos populares, não era?!

– Gostaria de dizer o mesmo. – murmurou para si mesma. – Mas, me conte sobre você, quer dizer, o que gosta, não gosta, sua vida em Phoenix e tudo mais.

Suspirei e sorri, eu adorava inventar coisas!

– Phoenix é legal, eu adoro aquele lugar! Deixar pra trás os amigos, o time de futebol, o sol e tudo mais não foi nem um pouco fácil. Vou sempre sentir falta das viagens para a Califórnia e das festas do colégio, mas acho que vou sobreviver. – eu ri. – O que gosto e não gosto, bem... Eu gosto muito de coisas antigas, só de heranças da família eu tenho um baú cheio de antiguidades, acho que é por isso que o mundo conspira para que eu faça faculdade de história – ri timidamente –, mas até com filmes e música eu sou assim. Se você visse a quantidade de vinis que eu tenho ia se surpreender. Agora o que eu não gosto, vou te dizer que sou um pouco chato! Eu não gosto de gente intrometida e que se acha, não gosto de barcos, palhaços me dão arrepios e eu acho que a pior coisa que já inventaram foi o filme de terror. Agora é a sua vez!

– Eu fui nascida e criada aqui – rolou os olhos – meus pais nunca acharam necessário que os filhos convivessem com a cidade grande, então me considere uma tremenda caipira, se quiser. Não tenho muitos amigos porque não sou uma pessoa simpática, mas quando eu gosto, gosto de verdade, sabe?! Vou te dizer uma coisa e acho que vai adorar... Também gosto de coisas antigas, mas precisamente livros antigos. – meus olhos brilharam, ela riu da minha expressão. – Mas eu sou tão viciada em seriados que não leio há um bom tempo! E, eu sei que não tenho nada á ver com isso e muito menos tenho direito de reclamar com você, mas se tem uma coisa que eu odeio nesse mundo é Tanya Denali, ela é o tipo de pessoa mais odiosa que existe! E eu também não gosto de aviões nem de trovões.

– Tem medo de trovões?

– Sim.

– Como fez para morar a vida toda em Forks? Aqui chove mais que qualquer lugar no mundo!

– Sempre corri para o quarto da Rose nas noites de tempestade. – deu de ombros.

– Quantos anos você têm?

– Dezoito.

– Meu Deus! – disse espantado. – E você é a irmã mais velha!

Ela entrou numa crise de riso tão intensa que chegou a ficar vermelha. Mas se recuperou depois que quinze minutos e então disse:

– Eu gosto do seu jeito! Você parece estar sempre confuso e apavorado, e é tão espontâneo que te torna a coisa mais fofa que já apareceu em Forks.

– Ah. Er... Obrigado? – eu ri sem saber o que dizer. Ela riu comigo.

– E o seu sorriso é tão lindo e brilhante... – disse diminuindo o tom de voz enquanto aproximava o rosto do meu. – Cativante e contagiante...

Fechei os olhos, pois ela estava perto o bastante para a visão se confundir. Senti sua mão em meu peito e logo depois seus lábios nos meus, sua língua se embolando lentamente na minha. Ela subiu a mão de meu peito para o meu rosto, permaneceu lá por um tempo e depois escorregou para a minha nuca e desceu lentamente com as unhas pelo meu pescoço e até onde a camisa deixou.

Deus, estou sendo alisado! Não. Estou sendo alisado por Bella! Só tenho uma coisa á dizer: Obrigado! Fico te devendo uma, Deus, pode cobrar quando quiser.

Meus toques não eram tão ousados e constantes como os dela, mas eu podia sentir que sempre que acariciava suas costas ela ficava arrepiada. E adorei isso! Claro, quem não adoraria?

Nos separamos quando o ar acabou e nos encaramos por um período de tempo realmente longo. Eu não estava certo do que diria agora e ela também não parecia estar, mas depois de meia hora a curiosidade me dominou e eu tive que perguntar:

– Como você vai fazer isso? Quer dizer... As aulas começam daqui há três dias e você voltará a ver seu namorado todos os dias. Você vai voltar para a sua casa amanhã e provavelmente não nos veremos mais até as aulas voltarem. Então... Isso termina amanhã ou vai ser ás escondidas?

Ela franziu o cenho e me analisou por um momento antes de dizer:

– Não precisa dizer se não quiser, mas eu sei que você tem grandes problemas de auto-estima! – abri a boca para protestar, mas ela ergueu o dedo, me impedindo de falar. – Meu namorado não será um problema muito grande, você não precisa se preocupar com isso, pra resolver o problema dele só é preciso esperar um pouquinho. – ergui uma sobrancelha. – Não me olhe assim e não me julgue, não gosto disso! Você só precisa saber que eu gosto demais da sua companhia para abrir mão de você, e mais nada! O resto se resolve com o tempo! Podemos mudar de assunto? Não me sinto muito confortável falando sobre isso. – assenti. – Então... Eu fiquei sabendo que você vai tentar preencher a vaga no time de futebol, me fale sobre isso.

– Ah, sim! É eu devia começar a treinar com Emmett hoje, já que estou um pouco enferrujado. Juro que se você contar para alguém eu te afogo, mas no outro time em Phoenix eu não era titular e também não tinha muito tempo para praticar então... enferrujei! – fiz uma careta. Ela riu.

– Pode deixar, seu segredo está seguro comigo! – pôs a mão descontraidamente sobre a minha perna, fingi não perceber.

Narração: Emmett McCarty

Eu sabia que isso já tinha acontecido antes e estava plenamente consciente do namoro da minha irmãzinha com o Jaspion. Mas, ainda assim, eu me sentia irritado e traído, todo mundo sabe que eu tenho ciúmes da Allie e aquele magrelo tinha mesmo que abusar da inocência dela aqui? Ele não tinha mesmo noção do perigo, mesmo sendo meu melhor amigo, eu ainda iria matá-lo, ou melhor, castrá-lo!

Já estava batendo nesse saco de areia há quase uma hora, mas a minha raiva não passava, eu queria bater no Jasper.

*TOC TOC* bateram na porta. Eu não estava a fim de receber ninguém, mas podia ser a minha mãe, Rose ou Edward, eles não tinham nada á ver com a minha raiva.

– Entra! – disse, sem parar de socar o saco.

Pude ver de relance que quem entrava era Jasper e tive que me controlar muito para não encostá-lo na parede e socar-lhe até ficar inconsciente. Continuei batendo no saco.

– Cara, eu acho que precisamos conversar.

– Não tenho nada pra conversar com você!

– Sério que você vai agi feito uma criancinha?

Parei de socar e o encarei.

– Alguém tem que ser a criancinha já que você é adulto o bastante para sair comendo as irmãs alheias.

– Hey, eu não saí comendo irmãs alheias. Você sabe que eu sou seu amigo e te conheço o bastante para saber que se eu vacilasse com ela em qualquer coisa você iria me espancar e não estaria errado. – Baixei o olhar, isso era verdade, ele não seria louco de magoar minha irmã. Ele continuou a falar: – Mas eu não a magoei nem fiz nada que ela não quisesse. Você sabe mais do que ninguém que eu amo e respeito Alice mais do que tudo! – ergueu as sobrancelhas como quem pergunta “estou errado?”

– Eu sei. – murmurei de má vontade.

– Então sim, a sua atitude está sendo infantil! Lembra do nosso tratado quando você começou a namorar com a Rose? – assenti. – Eu fui criado com ela dês de os quatro anos, tanto ela quanto a Bella são como irmãs para mim. No entanto, você namorou, desvirginou, traiu e magoou a Rose. Eu fiquei muito puto com você, mas deixei de ser seu amigo? – neguei. – Alguma vez perdi a razão com você? – neguei. – Porque isso não era um problema meu! Eu ajudei a Rose a se reerguer da merda que você fez, mas não fui atrás de você com um dos tacos de baseball do Charlie.

– Até hoje eu ainda não sei por quê.

– Porque você é o meu melhor amigo. Se a Rose se meteu com você isso é problema seu e dela, eu até tinha direito de quebrar a tua fuça, mas não fiz isso. O que foi que eu fiz?

– Me disse que eu era um grande idiota e tinha acabado de perder a mulher que mais me amava no mundo, depois da minha mãe.

– Pois é! Só que o caso agora é diferente, eu nunca fiz nada de mal á Alice. Fiz amor com ela, pela segunda vez em dois anos de namoro! E aí você vem me bater com um guarda-chuva? Onde está a sua maturidade?

– Me desculpa, tá legal? Já saquei que errei! Mas você sabe que eu sou ciumento com ela pra cacete, tinha mesmo que fazer isso aqui?

– Preferiria que eu a levasse num motel de beira de estrada para a cidade toda ficar comentando?

– Não.

– Então, por favor, não banque o babaca! Pelo menos aprenda a não entrar no quarto dela sem bater na porta antes. – assenti. – Amigos de novo?

Sorri e o puxei para um abraço de urso.

– Você sabe que eu te amo seu magricelo esquisitão. – ele riu.

– Tá, eu também te amo, mas vamos parar com isso antes que alguém veja. – o soltei imediatamente. – Vamos procurar o Edward, temos que treinar futebol com ele.

– É. Vamos achar o taradão na tua prima.

Saímos do quarto e fomos até o quarto dele, batemos na porta diversas vezes, mas ele não atendeu. Jasper abriu a porta e vimos que ele não estava no quarto. Sabia que não estava no banheiro. Então lá fomos em mais uma jornada, vimos em todos os cantos da casa e perguntamos para todos, mas ninguém tinha o visto nem visto a Bella. Fomos procurar nos fundos.

– Cara eu tenho a impressão de que eles estão se pegando em algum lugar. – murmurei.

– Aonde? Não estão em canto nenhum.

– Eu não sei! Mas do jeito que ele anda se comportando... – nós rimos ao lembrar da cara dele.

– O pior é que eu acho que ela gosta, cara. Quer dizer, ela não conversa comigo como conversa com Alice e Rosalie, mas eu tenho uma impressão de que ela adora essa adulação e esse jeito meio tímido.

– Não está falando isso por causa do Newton, está?

– Não, aquele cara é um mauricinho nojento. E você sabe como a Bella é, né? – Eu ri.

– Pobre Mike Newton! Já deve ter perdido um de seus milhões pra Bellinha.

– Triste, não? – ele debochou.

– Ah, ele merece.

– Er... Emm, eu acho que encontrei o Edward.

– Onde?

– Ali. – ele apontou para o telhado da varanda.

Edward estava lá, junto com Bella. Os dois trocavam um beijo tão desesperado que chegava a ser nojento ver de fora, na moral, era mão pra tudo quanto era lugar e dava pra ver até língua de vez em quando. Fiz uma careta, Jasper riu.

– Caralho! – sussurrei pasmo. – O moleque é muito bom!

– É mesmo. Mas tenho pena de vocês, não vão ter o que comer dentro de casa, já que Carlisle não é rico.

– Não precisa, colocamos o Edward pra trabalhar. – rimos.

Estávamos assistindo na boa esperando que eles acabassem de se atracar, mas as coisas ficaram tensas de mais e tivemos que interferir. Porque quando Edward segurou a cintura dela e começou a beijar seu pescoço ela soltou uns gemidos nada educativos e proibidos para menores de idade.

– Hey, vamos parar com isso aí, eu ainda sou menor de dezoito anos! – Jasper gritou.

Eles se separaram assustados e olharam na nossa direção. Eu e Jaspion começamos a aplaudir sorridentes. Edward, que já estava vermelho por causa do beijo ficou ainda mais vermelho, mas a Bella ficou irritada, furiosa de verdade. Se levantou e começou a xingar:

– Seus cretinos, idiotas! Por que não vão arrumar alguma coisa pra fazer ao invés de aporrinhar a vida dos outros? Seus fofoqueiros malditos!

– Hey, calma traidora! – eu disse. – Se você não sabe, o Edward tem que treinar para entrar no time. – dei de ombros.

– ARGH! – resmungou e entrou na casa pela janela.

– Cara, o que você fez com ela? – perguntou Jasper. – Eu nunca a vi tão irritada?

– É por que ela tava gostando, Jazz. – disse á ele.

– Tá bom! – disse Edward. – Que tal parar com os comentários maldosos? Vamos treinar?

– Vamos! Anda logo, desce daí, garanhão! – eu disse sorrindo. Ele entrou em casa pela janela.

:[tempo passando]:

Narração: Edward Cullen

Depois de um treino de seis horas sem parar eu tomei um ultra-banho, almocei duas vezes e subi para me jogar na cama, tinha planos de dormir pelo resto do dia já que eram uma e meia da tarde, eu queria dormir até as cinco. Estava indo para o meu quarto quando passei em frente ao quarto de Alice e ouvi uma coisa bem interessante:

– Como assim você ficou com o Edward? – perguntou Alice, parecia cautelosa.

– Fiquei... ficando. – disse Bella.

– Ficando?

– É Alice! Porra, não sabe o que é ficar, não?

– Deixa de ser ignorante comigo, menina!

– Ah, desculpa.

– Tá, me conta, como foi?

– Melhor do que eu imaginava.

Sorri ao ouvir isso.

– Ah, ele é um lindo né?

– É um lindo e muito fofo! Você precisava ver quando ele disse que estava disposto a apanhar por minha causa.

– Apanhar? – ela riu. – De quem?

– Mike. – as duas caíram na gargalhada.

– Mas como vai ficar essa situação tipo... Você vai terminar com o Mike?

– Você sabe que eu só ainda não terminei com ele por causa do...

– Hey, Eddie! O que está fazendo aí? – perguntou Emmett com sua voz super alta ao me ver parado no meio do corredor. Droga!

– Nada. – respondi casualmente. – Esse quadro é uma merda! – apontei para um quadro grande cheio de cores, mas sem forma alguma.

– Ah, é! – ele parou ao meu lado e cruzou os braços encarando o quadro. – Por que os pintores fazem isso e todo mundo considera arte? Eu fazia essas coisas aos três anos e as pessoas viam só como rabiscos.

– É porque os pintores dão explicações estúpidas.

– Verdade. Bem, eu vou tirar um ronco por que tá foda! – disse ele. – Tchau cara.

– Tchau.

Assim que ele entrou no quarto eu voltei para a porta de Alice, mas elas não estavam mais conversando. Então eu fui para o meu quarto. Me joguei na cama e fechei os olhos e respirei fundo, esperando que o sono tomasse conta de mim. Não demorou muito para cair no sono.

:[tempo passando]:

Parecia um dia qualquer. Eu caminhava pela rua da minha casa normalmente, como se fosse à confeitaria para Esme ou na casa de Jasper. Como sempre o dia não estava bonito, mas também não chovia.

Na real, eu não sabia para onde estava indo, eu apenas estava. A rua estava completamente deserta, e isso era muito estranho porque só nos dias de chuva abundante que a rua ficava assim. Porém, não chovia, e não tinha nem uma sequer criança brincando no Jardim. Todas as portas e janelas de todas as casas estavam fechadas... Como se tivessem se escondendo de alguma coisa... E estavam.

Ouvi barulho de passos atrás de mim, eram extremamente ameaçadores; pois não eram passos calmos e serenos de quem caminhava, eram passos selvagens e furiosos de quem perseguia. Como eu era o único na rua, fugi.

– Edward! – uma voz feminina que eu não reconheci gritou, mas eu não dei à mínima.

Continuei correndo o mais rápido que pude, porém o meu perseguidor ainda corria atrás de mim, ameaçando-me a me alcançar a hora que ele quisesse...

– Edward! – a mesma voz de antes gritou de novo, mas eu continuei não dando à mínima.

E foi o que ele fez, ou melhor, ela fez... A minha perseguidora me alcançou e segurou-me pelo pescoço e apertando-o, quando eu já estava quase sem ar ela me jogou no chão com uma força inumana e... Alguém mordeu a minha barriga.

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAH, CARALHO! – gritei desesperado. Só aí que eu percebi que era tudo um sonho e então soltei o ar. Mas a minha barriga ainda doía.

E então eu me liguei que não estava sozinho, Bella estava entrada ao meu lado, morrendo de rir da minha cara.

– Sabia que não é educado assustar as pessoas quando elas estão tendo pesadelos? – perguntei.

– Ah, me desculpe. Não sabia que estava tendo pesadelos.

Dei uma analisada na roupa dela, ela estava toda arrumada e absurdamente linda como sempre.

(Roupa da Bella: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=39890226&.locale=pt-br)

– Por que está toda arrumada?

– Estou indo pra casa. Meus pais chegaram mais cedo e vieram nos buscar. Vim aqui me despedir de você, mas não posso demorar, meu pai está esperando no carro e Emmett está me dando cobertura.

– Não queria que você fosse hoje. – resmunguei.

– Eu também não. – sorriu. – e o pior é que com o Sr. e a Sra. Swan em casa não vai dar pra escapar, mas... – ela me deu um selinho. – no vemos no colégio.

– Aham. – murmurei antes de beijá-la urgentemente, mas não demorou muito tempo e eu caí na cama sozinho enquanto ela saia correndo.

Meu, eu sou foda! Peguei a gostosa e nem precisei fazer esforço, agora sou o amante oficial dela! Só tem uma coisa no qual me arrependo: Não ter vindo para Forks há mais tempo.

Me levantei e fui tomar banho, eu estava todo suado e morrendo de fome. Mas não consegui segurar o impulso de cantar, eu sempre fazia isso quando estava muito feliz.

Glee - When I Get You Alone: http://www.youtube.com/watch?v=ln_sqI7yv20

– Baby girl, where you at? (Garota, onde está você?)

Got no strings, got men attached (Não tem cordas, tem os homens presos)

Can't stop that feelin' for long no (Não posso parar esse sentimento por muito tempo não )

You makin' dogs wanna beg (Você fazendo os caras quererem suplicar)

Breaking them off your fancy legs (Judiando deles com suas pernas extravagantes)

But they make you feel right at home, now (Mas eles te fazem se sentir em casa, agora)

See all these illusions just take us too long (Todas essas ilusões tomam muito tempo)

And I want it bad... (E eu quero isso tanto...)

Because you walk pretty, (Porque você anda bonito)

Because you talk pretty, (Porque você fala bonito)

'Cause you make me sick (Porque você me deixa doente)

And I'm not leavin', till you're leavin' (E eu não vou embora, até que você vá)

Oh I swear there's something when she's pumpin', (Oh, eu juro que existe algo quando ela está bombando)

Asking for a raise (Pedindo por um aumento)

Well does she want me to carry her home now? (Ela quer que eu a leve para casa agora?)

So does she want me to buy her things? (Ela quer que eu lhe compre suas coisas?)

On my house, on my job (Na minha casa, no meu trabalho,)

On my loot, shoes, my shirt, (Nos meus saques, sapatos, minha camisa,)

My crew, my mind, my father's last name? (minha turma, minha mente, o sobrenome do meu pai?)

When I get you alone (Quando eu te pegar sozinha)

When I get you you'll know baby (Quando eu te pegar, você vai ver baby)

When I get you alone (Quando eu te pegar sozinha)

When I get you alone (Quando eu te pegar sozinha)

Oh yeah-yeah

Baby girl you da shit (Garota, você faz merda)

That makes you my equivalent (Isso faz de você o meu equivalente)

Well you can keep your toys in the drawer tonight, (Pode deixar seus brinquedos na gaveta essa noite)

All right (Tudo bem)

All my dawgs talkin' fast- (Todos os manos falando rápido)

Aint you got some photograph? (Não tem nenhuma foto?)

'Cause you shook that room like a star, now (Porque você balançou a sala como uma estrela, agora)

Yes you did, yes you did, oh (Sim, você fez, você fez sim, oh)

All these intrusions just take us too long (Todas essas intromissões tomam muito tempo)

And I want you so bad... (E eu te quero tanto...)

Because you walk pretty, (Porque você anda bonito)

Because you talk pretty, (Porque você fala bonito)

'Cause you make me sick (Porque você me deixa doente)

And I'm not leavin', till you're leavin' (E eu não vou embora, até que você vá)

So I pray to something she aint bluffin', (Então eu rezo para que ela não esteja blefando,)

Rubbin' up on me (Se esfregando em mim)

Well does she want me to make a vow? (Bem, ela quer eu faça uma promessa?)

Check it (Confere)

Well does she want me to make it now? (Bem, ela quer que eu faça agora?)

On my house, on my job (Na minha casa, no meu trabalho,)

On my loot, shoes, my voice, (Nos meus saques, sapatos, minha voz,)

My group, my mind, my father's last name? (minha turma, minha mente, o sobrenome do meu pai?)

When I get you alone (Quando eu te pegar sozinha)

When I get you you'll know baby (Quando eu te pegar, você vai ver baby)

When I get you alone (Quando eu te pegar sozinha)

When I get you alone (Quando eu te pegar sozinha)

When I get you alone (Quando eu te pegar sozinha)

Saí do chuveiro quase gritando de tanta felicidade que sentia, enrolei minha cintura numa toalha e fiz um moonwalker (passinho do Michael Jackson). Me encarei no espelho e sorri para mim mesmo. A voz dentro da minha cabeça disse: “Viu? Não doeu nadinha! Eu sabia que você tinha potencial, agora é so se livrar do namorado que com certeza não vai te bater. Você pode até virar um falso amigo dele” Sorri com o pensamento e fui me vestir.

Logo depois eu desci, Emmett me olhou com uma cara maliciosa, mas eu ignorei e fiu jogar Playstation, ele não resistiu e se juntou a mim.

– Como estão indo as coisas com a Rose? – perguntei.

– Tudo na mesma. Ela age como se fosse minha melhor amiga, quer dizer, ela é minha melhor amiga, mas eu acho que ela não quer mais ser mais nada além disso.

– Eu vou conversar com ela. Não se preocupe, vou ser bem discreto. Devia ter feito isso hoje, mas o meu dia foi corrido.

– Pois é, né... ficar de agarramento com a Isabella no telhado acaba com qualquer um! – sorriu.

– Obrigado pelo apoio! – ironizei.

– De nada. – ironizou. – E agora você é... Amante?

– Por aí. – eu ri. – Mas não por muito tempo.

– Só não deixe a família pobre, ok?

– Como assim?

– Digamos que a Bella não seja muito ligada em... Homens pobres. Cara, ela tá morando esse tal de Mike há seis meses e posso te garantir que um milhão ele já perdeu por causa dela.

– Acho que não corro esse risco. Quer dizer, foi ela que me agarrou então...

– COMO É QUE É? Ela que te agarrou?

– Sim! Por quê?

– Cara, eu te admiro. E você tem que me ensinar esse truque. Ela nunca! Nunca tomou a iniciativa na vida inteira. E eu posso dizer isso por que a conheço desde que me entendo por gente.

Agora eu fiquei pasmo. Tentei recompor minha expressão pra não parecer um paspalho, mas não consegui.

– Sério isso? – perguntei.

– Sim. Meus parabéns, maninho. – ele sorriu malicioso. – Está pronto para conhecer os sogros?

– O quê?

– Carlisle marcou de todos nós irmos à casa dos Swan amanhã. Charlie, o pai da Bella e da Rose é o melhor de Carlisle e adivinha... Ele quer conhecer você!

– Ah, não.

– Ah, sim.

– Merda! – esbravejei.