Capitulo 27 – A Queen Bee Está De Volta

.

.

.

“Você me disse para te amar, e eu o fiz...
Amarrei a minha alma dentro de um nó e tive que me submeter.
Então quando fui embora, apenas mantive as minhas cicatrizes.
O meu outro "eu" se foi.
Agora não sei a que lugar pertenço...”

(Slipknot – Dead Memories)

.

.

A Abelha Rainha Está De Volta!

Por: Angela Webber

Ao que parece, a nossa rainha voltou com tudo depois do rompimento com o ex Rocket Edward Cullen há um mês.

Quem estava em Forks há três anos sabe muito bem como eram as coisas por aqui. Antes e um pouco depois da fase “Jacob Black”, Isabella Swan liderava a escola, mesmo sem ser líder de torcida nem nada do tipo, ela era simplesmente o ser mais poderoso entre os adolescentes de Forks, e todos lhe deviam respeito e obediência.

Mas parece que ela se cansou e passou a coroa para Tanya Denali, que permaneceu gloriosamente no poder até que todos descobrissem sobre sua sexualidade e ela abandonasse o cargo para buscar uma história de amor. E então passamos alguns meses sem que ninguém nos cegasse pelos corredores com seu brilho.

Foram tempos difíceis, meu caros colegas, mas há três semanas, nossa eterna rainha Swan voltou a brilhar. Agora, mais do que nunca parecendo uma modelo da Vogue, B desfila pelos corredores da FHS esbanjando glamour e poder, com suas súditas agarradas em seus calcanhares, é claro.

Mas apenas uma coisa me preocupa: Será que dessa vez é pra valer ou B desistirá no meio do caminho antes de ganhar sua coroa no baile de formatura?

XOXO, Gossip Girl.

– Palhaçada! – esbravejei jogado o jornal longe.

Não acreditava que ela estava fazendo isso. Merda! Ela queria me atingir de qualquer forma, como se já não fosse o bastante me odiar e nem na minha cara... Ela estava pagando de rainha da escola só para provar pra mim que estava bem e já tinha me superado.

Ela estava me evitando aos extremos, até trocar de horário na aula em que fazíamos juntos ela trocou. Não me atendia no telefone e mandou Rosalie pegar suas coisas no meu quarto. Até tentar devolver os presentes que eu dei pra ela, ela tentou, mas eu não aceitei e falei para Rosalie dizer pra ela queimar se não os quisesse... Não sei qual foi o fim deles.

Emmett também não olhava na minha cara desde a noite do jogo. Ele me ignorava de uma maneira tão seca que nem dar licença para eu passar ele dava. Era um inferno, ele era pior do que a Bella, simplesmente tentava fingir que eu não existia.

Pelo menos com ela eu tinha esperanças de algum tipo de reconciliação. Já com Emmett, eu tinha desistido.

Saí da biblioteca e fui na direção da sala da minha próxima aula, por sorte – ou azar, depende do seu ponto de vista – Bella estava passando pelo corredor também. Com quatro garotas agarradas em seus calhares, ela realmente parecia uma super modelo, desfilando pelos corredores da escola. E realmente tinha o tal do brilho, que cegava os outros.

Sem sombra de dúvidas aquela era a “versão” mais linda e perfeita dela, os longos e brilhantes cabelos negros tinham cachos nas pontas, os olhos azuis pareciam maiores e ainda mais azuis, até seu corpo parecia diferente, mais elegante e cheio de curvas... mas, sinceramente, eu detestava aquela versão dela. Ela era metida, fútil, tinha um olhar debochado 100% do tempo, tratava todo mundo mal, sua risada era falsa e suas atitudes eram irritantes. Parecia que ela estava fazendo tudo isso para me irritar, ou para me manter afastado, porque ela sabia que eu odiava tudo isso.

Quando ela e notou no corredor, apressou o passo e fingiu mesmo estar desfilando, o barulho de deus sapatos contra o chão era exageradamente alto.

– Cuidado com a força que você bate os seus pés no chão, ou os seus saltos podem quebrar, Princesa. – disse num tom completamente debochado e alto o bastante para que ela ouvisse, quando ela passou por mim.

Ela parou onde estava, fazendo as meninas quase caírem umas em cima das outras, e pensou cinco segundos antes de responder:

– É melhor você ter cuidado pra não te trancarem num armário, fracassado. – ela disse em tom de deboche também e as garotas que a acompanharam riram.

Nós trocamos um breve olhar zangado, durou cerca de um segundo, mas foi o bastante para fazer o meu coração pular na boca. Eu não demonstrei, é claro. Se ela estava disposta a jogar, porque eu iria negar, não é?

Desde que aquele episódio aconteceu e tudo desmoronou na minha cabeça, eu fiquei isolado e restrito á falar com nove dos alunos da escola toda. Bella me ignorava se eu a tratasse direito... Então a única maneira que eu tinha encontrado para me manter o mínimo que fosse perto dela, era implicando com ela e a perseguindo descaradamente. Também era o único jeito de fazê-la falar comigo.

Fui para a minha aula tranquilo, o dia passou rápido e quando estávamos á só um tempo do almoço, eu recebi uma mensagem um tanto preocupante...

DE: FranciSulivan

PARA: EddwC

ATENÇÃO: Damon Salvatore ficou na cola da Bella durante toda a aula de história, eles marcaram de almoçar juntos.

Meu, eu amo esse garoto, mesmo estudando no último andar ele conseguia saber de tudo o que rolava na escola.

DE: EddwC

PARA: FranciSulivan

Obrigado, cara. Vou cuidar disso.

Guardei o celular no bolso e esperei que a aula acabasse, daí voei para a sala onde eles estavam e esperei Damon sair, queria pegá-lo sozinho.

O futuro falecido foi o último a sair da sala. Ele flertava descontraidamente com uma garota no telefone quando eu o abordei.

Sem que ele nem percebesse a minha presença eu o segurei pelo colarinho da camisa e bati suas costas com força contra um armário, seu celular voou longe, eu olhei bem naquela cara de safado aproveitador dele e rosnei:

– Olha aqui, seu filho da puta, eu acho melhor você se afastar da Bella se você quiser continuar vivo.

– Você não é mais nada dela, cara.

– Não interessa! – bati suas costas contra o armário mais uma vez. – Eu não vou hesitar antes de cortar o seu pau fora se você ao menos olhar para ela.

Ele ficou pálido e seus olhos quase saltaram da cara. Ele começou a tremer e gaguejou:

– M-Me desculpe.

– Desculpa é o caralho, dá o fora daqui, seu bastardo! – o soltei e ele saiu correndo e cambaleando.

Aquele não se metia mais com a minha garota!

Bom trabalho, Edward. – disse minha consciência.

É isso aí!

Fui andando para o refeitório like a boss e quando virei o último corredor, me deparei um uma cena realmente infeliz.

Isabella estava andando atrás de Damon, ela estava com uma cara confusa e irritada de “por-que-você-está-me-evitando?”. Droga! Será que ela também não podia aquietar o facho?

– Damon? – ela se aproximou do armário dele. – O que aconteceu? Você está tão pálido... – ela segurou o rosto dele com as duas mãos.

Tranquei a mandíbula, franzi as sobrancelhas e fechei as mãos em punho. Me aproximei lentamente, por trás dela para que só ele me visse.

– Er... Eu- eu... – quando ele me viu arregalou os olhos de novo e saiu correndo para o refeitório.

– Damon? – ela chamou e fez menção de ir atrás dele, mas eu a segurei pelo braço com força, impedindo que ela fosse.

– O que você pensa que está fazendo? – perguntei irritado.

– Me larga, seu louco!

– Não largo, porra nenhuma! Acho melhor é você parar com essa merda agora!

– Por que você não vai cuidar da sua vida e me deixa em paz?

– Porque você é a minha vida! – gritei e a soltei. – Merda!

– Oh, pelo amor de Deus, Edward... Me deixe em paz! – ela pediu e começou a andar na direção do refeitório, que estava atrás de mim.

Mas antes que ela passasse direto eu a tomei em meus braços, colando nossos lábios e não dei nenhum segundo para que ela protestasse. Assim que nossos lábios se encostaram eu forcei a boca dela a se abrir e deslizei minha língua para dentro. Tudo muito rápido, para que ela não tivesse tempo de me empurrar para longe. No começo ela ficou espantada, não respondeu. Mas eu realmente não esperava aquela reação dela, ela havia se empolgando tanto quanto eu, agarrou o meu cabelo com as duas mãos, me puxando para ainda mais perto.

Meus baços se apertaram ainda mais em volta de sua cintura e, sem quebrar ou diminuir a intensidade do beijo, eu nos virei e a encostei contra um armário, fazendo um barulho que ecoou por todo o corredor vazio.

Bella desceu as mãos de meus cabelos e pegou o meu rosto entre elas, enquanto nossas línguas se embolavam numa dança sensual desesperada, deixando ambos ofegantes. Nos separei brutalmente e olhei em seus olhos, não pude deixar de abrir um largo sorriso:

– Eu sabia! – disse triunfante. – Eu sabia que ainda tinha chance, sabia que não tinha acabado, sabia que... – uma coisa pesada atingiu minha cara com força. Demorei alguns instantes para perceber que Bella tinha me dado um tapa na cara. – Por que você fez isso?

– Perseguição tem limites, Edward! – ela gritou e apontou o dedo na minha cara. – Já faz um mês... Eu posso te denunciar pra policia! – seu rosto estava vermelho de raiva.

Para ser sincero, eu não estava nem aí, depois do que tinha acabado de acontecer, eu não ia desistir tão fácil. E muito menos me intimidar com alguma ameaça que ela fizesse.

– Ah, é? – ri e cruzei os braços. – Não vai nada... Você me ama.

– Eu te odeio! – gritou.

– Quem é o mentiroso agora? – perguntei com desdém, mexendo as sobrancelhas e dei uma piscadela para ela.

– Você vai pagar por isso, Cullen desgraçado! – ela gritou e saiu batendo os pés com força no chão. Sorri bobo, como eu amava aquela garota.

Fui para o almoço, me sentei junto com Ben, Carly, Dianna, Tanya e Charlotte, meus companheiros de almoço há um mês. Fiquei calado a maior parte do tempo, precisava comer muito já que não andava tomando café da manhã muito bem, não ter Emmett para me acordar cedo era péssimo.

Me sentei sozinho na aula de biologia, desde que Bella tinha saio da aula, não tinha ninguém para ser o meu parceiro, mas eu preferia assim. Era melhor ficar sozinho do que com algum dos Rockets que sentavam no fundo.

Passei pela tortura do jogo de tênis na aula de educação física e quando saí da quadra ao via a hora de cair fora daquele lugar. Cada dia que se passava nessa cidade era um martírio para mim, ainda mais sem poder ficar com Bella.

Eu não estava cumprindo o meu castigo, já que Emmett e Bella se recusavam a me ouvir e a conversar direito comigo, então eu já sabia que ia passar o verão por aqui também. Isso era péssimo!

De repente, eu me vi cercado por meus ex-colegas de time, Garret, Demetri, Quil e Embry. Tentei ir embora fingindo que não tinha notado, mas Embry me jogou contra a parede, encarei a cara de todos aqueles que um dia foram meus “amigos”, perplexo, eu não conseguia acreditar que, depois de tanto tempo, eles estavam fazendo isso. Talvez fosse Jacob...

Um deles deu um passo para o lado e Bella apareceu atrás dele. Ela estava com cara de poucos amigos e um copo na mão. Descartei todas as possibilidades de ser coisa de Jacob. Ela se aproximou de mim com uma cara tão fechada que dava medo!

– Isso é pelo que você fez mais cedo. – ela disse seca, jogou os meus óculos no chão e jogou a raspadinha direto na minha cara.

Aquilo era tão frio que queimava, parecia até que ela tinha jogado algum tipo de ácido na minha cara. Meu rosto ardia, minha cabeça latejava e a sensação nos olhos era mil vezes pior.

Ouvi todos se afastando e catei meu óculos no chão, logo o achei, mas não adiantou muito, com os olhos queimando eu não conseguia enxergar muita coisa. Só conseguir ver o bastante para chegar na moto de Ben, eu estava me sentindo congelar aos poucos, mas pelo menos não tive que esperar muito para ir pra casa, ele logo chegou.

E assim que eu cheguei em casa me tranquei no quarto, tomei um banho hiper quente e me deitei debaixo de dois edredons, estava tremendo de frio e o tempo la fora não estava ajudando, nem o aquecedor estava funcionando comigo. Parecia que eu estava deitado debaixo da neve sem roupa alguma, eu sentia cada parte do meu corpo completamente gelada. Mas, não demorei muito para pegar no sono.

.

:[tempo passando]:

.

Narração: Alice McCarty

.

Eu cheguei na casa dos Swan muito curiosa. Bella tinha me chamado com urgência e é claro que eu tinha trocado de roupa e corrido para cá.

Bella tinha deixado a porta encostada para mim, a tranquei depois de ter entrado. O som da TV estava alto, subi para a sala, onde encontrei Bella enrolada numa manta no sofá com um panelão de brigadeiro, que ela devia ter posto umas três ou quatro latas de leite condensado ali, caixas de bombom e alguns cupcakes.

– Onde você conseguiu todos esses doces?

– Mercado. – respondeu sem me olhar.

Ela estava com os olhos vidrados no filme de drama que passava na TV. Me inclinando um pouco pude perceber que seus olhos estavam vermelhos e inchados, ela havia andado chorando... muito.

– Céus, o que aconteceu? – me aproximei.

Ela me olhou com uma cara de cachorrinho abandonado e fez um biquinho. Hesitou um pouco, mas fez uma careta e disse:

– Eu realmente não queria chamar você. Mas você é a única amiga com quem eu posso contar agora... Rose está o pré-natal, Jane está numa reunião de família, todas as outras meninas estão com seus namorados e eu não me sentiria á vontade pra falar sobre isso com nenhum menino.

– Por que eu fui sua ultima opção? – perguntei chateada.

– Porque você está do lado dele. – ela fez uma careta na última palavra, ela se referia á Edward.

– O que aconteceu? – me sentei ao seu lado.

– Ele não te disse?

– Edward não me falou nada, Bella. – disse numa voz cansada. – Ele chegou em casa e se trancou no quarto. O que aconteceu?

– Nós brigamos...

– Me conta uma novidade. – pedi divertida. Ela me olhou feio, não parecia estar em clima para brincadeira. – Ok, desculpe.

– Você conhece Damon Salvatore, certo? – assenti. – Bem, ele me chamou para almoçar com ele hoje e de algum modo ele descobriu. Damon me evitou depois da aula e quando eu fui falar com ele, ele cancelou o almoço e saiu correndo depois de ver Edward. Nós discutimos, ele me beijou a força... Ok, eu respondi, mas isso não justifica! Eu disse que o odiava, ele, é claro, não acreditou em mim e no final do dia eu joguei raspadinha na cara dele!

– E você está mal, porque...

– Eu não queria ter feito isso! Mas ele está me perseguindo.

– Ah, por favor, Bella.

– É sério! No começo eu até gostava... Afinal, quem não gosta de ter um cara lindo correndo atrás de você? Mas agora está insuportável... Pra qualquer lugar que eu olho ele está lá. – ela olhou para os lados e sussurrou: – Ele está me cercando por todos os lados.

– E se você pelo menos parasse pra ouvir o que ele tem á dizer? – dei de ombros.

– Ah, não... – ela caiu deitada no meu colo.

– Eu tenho certeza que isso iria dar um jeito! – acariciei seus cabelos.

– Porque é que eu fui pedir a sua ajuda mesmo?

– Por que eu sempre te dou os melhores e mais inteligentes conselhos. – sorri e pisquei para ela.

– Aiin, Allie... – ela se sentou. – Eu não quero conversar com ele porque eu não quero ser enganada! Eu não quero que ele me faça de boba! Mas, sinceramente, eu não estou aguentando mais esse papo de “voltar a ser a rainha da escola”, eu detesto tudo isso, mas eu preciso mantê-lo afastado.

– E não está funcionando.

– Não, não está. – ela suspirou chorosa. – Eu não sei mais o que fazer.

– Mas eu sei exatamente. – murmurei para mim mesma.

– O quê?

– Nada, amiga! – sorri para ela. – Só estava pesando alto.

.

:[tempo passando]:

.

Narração Edward Cullen

.

Acordei no inicio da noite, tão quente que se alguém encostasse em mim acharia que eu estava com febre. Aquela raspadinha tinha estragado o meu dia! Tomei um banho e desci para comer alguma coisa, fiz um sanduíche e o comi na mesa de jantar.

– Edward! Edward! Edward! Edward! Edward! Edward! Edward! Edward! Edward! Edward! Edward! – Alice gritou vindo na minha direção.

– Cara, como você consegue dizer “Edward” tantas vezes seguidas?

– Isso não importa! O que importa é que eu bolei um plano perfeito pra você voltar a ter vida social.

– Hey... – disse, fingindo estar ofendido.

– Olha. – ela me ignorou. – Você sabe que eu estou tentando pensar em algo bombástico pra você há um mês. – assenti. – Então... Eu estava conversando com a Bella hoje mais cedo e...

– Com a Bella? Sobre mim?

– Me deixa falar. – ela pediu.

– Ok.

– Certo. Eu estava conversando com a Bella hoje mais cedo e ela disse uma coisa que me fez ter uma idéia tão boa e tão simples que chega a ser ridícula. A única coisa que você precisa fazer é ser você!

– O que? Mas eu sou eu!

– Eu sei. Estou falando que se você fosse como você continuasse sendo como você era quando chegou aqui, isso iria aproximar as pessoas de você. Mostrando que você realmente se tornou assim, todo mundo vai ficar intrigado. E é só você agir como se ainda fosse da corte da escola.

– Todo mundo só vai achar que eu sou ainda mais cara de pau e mentiroso. – conclui.

– É claro que não! Quer dizer, algumas pessoas não vão gostar, mas quem liga? O importante é você reconquistar a confiança de quem está ao seu redor, só faltam Emmett e Bella, e eu sei que com a Bella vai funcionar! Com Emmett vai ser mais difícil, mas isso pode até te dar uma moral na escola!

– Você acha? – torci o nariz.

– Eu tenho certeza!

– Er... Ok, então. Eu acho que eu posso tentar.

– Tentar não, Edward. Você vai conseguir.

– Tudo bem, eu vou conseguir.

– É assim que se fala.

– Certo... Mas eu não posso tirar os óculos.

– Não precisa, vai ficar diferente. Ah, e tente não andar mais com aquele seu lagarto em cima do ombro, dentro de casa.

– O Stew passa a maior parte do dia dormindo. Ele é um animal noturno. Eu tenho que aproveitar o tempo com ele.

– Então deixe ele quieto só por um tempo. Eu vou dar uma festa amanhã.

– Meu pai e Esme sabem disso?

– Carlisle vai estar de plantão no hospital e minha mãe vai passar dois dias trabalhando em Seattle, quando eles voltarem já vai ter sido tarde demais pra brigar comigo. E, sem contar que a responsabilidade vai estar toda por conta de Emmett.

Mordi o lábio inferior, estava hesitante. Algo não me dava muita segurança nessa idéia.

– Relaxa, Edward, vai dar tudo certo. – ela me garantiu.

Mesmo assim, eu tinha uma forte impressão de que isso ia dar numa grande confusão...

.

:[tempo passando]:

.

Saí bem cedo naquela manhã para pegar o meu carro na única oficina que tinha na cidade que, por um acaso, era de Billy Black, pai de Jacob. E por falar em Jacob, ele tinha praticamente sumido, o que era bem estranho, já que ele tinha me ferrado, mas o objetivo final – ficar com Bella – ele não tinha nem tentado.

Ele andava tão quieto que eu até tinha me esquecido dele nesse último mês. Diziam por aí que depois do campeonato de futebol ele tinha se envolvido com uma galera “barra pesada”, mas era difícil acreditar em qualquer rumor que corresse pelos corredores da FHS.

Também não fazia idéia do paradeiro de Carmem, parecia ela tinha voltado para Phoenix no sapatinho. O que também era estranho, já que ela estava empenhada á me conquistar e tudo mais.

Quando cheguei em casa, Alice estava quase subindo pelas paredes de empolgação, ela separou uma roupa que me deixava parecendo um ator de Hollywood e me fez vesti-la. Saí de casa com ela e Ben, me achando o maior idiota.

– Isso não vai dar certo. – resmunguei ao estacionar o carro na vaga de sempre.

– É claro que vai! E você já fez isso uma vez, não? – disse Bernard.

– Com certeza vai chamar atenção. – disse Alice. – Aí você...

– Finjo que nada está acontecendo. – disse o que decorei. – E se alguém me perguntar alguma coisa, eu também não sei de nada, estou apenas sendo eu mesmo.

– Perfeito. – Alice disse batendo palmas. – Agora, para dentro!

Todos nós saímos do carro.

Eu estava usando uma camisa pólo verde escura com listras pretas, uma jaqueta de couro preta, jeans escuros e um tênis preto que eu nem lembrava que tinha. Os cabelos estavam mais bagunçados do que nunca e com um toque especial de Alice. Se os óculos fossem substituídos por óculos de sol, ia estar perfeito!

Não tinha ninguém no estacionamento, Alice me empurrou até o lado da porta principal da escola e perguntou:

– Qual é o seu lema?

– Eu sou demais! – disse rolando os olhos.

– É isso aí, garoto! Confiança em primeiro lugar! Vamos lá.

Me virei e entrei na escola. O corredor principal estava cheio e a maioria das pessoas ali parou para me olhar. Continuei andando como se nada estivesse acontecendo, podia ouvir os murmúrios de vários comentários á minha volta. Era como se eu fosse o meu primeiro dia.

Agora eu já não tinha mais certeza se o povo de Forks era burro, facilmente impressionável ou super curioso. Porque já era a terceira vez que eles tinham essa reação ao me ver entrar na escola.

Ignorei todos e continuei andando. Sentia Alice e Bernard atrás de mim, eu não podia parar nem se eu quisesse.

Eu não podia negar que estava me sentindo um idiota, como se estivesse entregando meu pescoço á guilhotina, não tinha a menor fé nesse plano maluco de Alice. Mas o que custava tentar? Todos já me odiavam mesmo.

Avistei Bella próxima ao seu armário com suas seguidoras á sua volta. Ela tinha os olhos arregalados e uma expressão confusa.

Não pude evitar provocá-la, isso tinha sido um hábito adquirido durante o último mês, ao passar por ela lhe dei uma piscadela. Ela transpareceu ter ficado indignada e furiosa, não pude deixar de rir disso, continuei andando até o corredor do meu armário, que estava quase vazio.

Dei graças á Deus por não ser mais encarado como se fosse alguém que ninguém nunca tinha visto naquela escola.

.

Narração: 3ª Pessoa

.

Isabella estava histeria! Depois da piscadela sem vergonha que seu ex-namorado tinha lhe mandado, ela não sabia o que pensar ou o que sentir. E estava chocada demais pelos holofotes estarem todos virados para ele novamente, que mal se tocou que parecia ter virado uma estátua.

– Oh, meu Deus... Ele é tão gostoso! – disse Candice, uma de suas seguidoras.

– Como a Bella pode deixar uma delícia dessas escapar? – disse Mary.

– Isso não importa, o que importa é que ele está solteiro! – disse Amber.

– Ele deve estar tão carente... – disse Jennifer. – Ser chutado é tão ruim.

Elas simplesmente tinham esquecido da presença de Bella ali. Mas ela tinha escutado tudo, se virou irritada para as “amigas” e disse:

– Calem a boca!

– Está com ciúmes? – Amber perguntou debochada.

– Fique longe dele!

– Ele não é mais nada seu.

– Não interessa! Experimente tocar só um dedo nele... Eu mato você! – Isabella gritou, ela tremia da cabeça aos pés. Se encostou num armário.

Droga, por mais que ela tivesse se esforçando ao máximo por todo o último mês para esquecê-lo, ele ainda mexia com ela de uma maneira quase insana. Mas ela não era como ele, não podia demonstrar isso de jeito nenhum. Se segurar seria fácil, ela tinha feito isso por um mês inteiro.

A não ser que...

Amber tinha saído da rodinha que se formara aí, ela estava indo na mesma direção que Edward tinha ido, quando ela virou no mesmo corredor que ele, Bella se desesperou.

Sem pensar, ela seguiu o mesmo caminho, e quando chegou no corredor do armário de Edward, ela detestou o que viu:

Amber estava falando com ele, tinha um maldito sorriso sedutor melado de gloss cor-de-rosa no rosto e ele sorria torto, do jeito que sempre sorria quando recebia um elogio, uma proposta que gostasse ou quando sabia que estava certo. O jeito que sorria quando estava com ela.

Estava prestes a ir lá, mesmo que fosse para fazer o papel ridículo que ele tinha feito no dia anterior.

Mas Alice apareceu em sua frente com um sorriso enorme, pulando e batendo palmas, isso chamou sua atenção por cinco segundos, até ela olhar novamente para Edward e vê-lo segurando o queixo de Amber e lhe falando algo bem de perto. Desviou o olhar para sua amiga.

– Bella, querida, eu vou dar uma festa hoje e preciso muito de você. Será que dá pra me ajudar com as coisas?

– Na sua casa? – perguntou tentando não se mostrar alterada.

– Sim.

Ela olhou de volta para Edward, que agora estava sozinho e procurava algo em seu armário.

– Claro, amiga. Pode contar comigo. – sorriu amarelo.

– Obrigada, Bellinha. – Alice lhe abraçou e saiu.

Ela deu um passo em direção á Edward e ele entrou na sala de aula.

Droga! – ela pensou.

*TRRRRRRRRRRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIMMMMMMMMM” O sinal tocou.

.

.

.

.

.

.