No último capitulo...

Vi Bella saindo pelas portas do salão e vindo em nossa direção com um grande ponto de interrogação no rosto.

– O que está acontecendo aqui? – perguntou confusa.

– Oh, prazer. Você deve ser a Isabella, certo? Eu sou Carmen, a namorada do Edward.

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Capitulo 25 – O Grande Jogo

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“Esperando o fim chegar
Desejando que eu tivesse força para suportar
Não é isso que eu tinha planejado
Isto saiu do meu controle

Voando à velocidade da luz
Pensamentos giravam na minha cabeça
Tantas coisas que não foram ditas
É difícil deixar você partir

Eu sei o que é preciso para seguir em frente
Sei qual é a sensação de mentir
Tudo que eu quero fazer
É trocar essa vida por algo novo
Tomando posse do que eu não tive”

(Linkin Park – Waiting For The End)

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Puta. Que. Pariu.

Congelei, meus olhos arregalaram de um jeito que me surpreendeu que eles não tivessem saltado para fora. A vontade de vomitar piorou ainda mais.

– Como é que é? – Bella perguntou com os olhos arregalados.

– Ele não falou de mim? – Carmem fingiu estar indignada e olhou para mim como se pedisse explicações.

– E-e-eu... Eu... – gaguejei e me calei. Eu não consegui formar nada para falar.

Bella olhava para mim e para Carmen com as sobrancelhas erguidas e uma cara confusa. Aproveitando isso, Carmen se aproximou de mim e segurou as minhas mãos. Ela estava prestes a falar, mas assim que senti o calor de suas mãos nas minhas, eu não aguentei:

Senti o líquido quente subindo pela minha garganta e não deu tempo de virar a cara... o vômito foi direto na cara dela. Ela soltou minhas mãos imediatamente e se afastou, gritando horrores.

Me inclinei um pouco para fora do iate e vomitei até me sentir fraco o bastante para garantir que não tinha mais nada pra colocar pro fora, mas por causa disso acabei escorregando e quase caindo para fora do iate.

Bella correu para o meu lado e me ajudou a me manter de pé até a minha cabeça parar de rodar. Depois disso, a segurei pelo pulso e a tirei dali o mais rápido possível, entrando no primeiro banheiro que vi.

– Edward, você tem um minuto pra me explicar que porra é aquela?

Pedi para que ela esperasse e me curvei sobre a pia, lavando a minha boca com água abundante e até um pouco de sabão. Só de pensar no quanto eu tinha vomitado já me deixava cheio de nojo e pensar em Carmen toda vomitada lá fora embrulhava o meu estômago de novo.

Quando eu estava, não devidamente, mas limpo o bastante para não sentir nojo de mim mesmo, me virei para Bella, que estava rindo em silêncio, mas logo fechou a cara para mim.

– Pode começar a explicar.

– Eu nunca tive nada com a Carmen! Ela é completamente louca, sempre foi.

– Conhece ela?

– Sim, ela mora em Phoenix. Nossas escolas eram bem próximas. – ela gesticulou esperando que eu continuasse. – Eu nunca dei atenção á ela, mas ela sempre foi meio, meio não, super obcecada por mim.

– Então você não gosta dela? – eu podia ouvir a clara insegurança por baixo da chateação de sua voz.

– Você acha que se eu gostasse daquela garota eu ia vomitar na cara dela? Alguma vez eu já vomitei em você? Ou em algum dos meus amigos?

– É claro que não! – ela torceu o nariz.

– Pois é. É bem por aí. – disse chateado. Como ela ousava a pensar que eu poderia gostar pelo menos um pouco da pentelha da Carmen?

– Meu Deus... Como o Jacob é ridículo! Antigamente os planos dele eram mais bem bolados. Agora ele está enferrujando. – sorriu sarcasticamente.

– É, mas temos que sair logo daqui. Por mais que ele esteja enferrujado, não quero que ele estrague a noite.

– Ainda temos pouco mais de meia hora antes de chegarmos. – Ela disse, eu resmunguei.

– O que você queria falar comigo?

– Ah, é uma boa notícia. – ela sorriu e segurou minhas mãos. – Eu entrei em contato com um dos diretores de Harvard e... – deu uma pausa dramática. – Ele disse que eu tenho 90% de chance de receber uma carta positiva no final do ano letivo.

– Mas isso é ótimo! – sorri. – Eu quero muito que você vá pra lá.

– Eu também. Mal vejo a hora.

– Galerinha do meu tum-tum, vamos chegar mais cedo no porto, vamos todos lá pra fora, já estamos quase chegando. – disse a voz estridente de Jessica no alto falante de todo o barco.

– Oh, graças á Deus! – gritei jogando os braços para o alto. – Vamos embora daqui.

Quando saímos do barco fomos direto para o carro e lá ficamos até todos chegarem. Ben estava branco feito papel e parecia em choque, provavelmente devia ter visto Carmen, mas ele não ia falar nada comigo ali.

Jasper nos deixou em casa e eu praticamente corri para dentro de casa, depois de me despedir de todos. Tomei o banho mais longo da minha vida e me joguei na cama, estava arrasado.

Ah, como eu odeio minha vida!

 Quando estava quase pegando o sono, Ben entrou no meu quarto, escancarando a porta e com cara de quem tinha visto a loira do banheiro.

– O que você quer, Ben? – perguntei numa voz cansada.

– Você viu quem estava na festa hoje?

– Está falando da Carmen? – ele assentiu. – Estou tentando não pensar no quanto estou fodido com a presença dela aqui. Ainda bem que Bella não acreditou quando ela se apresentou como minha namorada.

– Ela o que? Meu Deus... Essa garota é completamente insana.

– E o pior... Ela está aliada com Jacob, tenho certeza que foi ele que a trouxe aqui.

– Na boa... esse cara merece um tiro no pé.

– Só no pé? – ri, ele riu junto comigo.

Continuamos conversando por mais algum tempo até ambos estarmos com sono para não conseguirmos falar nada coerente. Assim que Ben saiu do meu quarto eu peguei no sono.

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:[tempo passando]:

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O final de semana passou como um flash e eu o passei quase todo na casa dos Swan. Quase consegui esquecer o caso de Carmen na sexta feira, mas também não demonstrei preocupação, se Bella desconfiasse de alguma coisa, eu estaria muito mais que ferrado.

Na segunda feira eu estava uma pilha de nervos, tinha o jogo mais importante do ano e a certeza que Jacob ia encher o meu saco e Carmem ia aparecer na escola, já que a vi rondando minha casa durante todas as noites do final de semana. Hoje seria um dia estressante ao extremo.

Coloquei um vidro de aspirinas na minha mochila antes de descer, ficar sem os óculos me deixava com uma dor de cabeça dos infernos. Quando entrei no carro Ben já estava me esperando no banco de trás, com seu vídeo-game portátil em mãos, poderia apostar cinquenta dólares que ele estava jogando Angry Birds.

Dirigi até a casa dos Swan para levar Bella para a escola, ela já estava me esperando na varanda quando cheguei. Ela veio correndo para o carro e praticamente se jogou dentro dele.

– Oi meu amor! – disse Bella ao entrar no carro e se inclinar para me dar um selinho.

– Oi, linda. – disse sorrindo quando nos separamos.

– Oi Ben. – ela acenou para ele no banco de trás, ele acenou de volta com um grande sorriso e voltou à atenção para o jogo.

A escola estava um caos, como de costume em dia de jogo dos Rockets. Como Bella estava preocupada com um monte de coisas e eu não ai precisar lhe dar atenção agora, me escondi logo na sala da minha primeira aula para não ter que ficar recebendo incentivo de todos os alunos da escola pelo jogo de hoje.

Mas, para me deixar com um humor ainda pior a Srtª Daniels/Tanner chegou super cedo na sala. Tive que fingir que estava concentrado demais no celular para ela não me importunar.

Logo o horário da aula começou e a sala encheu. Ela percorreu toda a sala em passos lentos, o único som que se ouvia era o de seus saltos batendo no chão, quando ela voltou para a frente da sala estava com um sorriso esquisito no rosto, eu realmente andava preocupado com a sanidade da professora.

– Pessoal, hoje eu quero que vocês façam um texto dissertativo pra mim e o tema vai ser a mentira. Quero que prestem bem atenção em mim porque eu não vou escrever nenhum texto de base, eu só vou falar uma coisa: Todo mundo mente, isso é inevitável, mas tem pessoas que ultrapassam o uso saudável da mentira. – eu podia jurar que ela tinha dado uma olhada pra mim agora mesmo. – Então... O que vocês acham? Mentir é normal? Tem limites? É fácil reconhecer um mentiroso? As pessoas são fáceis de enganar? – demais, respondi mentalmente. – Eu quero a redação pronta em quinze minutos. – avisou e se sentou em sua mesa.

Merda, merda, merda! Eu tenho que passar por cima dessa barreira emocional e lançar um olhar frio sobre tudo isso. Mas a verdade é que eu sou muito fraco, sempre fui e eu vou ser por causa dessa minha fraqueza idiota.

Peguei a droga da caneta e tentei escrever alguma coisa que prestasse e não entregasse o quanto eu estava desesperado com essa coisa toda de Jacob, Carmem e tal. Mas eu não consegui escrever absolutamente nada.

– Qual é o problema, Cullen? – Srtª Daniels/Tanner perguntou olhando para o meu caderno vazio. – O brilhante “gênio” da FHS não consegue escrever sobre um tema simples como mentira? Nossa! Eu achava que você, como sempre, ia ser o primeiro a me entregar a redação.

Eu nada disse, não tinha como enganar mais ninguém. Eu estava suando frio e com uma vontade quase incontrolável de ligar para a minha mãe e implorar para que ela me tirasse dessa cidade, desse país ou até desse planeta.

Levantei os olhos para a Srtª Daniels/Tanner, que me fitava com um sorriso triunfante de “Ah, eu te peguei, seu fracote” nos lábios. Ela voltou até a frente da sala e olhou para todo mundo como se ela fosse o ser mais inteligente do planeta e disse:

– Eu sei que para alguns... – ela olhou para mim – Pode ser até um pouco difícil, mas é só se esforçar um pouquinho que vocês vão conseguir. – sorriu falsamente.

Aquilo me irritou de um jeito absurdo! Semi-cerrei os olhos para ela e instantaneamente milhões de coisas para escrever sobre a mentira surgiram na minha cabeça.

Você tem que parar de se demonstrar tão fraco, Edward. – alertou a minha consciência. Eu assenti.

Peguei a caneta novamente e comecei a escrever como um louco, minha letra estava ficando horrorosa, mas eu seria o primeiro a entregar a redação e aquela seria a melhor redação minha que ela já leu.

Pelo menos em alguma coisa eu não podia sair perdendo.

Me levantei e entreguei a redação de vinte e oito linhas para ela. Queria gargalhar na cara dela, mas não faria isso.

– Está liberado. – ela resmungou de má vontade, dei um sorriso cínico para ela.

Saí da sala praticamente correndo. Nunca tinha me sentido tão aliviado com o fim de uma aula. Me perguntei se tinha como o meu dia ficar pior, mas é claro que tinha, e ficou, assim que eu me aproximei do meu armário.

Lá estava Carmem, vestida com uma cópia quase perfeita do jeito que Bella costumava a se vestir. Eu até estaria curiosa para saber qual era o plano dela, se não tivesse certeza que envolveria contar a merda do meu segredo pra todo mundo e foder a minha vida ainda mais.

– Oi Eddie! – disse sorrindo e tentando ser sedutora.

– Quem mandou você se vestir assim? – ri. – Jacob?

– Você perdeu todo o seu senso de humor mesmo ou só está fazendo isso pra que eu fique com pena?

– Olha só, Carmen... O que quer que você esteja tentando fazer, não vai dar certo. – eu realmente queria acreditar no que tinha acabado de dizer.

Abri o meu armário e peguei os livros para as duas aulas seguintes e saí o mais rápido que pude, ela não iria ficar me esperando até o intervalo, eu tinha certeza disso.

Graças á Deus minhas duas aulas seguintes passaram tranquilas e sem nenhum evento marcante ou importante. Na hora do intervalo eu estava indo para o meu armário quando recebi uma mensagem de Bella, pedindo para que eu a encontrasse na biblioteca imediatamente.

Distraído, fechei a porta do meu armário e dei de cara com Carmem me encarando com um sorriso maléfico.

– AH! – gritei assustado – Maldita! Por que você não volta pra terra de satanás, que é o seu lugar?

– Achei que você gostasse de Phoenix.

– Gostava. – gosto. – Mas agora eu tenho coisas mais importantes pra fazer, com licença.

Passei por ela, esbarrando em seu ombro com uma força um tanto rude e fui em direção a biblioteca, nem precisei procurar, fui direto onde sempre nos encontrávamos e a achei.

Bella não estava com uma cara muito boa, parecia um tanto chateada, e o pior... parecia estar chateada comigo.

– O que foi, docinho? – perguntei me aproximando dela.

– O que aquela garota está fazendo aqui?

– Que garota?

– Aquela maluca da festa. A que se apresentou para mim como sua namorada.

– Carmen?! Aquela garota é louca, ela ficou rondando a minha casa o final de semana inteiro e veio me perseguir aqui também. Eu não sei o que ela quer comigo, mas eu gostaria muito que ela sumisse.

– Se livre dela, ou eu vou ter que ir lá tirar satisfações.

– Não precisa! – disse rápido e alto demais, já com os olhos arregalados. Já pensou se a Carmem contasse tudo pra ela? – Eu vou dar um jeito de me livrar dela, eu juro.

– Ok. – ela suspirou. Eu já estava me afastando quando ela me puxou de volta e disse. – Hey, espera... Não foi só pra isso que eu te chamei.

– Foi pra mais o quê? – perguntei com um sorriso torto no rosto.

Ela não disse nada, apenas me puxou para ela e grudou seus lábios nos meus, iniciando um beijo quente e urgente, apertei sua cintura e juntei ainda mais nossos corpos a pressionando contra uma estante de livros. Ela agarrou a raiz do meu cabelo e aprofundou ainda mais o beijo.

Eu não podia perder essa garota, de jeito nenhum. Eu a amava mais do que qualquer coisa no mundo!

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:[tempo passando]:

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O resto do dia, graças á Deus, passou muito rápido, tive alguns encontros desagradáveis com Carmem, mas consegui esquivar de todos eles ameaçando-a e fingindo estar seguro demais para me intimidar com a presença dela e ela foi embora na hora do almoço.

Depois da aula eu fui pra casa, descansei um pouco e logo depois eu estava de volta na escola, o jogo de hoje ia exigir muito de todo mundo então estavam todos muitíssimo mais tensos do que em todos os últimos jogos juntos, esse era o jogo definitivo do campeonato escolar de Washington e iriam ter olheiros de faculdades e tudo mais.

Quando estávamos todos prontos e faltava bem pouco para o jogo começar o treinador Tanner entrou no vestiário.

– E aí Rockets? Preparados?

– Sim! – todos responderam juntos, alguns alternaram falando “cem por cento” e “com certeza”.

– Perfeito, mas antes de irmos para o campo eu queria dar um recado muito importante á vocês. – ele parou, olhou bem para todos e cada um, hesitou e hesitou até James perder a paciência.

– Fala logo, treinador.

– Jacob não é mais o co-capitão do time.

O vestiário inteiro se ecoou em vários “O que?” “Por quê?” “Como assim?” E coisas do tipo. Meus olhos se arregalaram e automaticamente eu me lembrei da breve conversa que tinha tido com Tanya na festa do barco.

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Flashback On:

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– Ele é um idiota. Não sei como ainda é co-capitão dos Rockets.

– Sr. Tanner gosta dele.

– Não foi isso que eu fiquei sabendo, pelo que eu ouvi o treinador está querendo passar o posto dele pra você.

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Flashback Off:

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Engoli o nó na minha garganta e voltei a atenção para o treinador quando ele mandou que todos se calassem e voltou a falar.

– Eu já conversei com o Jacob juntamente com o diretor Volturi e chegamos á conclusão de que, por causa de alguns problemas que ele tem passado, e que eu não vou contar pra vocês, ele não vai ter uma punição extrema, mas vai perder o cargo no time. Sendo assim, o co-capitão agora e até o fim do ano é o Cullen.

– Por que eu? – perguntei antes que o murmúrio dos demais preenchesse o vestiário de novo.

– Porque você é o melhor exemplo de aluno que nós tivemos em toda a história da escola, ninguém melhor que você para ocupar um cargo vago. Agora sem mais ti ti ti, eu quero todos no campo em dois minutos. Dois. Minutos.

E depois de exatos dois minutos de um monte de gente vindo me perguntar coisas e perguntar para o Black, todos nós fomos para o campo. A banda da nossa escola tocou o hino nacional e os times foram apresentados:

– Boa noite, pessoal! Hoje os eles jogam em casa mais uma vez, será que vamos ter o mesmo resultado da última vez? Vamos desejar muita sorte para os azul e amarelos ROCKETS! – disse a excêntrica Jane Volturi, que tinha trocado o cabelo amarelo e rosa por um loiro quase branco, no microfone.

Nosso time entrou correndo no campo, sendo aplaudido pela nossa torcida.

– E do outro lado, vindo direto de Olympia e vestidos de preto e branco, sejam bem-vindos WARRIORS! – e o time adversário entrou no campo.

Emmett e o capitão do outro time foram para o meio do campo escolher quem ficava de que lado, tudo continuou do mesmo jeito. Todos tomaram suas devidas posições e o juiz tocou o apito, o jogo começou.

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New Found Glory – Blitzkrieg Bop: http://www.youtube.com/watch?v=nIx7H2BG8nY

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Nós iniciamos o jogo com o completo controle da bola. O time adversário nem conseguia chegar perto e antes da metade do primeiro tempo já tínhamos marcado dois gols.

A bola estava com Seth, ele estava prestes a passá-la para James quando um cara do outro time pegou a bola dele. Demetri e Eleazar não estavam preparados para uma técnica tão ninja quanto a deles, logo o jogo foi empatado.

Continuamos firmes e fortes na briga, Stefan sofreu uma falta grave e teve que ser substituído, o causador daquilo foi expulso do jogo. Eu bati a falta no lugar dele, mas não consegui marcar o gol porque a minha visão estava uma porcaria com aquelas lentes.

O clima estava muito tenso, Emmett estava quase arrancando os cabelos e eu estava quase colocando os bofes para fora de tanto correr. James quase conseguiu marcar um gol, mas a defesa foi por pouco. O jogo foi para o intervalo com o placar de dois á dois.

Jane fez uma narração divertida, tentando quebrar a tensão de todos e as lideres de torcida se apresentaram. Voltamos para o jogo decididos a ganhar de qualquer jeito, ou era capaz de o treinador Tanner expulsar todo mundo do time.

Conseguimos recuperar a bola e marcar mais um gol. Conforme o jogo foi rolando as minhas energias foram acabando, eu estava prestes a ter um ataque, tive que parar.

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Trilha sonora off:

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Apoiei minhas mãos nos joelhos e puxei o máximo de ar que consegui, estava bem difícil de respirar, eu tinha que largar logo essa coisa de futebol.

– Qual é o problema, Cullen? – Jacob perguntou parando do meu lado. – Não está aguentando a pressão é?

Encarei bem a cara do safado, me endireitei e esbravejei parando na frente dele:

– Eu é que deveria perguntar qual é o seu problema. Por que você não me deixa em paz?

– Eu falei pra você largar a Bella, mas você não quis... Então eu vou infernizar a sua vida e contar o seu segredinho idiota pra todo mundo.

– Pensei que isso já era um assunto resolvido. Pensei que a briga agora era só porque eu não vou com a tua cara e nem você com a minha.

– Nunca foi, Eddie. – ele sorriu sarcástico. – Eu te avisei pra ficar longe dela.

– Você é completamente louco.

– Ah, eu sou? – ele disse se aproximando e estufando o peito, tentando dar uma de macho alfa, mas estava era pedindo pra levar um chute na cara. – Talvez eu possa até ser, mas você não está muito distante de mim. Sabe o que você é Cullen? Otário, carente, digno de pena. Mas a verdade é que ninguém gosta de você de verdade não é? Nem você, já que teve que mentir sua vida toda só pra parecer um pouco mais legal.

Nossos rostos estavam bem próximos, eu estava enxergando tudo vermelho e podia sentir todas as minhas veias pulsando. Mesmo que eu estivesse morto de cansaço e mal conseguisse lhe acertar um soco, eu queria muito acabar com a raça dele!

– Você não sabe nada sobre mim. – rosnei para ele. O impulso de segurá-lo pela camisa e jogá-lo no chão foi inevitável e eu o fiz.

Esperei ele se levantar, se íamos brigar, eu queria que fosse uma briga de igual para igual. Ele se levantou e veio até mim e empurrou meus ombros, me fazendo cambalear um pouco, mas não perdi o foco por nenhum segundo sequer.

Naquele momento eu já não respondia mais por mim. Empurrei seus ombros com mais força e quase acertei um soco na cara dele. Só não acertei porque Emmett me puxou para longe dele.

– Mas que merda você está fazendo? – ele gritou no meu ouvido. – Está querendo acabar com o jogo?

Que se dane o jogo!

– Me solta, eu vou arrebentar esse maldito! Eu vou acabar com essa merda agora! – esbravejei tentando fazê-lo me soltar.

– Isso não vai mudar nada, Cullen. – ele gritou para mim. – Você pode fazer o que quiser comigo, isso só vai piorar as coisas pra você quando todo mundo souber do seu segredinho estúpido.

Tentei ir pra cima dele mais uma vez, mas Emmett novamente me impediu, ele parecia estar irritado e confuso, mas eu não estava conseguindo me importar com isso agora. Tudo o que eu estava querendo era dar umas porradas no Black.

– PAREM COM ISSO, PORRA! QUAL É O PROBLEMA DE VOCÊS? – gritou o treinador Tanner. – EU VOU EXPULSAR VOCÊS DOIS DO TIME SE CONTINUAREM COM ISSO.

Jacob fez uma careta. Todo mundo sabia a importância que ele dava para o time, ele amava os Rockets, pude perceber que ele vacilou e considerou parar de brigar, mas eu não estava nem aí, estava prestes a sair do time de qualquer jeito.

– E aí Jacob? Vai dar para trás agora? Vamos lá, me acerte com o seu melhor tiro!

– Cale a boca, Cullen.

Convenci Emmett que estava tudo bem para ele me soltar e olhei para Black. Estava prestes a continuar incitando a briga, as a minha consciência gritou:

Edward, pelo amor da Santa, pare e pense. Talvez desistir seja a coisa certa. –e pela primeira vez eu estava cem por cento disposto a seguir um conselho dela, desistir com certeza iria tornar tudo menos doloroso.

Mas provavelmente ia me fizesse perder tudo o que eu tinha conquistado até agora. Droga! Era o certo a fazer, eu já tinha feito tudo errado até aqui, fazer uma coisa certa talvez aliviasse, pelo menos um pouco, a minha barra.

Respirei fundo e gritei para que ele pudesse me ouvir com clareza:

– EU CANSEI, OK? É ISSO QUE VOCÊ QUER? TUDO BEM, EU DESISTO! NÃO AGUENTO MAIS ESSE INFERNO! – gritei e dei meia volta, indo em direção a saída do campo.

– CULLEN, O QUE ESTÁ FAZENDO, SEU IDIOTA? – o treinador Tanner gritou furioso.

– Estou terminado com uma coisa que eu nem devia ter começado. – disse alto o bastante para que ele ouvisse, tirei a camisa do time e a joguei em Jacob, e saí do campo o mais rápido que pude.

Corri para o vestiário e me joguei no primeiro canto que vi, minha respiração estava começando a falhar mais uma vez e eu tive que correr atrás daquela droga de bomba de asma.

Vir para Forks só fodeu a minha vida!

Não, Edward, vir para Forks foi a melhor coisa que você fez. Inventar essa brincadeira estúpida de ser o rei da cocada preta que só fodeu a sua vida. – disse a minha consciência.

As coisas podiam ter sido diferentes se eu falasse a verdade desde o começo, mas eu tenho certeza de que se eu chegasse aqui com o cabelo entupido de gel, óculos redondos enormes e camisa xadrez abotoada até o pescoço, Bella não ia nem olhar na minha cara. Mesmo com aquele papo de “eu preciso de alguém que me deseje como mulher e não como um prêmio numa vitrine” ela não ia querer que a minha versão esquisita e nerd a desejasse, e muito menos ia desejar de volta.

O único motivo que faz com que eu não me arrependa dos meus erros é porque sem eles eu não a teria, e ela é a pessoa que eu mais amo na minha vida.

Droga!

A porta do vestiário se abriu, eu não me mexi, esperei ouvir a voz do treinador Tanner. Emmett ou Bella, mas quem estava lá era Alice.

– O que diabos aconteceu com você?

– Eu fiz merda, Alice. Uma merda muito, muito grande.

– Cometeu algum crime?

Por que tudo em cidades pequenas devia ser um crime?

– Não. ­– respondi numa voz cansada. – Eu só fiz as escolhas erradas, na hora errada e tudo deu errado.

– Do que você está falando?

– De tudo.

Ela andou calmamente até o banco que estava na minha frente e se sentou nele para inclinar na minha direção e me olhar nos olhos enquanto perguntava:

– Edward, você fumou alguma coisa?

– O quê? – arregalei os olhos. – É claro que não!

– Você não está falando coisa com coisa. Eu pensei...

– Não pense, pelo amor da Santa.

– Ok. – ela riu fraquinho. – Você parece estar tão mal.

– Eu estou péssimo.

– O que eu posso fazer? Eu te considero como um irmão, não gosto de te ver assim.

– Então me tire daqui, por favor.

– Tudo bem, vamos.

Nos levantamos e eu peguei minhas coisas, estávamos quase saindo quando ouvimos todo mundo gritar lá fora. Logo eu percebi que os Rockets tinham ganhado o jogo, eu e Alice nos entre olhamos por um segundo e saímos sem dizer nada.

Cruzamos quase todo o campo sem que ninguém nos visse, mas quando estávamos chegando perto do portão...

– EDWARD! – alguém gritou, tive que parar. Ao olhar para trás me deparei com uma Tanya possessa. – AONDE PENSA QUE ESTÁ INDO?

– Er... Embora?

– Não, vamos para a festa do time, os Rockets ganharam.

– Não quero ir. Eu nem sou mais um Rocket.

– Você TEM que ir! – ela gritou irritada – Pelo menos para dizer ao treinador que você quer sair do time e se explicar para a escola inteira, que está se perguntando por que um dos melhores jogadores do time simplesmente surtou.

– Hey, eu não surtei...

– O que foi, então?

Suspirei pesadamente, eu não fazia idéia de como contar a verdade á ela, na verdade, eu não fazia idéia de como contar a verdade para ninguém.

– Eu nem gosto de futebol de campo. – dei de ombros. – Cansei disso.

– Disso o quê?

– De quem eu era, de quem eu sou... Acho que eu preciso me descobrir mais uma vez.

– Ok, deixa eu ver se eu entendi... Isso é uma crise de identidade?

– Talvez, Tanya. Eu não sei. – droga! – Interprete como quiser. – me virei para dar o fora dali antes que ela me enchesse com mais perguntas, mas ela me puxou de volta.

– Tanya, deixe ele ir. – Alice pediu. – Ele não está se sentindo bem.

– Ah, é? Eu queria saber se ele soubesse o estado em que a namorada dele está, se ele ia querer...

– O que houve com a Bella? – perguntei preocupado a interrompendo.

– Ela está se debulhando em lágrimas, preocupada com você.

– Onde ela está?

– Jasper a levou para a festa, ele acha que você foi para lá com Alice.

– Droga! – resmunguei.

– Você quer que eu ligue para ela? – Alice me perguntou. – posso pedir pra ela ir lá pra casa e aí vocês conversam lá.

Abri a boca pra falar que aceitava, mas nada saiu, a única coisa que veio na minha cabeça foi Jacob encontrando com ela e lhe contando tudo.

– Não, vamos para a festa. – eu disse. – Eu preciso chegar lá antes do Black.

Fomos todos correndo para o meu carro, naquela hora eu tive que dar graças á Deus por a cidade ser tão pequena, dirigindo rápido eu cheguei à festa em apenas três minutos.

Literalmente corri para dentro do lugar e cacei Bella por todos os cantos. O lugar estava muito cheio e – por incrível que pareça – quente. Ou talvez fosse apenas o meu nervoso que dava essa impressão.

Ela estava sentada ao lado de Jasper com uma cara chorosa e olhando para os lados, como se estivesse procurando alguém. Me procurando.

Me aproximei rápido, eu não podia perder mais tempo, ela tinha o direito de saber por mim.

– Bella. – a chamei.

– Oh, meu Deus... – ela pulou em cima de mim e me abraçou forte. – Edward, eu fiquei tão preocupada. O que aconteceu com você.

– Eu vou explicar, mas nós precisamos conversar.

– Ok, vamos.

Eu a levei para um lugar afastado, no segundo piso da boate, onde não tinha quase ninguém e o barulho não era tão ensurdecedor. Nos sentamos e seu segurei suas mãos firmemente antes de começar a falar:

– Eu... Eu queria te pedir desculpas, antes de tudo. Nada do que eu fiz foi por causa de você, eu nem te conheci quando eu comecei com essa história maluca, mas eu... Eu precisava mudar, eu me iludi com algo fora da realidade e quando eu me dei conta da besteira que eu tinha feito, já era tarde demais para voltar atrás. Droga, você vai me odiar por isso!

– Mas, o que você fez?

– Uma coisa horrível, péssima, deplorável, imunda, que você e todos os outros vão me odiar eternamente depois que ficarem sabendo. Mas especialmente você, precisa saber por mim, eu não posso deixar que o Jacob te conte...

– Mas do que diabos você está falando?

– Bella, por favor, me entenda. Quando eu cheguei aqui eu fiz coisas nas qual eu não consigo me arrepender porque eu ganhei você e você é a coisa mais importante no mundo para mim, mas eu podia ter feito diferente. Se eu pudesse voltar no tempo eu faria tudo de um jeito diferente, da maneira que eu devia ter feito para não virar a bagunça que está agora. Mas eu fui um idiota, infantil, eu fiz errado e...

– O que você fez, Edward? – ela perguntou numa voz quase irritada.

– Eu menti.

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