O Mentiroso escrita por Rose Chanti Lee


Capítulo 11
10 – O Novo Edward


Notas iniciais do capítulo

Olá minhas amouras! Primeiro post do ano, um capitulo grandão pra vocês!
Desculpem a demora, eu estava de cama por causa da maldita cólica. ¬¬
Não vou me demorar aqui, nos falamos nas notas finais.
Enjoy!



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Capitulo 10 – O Novo Edward

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 “Todos tem os seus problemas
Todos te dizem as mesmas coisas
A questão é como você os resolve
E saber mudar as coisas pelas quais você passou
Eu temo que percebi
Como a vida pode acabar rápido
Dê um passo pra trás e veja o que está acontecendo
Não acredito que isso aconteceu com você

(Sum 41 – The Hell Song)

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Três meses se passaram. O tempo pareceu voar bem diante dos meus olhos. Eu tinha decidido mudar de verdade. Estava cansado daquela baboseira toda. Eu me vi agindo do mesmo jeito que era em Phoenix, e a última coisa que eu queria era ser esquisito de novo. Então, eu me fixei no que realmente queria, tomei coragem, e agora eu era realmente uma nova pessoa.

Agora eu estava mais do que decidido, não ia mais bancar o idiota. Eu estava cem por cento seguro de que agora o jogo tinha realmente começado.

Depois de uma discussão com Emmett por causa da Rosalie, eu consegui fazê-lo entender que estava agindo como um idiota, mas ele não voltou atrás. Disse que tinha desistido dela. E claro que ela ficou super mal com isso e, consequentemente, é claro que Alice arrastou as duas irmãs Swan para um dia inteiro de compras.

E eu tinha voltado de vez ás boas com Emmett, tínhamos voltado a jogar Playstation e ir à academia juntos; e ele até tinha me ensinado a gostar de punk rock. Jasper agradeceu por não te mais que ficar em cima do muro entre nós dois.

Bella não tinha terminado com o bocó do Newton, mas era extremamente raro que ela ficasse perto dele, ele não parecia se importar, e ela passava a maior parte do tempo livre comigo. Mas ninguém realmente parecia perceber que estávamos juntos, aos olhos dos outros era como se fossemos melhores amigos.

Todo mundo sabia que eu tinha uma garota, mas ninguém desconfiava quem era. Até tinha saído uma nota no jornal da escola sobre “A namorada misteriosa de Eddie Cullen”. Eu e Bella morremos de rir com a viagem de Angela Webber ao escrever aquele texto.

Tivemos a nossa primeira briga séria por que eu tinha ficado muito amigo de Tanya Denali, mas antes eu tinha deixado claro para ela que não iria ficar com ela de novo, mas, se ela quisesse um amigo eu estaria ali. A garota estava passado por um monte de problemas em casa e sofria com um segredo que se recusou a me contar. Mas Bella parecia não entender que eu era amigo dela.

Houve o baile de boas vindas e Bella ficou possessa porque eu levei a Tanya. Mas o que eu iria fazer? Ela tinha ido com o Newton e eu não podia ir sozinho. Discutimos por duas horas seguidas, ela me acusando de dar mole para Denali e eu a acusando de se amarrar ao Newton. E ficamos sem nos falar por dias, até que eu tomei a iniciativa de pedir desculpas – eu realmente não queria ficar brigado com ela – e conversar com ela sobre o ocorrido. Ela entendeu, mas sempre ficava de cara feia quando eu conversava com Tanya.

Rosalie assumiu o namoro com Royce King, um barbado esquisito que sempre usava gravata de cowboy, e tocava na banda de Jasper. Foi uma surpresa para todos que Emmett não se importou e ainda foi parabenizá-la. Mas ela também pareceu não se importar.

Mas como se fosse uma provocação, no dia seguinte Emmett pediu Victoria Lefevre em namoro na frente da escola toda. Rosalie também pareceu não se importar e também o parabenizou. A situação entre os dois era bizarra.

Algumas semanas depois eles começaram a brigar feito gato e rato. Bastava que um cruzasse o caminho do outro para começar a provocação e o barraco. Era até engraçado. Eu sabia que tinha algo errado naquela história toda, mas decidi não me meter.

Alice e Jasper continuavam na mesma. Eles eram o melhor exemplo do namoro perfeito, por mais que Allie morresse de ciúmes pela quantidade de garotas que se ofereciam descaradamente á Jasper, isso não abalava a relação. Jasper só tinha olhos para a baixinha e ninguém podia duvidar disso.

Depois do grande baile de boas vindas tudo parecia estar decolando na minha vida. Eu me dava bem com o pessoal do futebol, da torcida, da natação, do decatlo acadêmico, com uns do clube de xadrez e até com a maioria dos professores, que gostavam de mim por que eu era prestativo e inteligente. Na verdade, quase a escola toda gostava de mim, e eles se amarravam nas histórias fantasiosas que eu contava.

E o mais legal é que eu não tinha precisado nem ganhar um jogo para ficar popular. Foi preciso apenas que eu inventasse umas histórias para os caras e mostrar que eu não era um cafajeste para as meninas. Talvez o povo de Forks fosse muito legal ou eu que não conseguia me relacionar com as pessoas em Phoenix, mas eu nunca tinha pensado que era tão fácil ser popular.

Ninguém me achava um idiota por andar com alguém como o Francis ou ser apenas amigo da garota mais fácil do colégio. Até o próprio diretor tinha me parabenizado por ser tão ajuizado, mas a ironia era que eu tinha ido para sua sala depois de bater com a cabeça de um idiota no armário por que ele estava pegando pesado no pé de Tanya.

O único ponto ruim desse tempo tinha sido que a minha antiga agressividade tinha voltado, eu me sentia estranho, mais bruto e estava me estressando com facilidade. Eu descontava tudo na academia e no futebol, mas tinha vezes que nem todo exercício parecia suficiente, então eu fazia visitas constantes ao saco de areia no quarto de Emmett.

Só esperava que não tivesse que voltar ao psicólogo. Meu pai estava muito preocupado com essa agitação toda e quase fez minha mãe vir de Nova York para decidir o que fariam comigo, mas eu me protestei, com certeza Elisabeth me mandaria para o psicólogo se ela visse como está a minha aparência e o meu jeito de agir e falar. No fundo, eu tinha era pavor de ter que voltar a um psicólogo. Me lembro que o último que eu fui me esculachou tanto que eu decidi me excluir de vez da sociedade.

Mas eu estava incomparavelmente feliz! Tudo estava indo do melhor jeito que poderia ir. Melhor do que isso só se eu pudesse gritar para o mundo que eu estava apaixonado por Isabella Swan!

Naquela manhã de quarta-feira eu fui de skate para o colégio. Quando cheguei guardei o skate – que era emprestado de Emmett – no porta-malas do carro dele, dei uma ajeitada dos óculos escuros – mesmo que não fizesse sol – e caminhei confiante até o grupinho de amigos do futebol.

Eu não atraía mais olhares curiosos como antes, agora os olhares eram seguidos de sorrisos e cumprimentos de quase todos que passavam por mim. E eu cumprimentava todos na maior educação, me sentia o dono do pedaço, mas eu agia como se aquilo fosse super normal para mim.

– Hey caras! – os cumprimentei com casualidade.

– Eddie Cullen! – saudou Seth com um grande sorriso. – Está ansioso para o jogo?

– Muito.

Naquela sexta feira seria o primeiro jogo dos Rockets na liga escolar de Washington. Jogaríamos contra os Scorpions, time de uma escola em Port Angeles. Eu estava super animado e me sentia mais do que preparado para o jogo.

A conversa entre nós se desenrolou por vários minutos em assuntos bobos e aleatórios.

Dez minutos antes do sinal bater eu entrei na escola para pegar o meu material para a aula da maluca de inglês. No corredor do meu armário, eu passei por Bella, Alice e Rosalie, que andavam lado a lado e conversavam animadas.

Bella estava linda como sempre, ela era a combinação perfeita da patricinha roqueira. Ela acenou para mim. Sorri maliciosamente ao ver seu cordão com um pingente de morango, ela pareceu perceber e sorriu.

Alice era a patricinha clássica, era até difícil olhar para tanto cor-de-rosa. Ela apenas sorriu ao passar por mim, já havíamos nos conversado naquela manhã.

E Rosalie, como sempre, era o maximo exemplo da “mulher fatal”. Como hoje estava muito frio, ela não estava tão ousada. Ela acenou para mim muito animada, mas seu sorriso logo se transformou em uma careta ao ver Emmett indo em sua direção.

– Hey, garota, você não sente frio, não?

– Isso não é da sua conta! Você não é nada meu!

– Ah, é? Eu pensava que nós éramos amigos.

– Nós éramos amigos quando você não era um babaca.

– Se eu fosse você não ia ficar mostrando isso aí pra cidade toda! – ele disse apontando para o decote do corpete de Rosalie.

– Cala a boca, seu imbecil. É meu e eu mostro pra quem eu quiser. Agora por que você não vai tomar conta da vida da sua namoradinha?

– Por que ela não fica aí se mostrando pra todo mundo!

– E o que você tem á ver com isso?

– Eu tenho que zelar pela decência no colégio.

– Ah, eu não sabia que você era o novo monitor! Me desculpe senhor, não vai se repetir. – ela disse com ironia e saiu, dando um esbarrão no ombro de Emmett.

Eu tentei esconder o riso e peguei o meu livro de inglês e segui para a aula.

A louca da Srtª. Daniels estava lendo O Morro Dos Ventos Uivantes para a turma, praticamente todos dormiam durante a aula, ela já tinha avisado que queria uma nota de conclusão sobre o livro e eu até já tinha feito. Só não tinha entregado por que ela me achava esnobe, mas eu não tinha culpa se era mais inteligente do que ela.

E o resto do dia se arrastou feito uma lesma bêbada até a hora do almoço, quando fizeram uma guerra de comida e eu participei com muito prazer, o diretor mandou quase todos para a sala dele depois, mas eu me safei. Estava realmente adorando passar por tudo aquilo, eu me sentia o rei do mundo.

O professor/treinador Tanner fez uma experiência na aula de biologia e eu, junto com a melhor parceira do mundo, tirei a nota máxima. Sr. Tanner, assim como os professores de física, química e matemática, me consideravam um Mini Einstein por eu ser o único aluno da história da FHS que conseguia discutir em pé de igualdade com os professores sobre coisas que só se aprendia em faculdade. Mas fazer o que se o meu teste de QI dizia que eu era super dotado? Eu era foda e ninguém podia contestar isso. Sem contar que eu sempre achei estudar o máximo, e me gabar melhor ainda.

Depois das aulas tudo ocorreu tranquilamente, eu fui para o treino com Phil e Emmett, nós conversávamos alegremente sobre coisas aleatórias que não tinham importância alguma. Trocamos de roupa rapidamente no vestiário e fomos para o treino.

O treinador Tanner estava extremamente feliz, ele tinha anunciado há poucos dias que iria se casar, sua noiva era Nicole Daniels, a professora de Inglês. Todos do time estavam felizes por ele, até por que ele estava pegando menos pesado conosco.

James tinha uma piada de que essa felicidade era algo relacionado a algo com agora ele poder desestressar na cama da professora.

Eu achava muito estranho, todos sabiam que eles se conheciam a pouco mais de três meses. E se casariam tão sedo... Ou estavam desesperados ou então se amavam muito!

Metade do treino ocorreu tranquilamente. Eu estava exausto quando o treinador nos mandou descansar. Me sentei na arquibancada com Emmett, Seth, Phil e James, enquanto bebíamos água e conversávamos sobre o jogo do fim de semana.

– Edward... – Emmett chamou a minha atenção discretamente.

– O que foi?

– Olha quem está lá. – ele disse apontando para a entrada do campo. – Acho que ela quer falar com você.

Olhei para onde Emmett apontava para ver Bella. Ela não parecia ter saído da escola hoje, pois estava do mesmo jeito que quando eu a vi pela última vez, na hora da saída. estava sorridente, mas era um sorriso diferente, eu sorri de volta e ela gesticulou para que eu fosse até lá. Me levantei e fui correndo.

– Oi. – eu disse ao chegar onde ela estava.

– Oi. – ela disse com um sorriso, sério, ela estava muito estranha.

– O que está fazendo aqui? – perguntei.

– Ah, eu queria te ver... – ela colocou a mão sobre o meu peito, coberto por uma camiseta suada. – E... Eu queria te contar uma coisa que eu fiz.

– Er... Não foi nenhum crime, foi? – perguntei desconfiado. O que ela teria de tão importante para falar a ponto de vir aqui, eu sabia que ela odiava aparecer no meio do treino.

– Não, não foi um crime. – ela ainda tinha um enorme sorriso no rosto.

– Então o que foi? – sinceramente, eu estava ansioso para saber. Devia ser uma noticia muito boa para que ela estivesse com esse sorriso enorme e ainda fizesse questão de vir aqui para me contar.

– Eu terminei com o Mike! – dito isso, ela mordeu o lábio inferior, esperando que eu falasse alguma coisa.

Fiquei boquiaberto, por mais que eu lutasse comigo mesmo, não conseguia colocar pra fora nenhuma emoção. Eu não sabia se era só surpresa ou se era estado de choque, mas era muito forte.

Bella estava livre, agora ela poderia ser oficialmente minha!

Ainda a encarava em estado de choque, pude ver sua expressão animada ir se desfazendo aos poucos, logo ela estava séria, preocupada. Ela tocou meu ombro levemente, tentando me fazer voltar ao normal.

– Edward? – ela chamou.

Lutei contra mim mesmo. Eu queria abraçá-la, beijá-la e gritar para todos que agora ela era minha.

– Edward? Você está bem? – ela me sacudiu com força.

Consegui sair do transe, mas ignorei sua pergunta e disse:

– Isso é sério? Ele está fora?

– Sim! – ela voltou a sorrir. – Ele ficou chateado, mas disse que já esperava isso. Terminamos sem nenhum rancor. Mas eu também não disse que terminei com ele por sua causa.

– Por minha causa? – eu sabia que era, mas ouvir isso da boca dela era maravilhoso.

– Claro que foi! Foi o que eu disse á você: Não tem graça estar com uma pessoa se não está apaixonada por ela. E eu não podia ficar mais nenhum segundo sendo rotulada como namorada do Mike, se estou apaixonada por você!

– Verdade? – perguntei de olhos arregalados.

– Claro, por que eu mentiria?

O meu corpo e encheu de um júbilo tão grande, que nada mais me importava. Naquela hora eu não ligava se o time todo estava olhando; não ligava se o treinador ia achar ruim receber visitas no meio do treino; não estava nem aí para os comentários maldosos que iriam vir depois. Eu não ligava se os céus desabassem sobre mim agora mesmo, naquele momento, eu me sentia o homem mais feliz do mundo!

Sem pensar duas vezes eu a abracei pela cintura, tirando ela do chão e a rodando no ar, enquanto ela protestava aos gritos:

– AAAAAH! EDWARD ME COLOCA NO CHÃO! ECA, VOCÊ ESTÁ TODO SUADO! POR FAVOR, ME SOLTA! – ela se esperneava, enquanto eu apenas ria, sem deixar de rodá-la no ar. – EDWARD CULLEN, EU ESTOU FALANDO SÉRIO, A MINHA ROUPA É DE GRIFE, SE VOCÊ ESTRAGAR COM ESSE SEU SUOR FEDORENTO VAI TER QUE ME DAR OUTRA! – ela batia nos meus ombros.

Eu decidi colocá-la no chão, mas não por causa de seu chilique, e sim para não acabarmos tontos. Ela ainda me batia quando eu a coloquei no chão.

– Ai, seu estúpido, nojento! – ela me deu um soco no peito. Mas ela estava rindo e eu também. – Eu odeio você! – resmungou fazendo biquinho.

– Odeia o estúpido nojento é? – perguntei a segurando pelos braços e aproximando nossos corpos. Ela assentiu, sabendo exatamente o que eu faria em seguida. – Então vamos ver o que você acha disso...

Puxei seu corpo de encontro ao meu, juntando nossos lábios e lhe dando um beijo urgente. Uma de suas mãos ainda estava em meu peito enquanto a outra foi para o meu rosto. Nossas línguas se embolavam quase que desesperadamente, emanando paixão e luxúria.

E então uma bola bateu com força na parte de trás da minha cabeça, fazendo com que a minha testa batesse com força na de Bella.

Me virei completamente irritado, pronto para mandar quem quer que fosse enfiar a bola no cú. Eu vi que todos estava rindo, mas o único de pé era Jacob Black.

– Desculpa, Eddie! – ele gritou em tom de deboche. Semi-cerrei os olhos e gritei:

– Qual é o seu problema? – minha voz tinha saído parecida com um rosnado.

– Ui, se acalma! Eu só tava brincando.

– Brincando é o caralho! Eu vou te mostrar quem está brincando aqui, seu... – fui interrompido por Bella que segurou o eu braço e fez com que eu me virasse para ela.

– Edward, se aclama, Não foi nada, ok? Está tudo bem. – ela disse com um sorriso um pouco forçado. – Olha... Eu vou pra casa agora, mas se você quiser pode passar lá em casa ás seis. Nós podemos sair ou ficar por lá mesmo. O que você me diz?

– Tudo bem. – soltei o ar que prendia. – Podemos ficar em casa? Estou cansado.

– Claro, seria perfeito! – ela sorriu com mais sinceridade. – Eu estou indo agora, por favor, não faça nada estúpido.

– Ok.

– Promete?

– Sim.

– Então está bem. Até mais.

– Até mais.

Ela me puxou para um rápido selinho e saiu praticamente correndo do campo. Suspirei pesadamente e – com um olhar mortal pelo canto do olho em Jacob Black – voltei à arquibancada, me sentando ao lado de Emmett como se nada tivesse acontecido.

Mas era óbvio que os caras não iam deixar isso passar fácil.

– Eu. Não. Acredito. Nisso. – Seth foi o primeiro a falar. – Ela que é a sua namorada secreta? Oh, meu Deus! Quando foi que vocês começaram a sair? Por que você não contou nada? E o Emmett sabia de tudo, que injustiça! Eu pensava que era amigo de vocês e...

– Cala a boca, Seth! – o repreendi.

– O que aconteceu, Edward? – perguntou Emmett. Ao me lembrar disso eu sorri.

– Ela terminou com o Mike.

– Parabéns cara. – ele estendeu a mão, eu bati.

– Mas... É verdade? – perguntou Phil, receoso. – Bella Swan era a sua namorada secreta?

– É. – murmurei. – Mas não vai sair espalhando isso pra todo mundo, seu fofoqueiro, ou então eu quebro a tua cara! – ameacei lhe apontando o dedo na cara.

– Ok, pode deixar, não vou contar pra ninguém.

– Acho bom. – resmunguei irritado.

– Por que está irritado, Cullen? – James perguntou. – Não era pra você estar... Feliz?

– O Black estragou com o meu dia.

– E você vai fazer o que? Bater nele?

– Bem que eu queria.

– Bater nele não vai adiantar, Edward, ele não fez nada demais. – disse Phil.

– Mas bem que seria legal se nos juntássemos pra dar uma surra nele. – James disse sorridente.

– É isso aí! – apertei sua mão.

– Hey, calem a boca, seus otários. Ninguém vai bater em ninguém! – Philip Hudson, sempre a voz da razão. – Agora vamos voltar para o campo, o treinador está chamando.

O resto do treino não se demorou muito. Eu fiz de tudo para machucar Jacob Black o máximo possível, futebol é um esporte de contato; eu marquei cinco faltas em cima dele. E depois pedi desculpa com o mesmo cinismo que ele pediu para mim.

Na boa, quem ele pensava que era? Eu sabia que ele tinha sido o primeiro namorado da Bella e eu também sabia que ele tinha sacaneado ela. E ele ainda veio fazer essa palhaçada para o meu lado? Eu não ia mesmo deixar barato pra ele.

Como sempre, depois do treino eu fui o último a deixar o vestiário, estava abrindo a porta para sair quando alguém me chamou:

– Hey, Cullen? – Fechei a porta e me virei para ver quem era.

Era Jacob Black. Instantaneamente eu cruzei os braços sobre o peito e travei o meu queixo.

– O que você quer?

– Queria saber se o seu problema é pessoal comigo.

– Pode passar á ser. Eu é que te pergunto: Tenho motivos para ter um problema pessoal com você?

– Talvez. Por que você se importa tanto com a Swan?

– Por que isso te interessa?

– Por nada, mas se eu fosse você, daria menos trela á ela.

– Olha só, Black... – disse tentando não ser agressivo. – Não se mete com a Bella, ok? Você pode ter o problema que quiser comigo, vamos resolver isso de forma inteligente. Mas se você se meter com ela, eu juro que arrebento os seus dentes. Entendeu?

– Ui, olha só pra ele, tá todo nervosinho! – disse fazendo pouco caso de mim. – Eu só vou dizer uma coisa pra você, pequeno Eddie... Eu não gosto de você, mas eu gosto da Isabella, gosto o bastante para brigar por ela; e com certeza você não vai querer brigar comigo. Então eu tenho uma proposta: Você larga ela e eu não infernizo a sua vida.

Eu ri amargamente, cocei a nuca e assenti em sinal de desdém.

– Eu acho melhor você ficar longe dela. – disse entre os dentes me aproximando dele. – Você não me conhece e com certeza você não vai querer entrar numa comigo.

– Talvez eu queira. – ele estufou o peito para tentar parecer superior. – Mas você sabe que ela já foi minha namorada, certo? Então é mais fácil para mim ficar com ela.

– Duvido, ela odeia você.

– Ódio é um sentimento apaixonado.

– Ah, é? – estávamos literalmente cara a cara agora. – Me diga: Por que você não fez essa palhaçada com o Newton?

– Por que fui eu que fiz a Isabella namorar com ele.

– O quê? – baixei a guarda por um momento. – Você...? Como assim?

– É uma história realmente muito longa. Tente perguntar para ela, se ela confiar de verdade em você vai te contar. – disse ainda tentando ser ameaçador.

– Com certeza ela vai me contar. Porque, ao contrário de você, ela gosta de mim e sabe que pode contar comigo para qualquer coisa. Pois eu não sou fraco, igual a você que tem que manipular todos ao seu redor só para se sentir bem com o próprio ego. Eu não preciso intimidar as pessoas para que elas façam o que eu quero. Eu não sou baixo, igual á você. – eu disse baixo e grave, podia sentir que minhas palavras o cortavam e ele ficou muito irritado.

Eu não tive tempo de me esquivar, os meus reflexos nunca foram os melhores. Só me toquei do que estava acontecendo quando seu punho atingiu o meu olho esquerdo com força.

Eu tombei para o lado, mas não caí, o que foi importante para que eu pudesse agarrá-lo pela camiseta e dar-lhe um soco no nariz. Sorri ao ouvir o creck do nariz se quebrando e o larguei no chão. Fui até a porta para ir embora, mas antes me virei para ele e disse:

– Você não vai querer ser meu inimigo, Black. Não por causa da Bella. – avisei. – Pense bem... Eu sou mais bonito, mais querido, mais inteligente e mais influente que você. Sem contar que você está entrando em uma briga perdida, a Bella é minha e não é um motoqueiro metido a besta que nem você que vai tirar ela de mim. Passar muito mal. – saí do vestiário e bati a porta com força, fazendo os vidros tremerem.

Me retirei dali o mais rápido que pude para ao acabar voltando, eu já estava fervendo de raiva. Entrei no carro de Emmett e logo avisei par que ele não perguntasse nada, seguimos para casa em silêncio.

E ao chegar em casa eu comi, bati no saco de areia do quarto de Emmett por um bom tempo, tomei um banho gelado e quando percebi já estava na hora de ir para casa de Bella, me arrumei e saí.

Ao descer as escadas eu avistei Victoria sentada no sofá da sala. Aquela garota britânica era incrível, ela parecia uma princesa retirada de um conto de fadas, era meiga, inteligente, milimetricamente educada, uma perfeita dama adolescente. Sem contar que ela era linda, tinha longos cabelos cacheados ruivo-claros, pele branca como mármore sem nenhuma sarda, e profundos e brilhantes olhos azul-claros.

Na verdade, eu nem sabia por que ela estava namorando um cara como Emmett, eles eram completamente diferentes. Emmett era punk, bruto, tinha a boca mais suja que um esgoto, brigava á toa, fazia piadas ridículas, era pervertido e adorava beber. E ela não tinha nada disso. Rosalie, com certeza era o par perfeito de Emmett, Victoria com certeza não!

– Olá Edward! – ela me cumprimentou.

– Oi Victoria.

– Vai sair?

– Vou, tenho que comemorar umas coisas.

– Hey Eddie! – disse Emmett entrando na sala. – Vai dormir em casa hoje?

– Claro, por que não dormiria?

– Eu não sei. – sorriu cínico e se jogou no sofá, abraçando Vitoria pelos ombros e ligou a televisão. – Você vai sair com a Bells e, por isso, corre risco de ela se embebedar... Talvez você queira passar outra noite com ela!

– Haha, muito engraçado, Emmett. – disse com a maior ironia que pude. – Vou embora antes que suas piadinhas ruins derretam o meu cérebro. Tchau. – disse indo até a porta.

– Tchau, Edward! – disse Victoria.

– Tchau Eddie! – Emmett gritou. – Ah, e não se esqueça da camisinha. Se você quiser eu posso te dar algumas.

Me virei para ele e com um sorriso debochado, ergui o dedo do meio e saí de casa.

Entrei no meu carro e liguei o rádio, eu nem me lembrava qual era o cd que tinha deixado dentro do som, e então a envolvente e até um pouco melancolia melodia de Closer preencheu o ambiente, suspirei aliviado, Kings Of Leon era sempre bem-vindo.

É claro que eu não demorei nem cinco minutos para estacionar em frente a grande casa dos Swan, mas pelo menos deu para ouvir a música toda. Desliguei o rádio e saí do carro. Uma música de melodia pesada e elétrica preenchia o silêncio da rua, a banda de Jasper devia estar ensaiando na garagem. Fui direto até a porta e toquei a campainha.

Não demorou nada para que Bella aparecesse na porta, já me puxando para a sala como se quisesse me tirar dali o mais rápido possível. Eu me surpreendi com as roupas que ela usava, não que eu não gostasse, ela estava linda como sempre, mas tinha algo estranho.

– Essa blusa é...? – perguntei, mas fui interrompido.

– Sua. – ela sorriu sem graça. – Eu roubei na última vez que estive na sua casa, queria ter uma coisa sua comigo. Tem problema?

– Não. – eu ri.

– Sério? Eu sei o quanto você gosta dessas blusas xadrez. Se você quiser eu posso...

– Não, tudo bem, pode ficar com ela.

– Sério? – perguntou sorridente.

– Claro.

– Ah, obrigada! – ela me abraçou, mas se afastou muito rápido. – Hey, o seu olho está inchado. – seus olhos azuis se arregalaram. – Oh, pelo amor de Deus, Edward. Não vai me dizer que você...

– É eu briguei com o Jacob, mas ele saiu pior do que eu.

– O que você fez? – perguntou receosa.

– Nada de mais, só quebrei o nariz.

– QUEBROU O NARIZ DE JACOB? – ela disse alto demais. – Oh, meu Deus... Você pode ser expulso do time!

– Eu sei. Sei também que não sou tão craque no futebol quanto em biologia, mas o Tanner não ia fazer isso. – disse confiante.

– Espero mesmo que não faça. Venha, vamos colocar um gelo nisso aí. – ela me puxou para a cozinha pela mão.

Eu me sentei num banco do balcão que dividia a cozinha da sala de jantar. Bella logo arrumou um saco de gelo e se sentou em cima do balcão, pressionando o gelo no lugar inchado para mim.

– E então... Não vai me dizer que a briga por causa daquela bolada, vai?

– Não. Ele veio com um papo ridículo de que era melhor eu largar você pra você ficar com ele, eu disse que não, ele se estressou, eu esculachei ele, ele me deu um soco e eu quebrei o nariz dele e depois fui embora.

– Ele...? Ah, droga! – ela resmungou.

– Bella, você confia em mim?

– Claro.

– De verdade?

– Sim.

– Então me conta o que rolou entre você e o Black. – pedi. – Ele disse que fez você namorar com o Newton e eu não consegui calcular a lógica disso até agora. Por favor, me explica.

Ela pareceu hesitante por um momento, mordeu o lábio inferior e desviou os olhos, mas por fim suspirou e disse:

– Tudo bem. Er... Jacob nunca foi do tipo “bom namorado”, quando nós namorávamos ele era cismado e possessivo vivia pegando no meu pé porque na época eu andava pra cima e pra baixo com o Jazz, que tinha acabado de se mudar. A família dele me odiava e ficava colocando um monte de caramiolas na cabeça dele, mas eu o amava de verdade e vivia tentando fazer com que ele entendesse, até que ele pediu uma prova. Eu tinha quatorze anos, que prova de amor eu poderia dar? Mas enfim... Nós transamos e eu fiquei grávida. – sua voz foi diminuindo á cada palavra. Meus olhos se arregalaram. Como ela pode ter sido tão irresponsável? – É, eu sei, eu fui uma idiota irresponsável! E eu fiquei desesperada quando descobri, meus pais iriam me matar, eu só tinha quatorze anos, Edward. – sua voz estava chorosa, e então ela começou a chorar de verdade Eu me levantei e a abracei.

Ela colocou o saco de gelo sobre o balcão, me abraçou de volta com força e enterrou a cabeça no vão do meu pescoço. A abracei com mais força, tentando dar forças á ela, e funcionou, aos poucos o choro foi ficando mais calmo.

– Calma, linda. Já passou, não passou? Está tudo bem agora, não vou te fazer falar mais nada. Me desculpe.

– Não... – ela resmungou levantando a cabeça e me afastando um pouco. – Eu comecei, vou terminar.

– Tem certeza? Não precisa...

– Não, é melhor que você saiba por mim do que por ele. – ela assegurou. Eu assenti e segurei suas mãos. Elas respirou fundo e voltou a falar: – Eu não contei para os meus pais sobra a gravidez, mas Jacob contou para os dele. E é claro que os Black acharam que eu estava dando um golpe, mas eu era a que menos queria um filho aos quatorze anos, diferente de Jacob.

– Ele queria? – perguntei indignado.

– Sim, ele era muito possessivo, chegava a ser doente, ele achava que era a melhor maneira de dizer para todos que eu era dele. Nós brigamos muito feio por causa disso, ele quase me bateu, se Jasper não aparecesse lá eu teria tomado uma surra. Depois ele terminou comigo e começou a sair com quase todas as garotas do colégio, fazia questão de fazer na minha frente, era uma diferente todo dia. – ela apertou a minha mão com força. – Eu passei quase dois meses tentado abortar e não conseguia e eu não podia pedir a ajuda de ninguém; Alice e Emmett estavam sofrendo por causa da morte do pai; Rose estava sofrendo por causa de Emmett; Jasper estava tentando segurar a onda de todo mundo e Jacob nem falava mais comigo. Eu entrei em depressão por que a cada dia a barriga crescia mais e eu não poderia esconder por muito tempo. E então eu bolei um plano. Se aquilo não funcionasse, eu estava perdida.

“Meus pais estavam viajando á trabalho e deixaram uma tia cuidando da gente, ela era meio lerda, não ia me impedir. Eu sabia que podia morrer, mas mesmo assim eu subi no telhado de casa. Tinha ventado muito naquela tarde e eu poderia dizer que alguma coisa minha voou e ficou presa no telhado. De noite estava chovendo muito e, mesmo tendo os passou perfeitamente calculados o risco era muito maior, mas eu consegui. Eu pulei do telhado, me socorreram antes que algo grave acontecesse, eu perdi o bebê e fiquei internada por um bom tempo.

“Os anos se passaram e a culpa do que eu tinha feito caiu sobre mim, eu me senti uma criminosa suja por muito tempo, e eu acabei mudando demais por causa disso. Tive que fazer um tratamento psicológico e tive que subornar a médica para não contar para os meus pais, então ela disse que o meu problema era só porque eu não tinha conseguido superar o término com Jacob. Mas depois eu consegui passar uma borracha em cima de tudo aquilo, mas eu nunca mais fui a mesma de antes. Até hoje eu me culpo, mas eu sei que por mais que eu não mereça perdão, foi melhor assim.

“Mais anos se passaram e eu conheci um cara chamado Riley Biers, ele era o sonho de qualquer garota: bonito, gentil, inteligente, divertido, carinhoso e rico, mas ele tinha um problema, ele era gay. – ela franziu os lábios. – Riley tinha medo que a família soubesse do segredo que, por um acaso, eu descobri numa viagem a Seattle. O Jacob me perturbava muito na época, ele queria voltar de qualquer jeito. Então Riley fez uma proposta indecente para mim: eu não contaria o segredo dele pra ninguém e em troca ele namoraria comigo, demonstrando afeto apenas em locais públicos. Eu aceitei para tirar o Jacob do meu pé. Como Riley tinha compulsão por compras, ele sempre aparecia com um presentinho para mim, nós éramos como as melhores amigas quando ninguém estava olhando. E, morrendo de raiva, Jacob espalhou para a escola toda que eu era uma mercenária e fazia o Riley gastar horrores comigo; como eu não tinha como negar porque se não eu ia acabar entregando a verdade sobra Riley, fiquei com essa fama.

“Depois que Riley se mudou para Los Angeles eu comecei a arrumar namorados realmente por interesse, eu gostava de me sentir poderosa. Mas eu não gostava de verdade de nenhum deles, estava disposta a deixar essa história pra lá e arrumar alguém que eu gostasse de verdade. Eu fiquei solteira por três meses e o Jacob voltou a me atormentar; ele passou a estar em todos os lugares que eu estava e eu comecei a entrar em desespero. Até que no ano passado eu estava em uma festa com Alice, mas o Jacob também estava lá e ele veio com tudo pra cima de mim, tivemos uma briga horrível e eu disse pra ele que namoraria qualquer um que não fosse ele, então ele me apontou o Mike e duas semanas depois eu estava namorando com ele. O fato dele ser rico foi apenas coincidência, eu empurrei aquele namoro com a barriga 80% do tempo, depois de Jacob, Mike foi o pior namorado que eu já tive. – ela finalizou com um suspiro.

– Nossa. – soltei um suspiro que nem sabia que estava prendendo. – Que loucura! Mas você acha que ele pode...

Fomos interrompidos por Jasper, Alice, Rosalie e Royce, que entraram na cozinha fazendo uma algazarra desnecessária.

– Hey casal! – Alice nos cumprimentou da mesma maneira que seu irmão e Jasper sempre faziam.

– Oi Allie. – Bella e eu dissemos juntos.

Ela se sentou num banco e pegou uma maçã no cesto de frutas sobre o balcão, logo Jasper se juntou a ela.

– O que aconteceu com o seu olho, Edward? – ele perguntou.

– Ah, eu me desentendi com Jacob Black, coisa boba. – respondi.

– Senta aí, não consigo colocar gelo com você em pé. – disse Bella empurrando meus ombros para baixo. Ela voltou a pressionar o saco de gelo no lugar ferido quando me sentei.

– O que houve? – perguntou Rosalie com um sanduíche na mão.

– Eu fui contar para ele que eu tinha terminado com o Mike e o Jacob nos deu uma bolada. – Bella explicou rapidamente.

– Brigou com ele por causa disso? Pelo amor de Deus, Edward. – Alice me repreendeu.

– Você pode ser expulso do time, cara. – disse Royce. – O Tanner não gosta de brigas entre o time.

– Foi falta de respeito. – me expliquei.

– Não era pra tanto. – disse Rose.

– Estávamos nos beijando.

– Foi falta de respeito! – disseram Jasper e Royce convictos.

– É, mas não precisava quebrar o nariz dele. – Bella disse apertando mais o gelo no ferimento, me fazendo gemer de dor.

– Puta que pariu, você quebrou o nariz dele? – gritou Rosalie.

– Olha os modos, Rosalie. – Alice a repreendeu.

– Desculpe. – ela rolou os olhos. – Sério isso, Ed?

– Sério! Mas eu não me orgulho, embora não me arrependa.

– Ele mereceu. – ela resmungou.

– Será que dá pra mudar de assunto? – Bella pediu impaciente.

– Onde está Emmett? – perguntou Jasper.

– Em casa com a Victoria.

– O quê? – Rosalie perguntou indignada. – Eles estão sozinhos naquela casa?

– Sim. Por quê? – prendi o riso.

– Ah. – ela arfou. – Nada. – cruzou os braços e encarou um canto.

– Hey, pessoal, nós vamos sair. – Royce disse se referindo á ele e Rose. – Querem ir? Podemos fazer um encontro triplo de casais.

– Não! – Bella foi a primeira a protestar. – Me desculpe, Royce, mas eu não saio em grupo sem o grupo completo. E também não quero que o Edward saia nesse estado, a escola não deve ter o que falar dele o ano todo.

– Eu topo! – disse Alice. – Vamos, Jazz?

– Estou cansado, Allie. – ele resmungou.

– Ah, por favor, Jasper? – ela fez biquinho.

– Ah, por favor, Jaspion? – fiz a minha melhor imitação da voz de Alice. Eu adorava implicar com ela, sempre quis ter uma irmã mais nova para pegar no pé e agora eu tinha.

– Cala a boca, seu idiota! – ela olhou feio para mim, mas eu sabia que não estava brava de verdade. – Vamos, Jazz?

– Tá bom. Mas não vamos demorar muito!

– Ok! – ela se levantou batendo palminhas. – Vou pegar a minha bolsa e trago a sua jaqueta. – ela disse e saiu correndo.

– Espera, Alice, eu vou trocar de roupa. – Rose gritou e saiu correndo atrás da fadinha.

Bella rolou os olhos e sorriu ternamente para mim sorri torto em resposta. Eu não tinha palavras para explicar o quanto aquela garota era especial para mim.

Ela tirou o saco de gelo e deu uma breve examinada, mas logo em seguida estalou a boca e repôs o saco.

– Vocês vão fazer o quê? – Jasper perguntou divertido.

– Eu vou cuidar disso aqui para não ficar roxo. – Bella respondeu séria se referindo ao meu olho. – E depois talvez eu faça um musse de chocolate. O que você acha, bebê? – perguntou para mim. Eu sorri antes de responder.

– Acho que é melhor do que dormir, moranguinha. – respondi com um sorriso torto. Pude ouvir Royce rindo de nossos apelidos carinhosos.

Na maioria das vezes em que ficávamos juntos sozinhos ficávamos abraçados conversando e sempre acabávamos dormindo por horas. Os outros achavam fofo, mas, por mais que eu amasse dormir com ela em meus braços, eu achava que podíamos aproveitar o nosso tempo de outro jeito, qualquer outro.

– Não gosta de dormir comigo? – ela fingiu estar indignada.

– Você sabe que eu adoro fazer qualquer coisa com você, mas eu realmente prefiro ficar acordado para ver esse sorriso lindo. – ela sorriu com os olhos brilhando. – Esse aí mesmo! – eu disse apontando para ela.

Puxei sua blusa, pedindo para que ela se abaixasse, ela o fez com um sorriso enorme estampado no rosto, ela segurou o meu queixo e nossos lábios se juntaram. Eu não perdi tempo em pedir passagem para a minha língua e ela não se demorou em conceder, deixando que nossas línguas se embolassem lenta e apaixonadamente. Uma corrente elétrica fluía por nossos corpos naquele momento, fazendo com que ansiássemos para tornar o beijo cada vez mais urgente.

– Hey, arrumem um quarto! – Alice gritou ao entrar na cozinha.

Bella largou o saco de gelo em cima do balcão e afastou a mão de mim, provavelmente ela devia estar erguendo o dedo médio para a baixinha, eu podia concluir isso pelos risinhos de Royce e Jasper e pela gargalhada histérica de Rosalie.

– Eu realmente tenho que conversar com Renée, como ela pode criar duas meninas tão mal educadas?

– Vai tomar no cú, Alice! – Rose esbravejou.

– Hey! – a baixinha protestou.

Bella quebrou o beijo me dando vários selinhos antes de se afastar de vez.

– Por que você não vão embora logo? – perguntei.

– Ih, galera, vamos embora porque hoje com certeza eles não vão dormir. Tchau pra vocês, casal. – disse Jasper indo em direção á porta e levando os outros com ele.

– Vai tomar no cú, Jaspion! – gritei, uma vez que eles já tinham saído da cozinha.

Bella estava se acabando de rir.

– Vem, vou passar uma pomada maneiríssima aí nesse machucado.


:[tempo passando]:

Eu estava deitado no sofá cinza da sala de estar dos Swan, o meu CD do Kings Of Leon estava tocando e Bella tinha ido colocar o musse na geladeira.

Depois ela voltou e deitou em cima de mim o mais confortável que pode, eu joguei o cobertor xadrez que ela tinha trazido sobre nós e a abracei protetoramente contra o meu corpo. Estava muito frio e eu estava querendo matar Charlie por não ter uma lareira nessa droga de casa moderna enorme.

Ficamos em silêncio por uma boa parte do tempo, apenas curtindo a companhia um do outro e ouvindo a música. Eu estava sentindo o cheio incomparável de morangos do cabelo dela, que fazia o meu peito de travesseiro, quando ela quebrou o silêncio:

– Edward? – ela levantou a cabeça para olhar para mim.

– Sim?

– Você sabe se tem artes plásticas em Harvard?

– Eu não me lembro, mas acho que tem. Por quê?

– Ah, você sabe... – ela se ajeitou e voltou a olhar para o outro lado da sala. – Quando o ano letivo acabar... Eu não tenho planos de me afastar de você.

Eu não podia acreditar que estava ouvindo isso. O Meu sorriso de satisfação era tão grande que chegava a fazer pressão no meu olho machucado, que agora estava dormente. Podia sentir o meu coração acelerando e também pude perceber que ela ficou feliz com aquilo.

– Eu também não tenho planos de me afastar de você. – disse numa voz calma. – Mas ainda estamos em novembro, não devemos nos preocupar com o final do ano letivo agora. E quando tivermos que nos preocupar, eu te ajudo a passar para Harvard, se você quiser.

– É claro que eu vou querer, meu geniozinho.

– Geniozinho? – eu disse rindo.

– É. – ela virou de modo que ficasse com o corpo todo de frente para o meu. – Você é muito inteligente, isso é realmente louvável.

– Obrigado, minha linda. – disse pegando seu rosto entre as mãos e a beijando.

O beijo se iniciou calmo e inocente, mas logo estava urgente e extremamente quente. As mãos dela estavam presas na parte de trás dos meus cabelos e ela parecia fazer de tudo para que os nossos corpos ficassem o mais próximo o possível.

Depois de perceber que a tensão sexual daquele beijo estava sendo levada para níveis extremos, eu me afastei e fiz com que ela pensasse em outra coisa:

– Nós estamos namorando? – perguntei.

– Ah, eu não sei. – ela disse tirando as mãos do meu cabelo e voltando para a mesma posição de minutos atrás, mas agora com a cabeça erguida, olhando para mim.

– Você acha que vai ser muito estranho aparecer tão rápido de namorado novo?

– Não. E ninguém também não tem nada á ver com isso. Mas você quer namorar?

– Você não quer?

– Querer eu quero, mas... Você não vai ligar se falarem um monte de coisas ruins sobre a gente?

– Não. E ninguém também não tem nada á ver com isso. – a apertei com mais força contra o meu corpo. – Mas eu queria poder mostrar para o mundo todo o quanto eu gosto de você!

– Sério? – ela sorriu largamente com os olhos brilhando, exatamente do jeito que eu amava.

– Claro! De que vale estar apaixonado quando não se pode girar isso para os quatro cantos do mundo?

– Isso foi um pedido de namoro?

– Sempre é! Mas se você quiser que eu faça formalmente...

– Não. – ela me interrompeu. – Está perfeito assim. E, a propósito Sr. Edward Cullen, eu aceito o seu pedido de namoro.

Não pude conter um sorriso tão largo que chegou a pressionar novamente o meu olho ferido.

– Então somos oficialmente namorados?

– Sim.

– Devo lhe dar uma aliança?

– Não precisa. Eu sei que sua família não esbanja dinheiro e...

– E se for herança de família?

– Aí eu ia adorar. Você sabe que eu adoro coisas antigas.

– Então é isso, namorada, eu te dou a sua aliança amanhã.

– Ok, namorado. – ela riu.

– Acha que o seu pai vai querer me bater?

– Não. Eu acho que ele vai é adorar ter você como genro.

– Mesmo?

– Claro, ele adora você! Na verdade os dois te adoram, com certeza no ponto de vista dos meus pais eu não poderia arrumar um namorado melhor que você.

– Eu não sou isso tudo.

– Fala sério, Edward? Você é o garoto de ouro da cidade, todo mundo te ama e você não está aqui nem há um ano.

– É mesmo. E olha que eu nem queria vir, achei a treva quando a Elisabeth disse que eu viria pra cá.

– Há males que vem para bem.

– É mesmo. – apertei mais uma vez seu corpo contra o meu. – Obrigado.

– Pelo quê?

– Por fazer Forks valer à pena.

– Owwn, você é muito fofo! – ela me apertou. – De nada. Eu é que te agradeço por me tirar naquele buraco que eu estava com o Newton.

– De nada. – disse com um sorriso satisfeito no rosto.

Mais uma vez a música do Kings Of Leon se tornou o único barulho na casa e aos poucos eu fui me sentindo adormecer e logo depois de perceber que Bella tinha dormido eu peguei no sono.


:[tempo passando]:

Fui recuperando os sentidos aos poucos... Eu podia ouvir que um seriado que reconheci como Grey’s Anatomy passava na TV num volume baixo. Eu podia sentir que Bella ainda estava em meus braços, mas ela não estava dormindo, vez ou outra eu a escutava comentar alguma coisa com Renée. A luz estava apagada e eu não sabia se era porque tinha Bella e um cobertor ou por outro motivo que a casa parecia bem mais quente agora.

Eu não queria abrir os olhos, não porque Renée estava presente, tanto meu pai e Esme quanto os pais dela eram 100% conscientes de nossa proximidade, eles só não sabiam que a gente ficava antes dela terminar com o Mike. Eu não queria abrir os olhos por que eu sabia que ia ter que voltar pra casa, e eu não queria ir agora.

Mas eu não iria agora, tinha que fazer uma coisa importante antes, mesmo sem a menor vontade, abri os olhos. Nenhuma das duas pareceu perceber que eu estava acordado.

– Bella, sai de cima de mim, por favor. – resmunguei. Minha voz era mais letárgica do que eu pesei que estaria.

– Hum... Acordou é, dorminhoco? – ela disse se sentando, me sentei também.

– Eu disse que não queria dormir. – murmurei passando as mãos pelo rosto e pelo cabelo.

– Oi Edward. – Renée me cumprimentou sorridente.

– Oi Renée. – sorri. – Charlie está em casa?

– Está sim, lá em cima no “escritório”.

– Posso ir lá falar com ele?

– Claro.

– Edward, você sabe que não precisa... – Bella já ia protestando, mas eu a interrompi.

– Nada disso! Preciso falar com ele sim. – disse para ela. Ela suspirou e rolou os olhos. Eu me levantei e disse: – Qual quer coisa eu grito.

Subi as escadas tentando me manter confiante. Andei em passos lentos até a porta do “escritório” de Charlie e bati na porta, que se entre abriu.

– Charlie? – chamei da porta.

– Ah, Edward? Estou aqui, pode entrar, filho.

O “escritório” de Charlie parecia mais uma grande sala de jogos. Tinha troféus e quadros com fotos antigas de Charlie de uniforme de basebol, várias medalhas, uniformes, tacos e bolas de basebol. Também tinha uma grande poltrona de couro marrom e uma TV de plasma de 42 polegadas, tinha uma mesa de sinuca e um mini bar. Agora eu realmente entendia por que ele adorava ficar horas e horas por aqui.

– Posso falar com você? – perguntei timidamente.

– Claro, sente-se. – ele puxou um banco para o lado de sua poltrona, onde ele estava sentado assistindo a um jogo. – O que houve, filho?

Ele tinha um sorriso amigável no rosto, eu esperava que isso fosse um bom sinal. Eu respirei fundo e disse para mim mesmo é agora ou nunca!

Fazia tempo que eu não me sentia assim. Minha boca estava seca e minha cara vermelha, eu tremia da cabeça aos pés e minhas mãos e testa suavam. Eu engoli seco e perguntei logo:

– Eu queria saber... Se você me permite... Namorar a Bella?


Narração: Carlisle Cullen


Estava tudo em seu devido lugar. Emmett estava andando de skate no quintal dos fundos, Alice estava em seu quarto arrumando o closet, Edward estava na cada de Charlie, Esme estava tocando piano e eu estava descansando no sofá, apenas ouvindo a bela música que a minha esposa tocava.

Até que a campainha tocou. Às oito da noite não poderia ser ninguém importante, devia ser Edward que esqueceu as chaves de novo. Me levantei e fui até a porta.

Abri a porta e dei de cara com a última pessoa que esperava ver, mesmo que tivesse bons motivos para me procurar.

– Olá, Carlisle. É muito bom te ver novamente. – disse com um sorriso exagerado no rosto.

– O que está fazendo aqui? – perguntei espantado e receoso.


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Notas finais do capítulo

Antes de qualquer coisa, os agradecimentos vão para as fofíssimas: Páh Cullen, Bellita13, SumLee, Cookie, -Carly, Luisa Assunção, M_Miranda, MarySwan e Juliana_Araujo. Obrigada flores, vocês são demais!
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Eu espero que todas tenham tido uma ótima passagem de ano. A minha foi, até o meu cachorro Bruce se divertiu. UASHUASHUASH
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O que acharam do capitulo? O final ficou tensinho hein?! Alguma sugestão de quem possa ser a ou o visitante de Carlisle? Eu sei quem é, mas não vou contar. UASHUASHUASHUASHUASH - tá parei.
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Agora vamos ao próximo capitulo... Eu ainda não escolhi um nome hehe Mas sei o que vai acontecer: Vamos saber o que o Charlie vai dizer para o Edward, quem é a essa visita inesperada de Carlisle e vamos ter o primeiro jogo dos Rockets na liga. Como será que os alunos da FHS vão reagir ao ver Jacob Black com o nariz quebrado? Será que os amigos vão conseguir fazer com que Edward e Jacob não saiam na porrada no meio do jogo? E o namoro tão repentino de Bella e Edward? OMG! Espero que ninguém perca a cabeça... ou o marido! O-O
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Olha gente, o próximo capitulo pode demorar um pouquinho por que uma das minhas BFFS vem passar o final de semana comigo. E eu também vou ter que caçar um colégio novo. Aí vocês já viram tudo né? Mas eu vou dar o melhor de mim para o capitulo sair antes do dia 15.
.
Acho que é só isso...
Mil beijokas, minhas flores!



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