Jacob me levou no carro da sua mãe até uma reserva que tinha ali perto de Forks, a reserva se chama La Push e eu até já tinha passado por lá algumas vezes, mas nunca tinha realmente entrado lá, então fiquei bem ansiosa quando ele revelou qual era o nosso destino.

Fomos o caminho todo conversando muito, rindo e ouvindo música. E cada vez que ele sorria pra mim meu coração disparava anunciando o quanto realmente estou apaixonada.

Jacob enfim parou o carro na entrada da reserva e descemos. Não tinha muita gente por ali apesar do dia bonito.

-Uau, que lugar lindo. – falei olhando em volta, dava pra ver o mar dali, árvores lindas.

-Nunca veio aqui? – ele perguntou.

-Não, só de passagem, nunca parei, mas devia ter vindo, o lugar é maravilhoso. – me senti ainda mais animada por ver a beleza do lugar, uma paz incrível me dominava.

-Bom, fico feliz de ser o primeiro a te trazer aqui. – ele sorriu.

-Obrigada mesmo Jake, o lugar é realmente especial.

-Mas não é bem aqui que queria te trazer, vem comigo. – ele estendeu a mão em minha direção e a peguei sentindo uma corrente elétrica percorrer meu corpo.

Ele me olhou com intensidade e fiquei pensando se ele tinha sentido o mesmo.

-Então vamos lá. – sorri.

Jacob começou a nos levar para o meio da floresta, tinha uma trilha logo no começo e fomos seguindo por ela.

Eu olhava encantada para o lugar a nossa volta.

-Como você conheceu esse lugar? – perguntei curiosa.

-Minha mãe é daqui de La Push, quando foi embora ela vendeu a casa e não achamos outra agora então tivemos que ficar em Forks, mas ela fez questão de me trazer aqui assim que chegamos. – ele explicou.

-Entendi... – falei, mas antes de continuar ouvi um barulho de cachoeira e meus olhos brilharam. -Estamos indo para uma cachoeira?

-Também. – ele riu.

Continuamos a caminhar, ainda de mãos dadas, mas depois de um tempo saímos da trilha e começamos a andar pela mata mesmo.

-Não precisa se preocupar porque eu conheço bem o lugar ok? – ele me olhou.

-Não estou preocupada, adoro isso, é o máximo. – e realmente era, quanto mais andávamos mais calma eu ia me sentindo, acho que não me sinto tão a vontade e em paz assim nem em minha própria casa.

O barulho da cachoeira foi ficando mais alto indicando que estávamos nos aproximando. Jacob me puxou, tirou alguns galhos de árvores que pendiam em nossa frente e então a cachoeira foi revelada, surgindo como num passe de mágica e era magnífica.

-Meu Deus, isso é mágico. – ri em êxtase e soltei da mão dele dando alguns passos pra frente, uma imensa e linda cachoeira estava bem na minha frente, e ao meu redor tinham tantas árvores e flores que pensei estar em um paraíso.

-Isso tudo é mesmo real? – ri.

-É sim, mas quando vemos pela primeira vez parece mesmo um sonho, né?! – ele se aproximou e parou ao meu lado.

-Obrigada mesmo por me trazer aqui Jake, é incrível.

Ele sorriu segurando minha mão de novo e entrelaçando nossos dedos, o que só me deixou ainda mais feliz.

-É seu direito estar aqui. – ele falou mais pra ele mesmo do que pra mim, mas ouvi perfeitamente e o olhei curiosa.

-Como assim?

Ele pareceu sair de algum devaneio e ficou meio sem graça, mas sorriu.

-Você ama a natureza, é mais do que justo conhecer esse lugar.

Corei um pouco e sorri voltando a olhar em volta.

-Mas você devia ter me dito que viríamos a uma cachoeira, eu traria algum biquíni, com esse sol a água deve estar muito boa. – fui até uma pedra grande e me sentei, Jacob fez o mesmo, ficando bem ao meu lado.

-Ainda viremos muitas vezes aqui, pode ser?

-Fechado. – ri.

Respirei fundo sentindo todo aquele ar fresco e só depois de uns instantes percebi que Jacob me observava com atenção.

-Você realmente se sente bem ao ar livre né?! – ele perguntou.

-Muito, meus pais dizem que sou assim desde pequena, tenho uns hábitos meio estranhos, mas meu pai diz que me faz bem porque ele não se lembra de alguma vez ter que me examinar, nunca fiquei doente. – ri. -Eles não curtem muito a mesma coisa que eu, quando penso nisso é que me dou realmente conta de que sou adotada.

Jacob não estava me olhando mais então não vi sua expressão quando revelei ser adotada.

-Você é adotada? – ele sussurrou.

-Sim, mas não me importo, não consigo imaginar pais melhores que os meus.

-Nunca teve curiosidade de conhecer seus pais biológicos? – ele enfim voltou a me olhar.

-Não, nunca. – e era verdade, nunca tive essa vontade.

-De qualquer forma seus pais fizeram um ótimo trabalho na sua criação... – ele riu. -Você é muito especial, Nessie.

-Não... – ri envergonhada. -Mas me sinto especial aqui nesse lugar, com você. 

Pude sentir meu rosto queimando enquanto eu corava muito e Jacob sorriu acariciando meu rosto e se virando até ficarmos um de frente para o outro, muito próximos. Meu coração estava cada vez mais acelerado.

-Sei que faz só uma semana que nos conhecemos, mas desde que coloquei meus olhos em você não consigo te tirar da minha cabeça. – enquanto ele ia falando eu achei que fosse desmaiar, sua mão ainda acariciava meu rosto.

-Também me sinto assim. – confessei.

-E desde então não consigo parar de pensar o quão bom deve ser beijar você. – sua voz pareceu ter ficado ainda mais rouca, ele parecia ainda mais lindo agora e achei mesmo que meu coração fosse explodir do meu peito.

Não soube o que falar, então só sorri e me aproximei mais dele lhe dando permissão. Jacob entendeu e aproximou o rosto do meu lentamente. Seu nariz roçou no meu e meus olhos se fecharam instantaneamente. Sua mão que estava em meu rosto foi para minha nuca, ainda me acariciando, e a outra envolveu meu corpo me puxando mais pra ele.

Obriguei meus braços a se erguerem e envolverem seu pescoço, também o acariciando.

Seus lábios finalmente roçaram nos meus e foi como se eu estivesse voando. Me entreguei ao beijo, nossos lábios tinham um encaixe perfeito e quando nossas línguas se encontraram achei que não fosse resistir a emoções tão fortes e maravilhosas. Me agarrei mais ao Jacob enquanto o beijo se aprofundava. Era meu primeiro beijo e estava sendo tão perfeito.

Só nos separamos quando estávamos bem ofegantes, Jacob me deu mais um demorado selinho antes de se afastar e quando abri os olhos encontrei seu olhar fixo em mim. Dessa vez não corei, não tive vergonha porque aquilo foi a coisa mais incrível que já me aconteceu, e era tão certo, foi como se eu tivesse esperando por ele, e por esse beijo a minha vida toda.

-Acho que estou meio tonto. – seu sorriso estava tão largo, assim como o meu.

-Eu também... – ri. -Foi mágico.

Passei os dedos delicadamente em meus lábios ainda sentia o gosto dele.

-Você é mágica. – ele sorriu me dando mais um beijo.

-Foi meu primeiro. – confessei num impulso enquanto pegava em sua mão entrelaçando nossos dedos e olhando para o contraste de nossas peles.

-Seu primeiro beijo? Mesmo? – pude ver a surpresa em seu rosto e assenti mordendo os lábios nervosamente.

-Nossa, isso é incrível e confesso que fico bem feliz em saber que fui o primeiro. – ele me puxou para mais perto me envolvendo em seus braços.

Me senti tão bem, tão aconchegada e protegida. Parecia um sonho do qual eu nunca mais queria acordar.

-Nunca conheci um cara como você, Jake. Não sei o que é, mas desde que te vi foi meio instantâneo.

-Eu sei, comigo também foi assim. E é muito bom finalmente te ter aqui nos meus braços. – ele me apertou mais em seu abraço me fazendo sorrir.

-Promete que me trará muitas vezes aqui? – pedi me afastando um pouco para poder olhar em seus olhos.

-É claro que sim, esse aqui é nosso lugar agora. – ele riu e nos beijamos novamente.

Ficamos muito e muito tempo nos beijando. Mas também conversamos muito. Foi maravilhoso. Andei descalça nas gramas dali, molhei meus pés na água da cachoeira e fiquei muito tempo nos braços do Jacob.

Nem vimos a hora passar, mas tínhamos um bom caminho de volta ainda então chegou a hora de irmos embora.

-Eu devia ter trazido algo para comermos né? – ele fez uma careta enquanto me puxava da pedra onde eu estava para irmos embora.

-Foi perfeito assim e nem estou com fome. – ri.

-É, mas confesso que eu estou. – ele fez um muxoxo e gargalhei.

Mas quando estávamos começando a caminhar, ouvimos um barulho alto, era como um farfalhar de folhas. Na mesma hora me lembrei do barulho que ouvi no quintal da minha casa, era tão parecido.

-O que foi isso? – sussurrei.

Jacob estava olhando em volta, seu braço que estava ao redor da minha cintura me apertou com mais força me colando mais a ele, e vi que ele pareceu ter ficado mais tenso. Mas quando seus olhos se encontraram com os meus ele sorria.

-Deve ter sido algum bichinho, vamos lá.

Assenti resolvendo não pensar muito nisso e caminhamos de volta até onde o carro estava.

Durante o caminho de volta Jacob segurava uma de minhas mãos o tempo todo. Não sei se estávamos namorando, mas também não queria ser chata e perguntar algo assim, o importante é que estava sendo tudo perfeito.

Mas quando paramos em frente a minha casa senti uma pontada de tristeza por ter que me separar dele.

Jacob pegou uma caneta do porta luvas e um pedaço de papel e anotou algo me entregando logo em seguida.

-É o número do meu telefone, de casa e celular. Também quero os seus.

Assenti e anotei meus números rapidamente lhe entregando.

-Te ligo mais tarde, pode ser? E combinamos algo para amanhã. – ele sussurrou se aproximando de mim e acariciando meu rosto.

-Claro, vou adorar. – suspirei já sentindo seus lábios nos meus.

Nos beijamos com intensidade, senti sua língua traçando o contorno dos meus lábios até se encontrar com a minha e um arrepio prazeroso me percorreu.

Agarrei em seus cabelos colando mais nossos corpos e foi maravilhoso.

Quando nos afastamos eu ofegava.

-Vou até a porta com você. – ele sorriu e só consegui assentir.

Descemos do carro, já estava bem de tardinha agora, o sol já tinha ido embora.

-Quer entrar? – perguntei quando paramos na varanda da minha casa, meus pais ainda não tinham chegado afinal o carro não estava ali, e a idéia de ter mais um tempo sozinha com o Jacob era bem tentadora.

-Eu ia adorar, minha linda, mas tenho que ir, preciso devolver o carro a minha mãe e ajudá-la com umas coisas lá em casa ainda. Mas você vai ficar bem aqui sozinha?

-Vou sim, não se preocupe, e meus pais já devem estar chegando. – cheguei mais perto dele e o abracei.

Queria muito que ele ficasse, mas o entendia e não ia ficar insistindo, o que tivemos hoje já foi o máximo.

-Qualquer coisa me liga e venho correndo. – ele segurou meu rosto, me olhando bem nos olhos.

-Pode deixar. E obrigada por tudo Jake...

-Não agradeça Nessie. – ele me interrompeu. -Foi o melhor dia da minha vida.

Não resisti e o puxei para mais um beijo, mas ele teve que ir logo então depois de mais um abraço apertado e um beijo longo, ele se foi.

Fiquei ainda um tempo ali na porta vendo-o se afastar, mas quando entrei em casa e fechei a porta não resisti e soltei um gritinho de felicidade... E então corri para ligar para a Claire e contar tudo.

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Já tinha anoitecido e eu estava jogada na minha cama. Depois de ligar para a Claire e ficar muito tempo no telefone com ela, que quase me deixou surda de tanto que gritou, eu tomei um banho, comi algo e então fiquei aqui jogada na cama relembrando cada detalhe de tudo que tinha acontecido.

Mas então ouvi a porta de casa batendo e Bella me gritando. Meus pais chegaram.

Me levantei sorrindo, mas senti um estranho desconforto nas costas.

Não chegava a ser uma dor, só um leve desconforto, mas me incomodou. Fui até o espelho e tirei minha camiseta tentando enxergar se tinha algo ali. Passei a mão por onde consegui, mas não senti nada de diferente.

-Nessie, chegamos... – mamãe abriu a porta e me olhou surpresa ao me flagrar naquela posição.

-Oi mãe, eu ouvi, já estava descendo.

-O que foi? – ela se aproximou.

-Nada, senti um incômodo nas costas.

-Me deixa ver. – ela me virou antes mesmo de eu terminar de falar.

-Está um pouco vermelho bem aqui no meio, deve ter sido algum bichinho que te mordeu, vou procurar com seu pai alguma pomada e...

-Não precisa mãe, sabe como o papai é, já vai querer me examinar, estou bem, não é nada demais. – ri vestindo a camisa, era só um leve incômodo mesmo, quase nem sentia mais. Foi mais forte quando me levantei.

-Tudo bem então, mas vamos descer. E como foi seu dia? – ela perguntou já me puxando para fora do meu quarto.

-Foi perfeito. – não consegui evitar um largo sorriso e ela arregalou os olhos rindo como uma menina, as vezes ela parecia mais uma amiga do que mãe.

-E isso tem algo a ver com o Jacob? – ela sorriu.

-Tudo a ver. – corei e ela me abraçou.

-Ah querida, quero saber de tudo.

-Ok, mas não na frente do papai, aí já é constrangedor demais. – revirei os olhos e ela gargalhou concordando.

Quando chegamos à sala e meu pai me abraçou eu já tinha me esquecido daquele incômodo nas costas... Mas eu mal sabia que era só o começo.