Amor Sob Suspeita escrita por Nath Mascarenhas


Capítulo 20
Capítulo 19 - A audiência.


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap... Quero agradecer a Bad Girl pela recomendação e tds que deixaram review.



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EDWARD’S POV (ON)

Os dias foram se passando muito rápido, e a cada dia estava mais difícil eu e Bella fingirmos que somos apenas “amigos” não somente para as pessoas ao nosso arredor, mas para nós mesmos...

Hoje era um dia tenso. Finalmente meu julgamento sobre meu exilio de Nova York iria acontecer, hoje eu iria ver Tânia. Deus, eu estava tremendo! Não por vê-la, claro. Mas por todo passado obscuro que ela representa na minha vida.

Bella me disse logo que iria comigo e que assistiria o julgamento inteiro e que torceria por mim. Ela tem sido uma parceira e tanto e eu cada vez estou mais convicto de que encontrei a mulher da minha vida.

Por mais que aquelas regras estúpidas existissem era difícil nós dois não darmos bandeira dos nossos sentimentos e seguir as tais regras na linha. Principalmente para Bella, pois toda hora ela se pegava procurando minha mão enquanto estávamos andando lado a lado, fica me ligando sem parar com um pretexto de que precisava falar comigo, mas sobre o quê, ninguém sabia. Já a peguei ela me chamando por apelidos carinhos umas duzentas vezes, mas é ruim ela admitir...

–Amor, pega aqueles brincos pra mim. – Pediu apontando para o par de brincos ao lado da cama. Quando eu a entreguei, ela notou meu sorriso e foi logo perguntando: - O que foi?

–Você me chamou de amor... –Contei-lhe e ela enrubesceu, abaixando a cabeça.

–Ah... Eu chamo todo mundo de amor, não se ache tão especial assim na minha vida. – Tinha um tom desespero na voz dela, como se ela estivesse tentando me fazer acreditar disso à ferro e fogo.

–Aham... – Eu disse irônico, eu não acreditava nessa história esfarrapada. – Você é a Bella, não chama de amor nem sua sombra.

–Argh, não enche meu saco, Edward!

Ela saiu batendo a porta e eu ri. Um dia ela vai conseguir admitir que ela sente algo muito mais por mim do que ela se permite dizer. Enquanto isso... Julgamento.

Fomos eu, Charlie e Bella na viatura da polícia até Seattle, onde aconteceria mais uma audiência. Eu estava nervoso, mas Bella parecia estar três vezes mais e por mais que tentasse esconder olhando para o lado, sua mão buscava a minha involuntariamente.

Eu puxei levemente sua mão e ela me olhou, seus olhos castanhos estavam nebulosos, pareciam bastante temerosos. Eu a puxei para os meus braços e a abracei, pouco se importando com o que Charlie acharia.

Ouvi seu respirar fundo e senti que ela segurava minha camisa entre os dedos, como se tentasse memorizar minha essência. Fiquei confuso. Por que ela estava assim agora?

Ainda bem que logo Charlie encostou o carro e subiu primeiro até o tribunal, deixando eu e Bella a sós. Assim que ele estava fora de vista eu a abracei mais forte e lhe perguntei:

–Qual é o problema, por que está com medo?

–Eu não estou com medo, impressão sua. – Murmurou em meu peito.

Eu puxei seu queixo para que me olhasse, seus olhos pareciam que iria transbordar a qualquer instante, ela estava instável. Não consegui resistir e a beijei, lhe confortando. Foi apenas um encostar de lábios, mas houve um significado imenso, pois toda muralha que Bella havia construído desabou naquele momento ali.

–Edward, eu estou apavorada. – Secretou-me num sussurro.

–Por quê?

–E se você for absolvido? –Perguntou histérica. – Eu não sei se torço contra ou a favor.

– A favor, por favor. – Pedi com um sorriso brincalhão sendo retribuído apenas com um esboço de sorriso.

–Aí você vai embora. – Disse-me e desviou o olhar para qualquer lugar, menos pra mim. – E eu fico sozinha, aqui. – Abraçou-se como se estivesse com frio e ficou de costas pra mim, achando que mostrar seus sentimentos era algo vergonhoso.

–Oh, meu anjo... –Ela se virou com aquele ar repreendedor e eu aproveitei para abraça-la, encostando-se ao carro. –Mesmo que eu seja absolvido... – Parei para tentar formular uma explicação. –Eu estou lutando apenas pelo direito de ir e vir sem nenhum problema, isso não quer dizer que eu vou para lá de mala e cuia assim que o juiz bater o martelo. – Pus uma mecha do seu cabelo atrás da sua orelha. - Eu tenho coisas muito importantes minhas aqui para simplesmente deixa-las à toa.

–Tem? –Perguntou num sussurro.

–Sim! Meu emprego no CASA... – Ela deixou escapar um “ah”. – E você.

–Eu? –Perguntou surpresa.

Eu ri.

–Logico, sua bobinha. – Falei e ela abriu a boca para rebater, mas não conseguiu, pois eu a beijei.

Nosso beijo foi quente. Como se estivéssemos aproveitando um último beijo, mas sempre era assim. Todas as incertezas, todos os medos eram esquecidos nesse beijo avassalador. Eu a imprensei mais no carro, ela me abraçou pela cintura aprofundando mais nosso beijo.

Nós ficamos nos beijando por um longo momento, mas pouco nos importamos. Eu a amava e não ligava que Deus e o mundo visse isso. Eu a queria tanto...

Alguém limpou a garganta irritantemente.

Separamo-nos lentamente e olhamos para o lado e lá estava uma plateia daquelas. Bella balançou a cabeça, constrangida e escondeu seu rosto em meu peito, enquanto eu reconhecia todos. Minha família estava em peso ali.

–Emmett! – Saudei e ele se aproximou. – Bella esse é meu irmão, Emmett.

–Prazer. – Falou com a voz abafada.

–Edward, deixa a garota respirar! – Brincou e eu me afastei dela, mas ela ficou sem graça demais, então eu a abracei mantendo seu esconderijo, mesmo que depois eu tivesse que ouvir um sermão daqueles. –Prazer, linda.

Meu pai estava um pouco mais distante, junto com minha mãe. Eles sorriam e acenavam para nós, Bella balançou a mão e eu tenho certeza de que se um buraco se abrisse agora ela seria a primeira a entrar nele.

–Cadê a Rosalie? –Perguntei para tentar levar a atenção de todos para outro lugar que não fosse minha namorada, quer dizer, amante, Argh! MINHA AMIGA, isso! Consegui!

Como se eu conjurasse a peste, minha prima de 2º grau aparece com aquele ar de quem não está gostando de nada e abraçou seu namorado que, diga-se de passagem, é meu querido irmão.

Rosalie e Emmett namoram desde crianças e acho que é essa a desculpa dele aguentá-la. Pois ela é uma loira que se acha a última bolacha do pacote com suas roupas de marca e com aquele corpo digno de calendário de borracharia.

Não tô dizendo que não a acho super gata, muito pelo contrário. Mas o que ela tem de bonita, ela tem de convencida e eu não suporto garotas assim. Ela e Tânia são unha e carne e eu acho que agora, Rosalie deve estar querendo que eu me ferre bonito.

–Oi, Edward. Vejo que arranjou outra... Bichinha de estimação. – Franziu o nariz medindo Bella dos pés a cabeça.

–Rosalie... – Falei a alertando do terreno perigoso que ela estava ousando a pisar.

–QUEM VOCÊ ESTÁ CHAMANDO DE BICHINHA DE ESTIMAÇÃO?! –Bella gritou raivosa, largando-me e indo em direção a Rosalie de forma completamente ameaçante.

–Eu, por que vai fazer o quê? –Provocou ainda mais.

–Garotas... – Emmett começou, mas elas sequer o ouviram.

–Emmett, segura sua namorada! – Pedi quando as duas começaram a se engalfinhar.

–Segura a sua, cacete! – Falou tentando pegar Rosalie pela cintura, mas as duas se batiam e se arranhavam feito duas felinas. – Aí, Bella me bateu!

Eu até que tentei apartar mais elas eram muito loucas, cara. Somente quando Charlie apareceu que a briga delas cessou, mas também por que ele pôs o distintivo na jogada. Quando elas se separaram, Bella estava intacta, já Rosalie...

–Meu aplique! – Reclamou e Bella riu, entregando-o o cabelo em sua mão para ela.

–Que beleza natural, hein? –Gargalhou.

Ela veio na minha direção com um sorriso vitorioso no rosto, mas seu sorriso esmoreceu de repente, quando seu olhar foi cravado na entrada do tribunal. Virei-me e paralisei.

–Essa é a Tânia? –Bella perguntou como se estivesse surpresa e com falta de ar ao mesmo tempo.

BELLA’S POV (ON)

Edward simplesmente empacou lá, olhando para... Ela. Aquela garota parecia ter sido tirada de algum filme pornô ou sei lá, ela era perfeita demais! Seus cabelos meio ruivos meio loiros eram longos e levemente cacheados. Suas roupas completamente magnificas, com certeza devem ter sido feitas sob medida. Eu... Eu... Eu me senti um lixo.

Olhei para o lado vi que Edward ainda estava petrificado olhando para aquela beldade e eu me senti pior ainda, se é que isso era possível. Eu sabia que ia ser doloroso presenciar essa cena, mas não sabia que a dor ia ser tamanha.

–Edward... – Chamei-lhe num murmúrio, eu mal encontrava minha voz e estava prestes a cair no choro.

Ele me olhou e sua feição se fechou, seu maxilar se trincou e eu fiquei com medo, sua expressão se tornou furiosa. Eu engoli em seco, será que ele estava irritado por eu ter pedido sua atenção?

Eu estava prestes a me afastar, já estava até de costas, quando ele me puxou para o seu encontro de uma maneira violenta, ele me apertava demais em seu corpo. Sua boca que estava em meu ouvido, pediu:

–Por favor, Bella, por tudo que é mais sagrado, não me deixe sozinho agora. –Sua voz era atormentada. – Eu preciso de você. Eu preciso de você agora mais que nunca, Bella. – E ele entrelaçou nossos dedos e vi que seus olhos estavam sofridos, ele estava me implorando. – Eu não suportaria perder você nesse momento.

Eu assenti, mesmo sendo uma atitude masoquista, eu o ajudaria. Ele claramente estava abalado por ver sua paixão ali na sua frente e precisava de apoio nesse momento. Mesmo que isso me matasse aos poucos, eu o ajudaria.

Ele esboçou um sorriso e entrou juntamente com ela no tribunal.

(...)

Meus nervos estavam à flor da pele e eu torcia um papel qualquer. O júri estava demorando a chegar num consenso e eu já estava prestes a parir um filho pela boca. Meu estômago estava embrulhado e eu estava me sentindo mal, mas eu me mantinha firme para que quando Edward me olhasse, visse que eu estava ali, lhe apoiando.

Eu me sentei ao lado da família de Edward, a mãe dele, Esme, estava ao meu lado e até que tentava me acalmar, sem sucesso. Nem toda palavra de consolo me fazia ficar calma, aliás, me fazia ficar pior.

Foi ouvido Edward, Tânia, Charlie e até Sr. Cliff. Tânia foi a única que despejou uma serie de acusações e ofensas a Edward, percebi que ele ficou mal com isso, mas ficou na dele. Finalmente o juiz tem sua decisão:

–Eu, Antony Richards juiz da sexta vara, depois de ouvir ambas as partes e testemunhas, juntamente com o júri... Digo minha sentença ao réu primário: Edward Antony Cullen, sobre a restrição a passar pela fronteira do estado de Nova York, anulada.

E pronto. Foi uma salva de palmas bastante animada da nossa parte e Edward suspirou aliviado, já aquela mulher esperneou, reclamou, mas o juiz bateu o martelo e se retirou, dando as costas a ela e pouco ligando para o faniquito dela.

Eu me aproximei de Edward e ela estava à frente de Tânia, os dois conversavam baixo, somente entendi o teor da conversa quando me prostrei ao lado dele. Ele pedia desculpas a ela e pedia que o passado fosse deixado para trás.

–Nós seguimos com nossa vida, Tânia. Não espero que esqueça o que aconteceu, mas não fique remoendo algo que já está remediado. Em troca, prometo que jamais irei te procurar novamente.

–Hum... Já me superou, Edward? – Falou com um tom de sarcasmo, olhando pra mim.

–Sim. – disse sem pestanejar. – E eu realmente espero que você supere o que aconteceu, por falar nisso, cadê o Laurent, como ele está?

-Ele está bem. – Disse secamente. – Então, essa é sua namoradinha? –Precisava me humilhar?!

–Não, sou só apenas sua amiga...

–Com benefícios. – Edward completou e eu arregalei os olhos.

–Hum... Tô nem aí. – Tânia deu de ombros, mas me fuzilou com os olhos, Edward deu de ombros e quando nós demos as costas, ela completou: – Que faça bom proveito, queridinha. – Tirou sarro dele.

Eu dei meia-volta e acho que o ouvi murmurar um “Estava indo tudo tão bem...”. Eu a olhei, incrédula. Sério, ela podia me humilhar, tudo bem. Mas o Edward...? Ela perdeu o amor à vida.

–Olha aqui, sua... Criatura. – Falei sem achar um adjetivo que pudesse ser usado num tribunal sem causar-me problemas. – Você é muito burra! Você tinha um homem maravilhoso na mão e fez o quê? O traiu com o melhor amigo dele. E sério? Tenho certeza que esse tal cara não chega a ser nem metade do que Edward é, em todos os sentidos falando. Se é que me entende, né? –Pisquei e dei as costas.

Ela ficou lá, com a maior cara de tacho. Até Edward estava surpreso com minha atitude. Eu dei de ombros.

–Desculpa por ter falado da nossa intimidade para ela, mas isso estava entalado na minha garganta. –Pedi o abraçando.

Ele riu.

– E agora, se sente melhor? –Perguntou-me risonho.

–Muito. - Garanti-lhe.



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Notas finais do capítulo

Reviews?! Gente, please! O que é que custa deixar unzinho no final do capitulo?