-Oh Meu Santo Deus! – Edward arfou, finalmente me largando e rolando para o lado. – O que foi tudo isso?

Eu não consegui responder. Estava tão confusa e com tanto ódio que não consegui proferir uma palavra sequer, mas por dentro, meu peito estava gritando!

-Sim, você quer ou não ser minha namorada? –Perguntou com a cabeça pendida no braço e sua mão e olhos estavam sobre mim, amáveis.

-Não. – Disse dura e senti que ele enrijeceu e até parou de fazer a carícia em mim.

Virei-me para o outro lado e com grande esforço me levantei, tentando catar minhas roupas que estavam no mais variados lugares... Como minha blusa foi parar tão longe? Cobri os olhos por causa do anormal sol e fui busca-la, porém fui impedida por uma forte mão que me segurou firmemente.

-Como é que é? – Tentei ao máximo ignorar ao fato de que quando ele me puxou pra si eu me choquei num corpo completamente nu. – Você já não tinha aceitado ser minha?

-Sim, por uma noite. – Admiti completamente enojada de mim mesma. – Agora já amanheceu, Edward, agora acabou.

Virei-me vagarosamente, tentando ao máximo não arrancar aquela mão do meu braço à força, ainda bem que não precisei, pois ele próprio fez questão de me largar chocado.

-Então tudo que aconteceu foi apenas por uma noite, Bella?  - Ele parecia completamente incrédulo. “Pelo menos acertou meu nome agora!”  Gritei mentalmente. - Não sabia que era uma proposta com validade... – Comentou pensativo.

-E não foi, Edward? –Perguntei cuspindo as palavras, pois elas não queriam sair de tanta raiva que eu sentia dele agora e até me sentia enojada pelo o quê aceitei.

-Pra mim, definitivamente não. Não posso dizer nada por você. – Disse sério.

-Você ao menos tem certeza com quem você passou à noite? –Perguntei me segurando para não tacar uma tapa naquele rosto esculpido por anjos.

 -Sim! É claro que eu sei que dormi com você, Tânia. – Bufou.

-Argh! –Esbravejei para conter todas as fibras do meu ser que lutavam dentro de mim para se decidirem que parte do corpo dele seria arrancada agora. – Você é um demente!

Uma lágrima de raiva desceu pelo meu rosto, terrível mania que tenho. Toda vez que eu estou com muita raiva de uma situação ou de uma pessoa, como é esse o caso, eu chorava por não conseguir quebrar a pessoa em questão em vários pedacinhos minúsculos.

-O que foi? – Perguntou quando dei meia volta. – Eu não me dê as costas como resposta! – Reclamou irritado.

-Qual é o meu nome, Edward? –Perguntei me segurando para não estapeá-lo até à morte.

-Tânia, Tânia Denali. –Respondeu sem entender nada.

-Tem certeza? –Perguntei cética, com as mãos bem cruzadas no meu peito. – Certeza absoluta?

-Claro, que ideia. – Revirou os olhos.

-Meu nome é Bella, Edward! – Gritei, perdendo o resto da minha paciência e orgulho de uma vez só. – Isabella Marie Swan.

-E o que eu disse?

-Você disse Tânia! – Acusei enraivecida – Você me chamou de sua EX, seu filho da mãe!

-Bella... Deus...! – Sua boca se formou um perfeito “O”. Ele deu um passo pra frente e eu corri pegando minha blusa e a vestindo, porém não pude deixar de voltar pra ele, que covarde!

-Deus não tem nada haver com isso! – Afirmei dando um soco no seu peito, porém não tão forte quanto eu pretendia.

Eu o bati várias vezes até eu perder o equilíbrio e cair bem em seus braços. Ele me abraçou inteiramente, enquanto eu tentava me desvencilhar, bater mais nele e manter minhas lágrimas dentro dos olhos, tudo isso ao mesmo tempo.

-Bella, não tive a intenção... Eu juro. –Garantiu me segurando forte contra seu peito.  – Eu sempre tive a plena consciência que era você, Bella.  O tempo todo.

-Que mentira! Você gemeu o nome dela, E-Edward! – Acusei não segurando mais o choro. – Quando teve um orgasmo foi o nome daquela vagabunda que saiu da sua boca!

-Bella, se acalme. – Pediu angustiado.

-Me acalmar?! – Gritei histérica. – E se eu gritasse Jake enquanto estávamos transando, o que você faria?! Você sorriria, ou melhor, ficaria calmo?!

 Ele ficou mudo e eu bati mais nele. Eu queria ouvir uma explicação, queria ouvir pelo menos uma desculpa esfarrapada pelo indesculpável não um terrível e mortal completo silêncio.

Ficamos um bom tempo nesse abraço esquisito até que seus braços escorregaram pelos os meus, libertando-me. Seus olhos estavam atormentados, mas não tive pena quando girei nos calcanhares e comecei a andar de volta a trilha.

Demorou um tempo para ele começar a me seguir, pois teve que se vestir, mas ele realmente só me alcançou quando estávamos já fora da floresta ou talvez ele estivesse apenas me dando espaço, o mais provável.

Entrei no carro batendo a porta com violência, eu juro que se não estivéssemos há quilômetros longe de casa eu teria ido a pé, também tem o fato de que eu já estava cansada da longa caminhada pela trilha e tinha dormido praticamente no chão e não, a grama não é tão confortável como parece ou ajudou muito, somente deixou meu cabelo com cheiro de planta.

Ele entrou hesitante, como se não tivesse certeza se era seguro entrar no carro comigo dentro... Pra falar a verdade, até eu estava duvidando depois de tudo. Mas no final das contas, entrou cauteloso evitando olhar pra mim, não que eu estivesse olhando pra ele de qualquer modo.

Ele abriu umas mil vezes a boca pra falar, durante o caminho, alguma coisa o impedia e eu agradecia mentalmente a Deus por isso.  Eu respirei aliviada quando vi aquela viatura bizarra do Charlie estacionada milimetricamente perfeita na nossa garagem.

-Nenhuma palavra sobre o que aconteceu, entendeu? – Eu perguntei em tom ameaçante pra ele que assentiu sem reclamar, porém antes que nós saímos do carro, segurei-o pela a manga do casaco. –Se ainda estiver com alguma remota duvida sobre minha decisão, minha resposta é definitivamente não. –Garanti-lhe batendo a porta do carro com tanta força que até tremeu.

Edward assentiu cabisbaixo.

-Percebi.