Amor Sob Suspeita escrita por Nath Mascarenhas


Capítulo 14
Capítulo 13 - A mais pura verdade.


Notas iniciais do capítulo

Gente, sei que teve pessoas que não gostaram do que aconteceu no cap passado, mas eu tive q fazê-lo chocante para que Edward falasse logo a verdade sobre seu passado para Bella.
Bom, para quem gostou do ultimo aqui está e para quem não gostou também.



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POV EDWARD (ON)

Entendo Bella... Se ela realmente não quiser mais olhar na minha cara depois da que eu fiz entenderei. Como pude fazer isso?!

Culpa.

Será que é essa bendita culpa que vem me infernizando desde que conheci Bella? Bom, eu sei que Tânia não me quer ver nem pintado de ouro pelo que fiz com ela e que essa culpa me persegue nos momentos mais inconvenientes... Como, por exemplo, ontem à noite.  Mas Deus, como pude pensar nela enquanto estava com outra?

 Estava nessa questão há quase uma hora. Deitado na minha cama, nada me vinha à cabeça. Eu tentei pensar milhares de soluções para minha situação, mas nada faria mudar o acontecido. Tânia me odeia e por mais que eu quis evitar, Bella também.

Vi que Bella entrou no quarto, mas não se mexeu. Contive minha vontade de falar com ela, pois sei que pioraria as coisas ainda mais. Eu jamais mereci Bella, não sei por que inventei de provar do contrário.

-Edward? – Ela me chamou, hesitante.

-Oi. – Respondi amargo, estava me matando por dentro e sua voz estava piorando as coisas.

-Podemos conversar?

Eu prendi a respiração. Não estava acreditando, ela queria conversar! Comigo, depois de tudo. Oh, se eu pudesse me redimir senhor... Mas será que ela irá ouvir o que tenho pra falar, ou melhor, acreditará em mim?

Levantei-me e a encontrei sentada na cama dela, ela bateu no espaço ao seu lado e percebi que ela evitava me olhar. Sentei angustiado, percebi o enorme esforço que ela fazia em falar comigo, eu também teria se fosse ela.

-Bella, me... – Comecei, mas fui interrompido por seu indicador em meus lábios.

-Eu falo e você escuta. –falou amarga, como se forçasse as palavras a saírem.

-Tudo bem. – Sussurrei.

-Edward, eu sei que fui uma tola em pensar que você estava perdidamente apaixonado por mim com apenas uma semana...

-Bella... – Suspirei a interrompendo.

-Se você não me deixar terminar, eu paro e nunca mais falo uma palavra com você novamente. – Advertiu severa. – Continuando, depois daquele jantar esplendoroso que você fez pra mim, eu pensei que você  realmente gostava de mim. -Fiz menção de falar, mas ela me ameaçou com o olhar. – Mas depois pensando bem, percebi que eu também tive uma parcela de culpa nisso tudo. Primeiro, eu que aceitei suas provocações mesmo sabendo que você não valia o chão que pisa. Segundo, eu sempre soube que você tinha um passado terrível e que por isso estava aqui, você não veio passar as férias, mas sim pagar pelo que fez. Terceiro, você me avisou. Avisou-me bem veemente que não era para me apaixonar por você... – Ela fez uma pausa para fungar. – Eu pensei... Que era por que você era um condenado, um homem que já tinha passado pela policia... Jamais cogitei a possibilidade de que você estivesse apaixonado por outra pessoa. Acho que até passou pela minha cabeça essa possibilidade, mas nunca pensei que você fosse me usar como válvula de escape.

-E não estou. – Garanti sério. – Bella, eu te escutei agora é minha vez. Eu já tive um relacionamento com Tânia e jamais neguei isso à você. –Constatei. –Porém nosso namoro terminou tragicamente... Por minha causa. –Confessei derrotado.

 -Ela está morta?! – Bella perguntou assustada dando um pulo para longe de mim.

-Não, mas quase esteve. –Expliquei tentando lembrar-me com perfeição daquele dia fatídico. –  Um ano atrás...

“Exatamente no dia vinte e três de agosto, era o aniversário de Tânia e eu havia passado o dia inteiro arrumado a droga de festa surpresa pra ela e até estava planejando pedir a mão dela. Porém me lembro bem de precisar ir buscar o bolo dela, pois ninguém poderia ir e até Nova Jersey além de mim. Eu saí então da casa dela e fui, só que eu peguei um transito infernal! Era um dia bem chuvoso em NY,  as ruas estavam até muito movimentas e o congestionamento de carros era enorme. Então, liguei para Laurent, meu amigo há anos, e pedi para ele ficar enrolando ela enquanto eu não chegava. Só que eu fiquei preso no engarrafamento quase duas horas e quando cheguei finalmente em casa, encontrei uma visão que jamais esquecerei.

Tânia estava do lado de fora de casa juntamente com Laurent, se beijando fervorosamente. Primeiramente, pensei que era a chuva que estava embaçando tudo  e me causando uma terrível distorção de imagem ou que estava tão nervoso que comecei a ter alucinações. Jamais Tânia me trairia e principalmente com meu melhor amigo.

Eu liguei o para-brisa e fiquei tentando visualizar melhor ou até perceber que era somente coisa da minha cabeça, mas não. Eles realmente estavam se agarrando bem na minha frente, porém nem perceberam que eu estava ali, dentro do carro vendo toda aquela cena. Eu fiquei possesso, minha raiva foi tomando conta de mim e eu comecei a enxergar tudo vermelho. Quando dei por mim, eu já estava lançando meu carro na toda em cima deles.

Laurent conseguiu se safar, mas Tânia não. Ela ficou imprensada entre o carro e a porta de vidro e logo ficou inconsciente. Eu pensei que ela estava morta, pois estava pálida e tinha perdido muito sangue. Eu estava muito transtornado e minhas mãos tremiam, mas ainda consegui ligar parar emergência.

Logo a polícia chegou e me prendeu, por tentativa de homicídio. Tânia foi para o hospital e eu para cadeia. Eu a amava muito, admito. E eu me arrependi do que fiz imediatamente e assumi inteiramente a culpa. Então, fui sentenciado culpado e passaria três anos preso e por um mês inteiro Tânia ficou em coma. Se ela morresse, eu seria condenado por homicídio qualificado quando há intenção de matar e provavelmente mofaria na cadeia.

Mas graças aos céus, Tânia acordou, porém, com graves lesões pelo corpo que com certeza deixaria sequelas. Fiquei desesperado quando soube que provavelmente ela iria ficar paraplégica e quase me matei naquele dia.

Sabendo do meu estado, assim que foi liberada do hospital foi me visitar, um mês depois. De cadeira de rodas, Tânia me culpou pela sua situação e me pediu para não tentar suicídio outra vez, pois era muito pouco perto do que eu merecia.

Depois daquele dia eu comecei a rezar todos os dias pela sua recuperação e realmente me conformei com minha sentença. Acho que Deus me ouviu, pois uns três meses depois, tive a notícia que Tânia havia sentido as pernas novamente.

O meu advogado mexeu uns pauzinhos para que eu tivesse outro julgamento, alegando que hoje a situação se abrandara. Eu dei meu depoimento dizendo a verdade e que me arrependia amargamente pelo meu ato. E o mesmo juiz que havia me sentenciado sem dó nem piedade, acreditou que eu era um homem traído e que esse crime foi passional, pois eu realmente não tive a intenção de mata-la, mas que tinha que haver uma punição, só que mais leve que a minha anterior. Ele diminuiu minha pena para mais dois meses de solitária e mais um ano de pena alternativa, como servente da comunidade.

Só que Tânia detestando a ideia de me ter nem que seja na mesma cidade que ela, entrou na justiça e ganhou uma medida de restrição contra mim. Ou seja, estou praticamente exilado, pois, sequer posso entrar em Nova York sem ser preso.”

Assim que terminei de falar tudo, Bella me encarava pasma. Eu tentei me aproximar, mas ela recuou por reflexo. Aquele silêncio pela parte dela estava me deixando maluco, mas esperei até ela falar, mas como ela não dizia uma palavra, eu confessei:

- Peço mil perdões se eu troquei seu nome com o dela, mas é que até hoje me sinto culpado por ela estar presa numa cadeira de rodas por minha causa, mas não sinto mais nada além de remorso Bella, eu juro.

-Tenho que pensar. – Disse pensativa e saiu do quarto batendo a porta.


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Notas finais do capítulo

Mereço algum review, uma recomendação quem sabe?