O sol raiava em Magnólia, era cedo quando Ever se levantava com a vista embaçada. Olhava para os lados e via que tinha dormido na casa de Lucy que parecia não ter se importado ou apenas nem notado. A morena caminhava pela casa, e via corpos estirados ao meio da sala.

Juvia como deveria estava deitada sobre o corpo quase nu do mago de gelo, o sorriso da Pinga Pinga era tão grande que a morena deixou um sorriso de canto de boca sair. Olhou para o lado, e viu Levy com vários travesseiros ao seu redor e Gajeel repousado não muito próximo. Talvez o garoto para maior acomodação da garota, lhe deu todos os travesseiros de Lucy.

Evergreen ainda caminhava tentando ir de encontro à cozinha. Atravessou a sala, e logo estava dentro de seu objetivo. Olhou para frente e viu Lucy, ainda vestida de coelhinha estirada no chão, e Loki ao seu lado olhando-a. Ao perceber a presença de Ever, ele se virou para ela e ficou a encarando. Os dois não disseram absolutamente nada um para o outro.

Ela despreocupada alcançou a geladeira e retirou uma jarra d’água, mas por dentro estava querendo trocar algumas palavras com o espírito, que não rogou.

- Ever! – Ele a chamou num tom baixo. – Elfman ontem me contou tudo. – A morena se espantou, apertou a jarra com um pouco de força e pela sua cabeça só passou uma coisa.

- Assim, logo todos irão saber... – Ela não se zangou com o moreno, até porque ela também tinha contado tudo para Juvia, mesmo que não tendo sido tudo. Esses eram os pensamentos na cabeça da morena que encarou Loki e o perguntou.

- Tudo?

- Sim. Sobre a armação de vocês. – Ele não a encarava, apenas ajeitou os óculos e pegou Lucy em seus braços, e começou a caminhar a saída da cozinha. – Mas não se preocupe, ele não me contou quem é o seu amado. Apenas a dele e me pediu ajuda dizendo que você não estava sendo útil.

Agora sim a morena estava irritada. Mas não demostrou, apenas virou a jarra derramando um pouco de água dentro de um copo e levando aos seus lábios. Com a vista agora melhor, apenas via o garoto caminhar com a loira sobre os braços. Após um tempo da saída de Loki, um chamado com o nome Ever foi ouvido, e a voz era de Loki.

- O que esse maldito quer? – Ela se levantou praguejando um pouco e se direcionou até a direção do grito. Passou pela sala e quando viu, Loki segurava uma possível gargalhada.

- O que foi? – Ele apontou para dentro do quarto fazendo a morena olhar sem preocupação. Mas logo o rosto de Ever queimou feita brasa quente, pois uma imaginação um tanto quanto pervertida tinha passado em sua mente.

A imaginação era resultado da visão que os dois, Evergreen e Loki, estavam tendo. Luxus deitado na cama de Lucy, com Bickslow e Freed deitados ao lado e Natsu deitado sobre o loiro.

Loki não conseguiu suportar, até porque a cena por se só já era uma comedia, acrescentando o rosto de Evergreen confusa, apenas deixava a cena mais engraçada. A morena cerrou os punhos, e gritou envergonhada.

- O que é isso?! – Com o grito todos da casa acordaram. Lucy nos braços de Loki que gargalhava alto, olhou para cima e viu o galanteador a segurando em seus braços. Ela também gritou e caiu no chão. Enquanto, Luxus um pouco irritado gritou.

- Mas que merd- – Gritou o loiro empurrando todos no chão. Natsu caiu feito pedra ainda dormindo. Freed envergonhado e Bickslow rindo com seu jeito estranho.

- Mas porque isso em minha casa!? – Gritou Lucy estressada e ao ver que ainda estava de coelhinha gritou mais ainda. E assim ficou a casa de Lucy até um pouco mais. Já que todos resolveram tomar seu café da manha na casa da Coelhinha Loira.

Após a confusão na casa de Lucy, três dias tinham se passado. Os morenos ainda discutiam sobre o beijo e o resto do pessoal, apenas ateava mais fogo no casal. Inúmeras foram as insinuações do pessoal da Guilda, para que eles saíssem mais.

Evergreen respondia que tinha que manter seu papel como Membro do Rainjinshuu, e que não podia ficar de paparicos com o grande moreno. E Elfman respondia que como HOMEM tinha que respeitar o querer de sua mulher.

Mirajane observava tudo atentamente, olhava para seu irmão com pena, mas não demonstrava. Já que sempre que ele estava por perto ela sorria docemente e tratava Evergreen como uma verdadeira cunhada. A desconfiança de Mira apenas aumentava, pois ela quase não via Elfman e Loki juntos. E logo depois da festa os dois ficaram muito próximos um do outro.

Mas Elfman estava bem, já que não tinha uma perseguidora a cada passo em suas costas. Após a conversa que Ever e Juvia tiveram, a garota d’água não deixava de observar a morena que não percebia a presença de Juvia. Em qualquer lugar que fosse, em qualquer ocasião que Evergreen estivesse, Juvia estava atrás para ver se Ever e Gray eram amantes. Esses eram os pensamentos de Juvia que formulava varias ocasiões entre a morena e frio garoto. Mas Juvia estava percebendo uma coisa que mais ninguém na Guilda percebia. Uma tristeza em Evergreen.

Vendo o sofrimento de sua mais nova “rival”. A garota resolveu procurar Elfman, que para ela, era o único que podia resolver a situação.

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Era um começo de noite, Juvia tinha ido até a casa de Elfman para conversar com ele sobre o estado de Ever, mas ao chegar se deparou com Lissana que disse que seu irmão tinha saído com Loki e Gray. A garota saiu correndo e não demorou muito até encontrar com o grupo.

- Gray-sama, onde você vai? – A garota perguntou sem ligar para os demais.

- Como assim? Eu não lhe devo satisfações. – Frio como ele sempre foi, logo deu uma “cortada” na garota.

- Gray-sama! Você ia trair Juvia? Era isso Gray-sama? – Juvia logo tampou o rosto e começou a chorar. – Juvia esta triste, muito triste. E a culpa é de Gray-sama!

- Ei! HOMEM que é homem não fica vendo uma mulher chorar e não faz nada. – Gritou Elfman que logo começou a consolar a garota que prontamente se virou para ele e disse:

- Juvia não entende! Se você diz que como homem não deve ficar vendo uma mulher chorar. Juvia realmente não entende. Então porque você fica vendo Evergreen sofrer e não faz nada? – A garota ficou o encarando com aquela sua face pálida. Ela não estava seria e sim, pensativa.

- É meu amigo! – Loki começou a gargalhar. – Acho que você tem uma missão para fazer hoje.

- Missão? – Gray e Elfman perguntaram.

- Acho que a melhor coisa que você faz, é ir falar com Ever. – O moreno ficou um tempo pensativo, mas não rogou, já que Juvia disse que o ajudaria a encontrar Evergreen naquela noite.

- E o Gray-sama também vem.

- Eu?

- É! Para que Gray-sama e Juvia, junto com Elfman e Evergreen, irem num encontro de casais. – Antes que a garota pudesse terminar a frase, Gray puxou Loki pelo braço e saiu em disparada pelas ruas fugindo da garota que gritava loucamente o nome de seu amado.

Os dois se separaram dos rapazes, mesmo que Juvia ainda imaginasse que Gray iria junto com eles. Não demorou muito, Juvia estava na porta de Ever.

- O que quer Juvia? – Disse Ever abrindo o leque fortemente.

- Juvia veio chamar Ever para sair! – A garota não esperou uma resposta da morena e a puxou pelo braço.

- Ei! Como assim? – Ever deu um safanão se soltando de Juvia, mas logo foi agarrada por Elfman que a pegou nos braços e começou a caminhar.

- Precisamos conversar Ever. – O moreno disse caminhando.

- Eu não tenho nada para conversar com você... – A morena disse um pouco envergonhada por estar nos braços do moreno e por lembrar da cena do beijo. – E vocês parem de me chamar de Ever! Só Luxus e o Rainjinshuu podem me chamar assim.

- Cale-se! – Elfman aparentava estar um pouco serio e a morena apenas se calou. Os três seguiram para o parque que fica no coração da cidade. Ao chegarem, Elfman soltou Ever e Juvia começou a brincar no parquinho daquele parque, a garota se distraiu e logo nem notava a falta dos dois ao seu lado.  

Os morenos se sentaram na grama. Elfman não olhava para Ever, que também não o encarava. Um silêncio dominou o local, e os dois não fizeram nenhuma reação. Apenas olhavam para o chão e para frente. Viam Juvia distante, e eles percebiam como eles eram parecidos e isso resultou no inicio da conversa entre eles.

- Ela é tão parecida conosco. – Disse Elfman com os braços repousados sobre os joelhos dobrados. Ever o olhou e esboçou um pequeno e quase “invisível” sorriso. Levou suas mãos até o cabelo esbranquiçado do moreno e começou a alisá-los. Elfman sentia as caricias da morena que não rogava em alisar seus cabelos.

- Ever... Acho que já deu. – Ele falou num tom serio e ela parou de alisar seus cabelos.

- Ao mesmo tempo em que ela é parecida conosco, nós nos diferenciamos dela. Gray sabe de seus sentimentos, mas não faz nada. E o nosso problema é que eles não sabem que gostamos deles. – Ela disse ajeitando os óculos.

- Eu me decidi.

- Se decidiu? – Ela o olhou e percebeu a seriedade do garoto que parecia estar dominado pelo nervosismo por conta de sua decisão, mas ele parecia centrado nela.  

- Eu andei com Loki nesses últimos dias... E como HOMEM aprendi tudo que eu podia para talvez consegui-la, mesmo ele dizendo que nunca saiu com uma garota como ela.

- Então... Estamos terminando? – Ela o fitou, mas seus olhos o olhavam com um pouco de tristeza.

- Acho que sim. – Ele deu uma pausa grande e pela primeira vez durante aquela conversa ele olhou para a garota. – Foi Juvia que me procurou hoje.

- Para?

- Ela me disse que você estava muito triste. – Ele tocou a face da morena, um toque másculo, mas delicado. – E acho que você deve fazer o mesmo que eu.

A morena ouvia tudo o que o HOMEM dizia. Os lábios carnudos dele se moviam enquanto ela com seus olhos cor de mel se encontravam com os olhos profundos do homem. O corpo dela não conseguiu se conter. Ela moveu lentamente seu corpo e os lábios dos dois se tocaram. Ele sem reação, apenas se deixou levar pelos lábios da garota. A experiência que ela já tinha conquistado nos lábios dos outros, agora transmitia uma pequena maior experiência para o homem inexperiente, que movia seus lábios e língua da forma que bem entendia. Mas não aparentava ser ruim, já que a garota em momento nenhum recuou. Diferente do beijo da festa na casa de Lucy, que tinha sido rápido e sem sentimento, esse transmitia algo totalmente novo para os dois. Algo que eles não sabiam dizer ao certo.

- Me desculpe. – A morena recuou tocando o rosto de Elfman com suas mãos. – Me desculpe. – Ela recuou por completo um pouco envergonhada.

- Não... Tudo bem. – Ele um pouco sem jeito respondia a garota. – Eu como HOMEM devo lhe dizer... Er... Obrigado. – Foi à única coisa que ele conseguiu dizer. – Foi  bom.

- Er... Hum... Então... O que você vai fazer?

- Loki ira entregar uma carta para ela e lá estará um convite para um encontro. – Ele dizia meio sem jeito, Ever o olhava e logo gargalhou. As gargalhadas da morena pareciam irritá-lo, mesmo confuso ele gritou:

- Eu sei que isso não é coisa de HOMEM, mas eu como HOMEM devo... Contar para ela. – Ele disse a fitando serio, mas ela não cansava de rir.

- Então, será uma carta de amor? – Agora ela já retirava o leque da frente de seus lábios que ainda estavam avermelhados pelo beijo.

- Acho que sim.

- Ah! Elfman! Isso é tão infantil. – Ela gargalhou novamente, mas logo parou e praticamente sussurrando disse: - E também bonito.

- Você disse algo? – Ele perguntou.

- Não. – Ela foi direta. – E você, acha que devo mandar uma carta de amor para ele também? – Dou um sorriso de deboche.

- Não é isso. Eu acho que você deve contar para ele. Da mesma forma que irei contar para ela no encontro.

- Mas... Você vai ter coragem? – Ela perguntou um pouco inquieta.

- Eu não sei. – Ele se levantou. – Eu como HOMEM já fiz meu trabalho aqui. – E começou a caminhar. Ela o via sair dali e não dizia nada. Mas o homem se virou para Evergreen e um pouco sem jeito perguntou-lhe.

- Ever... – Ela o olhou. – Er... Como eu pergunto...

- Hein?

- HOMEM tem que beijar bem... – Ela já começou a sorrir. – E eu?

- E você? – Ela perguntou segurando a gargalhada.

- Você entendeu Ever. – Ele disse serio.

- Bom... Acho que ainda tem muito que melhorar! Seu Grandão.  – Ela começou a gargalhar deixando o grandão corado. Ele virou-se um pouco irritado e começou a correr.

- Elfman! – Ela o chamou e ele se virou ainda correndo. – Já lhe disse. Apenas Luxus e o Rainjinshuu me chamam de Ever. – Ele não deu “idéia”, apenas continuou a correria.

- Boa sorte! – Disse Evergreen abrindo o leque na frente de seus lábios abafando o som, mesmo assim não impediu que ele ouvisse as duas palavras que ela dizia. Ele não se virou, apenas ergueu um pouco o pescoço e gritou:

- HOMEM  que é homem, não precisa de sorte. – Logo ele sumiu de sua vista. A morena procurou Juvia, mas não a encontrou. Talvez a garota já estivesse fazendo o que mais faz de melhor, perseguir Gray.

Após um tempo da saída de Elfman do local, Evergreen ainda permanecia. Lembrava de todos os momentos que teve com o grandão. Se levantou e movendo seus lábios lentamente sussurrou:

- Você pode ainda não beijar bem Elfman, mas acho que é o único verdadeiro homem que conversou comigo. – Os olhos de mel agora marejavam e ela seguia para casa.

O alto moreno andava pelas ruas procurando Loki que provavelmente estava em algum clube, bar ou algo do tipo. Ele andava, e apertava o papel que estava em seu bolso. O nervosismo era notado por qualquer um que passasse ao seu lado. Não era muito tarde e por isso eram inúmeras as pessoas na rua. Ele logo avistou Levy que carregava vários livros pesados.

Ele se aproximou e pegou os livros, e sorrindo disse:

- HOMEM que é homem ajuda as pequenas. – Ela deu uma bufada e assim os dois seguiram até a Fairy Hills. Levou os livros até o quarto da garota e os deixou lá. Ele não estava totalmente certo se deveria fazer aquilo, mas se virou para Levy e pediu:

- Levy, poderia entregar isso para ... ? – Ele disse retirando o papel que estava quase todo amassado de seu bolso. Era simples, não tinha enfeites e muito menos uma escrita bonita.

- Claro. Mas Evergreen não ira implicar? – Ela perguntou inocentemente.

- Eu e Ever não temos mais nada. E não conte para ela que fui eu que mandei viu? – Ele disse se virando e caminhando pelo corredor, deixando a garota espantada e não entendendo a situação, mas por ele a ter ajudado com os livros ela não iria negar aquele pedido e começou a se dirigir até o quarto de ... !

Ao chegar, Levy bateu na porta, uma demora ocorreu deixando a garota um pouco impaciente. Após ... abrir a porta, Levy lhe entregou o papel amassado e disse que alguém tinha pedido para ela entregar o papel para ...

- Quem é?

- Eu não posso dizer. – Disse Levy acenando e partindo. Após a saída da garota do local, ela abriu o papel amassado e começou a ler.

Eu não sou muito bom com palavras, mas eu como HOMEM, devo lhe contar o que sinto por você. Estou te convidando para um encontro no restaurante no centro da cidade amanha a noite.

 A garota sorriu por já saber quem tinha lhe mandado a tal carta, mas mesmo sabendo quem tinha lhe mandado a carta, ela aceitou o convite. Queria descobrir o que ele queria com ela. E queria mais do que tudo, entender o significado de “Sinto de você” que ele havia escrito.

Continua...