Deitada sobre a sua aconchegante cama, ela revirava os lençóis e por irritação jogava os travesseiros no chão. Com a mão repousada sobre a testa e com seus cabelos espalhados por toda a cama, ela pensava se deferia fazer o mesmo que Elfman. Ela não tinha certeza se a sua decisão seria boa, e sabia que não conseguiria receber uma rejeição, logo dele que ela tinha mais medo.

As incertezas em seu coração eram feitas por pensamentos de superioridade. Ela que nunca tinha sido rejeitada ou deixada na mão, não saberia como lidar com o “fora” da pessoa que ela dizia amar. Em sua cabeça coisas como, “eu realmente o amo?” e “Será que devo?” eram as coisas mais pensadas.

No relógio que estava na cabeceira de sua cama marcava 1hr da manhã, e ela até aquele momento não havia pregado os olhos. Além dos pensamentos sobre sua decisão de contar ou não, também passava sobre o beijo que tinha dado em Elfman.

Ela não estava arrependida, mas sim, confusa. Por que ela não sabia o motivo que a levou a beijá-lo com tanta vontade, a lembrança de ter domado os lábios do grande moreno homem não saia de sua mente. Sua mão tinha escorregado até seus lábios entre abertos. Também lembrava de seu primeiro beijo com ele, onde ela sentiu os braços fortes daquele homem e mesmo não querendo, pode sentir o calor que ele tinha. Mas diferente dos beijos de Luxus onde ela sentia algo mais quente, algo mais provocante que resultaria em apenas uma coisa, com Elfman ela tinha certeza que seria diferente.

Mas não sabia se com ele seria melhor do que com Elfman, podia ser como também podia não ser. Mas o seu jeito mostrava que ele podia ser melhor, até por que, isso fora o que a tinha  atraído. Mas ela sabia que atração sentia por Luxus, nada mais. Mas e por ele? O que ela sentia?

- Atração... – Movendo seus lábios com leveza e sutileza deixou escapar essa palavra que fez seus pensamentos ficarem ainda mais confusos. Ela tinha certeza que por Luxus sentia uma atração, algo que ela queria apenas sentir e nada mais, apenas queria senti-lo sobre ela, mas e com ele? O que ela sentia? Será que era realmente amor?

Resposta à morena não conseguia encontrar, nem por ele e nem por Elfman. Desde a batalha na Ilha Tenrou contra RustyRose, ela sabia que algo entre os dois tinham nascido através de uma mentira. Uma proximidade que subiu para um nível chamado amizade e ali permaneceu. Mas será que é verdade?

- Já chega! – Ela não queria mais pensar naquilo, sua cabeça estava ao ponto de explodir, mas logo outros pensamentos tomaram conta da cabeça da morena que não conseguia acreditar que para Elfman tinha sido tão fácil chegar à decisão de contar a verdade para ela. Pois ele mesmo sabia que ela poderia não aceitar os sentimentos dele.

- Preciso de uma água. – Se levantou, calçou uma pequena pantufa de veludo e não ligou para o que vestia, que era apenas uma camisola transparente que deixava a mostra todas as suas curvas e sua roupa intima. Ela estava crente que todos da casa naquela hora estavam dormindo.

Passou pelo corredor com facilidade e ao chegar à escada se deparou com Freed, que estava com os pés descalços e o tronco nu exibindo o seu corpo magro e liso. Ele carregava um copo de água que estava pela metade. Ela encarou o garoto que corou um pouco ao perceber a vestimenta que ela estava.

- Obrigado. – Ever tomou o copo das mãos de Freed.

- Também não consegue dormir?

- É! – Ela levou o copo aos seus lábios e bebeu lentamente. Após alguns segundos afastou um pouco o copo de seus lábios e deixou o resto de água que tinha, que não era muito, escorrer molhando e colando sua camisola, assim fazendo o franzino se corar por completo.

- Ever... – Ele a repreendeu movendo o rosto para o lado.

- O que foi? – Ela agora colocava o copo sobre o degrau superior ao qual ela estava e se punha a encarar o garoto desferindo uma pergunta que deixou o franzino totalmente sem reação. – Não gosta do que vê? – Ele balbuciou algumas palavras até conseguir responder.

- É- é – é – Claro. – Após ouvir a resposta, a morena lançou seus braços sobre o ombro do mesmo aproximando seus lábios aos do garoto de cabelos verdes que para tentar afasta-la pegou com as duas mãos seus seios.

- Calmo gatinho medroso. – Ela passou a ponta da língua no canto dos lábios do mesmo que tremia todo, mas suas mãos não estavam mais agarradas sobre os seios dela.

- Ever... Pare com isso.

- Não.

- Por que faz isso?

- Porque quero. – Os dois sussurravam as palavras, enquanto ele estava apressado, ela estava calma. Deixou sua voz com um tom de sensualidade que fazia o corpo do mesmo estremecer. Agora ela estava certa por que tanto amava aquele garoto. Era por conta daquele seu jeito, envergonhado, acanhado, respeitoso e acima de todo, aquele jeito inocente pelo qual ele agia.

Ele forçou um pouco os seios de Ever fazendo a mesma desferir um gemido quente em seus ouvidos. A certeza que percorria a cabeça dela é que ele era o cara certo e com isso, ela estava pronta para lhe contar tudo o que sentia, mas antes precisava fazer algo.

Voltou sua face um pouco, agora ficando frente a frente com a face de Freed que todo envergonhado ainda tentava empurra-la, mas ele era dominado pelos braços dela e pelas suas pernas que tinham se enlaçadas as dele. Moveu seu rosto para frente, e abrindo seus lábios lentamente conseguiu alcançar os lábios dele. Ela o beijava com desejo, ânsia e ferocidade. Seus braços agora escorregavam pelo tronco nu do garoto que tinha soltado os seios da mesma e agora não tinha nenhuma reação.

Ela o beijava, mas não o sentia. Sentia-o distante. Mesmo ele relutando ela resolveu fazer o que fazia com Luxus, escorregou suas mãos ao encontro da calça do garoto que pegou sua mão e retirou. Afastou o rosto e a fitou serio:

- Eu não quero isso. Desculpe-me. – Ele desviou da garota a deixando ali na escada. Ela custava acreditar que aquilo tinha acontecido, não era possível. O seu maior medo tinha acontecido, não aceitava, não acreditava e não queria. Buscava no fundo de sua mente o motivo o qual ele podia não a querer. Assim, virou com velocidade ainda conseguindo alcançar a mão de Freed.

- Por quê? – Ela não queria chorar, seu orgulho era muito grande para poder ser vista chorando. Ela não era fraca a esse ponto, então apenas continuou a fita-lo sem nenhuma expressão. Na verdade, tinha uma, a expressão de confusa.

- Porque eu gosto de outra pessoa. – Ele foi direto soltando a mão da garota e se virando. – E Ever... Para de ser assim. Você não precisa disso. – Ele começou a mover suas pernas e ao sair da escada se deparou com Luxus que com um sorriso cínico desenhado no rosto assistia tudo.

- Luxus? – Freed perguntou espantado e ao mesmo tempo envergonhado. – O que faz aqui?

Ever ao ouvir o nome Luxus ser pronunciado começou a subir as escadas rapidamente, não podia acreditar que ele tinha visto e ouvido tudo o que tinha acontecido ali.

- O que faço aqui? – Disse Luxus ainda com o sorriso no rosto. – Não é obvio? – Os dois permaneceram calados esperando o loiro dizer. – Vendo esse momento onde Ever acabou de mostrar que é mais complicada que eu pensava.

- Como assim? – Perguntou Ever encabulada.

- E eu pensando que o Elfman que era frouxo. Quem diria... Alem de me ter, ter a Elfman, você também queria ter Freed? – Evergreen cerrou os punhos. – Você não é fácil hein? E eu pensando que apenas eu já era o suficiente para lhe dar um “trato”. – Ele gargalhava.

- Luxus-sama... – Sussurrou Freed. – Não fale assim com ela, machuca.

- Machuca nada... Ela agüenta. Ela sabe que digo essas coisas para ela acordar e ver o que ela realmente quer.

- O que você ta falando? – Com seus punhos ainda cerrados ela encarava Luxus com ódio.

- Você me deseja, mas não me ama. Desejou Freed, mas não o ama. E quem sobra? – Ever arregalou os olhos com as palavras que Luxus dizia. – Acho que não preciso dizer o por que. Apenas enxergue. Mesmo eu não sabendo o motivo da farsa do “romance” entre vocês, sei que mesmo sendo uma farsa, tinha um fundo de verdade.

- Ele não me ama... E nem eu.

- Sim, você não se ama. Mas o ama, e ele esta na mesma que você, o jeito que vocês dois agem um com o outro e o beijo na festa de Lucy são as provas que se gostam. Se odeiem, mas se amem. 

Evergreen não queria ouvir mais o que o loiro dizia, subiu rapidamente o resto de escada que tinha e correu para seu quarto, sua mente estava mil vezes mais confusa do que estava antes, mas ela tinha apenas uma certeza.

- Eu não deveria ter saído desse quarto. – Ela dizia com sua boca sendo tampada pelo colchão ao qual ela se sufocava.

-

-

-

-

-

-

Mas à tarde, vários magos estavam reunidos na Guilda.

Luxus estava sentado no segundo andar junto com Bickslow e Freed, Elfman estava sendo contido por Loki e Gray, já que o HOMEM queria ir àquela hora mesmo se arrumar.

- Acalme-se Elfman! – Os dois garotos gritaram.

- Eu não consigo. Homem que é homem não deve se atrasar para um encontro. – Gritou o moreno segurando um copo de cerveja.

- Bem... Corrigindo, um encontro as escuras. Já que ela não sabe como você é. – Disse Gray.

- Na verdade, acho que não é um encontro as escuras já que ele sabe como ela é, mas ela não sabe como ele é. – Loki gargalhou.

- Isso é a coisa menos importante! – Gritou Elfman. – Então, já ta na hora?

- É claro que não! Ainda são 15hr, o encontro é só as 20hr. Ou seja, você ainda tem muito tempo para esperar. – Disse Gray fazendo uma massagem nos ombros do moreno.

- Ta até parecendo que é seu primeiro encontro. – Loki ainda gargalhava do nervosismo do garoto.

- É por que é! E ainda mais com ela... – Sussurrou Elfman olhando para o copo.

- Ixi... Foi mal, eu não sabia...

- Tudo bem. – Elfman se levantou e gritou. – Homem que é homem não deve ficar matando tempo com seus amigos, quando tem um compromisso para fazer em pouco tempo. – Elfman conseguiu escapar de Gray e saiu correndo da Guilda em direção a sua casa.

- Fazer o que né? Temos que ajudar. – Os dois logo começaram a correr na direção do moreno que corria rapidamente. Os dois passaram pela morena Evergreen que estava sentada refletindo sobre tudo o que tinha acontecido durante o outro dia e a madrugada daquele.

- Parece que ele ta bem decidido sobre isso...

- Ai que você se engana. – Era Mira que carregava com sigo uma bandeja com alguns copos que ela tinha recolhido das mesas. Colocou a bandeja sobre a mesa e sentou-se ao lado de Ever.

- Como está minha Ex-cunhada?

- Ex? – Ela perguntou assustada.

- É... Elfman já me contou.

- Ah... – Ever continuou a olhar para a mesa.

- Sabe, percebo que se arrepende de algo. E meu irmão não tem certeza se deve fazer isso que ele vai fazer hoje.

- Como sabe? – Ever perguntou olhando para Mira. – Deixa quieto... Como se isso importasse.

- Não, não. Ouça só.

Naquele dia um pouco mais cedo, na casa dos Irmãos Take Over. Mirajane conversava com Elfman que contava para ela tudo o que tinha acontecido. A modelo não se assustava com as confisões que o moreno fazia para ela.

- Eu já sabia...

- Como assim Mira-nee? – Perguntou Elfman a encarando.

- Sabe vocês dois não pareciam nem te longe namorados. Podem sentir algo um pelo outro, mas namorados, não eram.

- É... E então, acha que devo fazer isso? – Elfman perguntava preocupado.

- Você sente que deve?

- Não sei... Eu não tenho certeza.

- Ora, Ora... Parece que aqui temos uma confusão de sentimentos.

- Como assim?

- Nada. Vá nesse encontro, se confesse para ela e provavelmente depois, saberá o que realmente senti por ela e pela outra.

- Outra? Você quer dizer a Ever?

- Sim, Evergreen. Elfman, o que você tinha com Evergreen mesmo sendo uma farsa, tinha um pouco de sentimentos ali. Até porque, esse sentimento foi capaz de enganar quase todos na guilda. Eu queria acreditar que você tivesse encontrado uma garota, mas bem no fundo sabia que era mentira. Mas uma de suas mentiras de homem.

O moreno ficou pensativo ouvindo tudo o que sua irmã lhe dizia. Ele não tinha certeza se deveria se confessar para ela, mas com as palavras que sua irmã tinha lhe dito naquele momento, ele estava certo que seus sentimentos eram confusos. Talvez fossem certos antes de ter a ligação com Evergreen. Mas agora, o grandão estava balançado... E confuso.

- Obrigado, Mira-nee.

- Tudo bem. Eu só quero ver você e a Lisanna felizes.

Assim Mirajane contou o que os dois tinham conversados pela parte da manhã.

- Nossa...

- Eu sei que meu irmão também está como você. Talvez, não tão pensativo, pois nunca foi o forte dele. Mas creio que dependendo do que acontecer no encontro, as coisas entre vocês podem mudar.

- Mas eu não quero que mudem Mira. Eu e Elfman nunca fomos namorados e nem nada disso, então, não tem porque eu correr para ele e ele correr para mim.

- Evergreen...

- Até que enfim alguém me chamou pelo nome certo.

- ... Beba um pouco e esqueça os problemas, viu? – Mira retirou um copo que estava cheio de sua bandeja e deixou sobre a mesa de Ever. – Agora preciso ir... Mas beba, viu?

Após a saída de Mira, Ever virou o copo num só gole. A morena tentou parar de pensar em seus problemas. Mas não aceitava ter sido rejeitada por Freed daquela forma e ficava se questionando por quem ele estava apaixonado, e também pensava como seria o encontro de Elfman com ...

Olhou para os lados e viu Juvia, a garota a qual ela mais tinha se ligado nos últimos tempos. Resolveu ir até ela conversa um pouco, quem sabe esquecer seus problemas. Chegou perto da garota que estava junto com Lucy, Levy e Lisanna. As quatro conversavam sobre o fim do relacionamento de Elfman e Evergreen. Mas logo cessaram quando a morena se aproximou.

- Tudo bem meninas? – A morena cumprimentou e foi muito aceita pelas outras, as cinco começaram a conversar sobre tudo e todos. E Ever logo se entrosou na conversa e acabou por esquecer de seus problemas.

Algumas horas se passaram e as meninas ainda conversavam. No relógio marcava 20hr, Ever olhou para os lados e olhava milímetro por milímetro procurando Ela, não a encontrando a morena apenas pensou.

- Boa sorte Grandão!

Longe dali num restaurante no centro da cidade, Elfman estava sentado numa mesa a dois. No meio uma vela que queimava e deixava mais nervoso o moreno que parecia contar segundo por segundo. Olhava para a entrada atentamente e às vezes olhava para o fundo do restaurante, onde Gray e Loki estavam sentados.

Ele vestia uma regada marrom, acompanhada de uma calça social preta e um sapato preto. O moreno tinha vestido todas as roupas possíveis de seu vestuário, mas tinha escolhido aquela, pois seu senso de moda acompanhada de seu nervosismo, não tinha lhe ajudado nem um pouco. Mas ele sabia que ela estaria deslumbrante como ela sempre foi aos seus olhos.

Seu corpo estremeceu fortemente ao vê-la entrar no restaurante, ele engoliu seco e sussurrou seu nome lentamente. Ao ver o garçom a direcionando a mesa ele se envergonhou, segurou firme o pano que estava sobre quando a viu cobrir toda sua visão e pronunciar com aqueles lindos lábios.

- Olá Elfman.

CONTINUA...