Bleeding escrita por caiquedelbuono


Capítulo 21
Sufocado.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/173532/chapter/21

A pior coisa que Logan poderia ter feito foi olhar profundamente dentro dos olhos dos amigos e mentir para eles. Dizer que estava tudo bem, quando na verdade tudo estava prestes a desmoronar.

Ele e Mark entraram na sala quando a aula de química estava praticamente acabando e quase quis morrer quando percebeu a agonia nos olhos de Sophia. Ela deu um gritinho agudo que foi sufocado pela voz da professora pedindo para que Logan explicasse o seu atraso.

— Eu estava com muita dor de cabeça. — dissera ele, olhando nervosamente para Mark — Minha enxaqueca ataca fortemente às vezes e eu sou obrigado a me trancar em um quarto escuro. Desculpe.

Logan sabia que a partir de agora, quase tudo que dissesse seria mentira. Ele teria que conviver com o fato de Mark ser um zumbi para sempre dentro de si mesmo se não quisesse morrer e também carregaria o fardo de estar colocando em risco a vida de todo mundo à sua volta.

O período de aula matinal havia passado tão demoradamente para Logan que ele chegou a se perguntar se os relógios estavam com algum problema. Não podia mais suportar ouvir Sophia lhe fazendo as mais variadas perguntas e ele não podendo responder tudo o que ele sabia.

Estava pensando na identidade do assassino enquanto você estava ausente. Você tem alguma ideia para compartilhar comigo?, essa pergunta ecoando na mente de Logan como se tivesse sido dita por milhares de pessoas ao mesmo tempo.

Como Logan queria poder segurar nos ombros de Sophia e dizer que iria protegê-la de todo o mal que sabia que estava por vir. Queria olhar no fundo dos olhos dela e contar tudo o que estava acontecendo, tudo o que Mark estava planejando... Mas ele logo retraía sua própria boca ao olhar para o canto da sala e notar que Mark estava lhe observando como se avisasse que seria o fim se ele abrisse a boca para dizer qualquer coisa que fosse.

Parecia que tinha uma faca cravada no seu peito e a sensação era de completa impotência por deixar seus amigos viverem uma ilusão. O que diriam quando descobrissem que Logan já sabia de tudo? Será que entenderiam que havia sido chantageado em troca da sua própria vida? Ou será que o apedrejariam e o acusariam de ser um mentiroso? Logan estava com medo, essa era a melhor palavra para descrever os sentimentos que estavam aflorando dentro do seu cérebro.

E quando ele pensou que nada poderia ficar pior, chegara a hora do almoço. Era difícil Logan encontrar com todos os seus amigos durante as aulas, geralmente a única pessoa que ele via com mais frequência ou quase sempre era Sophia. Durante o almoço é que eles se reuniam e tiravam aqueles sagrados minutos para conversar.

Logan sentou-se à mesa enquanto engolia em seco depois de encher o seu prato com arroz, feijão e bife à parmegiana. Não estava com um pingo de fome, mas sabia que ficaria raquítico se não ingerisse pelo menos algumas porções de comida.

Ele ficou sozinho por alguns minutos, antes que Sophia, Helena, Tommy e Mark chegassem com seus pratos cheios.

— Ah, finalmente a margarida resolveu aparecer. — disse Helena, sentando ao lado de Tommy e dando a primeira garfada como se sua vida dependesse disso — Estranhamos muito o fato de você ter saído correndo da mesa como se fosse uma menininha fugindo de um inseto nojento.

Logan e Mark se entreolharam levemente, mas os outros pareceram não perceber. Ele soltou um suspiro e não disse nada. Apenas fitou o prato que estava diante dele, sem a menor vontade de esticar o braço e encher o garfo com arroz.

— O que aconteceu com você, Logan? — perguntou Tommy.

— Nada. — ele respondeu, com a voz falhando — Foi apenas uma crise de enxaqueca.

Helena o encarou seriamente.

— Sair correndo depois de descobrir que havia sangue de zumbi na cena do crime não é uma atitude de quem teve uma enxaqueca repentina. Você desconfiou de alguém de nós, não foi?

Logan estava começando a suar frio. Ele havia se esquecido de que quando Helena colocava uma coisa dentro da cabeça, ninguém a tirava. E isso seria um problema que teria que encarar agora.

— Não é nada disso, Helena. — ele disse tentando ao máximo não ser rude. — Por que você não acredita nas pessoas quando elas te contam as coisas? Você está sempre desconfiando.

Helena deu de ombros.

— Apenas estou dizendo o que se passou pela minha cabeça. Talvez você devesse confiar mais em nós, que somos os seus amigos.

Logan estava prestes a chorar. A coisa que ele mais queria era falar para Helena e os outros tudo o que estava acontecendo, mas Mark ainda olhava sombriamente para ele e ninguém parecia notar isso. A atenção de todos estava vidrada única e exclusivamente em Logan.

— Helena, deixe-o em paz, está bem? — pediu Sophia — Logan não teria motivos para mentir.

Helena arregalou os olhos e levou as duas mãos ao ar como se estivesse desistindo de continuar discutindo aquele assunto.

Sophia sorriu para Logan e segurou em sua mão. Pela primeira vez naquele dia ele pôde sentir um pingo de felicidade dentro de si. Sophia ainda estava ali, ao lado dele. Ela estava bem, mas até quando? Não suportava mais pensar na possibilidade de ter que conviver com a morte de Sophia e por mais que ele se esforçasse isso não saía de sua cabeça. Era como se uma voz lhe informasse: ela morrerá em breve.

Logan chacoalhou a cabeça levemente para afastar esses pensamentos e tentou desviar o rumo da conversa antes que ele acabasse dando com a língua entre os dentes.

— Já arranjou alguma namorada, Tommy?

O garoto olhou para Logan como se ele estivesse revelando um segredo íntimo.

— As coisas não são tão rápidas assim, Logan. Arrumar uma namorada é um processo muito longínquo, preciso de tempo para analisar quantas garotas estão me dando moral, depois escolher a que eu achar mais interessante, tomar coragem para ir conversar com ela e só aí saberei se serei bem tratado com um “sim” ou completamente enxotado com um “não” quando pedir para namorá-la.

Helena riu ironicamente.

— Ok, Tommy, agora conte ao Logan que aquele menino bonitinho da aula de geografia piscou para você diversas vezes enquanto a professora passava as coisas no quadro-negro.

O rosto de Tommy rapidamente foi preenchido com um rubor mais do que aparente e Logan pôde perceber que ele estava fazendo força para não xingar Helena de palavras que seriam impublicáveis.

— Não acredito que até os meninos estão dando bola para você. — disse Mark — As nossas dicas funcionaram mais do que eu poderia imaginar.

Nossas dicas? Um zumbi como você não seria capaz de dar dicas a ninguém, o pensamento preencheu o cérebro de Logan e ele sentiu os neurônios trabalhando a todo vapor para que essa informação fosse transmitida para os seus lábios.

— Vocês querem parar com isso? — exigiu Tommy — Estão me deixando sem graça.

Helena terminou de tomar o suco de uva em um único gole e encarou Tommy. A espuma do suco havia deixado uma marca sobre o seu lábio superior que mais parecia um bigode.

— Vamos, Tommy, confesse! Eu vi você dando uma olhada para ele também.

Apesar de tudo o que estava sentindo, Logan começou a rir de uma maneira que ele ainda não havia rido naquele dia. Helena sempre conseguia fazer com que ele soltasse uma gargalhada em algum momento do dia.

— Helena, que maldade. — disse Sophia boquiaberta.

— Deixe-a, Sophia. — pediu Tommy — Se ela quer passar o resto do dia me atormentando, o problema é dela. Eu nem ligo. O que vem de baixo nunca me atingirá.

— Ah, é? — retrucou Helena cerrando as mãos levemente — Então abaixe as calças e sente em um formigueiro para ver se milhões de formigas mordendo seu traseiro não irão te atingir.

— Vocês são idênticos a duas crianças. — observou Mark.

Helena deu de ombros.

— O problema é que não se pode brincar dentro desse colégio.

Logan sentiu novamente a vontade de contar tudo para os seus amigos preenchendo o seu cérebro. Mas ele não podia e tentaria ao máximo mudar de assunto para que tal vontade pudesse ser aniquilada.

Transportou seus pensamentos em Janeth. Na última vez em que vira a diretora, ela estava prestes a chorar logo após ter batido em Helena. Depois de tudo o que aconteceu não teve muito tempo para pensar nesse fato, mas lágrimas escorrerem dos olhos frios da diretora realmente lhe surpreenderia. Talvez um pouco de arrependimento estivesse brotando na mente insana de Janeth e Logan se lembrou de que Helena estava planejando se vingar. Foi quando resolveu perguntar...

— Já tem alguma ideia do que vai fazer com Janeth, Helena?

A menina franziu levemente o cenho. Talvez não esperasse por aquela pergunta; não ali, durante a hora do almoço.

— É difícil pensar em alguma coisa que a faça sofrer devidamente. — ela respondeu sombriamente — As torturas que tenho em mente parecem fracas demais.

Sophia arregalou os olhos.

— Está pensando em torturá-la? Quem é você, uma integrante da máfia russa?

Helena riu.

— Se eu fosse integrante da máfia, essa vadia que sou obrigada a chamar de diretora já estaria morta há muito tempo.

Mark, que era a pessoa mais silenciosa naquela mesa, levantou a mão e começou a falar:

— Você poderia fazer com que ela, de algum modo, perca este colégio. — a naturalidade em sua voz estava assustando Logan — Todos nós sabemos o quanto ela é apaixonada por Shavely e fazê-la perder tudo isso seria a melhor vingança que você poderia fazer.

Seria típico de um zumbi fazer com que alguém se interessasse por vingança, pensou Logan. Talvez convencer Helena de derrubar a diretora do colégio fizesse parte de algum plano que Mark ainda não havia lhe contado.

A única coisa evidente naquela mesa foi que os olhos de Helena brilharam incansavelmente.

— É uma ótima ideia, Mark, seu lindo! — ela quase gritou — Não sei como eu não pensei nisso antes. Mas como eu poderia fazer com que ela perdesse esse colégio?

Um sorriso escapou dos lábios de Mark.

— A raiva está dentro de você. Use-a com carinho e você descobrirá como destronar aquela vaca velha.

Helena ficou pensativa, olhando para o nada como se estivesse hipnotizada. O que será que sua cabeça estava planejando?

Todos já haviam terminado de comer há algum tempo e os pratos já estavam empilhados como sempre ficavam antes de abandonarem a mesa.

O sinal ecoou pondo fim em qualquer outro resquício de conversa que poderia se formar e eles levantaram rapidamente e cada um foi em direção à suas devidas salas de aula. Começara o período vespertino.



À noite, a única coisa que Logan quis foi ficar sozinho no dormitório, sem ver o rosto de ninguém, sem ouvir a voz de ninguém. Precisava se um tempo só para ele a fim de refletir e achar uma solução para tudo o que estava acontecendo.

A parte mais difícil ele já havia feito e, de certo modo, poderia respirar em paz. Sophia queria desesperadamente passar aquela noite com Logan, na sala de estar, mas ele teve que usar mais de dez argumentos para convencer que hoje o melhor que ele poderia fazer era ficar no quarto fazendo todos os deveres de casa que haviam se acumulado.

Mas não era isso que ele estava fazendo. Ao invés disso, estava deitado sobre a cama, trajando seu usual pijama e se remoendo por dentro com aquela culpa tomando conta do seu peito.

O dia não havia sido nada fácil. Seu corpo gelava só de pensar que Mark ainda dividia o dormitório com ele e a qualquer momento poderia entrar por aquela porta. Ele não conseguia mais olhar para o rosto dele, não sem imaginar aquele zumbi horrível que habitava o seu interior.

As lembranças dos corpos mortos sempre invadiam sua mente, era uma coisa que lhe atormentava. Mas naquele instante, elas estavam quase que translúcidas na sua mente, como se estivessem presas ao seu cérebro e já fizessem parte dele. Esfregava os dedos na palma das mãos e lembrava-se do sangue de Brian as preenchendo, como se as tivesse mergulhado dentro de um balde repleto com o líquido. Ele jamais se esqueceria disso.

Logan precisava de algo que o fizesse se esquecer de tudo isso. Foi quando ele esticou o braço e tateou a mesa de cabeceira à procura da foto dos seus pais.

Lá estavam eles novamente, sorrindo para o garoto. Logan lembrava bem do dia em que a foto fora tirada. Foi há apenas algumas semanas antes da morte dos pais; o garoto estava melancólico e passara o dia inteiro pedindo para que eles reservassem um pouco do tempo para que pudesse tirar aquela foto. Às vezes ele tinha aquela sensação de que poderia perder as pessoas que amava a qualquer instante e, caso isso viesse a acontecer, ele sempre teria aquela foto para guardar de recordação.

Tentou imaginar o que a mãe faria se estivesse no seu lugar. Conhecendo-a bem do jeito que conhecia, ele sabia que ela não iria aguentar e acabaria contando. Será que era isso que ele deveria fazer? Mesmo que seus amigos corressem risco de vida, será que a sua própria vida não era mais importante que a deles?

A morte é a única certeza que temos na vida, dissera Mark uma vez. Essas palavras saindo da boca de Mark agora soavam de uma maneira muito irônica. O próprio assassino consolando Logan a respeito da morte, sendo que ele havia arrancado brutalmente a vida de diversas pessoas.

Logan já estava se sentindo sufocado com todas aquelas dúvidas sobre a sua mente. Talvez ele devesse contar para alguém neutro, que estivesse fora do colégio e não tivesse absolutamente nada a ver com a história. Um pequeno alívio lhe percorreu ao descobrir, sem se esforçar tanto, quem seria a pessoa perfeita para que ele pudesse desabafar.

Ele levantou da cama tão rapidamente que sentiu uma grande tontura percorrendo o seu cérebro. Cambaleando, ele foi até à primeira gaveta da mesa de cabeceira e a abriu. Retirou o seu celular que estava praticamente inutilizável. Ele não precisava de um celular em Shavely, sendo que não poderia sair dos confins do colégio para nada. Torceu para que ainda estivesse com bateria e digitou alguns números de um telefone que ele tinha guardado na memória. Depois de alguns longos toques, uma voz calma e serena atendeu:

— Alô?

— Tia? — ele chamou — Sou eu, Logan.

— Logan, querido! Ah, como é bom poder ouvir a sua voz! Está tudo bem?

— Sim. — apesar do meu melhor amigo ter revelado ser um zumbi e agora estar ameaçando a vida de todo mundo.

Mary parecia eufórica do outro lado da linha.

— Como estão as coisas por aí? Pararam de pegar no seu pé por causa daqueles assassinatos macabros?

Logan acenou negativamente com a cabeça, embora soubesse que Mary não podia vê-lo fazendo isso.

— Na verdade, eu descobri a identidade do assassino, mas eu não posso contar isso a ninguém, se não eu morro.

— Logan, isso é sério! — Mary parecia estar boquiaberta. — Me conte tudo em detalhes.

— Então, tia... Não é um assunto que se dê para falar no telefone. Você ainda tem aquele carro, não tem?

— Tenho sim.

— Poderia vir discretamente aqui no colégio, amanhã à tarde? Darei um jeito de escapar das aulas e encontrarei com você no portão. Ficaria grato se me levasse para dar uma volta enquanto conto tudo o que está acontecendo.

Mary ficou em silêncio por alguns segundos. Talvez estivesse refletindo.

— Tudo bem, querido, é claro que eu vou, mas eu estou preocupada.

— Não fique, vai ficar tudo bem. Apenas venha, preciso muito te ver.

Uma lágrima rolou do canto dos seus olhos e gotejou sobre sua camiseta branca.

— Eu irei. Cuide-se, meu sobrinho. Amo você.

— Também amo você. — as palavras de Logan saíram sufocadas, mas logo em seguida desligou o celular e o repousou sobre o peito.

A porta abriu num rangido e Logan rapidamente enxugou as lágrimas que estavam saindo dos olhos com a manga da sua camiseta e se agarrou ao seu celular.

Mark entrou no quarto e encarou Logan profundamente.

— Por um acaso você não estava ligando para alguém com o intuito de revelar o nosso segredo íntimo, não é mesmo?

Logan colocou o celular de volta na gaveta e olhou amargamente para Mark.

— Eu só estava vendo as horas.

Mark adentrou ao quarto, abriu seu armário e arrancou de lá um dos seus pijamas.

— Se estivesse se divertindo com todos lá na sala de estar ao invés de ficar enfurnado no quarto, não precisaria recorrer ao celular para saber que já são mais de dez horas da noite.

Logan não havia percebido que tinha passado tanto tempo deitado na cama apenas pensando. Teve sorte de Mary ainda estar acordada.

Ele olhou para Mark e percebeu que estava trocando de roupa, como se fosse um ser humano normal, como se ainda fosse seu amigo.

— Você não precisa agir assim aqui dentro. Sei o que você realmente é e está muito longe de ser um ser humano que veste pijamas antes de dormir.

Mark deu um sorriso.

— Preciso fazer isso para não perder a prática. Imagina se eu estiver lá fora e sem querer deixo transparecer que meus olhos na verdade são negros e vazios?

— Você é nojento de qualquer jeito, mesmo dentro dessa carapuça feita de pele humana.

Mark terminou de se vestir e subiu na cama sobre a de Logan. Esticou a cabeça para fora do colchão e seu olhar encontrou o de Logan.

— Eu poderia muito bem estar em uma floresta me alimentando de corações de animais silvestres. Era sempre assim quando eu tinha um bando. Mas, se você quer saber o verdadeiro motivo de eu estar aqui, Logan, é que eu simplesmente não suporto a arrogância da sua raça. Se sentem superiores só porque são os únicos animais racionais no planeta. Apesar disso, são tão ignorantes ao ponto de destruírem o próprio lar, poluindo os rios e o céu, desmatando as árvores. Acham que a vida de vocês é mais importante do que a de um boi, uma galinha, um porco, animais que servem de alimento a vocês, simplesmente por que são capazes de pensar, de tomar decisões, de raciocinar. Já pensou se estivesse no lugar deles? — ele deu um sorriso sombrio — Não tem mais que pensar, porque agora vocês são como vacas: alimentadas a vida inteira para no final serem abatidas sem dó nem piedade. O que acha que acontecerá no final, Logan? Acha que conseguirão me derrotar e sairão daqui todos sãos e salvos? Vocês serão abatidos para virarem comida de zumbi. Que irônico, não acha? — ele voltou a cabeça para sua cama e a deitou sobre o travesseiro — Boa noite.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Bleeding" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.