Pov Bella

Tomamos café em silêncio. Como sempre fui a primeira a terminar.

— Tchau mãe! Tchau James! – o último nome falei sem vontade nenhuma, só James percebeu então deu um daqueles sorriso cínico que ele sempre dava e minha mãe como sempre alheia a tudo o que estava acontecendo. Ou eu pensava que ela estava alheia a tudo. 

Sai de casa o mais depressa possível, ansiosa para sumir daquele lugar onde todos os meus pesadelos começaram. Entrei em meu carro, um Audi prata e acelerei pelas ruas de NY.

Cheguei na escola e o estacionamento ainda estava vazio e isso significava que estava muito cedo já que não havia uma alma viva no estacionamento a não ser eu.

Peguei meus materiais e meu ipod e fui em direção a um banco que ficava debaixo de uma árvore. Me sentei e coloquei meus fones de ouvido e fiquei escutando Green Day, uma das minhas bandas preferidas depois de Paramore.

Fiquei escutando 21 Guns, várias e várias vezes, eu me identificava muito com essa música, estava perdida em pensamentos quando olhei no relógio e percebi que estava atrasada para o primeiro tempo, peguei minha bolsa e sai correndo.

Estava subindo as escadas correndo quando senti meu corpo se chocar com algo, ou melhor, com alguém, e meus materiais caíram no chão.

—WOOW- Gritei esperando o chão chegar, mas isso não ocorreu, porque mãos fortes me seguraram, senti uma corrente elétrica passar pelo meu corpo, só que ignorei esse fato!

—Me-me-me-de-de-desculpe! – falei gaguejando e corando. Droga Bella! Isso é hora de gaguejar?!

A pessoa que até agora eu não havia visto o rosto falou:

— Não se preocupe, acidentes acontecem! Vou te ajudar com os seus materiais! – Oh G-suis! Que voz linda; levantei a cabeça para vê o dono daquela linda voz, e quando fiz fiquei encantada por tanta beleza e perfeição daquele rosto. Mas o que mais me chamava a atenção era aqueles lindos olhos verdes que demonstrava confusão, admiração e até mesmo... Desejo? Não! Não pode ser desejo, ninguém nunca poderia me desejar, sou tão insignificante! O único que eu não queria que me desejasse é o único que me deseja. Nessa hora me lembrei de James e de tudo o que ele fez de ruim para mim, meus olhos se encheram de lágrimas, mas balancei a cabeça pra dissipar qualquer tipo de memórias dolorosas.

—Ei, está me ouvindo?- o rapaz falou balançando uma das mãos em frente aos meus olhos.

—Ahn? Wow, ah sim! Me desculpe! – falei e corei outra vez. Droga!

Ele sorriu.

—Aqui está seus materiais, e cuidado! Não é sempre que poderei está aqui para te segurar! – ele falou fazendo piada, sorri.

—Obrigada e me desculpe, ás vezes sou meia desastrada mesmo, ainda mais quando estou atrasada para minha primeira aula! – falei olhando para relógio e vendo que estava super atrasada.

— Ah sim, está desculpada! – falou me dando um sorriso torto, e que sorriso! G-suis me abana!!! FOCO, BELLA!

—Agora tenho que ir senão irei perder a primeira aula e obrigada e me desculpe mais uma vez! – não era uma má idéia perder a primeira aula, mas eu nem conhecia esse estranho pra ficar de papo com ele no pátio da escola.

— Tchau! – Falei acenando e subindo o restante da escada.

—Ei?- ele me chamou outra vez, olhei para trás para vê o que ele queria.

—Me diga pelo menos o seu nome?- Oh Deus, ele queria saber meu nome?

—Isabella. – falei simplesmente e segui apressadamente para a minha primeira aula, olhei para trás só para me certificar que ele não era apenas um sonho e quando olhei ele ainda estava lá, sorrindo para o nada. Parecendo um anjo, meu anjo de olhos verdes!

Cheguei na aula de trigonometria super atrasada, pedi licença para a Sra. Meyer e ela deu sem se importa com meu atraso já que era a primeira vez que tinha acontecido.

Sentei na minha cadeira que era ao lado da Ângela e ela me olhou interrogando, só dei um olhar de “te explico depois” e comecei a prestar a atenção na aula, ou fingi prestar atenção. Meus pensamentos não saia daquele anjo de olhos verdes, cabelos acobreados e sorriso lindo.

Eu sabia que ele não sairia de meus pensamentos tão cedo, e eu nem queria que ele saísse, por um simples minuto que estive em seus braços me senti protegida, como se todos os meus problemas tivessem desaparecidos, mas eu sabia que isso era mera ilusão da minha cabeça. Sabia que em minha casa me esperava um dos meus piores pesadelos.

E assim se passou as minhas primeiras três aulas, pensando em meus problemas e naquele anjo que a a partir de hoje começou a habitar meus pensamentos.

—Bella hoje você está muito estranha, aconteceu alguma coisa? Você nunca chega atrasada na aula! Na verdade você odeia atrasos! Pode ir contando o que aconteceu agora! – Ang falou despejando tudo em cima de mim.

—Não aconteceu nada, Ang! Cheguei atrasada por causa de alguns problemas que aconteceu, mas nada tão importante. – falei fingindo não dá importância.

—Sei!!! Me engana que eu gosto Bella! Você sabe que você mente muito mal né?! Pode ir contando o que aconteceu! - Ângela falou.

—Ok Âng, to vendo que não tem como eu mentir né? Eu cheguei atrasada porque eu esbarrei com um garoto no pátio e ficamos conversando durante um tempo e acabei perdendo a hora, foi isso! – falei me fazendo de desinteressada e torcendo para ela não vê que eu estava mentindo em partes.

— Foi só isso mesmo? Então porque você está tão avua... perai! Vai dizer que não consegue tirar o cara da sua cabeça?! –ela falou adivinhando e me olhando com um cara super estranha.

— Âng, não me olha com essa cara! Tenho certeza que se você tivesse visto ele você também não o tiraria da sua cabeça! – falei.

— E como ele é Bella? – ela perguntou com uma curiosidade evidente.

—Ele é tão lindo! Tem a pele branca um pouco mais de cor do que a minha, cabelos acobreados e olhos verdes profundos e tem um sorriso lindo! – falei voltando a pensar naquele anjo lindo.

—Ouuuunt amigaa, e qual é o nome dele? – ela me perguntou e foi então que me lembrei que não havia perguntado o nome dele. Como sou idiota!

—Eu não sei o nome dele, esqueci de perguntar! – falei.

—WTF? Isabella Marie Swan, você nem foi capaz de perguntar o nome do garoto? – ela praticamente gritou no refeitório.

—Pare de gritar Âng! - sussurrei para ela , olhando ao nosso redor pra vê se alguém tinha nos escutado. 

—Ok Bella, parei!- ela falou passando um zíper imaginário na boca.

Estávamos sentadas em nossa mesa habitual do refeitório e Jake e Ben vinha ao nosso encontro.

—Olá meninas! – Ben disse e foi ao lado de Âng e lhe deu um beijo.

—Oi Bells, Oi Âng! – Jake disse e se sentou.

—Olá! – Âng e eu dissemos eu uníssono

—A gente vai pegar o nosso lanche, vocês querem que a gente pegue o de vocês também? – Ben perguntou já se levantando.

—Sim traga para mim uma coca, um sanduíche natural e uma maçã! – Âng falou.

—E você Bells? – Jake perguntou.

—Eu quero um sanduíche de peito de peru, coca e pudim. – eu estava com muita fome, caramba!!!

Os meninos se foram e Âng e eu ficamos conversando amenidades. Enquanto Âng falava percebi que em nossa direção vinha uma garota pequenininha, ela parecia a Sininho, de Peter Pan, só que na versão morena . Ela parecia ser tão delicada que se algo a tocasse ela se partiria no meio e ela tinha os olhos incrivelmente verdes e parecido com do meu anjo, será que tudo que eu pensasse me lembraria ele?

A garota estava mais perto e suas bochechas estavam levemente coradas, ela parecia uma boneca de tão linda.

—Olá, posso me sentar aqui com vocês? – ela perguntou com sua voz de sinos.

—Claro que pode! – Âng falou e eu concordei sorrindo para ela.

—Prazer! Sou Alice Cullen, sou nova na cidade! – ela falou sorrindo.

—Prazer Alice, eu sou Ângela, mas pode me chamar de Âng.

—E eu sou Isabella, mas pode me chamar de Bella, prefiro assim! – falei sorrindo e estendendo minha mão a ela.

—Voltamos!- Jake falou.

—E ninguém te viu ai! – Ângela falou com ironia e Alice riu juntamente comigo.

—E você conseguiu mais uma para ficar contra os homens aqui priminha? Ele falou olhando para Alice.

—Não priminho querido, essa aqui é Alice a nossa nova amiga. E Alice esse aqui é Ben, meu namorado e esse cabeçudo aqui é meu primo Jacob! – Âng falou.

—Prazer Alice, me chame de Jake! – ele falou estendendo a mão para Alice.

Eles se sentaram e começamos a conversar para conhecer Alice melhor.

—Alice de onde você é? - Âng perguntou.

—Sou de Londres, morava em um bairro chamado Hampstead, eu amava aquele lugar, era simplesmente lindo, com parques, lagos, matas selvagens e ao mesmo tempo com casas, bares e comércio de muito bom gosto e requinte.- Alice falou suspirando no final, notava-se que ela havia ficado triste com a mudança.

—Me desculpe a indelicadeza, mais já sendo indelicado, porque veio morar em NY? – Jake perguntou.

— Meus pais receberam proposta melhores de emprego aqui, por isso viemos! – ela falou dando de ombros.

—Huum, e você tem irmãos, irmãs?- perguntei.

— Tenho sim, dois cabeçudos! Um chama Edward e é o mais velho com 23 anos e o outro se chama Emmett e é o do meio com 20 anos. – ela falou sorrindo, e se notava de longe o amor e a admiração que ela sentia pelos seus irmãos.

O sinal do fim do intervalo tocou e cada um seguiu para sua aula; Alice e eu seguimos para nossa aula de biologia que descobrimos que era no mesmo horário, Alice ficou muito feliz com isso e eu também. Mas pra minha felicidade #sendoironica# a aula de biologia era duas seguidas!

Alice e eu durante as aulas ficamos conversando sobre algumas coisas e sobre a família dela. Descobri que seu pai era um médico muito famoso e sua mãe era arquiteta. Até que as aulas acabaram e era hora de ir pra casa, eu não queria ir, já imaginava o que me esperava lá mas não tinha outro jeito, melhor ir logo, assim acabaria com essa tortura mais rápido possível.

—Bella, tem como você ficar aqui comigo até o Edward chegar? – Alice me perguntou e resolvi que ficaria sim aqui com ela, não queria ir pra casa agora mesmo. Dei de ombros.

Enquanto esperávamos o irmão de Alice ela ficou contando como era sua vida em Londres e ela me disse que um dia me levaria lá para conhecer o lugar tão mágico que era o lugar  onde ela morava.

—Olá duende rosa, vim te buscar! – Um cara muito, mas muito grande mesmo falou com Alice. Só então percebi que esse era o irmão de Alice.

—Duende rosa é a vovozinha Emmett, e cadê o Edward? – ela perguntou curiosa.

—Ele ficou em casa, ele chegou meio estranho depois que te trouxe aqui e subiu para o quarto e não saiu de lá mais, ai vim buscar meu duende preferido. – ele falou sorrindo.

—Emmett na próxima vez que me chamar de duende eu juro que você nunca mais verá aquele boneco idiota do Barney! – ela falou olhando pra ele ameaçadoramente .

—Desculpe Alice, não digo mais! E quem é você? – ele olhou pra mim.

—Olá, sou Isabella, mas me chame de Bella! – falei estendendo minha mão para ele, mas para a minha surpresa ele me puxou e me deu um abraço sufocante.

—E eu sou Emmett, irmão de Alice!- ele falou ainda me abraçando e eu já estava ficando sem ar.

—Emmett solta a Bella. Ela está ficando roxa seu doido! –Alice falou dando um tapa nele e o tapa pelo jeito não doeu nem um pouco já que ele me soltou gargalhando.

—Desculpa Bella! – ele falou.

—Não há problema, agora gente preciso ir pra casa, amanhã a gente se fala Alice e foi um prazer te conhecer Emmett! – falei dando um abraço na Alice e acenando para Emmett.

—Bella, qualquer dia desses vamos combinar de você passar um dia lá em casa com Ângela? – Alice falou empolgada.

—Claro. – Falei sabendo que não poderia cumprir minha promessa tão cedo.

—Então está bem, Tchau Bells! – Alice falou e me deu um abraço.

—Tchau Bellita!- Emmett falou me dando um abraço só que menos apertado.

—Tchau Emmett, foi um prazer te conhecer! – falei retribuindo o abraço.

E eles se foram, entrei em meu carro e enrolei um pouco no estacionamento, depois dei partida no carro e dirigi o mais devagar possível para não chegar em casa cedo.

Cheguei em casa , e só estava Marie na cozinha, graças a Deus não vi James , subi as escadas lentamente e durante o trajeto até meu quarto continuei pensando naquele estranho de olhos verdes, eu havia o olhado por alguns minutos mais foram o suficiente para que seu sorriso ficasse marcado em meus pensamentos.

As aulas eram um tédio total mais hoje foi tudo incrivelmente bom, tinha conhecido a Alice que seria minha nova colega de turma e amiga e que era uma pessoa muito falante e divertida. Ângela gostou de Alice de cara e as duas não paravam de falar de roupas, sapatos, bolsas e cabelos durante um segundo sequer.

Comecei a organizar meu quarto que estava uma bagunça. Porém por mais que eu desejasse ocupar minha mente com a organização das minhas coisas, um belo rosto não me deixava pensar racionalmente.

—Pára Bella!- falei para mim mesmo. – Você nem o conhece e outra o que um homem como aquele iria querer com você? – falei para mim mesma.

Deixei a arrumação de lado e decidi tomar um banho pra clarear meus pensamentos.

Entrei no banheiro liguei o chuveiro e deixei que a água morna deslizasse pelo meu corpo como se com ela meus pensamentos e preocupações também sumisse.

Pov James

Hoje minha tarde seria produtiva. Renée foi visitar sua grande amiga Sue e deixou a casa completamente livre para Bella e eu pudéssemos nos divertir.

Observei pela janela o momento em que ela chegou em casa, sabia que tinha algo estranho o rosto de Bella estava mais iluminado e ela nem sequer perguntou para Marie pela mãe e foi direto para quarto sem nenhuma palavra.

Marie já havia ido para casa, depois que ela saiu esperei alguns minutos e fui até o quarto de Bella, escutei o chuveiro sendo ligado e entrei no quarto e fui em direção ao banheiro, abri a porta em silêncio e observei o belo corpo de Bella, logo sentia o volume entre minha pernas. “Minha Isabella”, tão perdida estava em seus pensamentos que nem percebeu a minha chegada.

Comecei a me despir.

“É pequena iremos brincar muito hoje!”

Pov Bella

Coldplay - The Scientist

Senti quando alguém me abraçou pela cintura.

—Me solta James! – comecei a me debater tentando me livrar daquele homem nojento que se esfregava em mim.

—Me Larga! – disse outra vez.

—É melhor ficar quietinha Isabella, porque se sua mãe chegar e ouvir você gritar pode pensar que estou batendo em você. – ele falou com cinismo na voz.

No mesmo instante parei de me mexer e fiquei em silêncio , enquanto as mãos daquele monstro apertava meus seios.

—Isso boa menina! Afinal nós não queremos que sua mão se machuque, não é verdade?- assenti com lágrimas nos olhos, só de imaginar que minha mãe corria perigo me machucava muito, ela era a única família que eu tinha. James me puxou pelos cabelos e me forçando a se ajoelhar a sua frente.

—Espero que faça tudo direitinho Isabella, caso contrário, quem vai sofrer as conseqüências será a sua mãe, e eu sei que você não quer isso, não é mesmo? – ele falou e eu assenti.

Senti lágrimas escorrendo pelo meu rosto junto com a água morna do chuveiro, fechei meus olhos e desliguei meus pensamentos, afinal o destino estava me mostrando o que eu ganhava por sonhar.