A Vida De Renesmee Carlie Cullen escrita por Nicole_Manfredi


Capítulo 6
Encontro Informal


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!!
Ele ficou comprido, mas ficou legal.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/172433/chapter/6

Quando acordei, a luz que emanava da janela cegou meus olhos sensíveis por um segundo. Foi uma experiência desagradável. De tão eufórica que estava ontem, nem lembrei-me de fechar as grandes cortinas que vovó Esme escolhera para colocar em meu quarto. Olhei ao redor, ainda sonolenta, sem nenhuma preocupação. Até que enxerguei o relógio que estava na escrivaninha, ao lado da cama, e vi que eram onze horas da manhã. Levantei num pulo de minha cama. Eu tinha que encontrar Jake na reserva de manhã. Agora faltavam poucas horas para a tarde, e não teríamos muito tempo para aproveitarmos.

– Por que ninguém me avisou que já eram onze horas da manhã? – gritei euforicamente para que todos que estivessem na casa, e perto dela, escutassem. Não que isso fosse necessário. Ainda nem tinha reparado em quem estava na casa quando vi tia Alice entrando em meu quarto. Agora que eu demoraria mais de uma hora para chegar à reserva.

– Me desculpe minha lindinha. Eu não quis acordar você porque há muito tempo você não tem um sono descente. – disse tia Alice, me abraçando, num sinal de desculpas. – E como sei que terá um longo dia hoje, eu queria que você descansasse. – disse, com um olhar insinuante. – Ai! Minha menininha está crescendo. – disse tia Alice, me abraçando fortemente e me girando numa dança pelo quarto.

– Tia, nem é uma grande coisa. Jake apenas quer falar algo comigo. – disse, desvencilhando-me de seus pequenos braços. – Mas... se bem que...eu gostaria se você me arrumasse! – disse de um modo meio encabulada para ela, mordendo os lábios. Uma estranha vontade de ficar bonita para ele me ocorreu.

– Pode deixar comigo querida! Vou deixar você maravilhosamente linda! – disse tia Alice, batendo palminhas e dançando até o closet. Eu queria ficar bonita, mas não de um modo muito exagerado, porque para começar, isso nem seria totalmente um encontro. – Jacob terá uma tarde que ele nunca esquecerá! – a maneira com que tia Alice falou a frase me arrastou instantaneamente para meu closet. Depois dessa, eu sabia que seria mais uma vítima dos exageros de tia Alice.

– Não! – o grito saiu involuntário de minha boca. Tia Alice, que já estava com um vestido vermelho nas mãos, me olhou pasma. – Eu só irei fazer uma visita a Jake! Não é nada formal.

– Está bem. – disse, parecendo derrotada. –Mas uma coisa você não pode me negar. – o brilho voltou aos olhos dela. “Lá vem bomba.” Pensei. – Eu vou te produzir! Arrumar seu cabelo, suas roupas, e tudo! – é lógico que tia Alice faria isso.

– Mas sem exageros, fazendo o favor! – eu adverti.

– Pode deixar. Agora vá tomar seu banho relaxante. Eu vou escolher alguns looks! – disse, toda empolgada. Eu hesitei, com medo de que ela escolhesse algo parecido com aquele vestido.

– Confie em mim! Agora vá. – ela apenas balançou a cabeça.

Deixei tia Alice e fui ao meu banheiro, ainda temendo uma insanidade dela. Eu enchi a banheira redonda que vovó Esme escolheu para colocar em meu banheiro e mergulhei algumas pedrinhas de sais de banho na água quente. Tirei minhas roupas e fiquei olhando-me no espelho, insatisfeita com o reflexo que via nele. Então eu reparei que estava ficando vaidosa, e me preocupando com coisas que não me preocupava antes. Deixei esses pensamentos de lado e mergulhei na água quente. A temperatura quente da água me fez lembrar da pele quente de Jacob.

Terminei meu banho e me dirigi ao meu quarto, e tomei um susto quando vi uma pilha enorme de roupas em cima de minha cama. Mamãe chegou no mesmo instante que eu ia dar um petit. Ela tinha uma expressão de “eu tentei impedir”.

– Bom, vamos começar a provar esses modelos. E rápido, porque se não, não teremos tempo de provar todos. – ela disse, me empurrando até o closet.

– Tia, não demore. Eu já estou atrasada! – disse euforicamente à ela. Então, comecei a provar os looks de tia Alice. O primeiro me deixou nervosa. Era um vestido de seda rosa. Ele era curto, decotado, tinha babados e um pequeno laço nas costas. Quando provei, tia Alice falou que era simples de mais. Eu surtei. Como iria correr com aquele vestido? Então, convenci tia Alice de me deixar usar uma calça jeans. Ela escolheu uma sapatilha vermelha e uma blusa branca com babados e bem decotada. Estava meio exagerado, mas já estava melhor do que o vestido. Então era melhor eu não abusar da sorte! Depois, ela arrumou meu cabelo e me maquiou. Tia Alice deixou ele com cachos maiores.

– Você vai ficar simples, mas se é isso que você quer...

– Está ótimo tia! Muito obrigada. – eu estava realmente agradecida de não estar parecendo uma Barbie de tia Alice.

Então era isso, eu estava pronta, embora não precisasse ter passado por tudo o que passei só para visitar meu amigo. Eu hesitei por um minuto em ir, eu estava muito nervosa. Mas lembrei-me de como me sinto segura com Jake e decidi ir de uma vez, antes que eu desistisse ou que tia Alice fizesse eu provar todas as roupas do closet.

– Tchau mamãe! Tchau tia Alice! – eu sorri.

– Não demore muito! – disse tia Alice.

– Podei deixar! – disse, confiante à ela.

– Ah! Acredito! – disse tia mamãe, num tom quase inaudível. Eu revirei os olhos e saí.

Enquanto corria em direção a La Push, fiquei tentando imaginar sobre o que Jake queria falar comigo. Esse desconforto de não saber do que se tratava, me deixou um pouco nervosa. Perdida em meus pensamentos, olhei ao redor e vi que já estava na praia de La Push. Surpresa maior ainda quando me deparo com Jake me olhando a uns trinta metros de mim. Parei de correr e fui andando a sua direção, com a cabeça baixa, olhando para a areia. Eu estava me sentindo estranha. Encabulada talvez... Me aproximei mais dele, e sem olhá-lo no rosto, o abracei. Um arrepio percorreu todo meu corpo, e ele pareceu sentir o mesmo. Odiava quando isso acontecia comigo.

– Cheguei na hora? – olhei-o no rosto e dei um sorriso, com vergonha, por ter me atrasado.

– Bom, eu não marquei horário. Apenas falei para você vir de manhã. Mas mesmo agora sendo meio-dia, posso dizer que não estou aqui há muito tempo.

Abaixei minha cabeça, e fiquei com mais vergonha ainda de ter me atrasado. Meus cabelos foram todos para frente de meu rosto, mas, estrategicamente, girei minha cabeça, e em um segundo, todo o meu cabelo estava no lugar. Isso me lembrava de tia Rose.

– Então... Estou aqui! Qual era o assunto que você queria falar comigo? – o nervosismo ainda impregnado em minha voz.

– Era pra ter algum? – brincou ele.

Pela expressão que ele fez, eu achei que ele realmente não sabia por que tinha me chamado aqui. Isso me irritou um pouco.

– Minha mãe disse que você queria me ver. Imaginei que gostaria de me dizer algo. Estou errada?

Não deixei saída para ele escapar. Ele teria que me responder. Ele ficou calado, e apenas fitava-me, como se estivesse apreciando a paisagem e ao mesmo tempo pensando no que dizer.

– Eu não lembro bem por que mandei você vir, mas te asseguro que tem um bom motivo.

Não pude deixar de rir com ele. Parecia que a tarde seria divertida. Ele fez um sinal com a cabeça para que saíssemos dali e começássemos a andar pela praia. Nós dois estávamos de cabeças baixas. Ele estava procurando palavras para desenrolar algum assunto, mas nada saía. Então, eu tomei a iniciativa.

– Ontem conversei com minha mãe... – evitei olhar para ele, então encarei o mar. – E ela falou coisas sobre... Nós.

Quando toquei nesse assunto, o clima ficou um pouco desconfortável.

– E então? Como foi a conversa? – ele disse num tom mais baixo que sua voz geralmente é. Eu olhei para ele, mas ele não retribuiu o olhar.

– Você prefere que eu mostre ou que eu conte?

– Já que perguntou! Quero seu cinema telepático!

Ele tinha que soltar uma piada para tirar o momento constrangedor! Eu não queria falar agora sobre meu novo poder, porque ele mudaria de assunto, então decidi fazer como antes. Eu coloquei minha mão na dele, que estava suando, e mostrei a conversa que tive com mamãe no dia anterior. Eu tomei cuidado para não mostrar meus pensamentos, e sim, apenas a conversa. Depois que a conversa terminou, tirei a minha mão das dele, que por um momento hesitaram em me deixar sair. Seus olhos, que antes estiveram sem foco, ganharam vida. Ele me olhou no fundo de meus olhos, e isso me deixou surpresa. Eu estava com vergonha, mas continuei olhando para ele ter coragem de continuar a conversa.

– Era mais ou menos isso que queria falar com você... – murmurou.

– Eu já desconfiava! Jake, não precisa se obrigar a gostar de alguém. Olha, todos estão imaginando que nós dois... Que nós dois estamos apaixonados, e não precisa ser assim...

– E nós não estamos? – disse todo sorridente. Sua expressão se iluminou de alegria, e isso me deixou sem ar. Eu tive que olhar novamente para a areia, para retomar o ar.

– É, parece que há alguma coisa... Mas não seria certo chamar de... Amor.

Eu ainda não sabia o eu sentia por Jacob Black, mas existia alguma coisa. Ele me deixava sem ar, nervosa e fazia sentir coisas diferentes. Ele levou sua mão ao meu queixo e trouxe meu olhar de volta ao seu.

– Você não considera esse sentimento como amor? Você não sente seu corpo tremer quando me aproximo de você? Não sente seu coração acelerar quando nos encontramos? Não sente um arrepio quando sua mão pega na minha? E um...

– Um vazio quando o outro não está perto... É... Eu sinto tudo isso. Mas não podemos...

Eu me soltei de sua mão, me virei para o mar, e me abracei, como se estivesse me protegendo de meus próprios sentimentos. Eu não podia negar que os sentia, mas tinha medo deles. E a parte mais forte de mim, apenas queria o sangue de Jacob. Nós ficamos calados por um bom tempo.

– Por que não podemos?

Essa frase me assustou, ao mesmo tempo que ficou ecoando repetidas vezes em minha mente. Eu imaginei que ele desistiria de nós. Eu sei, tanto quanto ele, dos riscos, dos empecilhos, de tudo. Mas algo em minha mente veio à tona. O imprinting. Com certeza Jacob não desistiria de mim. Nós somos destinados a ficarmos juntos. Mas tudo a nossa volta nos impede disto. Somos de espécies diferentes. Mas Jake parecia estar disposto a lutar por nós.

– Nessie, preciso saber... – ele pegou novamente minha mão e a apertou. – Você me ama?

Aquela pergunta perfurou meu âmago. Eu não sabia o que diria a ele. Até que tudo pareceu fazer sentido para mim. Chegaria uma hora que isso aconteceria. Uma hora, o sentimento de amor nasceria entre nós. Desde que eu era um bebê, eu estava destinada a Jacob Black. Então, eu decidi parar de lutar contra meus sentimentos e deixar nossa vida continuar, como deveria ser.

– Sim... – disse ainda olhando para o mar.

– Diga isso olhando dentro dos meus olhos. – sua voz era gentil. Fiz como ele pediu, e olhei-o nos olhos. Mas algo me impedia de falar. – Diga! – a voz de Jake rompeu o silêncio.

– Eu te amo. – foi difícil falar isso olhando ele. Eu olhei novamente para a areia e suspirei. – Um amor impossível. Por que tem que ser assim? Eu apenas queria ter você...

– Você já me tem! – disse de forma confiante, me interrompendo.

Ele passou seus dedos em meu rosto, deixando minhas bochechas quentes e rosadas. Eu foquei meus olhos no horizonte e deixei algumas palavras saírem como sussurros de minha boca.

– Mas não para sempre. Um dia você se cansará demais de passar a eternidade inteira como lobo, e terá que desistir. E então, você será mortal.

Não adiantava eu me entregar inteiramente a alguém sendo que teria que viver a maior parte de minha vida sem ela. Mas ficar perto de Jacob estava ficando inevitável. Lágrimas rolaram de meus olhos, e Jake me abraçou fortemente.

– Por você eu ficarei até o fim. Mas se algo acontecer, mesmo assim eu serei seu, nem que seja por pouco tempo. Por isso não me deixe. – ele sussurrou em meus ouvidos.

Aquelas palavras me comoveram, e eu me virei e retribuí o abraço apertado de Jacob. Mas mesmo assim, não pude parar de pensar nos obstáculos que enfrentaríamos, e nem como o superaríamos.

– Hei! Que história é essa de filhos meio lobos, meio humanos e meio vampiros? – disse repentinamente. Só Jake para descontrair o ambiente... Eu e Jake rimos juntos. Meu rosto corou de mais e eu tive que olhar para outro lugar que cobrisse minha face da dele. Ele me puxou pelo braço e recomeçamos a andar pela praia.

– Você sabe que minha mãe é exagerada!

Andamos por mais um bom tempo na praia, jogando conversa fora. Nós sentamos num tronco e ficamos olhando as ondas quebrarem nas rochas. O sol começou a esquentar, deveria ser mais de duas horas. Meu pai já deveria estar em casa, e ele já deveria estar preocupado, já que tia Alice não podia ver o futuro de Jake nem o meu. Papai sempre ficava com o pé atrás quando se fala de lobos. Até quando minha mãe era humana e vinha visitar Jake, ele ficava a ponto de vir buscá-la e comprar briga com os lobos.

– Tenho que ir Jake... Você tem alguma coisa para fazer hoje?

– Bem, tenho que fazer uma ronda junto com o bando. Mas é rápido. Então por volta das seis estarei sem nada para fazer.

– Então você pode passar lá em casa mais tarde!

Eu queria passar tanto tempo quanto pudesse com Jake.

– Vou pensar... Talvez eu apareça, se não tiver algo mais importante para fazer. – ele disse com desdém.

Nós rimos e não pude deixar de dar um tapa nele. Quando vi que ele iria falar mais alguma coisa, sorri e saí correndo graciosamente da praia de La Push. Ele teria que me contar à noite. Pelo jeito, eu teria uma grande história para contar para mamãe e para tia Alice.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Por favor!!!
Deixem reviews



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Vida De Renesmee Carlie Cullen" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.