Killer escrita por Hugo Campanaro


Capítulo 9
Capítulo Oito - Um Desejo tentador por Sangue


Notas iniciais do capítulo

As palavras que tiverem um * serão explicadas ao final do capitulo.
Esse vai ser um pouco mais complicado porque cita algumas raças de vampiros de vários lugares do mundo. Portanto, vocês descobrirão de onde o vampiro Sebastian é e contra quem ele e Charlotte vai lutar.
Ah, e aqui a gente cita também a personalidade de um tipo de vampiros, os vampiros que vivem em ninho. Essas descrições foram colocadas no prólogo pro caso de alguem se atrapalhar com isso...
Espero que consigam entender o capitulo, tentei não complicar demais (:



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Quando o dia amanheceu eu fui direto para o porão, onde o sol não se atreveria entrar. Assim como eu esperava, tudo estava escuro e o velho sofá que eu havia visto da outra vez estava ali.

Eu tinha energia o suficiente pra enfrentar pelo menos uma semana seguida sem *adormecer.

Era ridículo pensar que depois de tantos anos, eu pudesse ser chantageado por Samantha. Ela era leal a mim e agora o que eu consegui dela foi despertar seu ódio e acredite... Um vampiro – tanto faz se ele tem dois dias ou dois séculos de vida – consegue ser terrivelmente vingativo quando tem o ódio despertado.

O grande segredo dos vampiros é esse extinto predatório. A vontade de se divertir junto com o desejo de vingança liberado pelo ódio, pode ser um veneno.

Mas eu estaria pronto. Eu não recuperaria apenas meu relógio. Recuperaria a minha vida e a minha leal vampira criada, Samantha.

***

Uma semana se passou desde que Samantha e Charlotte haviam discutido, e isso me preocupava muito.

Até onde pude perceber, Charlotte não havia se recuperado da ameaça e continuava me tratando como se eu fosse parte do plano de Samantha. E a vampira? Não havia dado as caras.

Ela simplesmente lançou as cartas do baralho e esperou que nós começássemos o jogo.

Então se era isso que ela queria, eu ia jogar pra valer!

– Ainda temos um trato à honrar, Charlotte Gates – Eu disse – E quanto mais cedo terminarmos isso, mais longe eu vou poder ficar longe de você!

– Acredite, Sebastian Romanov – Ela respondeu – Eu sou a maior interessada na sua distancia, mas temos que saber com quem estamos lidando... Não somos o Blade.

– Ah qual é – Eu puxei uma cadeira junto a mesa e a encarei – Eles não podem ser tão perigosos!

– Sebastian, de onde você veio?

– O sobrenome não te dá dicas?

– Claro, da Rússia... E você acha que é suficiente para deter qualquer tipo de Vampiro?

– Venho esperando por ação há anos!

– E você morreria na sua primeira chance, se continuasse pensando assim.

– Eu já estou morto!

– Você entendeu! De qualquer forma, um vampiro russo não é páreo para qualquer tipo de vampiros, Sebastian... Há lendas, e eu posso garantir que a maioria delas não é mentira!

– O que você quer dizer com isso?

Agora ela havia conseguido me confundir, e o sorriso que brincou nos lábios dela me disseram que era exatamente isso que ela queria.

– Vamos enfrentar vampiros canadenses!

– Isso é um problema! Mas são especificamente, qual tipo de vampiro?

– Se eu não os conhecesse bem, poderia jurar que são *nosferatu, mas...

– Nosferatus Canadenses seria bastante ruim, há algo pior?

– Vamos enfrentar os *Gangrel!

Um choque percorreu minha espinha ao ouvir aquilo. Eu pensei que os vampiros Gangrel estavam extintos, e talvez seja por isso que agora eles querem gerar outros da raça.

Teríamos sorte de sair vivo contra um único Gangrel, mas pelo tom de voz de Charlotte, não enfrentaríamos apenas um.

– Onde eles vivem? – Perguntei me levantando e caminhando até a janela.

– Onde esse tipo de vampiro vive? Estão no meio do mato, como sempre. Mas você ainda não ouviu a pior parte Romanov, sente-se.

– Depois de saber que vampiros Gangrel ainda vivem, é impossível algo me surpreender mais.

– Acho que saber que eles estão vivendo em ninho seria o bastante pra mudar essa sua teoria... Certo?

– Certo!

Eu estava tentando absorver toda essa informação. Um vampiro *Brujah russo como eu não seria páreo pra qualquer Grangel canadense que vivesse em ninho.

Por hora saber que provavelmente eles não estão no Canadá me consolava bastante. Isso não faria nenhuma diferença física, apenas psicológica, mas era bom saber disso.

Teríamos que bolar um bom plano, e quem sabe... Montar um exército.

Enquanto eu calculava as nossas chances zero de sobrevivência, a campainha tocou.

Charlotte abriu apenas um pouco a porta e alguém a empurrou com força para dentro, fazendo-a bater contra a parede a minha frente.

– Boa noite, Time! – Samantha adentrou a casa – É tão bom saber que aqui não vivem simples humanos. É um saco convencer os humanos a nos deixar entrar.

Ela se sentou no sofá, e enquanto eu a observava, nunca me senti tão feliz em tê-la por perto.

– É muito bom te ver! – Eu sorri para ela.

– Não, não é bom tê-la aqui! – Charlotte a encarou enquanto se colocava em pé.

– Qual o problema? – Samantha perguntou.

– O problema é grande, mas você está nele com a gente. Charlotte um feitiço!

Graças a Caim Charlotte me entendeu.

Com um movimento das mãos ela fechou a porta e começou à recitar:

– Accipe sacrificium pugnare te inimicos nostros, et societas nostra sit ita fecerunt missionem implendam et munera liberatio. Samantha Kratulla, damnatus es nobis usque ad finem belli!

Aquilo significava que Samantha agora teria de lutar junto com a gente, e ela se lamentou muito depois quando descobriu isso.

***

– E QUAL É EXATAMENTE O PLANO DE VOCÊS? – Samantha gritava na cozinha, me olhando como se eu fosse o culpado de tudo isso, e na verdade? Eu era!

– Não temos um plano – Charlotte parecia tranqüila – Mas se morrermos, você irá junto!

A Tranqüilidade de Charlotte parecia ser combustível para a raiva de Samantha.

Ela correu na direção da bruxa, com suas mãos prontas para segurá-la pelo pescoço.

As duas rolaram pelo chão se debatendo. Lufadas de vento empurravam Samantha para trás, enquanto ela colocava as presas para fora e seus olhos mudavam do castanho para o azul.

– Eu vou te pegar, bruxa! Eu vou te fatiar todinha!

Com a mão direita, Samantha conseguiu fazer um corte profundo no rosto de Charlotte, mas a garota não se deixou abater por isso.

Poderia ter sido apenas bondade de Charlotte, mas os poderes dela não causavam tanto dano à Samantha.

Vez ou outra a Vampira se contorcia, caracterizando dores em diversas partes do corpo, mas nada que a fizesse cair no chão.

As coisas ficaram sérias no momento em que Samantha, completamente movida por um ódio que a dominava, foi pra cima de Charlotte e a perfurou no abdômen com as unhas.

Charlotte caiu de joelhos, mas eu a segurei, olhando furioso para Samantha.

– Se afasta agora! – Eu gritei, segurando o corpo de Charlotte – Eu sou o seu criador, e estou ordenando que se afaste agora!

Samantha podia ser o que quisesse, mas quando um vampiro recebe ordens de seu criador, ele é obrigado obedecê-las.

Charlotte tremia em meus braços, os olhos dela estavam focados em Samantha.

Eu podia ver dor, ódio e amargura, tudo em uma única pessoa.

Minhas mãos pressionavam o ferimento, enquanto Samantha caminhava de um lado para o outro na cozinha, provavelmente, ainda tentada à atacar.

O Sangue da bruxa era convidativo. Ela podia ser uma bruxa, mas era humana e eu? Um vampiro que não se alimentava há pelo menos dois dias.

Olhei para todo aquele sangue em minhas mãos e por um momento, o pensamento de que me alimentar ali na hora não seria errado, já que as chances da bruxa sobreviver ao ataque de Samantha eram mínimas.



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Notas finais do capítulo

* Adormecer - Pra um vampiro seria recuperar as energias, já que vampiros não dormem.
* Nosferatu - Evitados pela maioria dos outros vampiros devido a sua aparência repulsiva, os Nosferatu fazem-se uteis espiando todos os outros clãs.
* Gangrel - Preferindo a companhia de animais do que a dos outros vampiros, estes parentes tendem a explorar o seu lado animalesco.
* Brujah - Os rebeldes da sociedade dos vampiros. Eles são agressivos, anarquicos, e perdem a cabeça muito facilmente.



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