Killer escrita por Hugo Campanaro
Notas iniciais do capítulo
Personagem novo o/
Quando voltei, Charlotte já não estava mais perto da árvore e eu não a tinha por perto. Mas como sempre, ela havia deixado seu rastro de sangue por onde havia andado, então não foi difícil eu encontrá-la.
Enquanto eu caminhava à procura da bruxa, não pude deixar de reparar que aquele lugar não tinha nada a ver com Manhattan, e como eu descobri isso? A não ser que você esteja dentro do central park, Manhattan só tem prédios por todos os lados, e por ali havia apenas árvore, grama, e muito mato pro meu gosto.
Charlotte estava perto de um lago, com uma das mãos segurando em uma árvore e a outra nos ferimentos. Me aproximei dela e pude ver que ela sentia dores.
– Você está bem?
– Que pergunta idiota, Romanov!
– Ok... Desculpa por perguntá-la.
– Sai daqui!
– O que?
– Sai daqui agora...
Eu não estava entendendo mais nada, mas me virei e comecei a correr. Não dei muitos passos e senti algo batendo em mim, como se eu tivesse trombado em alguém, mas eu apenas havia visto o vulto.
Me levantei e olhei em vão para os lados. Não havia ninguém ali.
Voltei a correr e novamente, dei de cara no chão.
– Olá, Sebastian! – Ouvi uma voz familiar dizer.
Me levantei e olhei para trás e ali estava ele.
O Cabelo bagunçado e meio de lado continuava o mesmo, junto com o brilho nos olhos verdes e o sorriso travesso no rosto.
Vestia uma camisa social branca por baixo, uma jaqueta preta de ziper por cima, calça jeans e sapatos sociais.
Mesmo incerto e confuso, decidi perguntar:
– Henry?
– Não me reconhece mais, irmão? – Ele perguntou encostando-se em uma árvore.
– Mas como?
– Eles me transformaram também, mas ao contrário de você... Me deixaram para trás.
– Eu voltei a rússia uns cinquenta anos depois, pra ver se encontrava algum velho com uma cara familiar, mas não encontrei ninguém...
– Nos primeiros anos foi dificil, matei algumas pessoas e por isso decidi deixar a cidade e o país aonde moravamos... Fui para a Holanda.
– Quantos anos você considerou os primeiros anos?
– Na primeira década da minha transformação.
– Ah sim... Eu estava na Grécia.
Era estranho conversar com ele depois de tanto tempo sem vê-lo. Eu nem ao menos sabia que ele havia sido transformado... E provavelmente isso havia acontecido logo que eu fui transformado.
As pessoas podem dizer o que quiserem, mas quando se tem todo tempo do mundo, o mundo não é tão pequeno, afinal, nem mesmo dois irmãos conseguiram se cruzar em 360 anos!
Sim, você leu certo... Eu disse irmãos!
Aquele cara à minha frente era Henry Romanov, meu irmão mais velho!
***
Voltei até o rio onde eu havia visto Charlotte pela primeira vez com Henry ao meu lado.
Ambos mudaram o comportamento tranquilo para agressivo quando eu a encontrei.
– Eu disse que não queria vê-la aqui quando voltasse! – Henry colocou as presas de fora.
– Eu disse que não obedeço suas ordens – Ela retrucou levantando a mão e empurrando Henry contra uma árvore logo atras dele.
Henry se levantou e correu de encontro à Charlotte, pronto para matá-la, mas eu me coloquei no caminho dele.
– Parem os dois! – Eu ordenei – Vem cá Henry, qual o seu problema?
– Você vem perguntar qual o meu problema? Quem está com problemas aqui é você, Sebastian. Andando com bruxas agora?
– Ela tem se saido muito melhor que alguns vampiros por aí.
– O que você quer dizer com isso?
– Por que me procurar agora, Henry? Nós nunca nos encontramos, eu nem ao menos sabia que você havia sido transformado... Por que me encontrar agora, por que só agora?
– Por que antes você não estava perdido, irmão!
Eu podia negar o que quer que fosse, mas eu sabia que Henry não estava falando literalmente perdido, e eu não me sentia literalmente perdido apesar de não saber onde estava.
Henry estava dizendo perdido no sentido de não saber o que fazer, e nisso ele estava completamente certo, mas não tive tempo de dizer isso a ele, porque ele já estava longe quando me acalmei.
– Quer dizer que vocês se conhecem? – Charlotte me perguntou.
– Sim... Costumávamos ser irmãos!
– Mas... Irmãos são sempre irmãos...
– O problema é que eu não o conheço mais! Não sei o tipo de pessoa que ele é.
– Talvez não uma má pessoa... Ele já havia encontrado comigo antes de você me encontrar aquela hora, e não me matou. Outro vampiro na certa teria me matado por ser uma bruxa, e ele não.
– Talvez diferente de mim, tenha restado um pouco de humanidade nele.
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