Killer escrita por Hugo Campanaro


Capítulo 12
Capítulo Onze - Henry, nunca visto desde de 1650


Notas iniciais do capítulo

Personagem novo o/



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Quando voltei, Charlotte já não estava mais perto da árvore e eu não a tinha por perto. Mas como sempre, ela havia deixado seu rastro de sangue por onde havia andado, então não foi difícil eu encontrá-la.

Enquanto eu caminhava à procura da bruxa, não pude deixar de reparar que aquele lugar não tinha nada a ver com Manhattan, e como eu descobri isso? A não ser que você esteja dentro do central park, Manhattan só tem prédios por todos os lados, e por ali havia apenas árvore, grama, e muito mato pro meu gosto.

Charlotte estava perto de um lago, com uma das mãos segurando em uma árvore e a outra nos ferimentos. Me aproximei dela e pude ver que ela sentia dores.

– Você está bem?

– Que pergunta idiota, Romanov!

– Ok... Desculpa por perguntá-la.

– Sai daqui!

– O que?

– Sai daqui agora...

Eu não estava entendendo mais nada, mas me virei e comecei a correr. Não dei muitos passos e senti algo batendo em mim, como se eu tivesse trombado em alguém, mas eu apenas havia visto o vulto.

Me levantei e olhei em vão para os lados. Não havia ninguém ali.

Voltei a correr e novamente, dei de cara no chão.

– Olá, Sebastian! – Ouvi uma voz familiar dizer.

Me levantei e olhei para trás e ali estava ele.

O Cabelo bagunçado e meio de lado continuava o mesmo, junto com o brilho nos olhos verdes e o sorriso travesso no rosto.

Vestia uma camisa social branca por baixo, uma jaqueta preta de ziper por cima, calça jeans e sapatos sociais.

Mesmo incerto e confuso, decidi perguntar:

– Henry?

– Não me reconhece mais, irmão? – Ele perguntou encostando-se em uma árvore.

– Mas como?

– Eles me transformaram também, mas ao contrário de você... Me deixaram para trás.

– Eu voltei a rússia uns cinquenta anos depois, pra ver se encontrava algum velho com uma cara familiar, mas não encontrei ninguém...

– Nos primeiros anos foi dificil, matei algumas pessoas e por isso decidi deixar a cidade e o país aonde moravamos... Fui para a Holanda.

– Quantos anos você considerou os primeiros anos?

– Na primeira década da minha transformação.

– Ah sim... Eu estava na Grécia.

Era estranho conversar com ele depois de tanto tempo sem vê-lo. Eu nem ao menos sabia que ele havia sido transformado... E provavelmente isso havia acontecido logo que eu fui transformado.

As pessoas podem dizer o que quiserem, mas quando se tem todo tempo do mundo, o mundo não é tão pequeno, afinal, nem mesmo dois irmãos conseguiram se cruzar em 360 anos!

Sim, você leu certo... Eu disse irmãos!

Aquele cara à minha frente era Henry Romanov, meu irmão mais velho!

***

Voltei até o rio onde eu havia visto Charlotte pela primeira vez com Henry ao meu lado.

Ambos mudaram o comportamento tranquilo para agressivo quando eu a encontrei.

– Eu disse que não queria vê-la aqui quando voltasse! – Henry colocou as presas de fora.

– Eu disse que não obedeço suas ordens – Ela retrucou levantando a mão e empurrando Henry contra uma árvore logo atras dele.

Henry se levantou e correu de encontro à Charlotte, pronto para matá-la, mas eu me coloquei no caminho dele.

– Parem os dois! – Eu ordenei – Vem cá Henry, qual o seu problema?

– Você vem perguntar qual o meu problema? Quem está com problemas aqui é você, Sebastian. Andando com bruxas agora?

– Ela tem se saido muito melhor que alguns vampiros por aí.

– O que você quer dizer com isso?

– Por que me procurar agora, Henry? Nós nunca nos encontramos, eu nem ao menos sabia que você havia sido transformado... Por que me encontrar agora, por que só agora?

– Por que antes você não estava perdido, irmão!

Eu podia negar o que quer que fosse, mas eu sabia que Henry não estava falando literalmente perdido, e eu não me sentia literalmente perdido apesar de não saber onde estava.

Henry estava dizendo perdido no sentido de não saber o que fazer, e nisso ele estava completamente certo, mas não tive tempo de dizer isso a ele, porque ele já estava longe quando me acalmei.

– Quer dizer que vocês se conhecem? – Charlotte me perguntou.

– Sim... Costumávamos ser irmãos!

– Mas... Irmãos são sempre irmãos...

– O problema é que eu não o conheço mais! Não sei o tipo de pessoa que ele é.

– Talvez não uma má pessoa... Ele já havia encontrado comigo antes de você me encontrar aquela hora, e não me matou. Outro vampiro na certa teria me matado por ser uma bruxa, e ele não.

– Talvez diferente de mim, tenha restado um pouco de humanidade nele.



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