Killer escrita por Hugo Campanaro


Capítulo 11
Capítulo Dez - Suicídio e Assassinato




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Capítulo Dez

*Sebastian Narrando*

Acordar nunca foi tão bom quando o seu despertador são gritos estéricos. Não me pergunte, eu simplesmente acordei ouvindo muitos gritos, mas parece que só eu ouvi isso.

Eu estava numa espécie de prisão, ou algo assim. Havia um pequeno portão – da largura de uma porta – com uma pequena janela que provavelmente só podia ser aberta pelo lado de fora.

À minha volta não havia ninguém, mas eu ainda ouvia os gritos. Aproximei-me da janela e me concentrei.

Aqueles gritos só podiam ser de Samantha e Charlotte.

- Charlotte! – Eu gritei.

- Sebastian onde você está? – Ela gritou em resposta.

- Eu não sei... É uma sala... Ta tudo escuro!

- O que houve com a gente?

- Eu não me lembro muito bem... Eu sei que estávamos saindo do hospital e... E apareceu um homem dizendo que havia encontrado dois vampiros?

- Noah! – Samantha respondeu pela primeira vez.

- Noah? Quem é Noah?

- Noah é o homem que te caputurou...

- E o que ele quer com a gente?

- Não sei... Mas não devemos confiar nele.

Ouvi passos pelo corredor e me afastei da porta. Não podia ouvir mais nada além dos passos que ecoavam por todo o chão.

Eu queria poder fazer algo, mas eu simplesmente não sabia o que fazer.

- Sr Romanov? – Disse alguem, ao abrir a pequena janela da porta.

- Quem é você – Perguntei me aproximando.

Se o homem que havia me capturado no hospital era o tal de Noah, aquele ali não era ele. Aparentava ser um garoto de dezessete anos, e por mais que me impressionasse, ele era um humano.

- Eu me chamo Felix Senhor – Ele respondeu – Me... Me mandaram entregar isso.

Ele passou pela janela um pequeno frasco de plastico com um liquido levemente amarelado.

- O que você quer que eu faça com essa verbena? – Perguntei.

- Eu... Eu não sei, Senhor! Simplesmente me mandaram entregar.

De repente algo me aconteceu.

Eu peguei o frasco e o guardei em meu bolso. Eu simplesmente tinha planos para sair daquele lugar.

- Venha aqui Felix – Eu chamei e o garoto se aproximou da porta – Deixe-me vê-lo garoto.

Assim que pedi, os olhos do garoto apareceram na pequena janela. Eram olhos castanhos, e cheios de medo.

- Você me parece muito novo, rapaz. Você trabalha para o Noah?

- Eu?! Como!? Sim Senhor...

- Felix você me faria um favor se eu pedisse?

- Depende...

Coloquei o braço direito para fora pela janela e agarrei o pescoço do garoto, de forma que impedisse que ele tirasse o rosto de perto da janela.

- Você vai abrir essa porta e vai me ajudar escapar desse lugar... Ou então... Eu vou matá-lo!

O garoto assentiu e piscou, saindo do momento de transe.

Ele puxou algumas chaves do bolso e começou abrir a porta. Enquanto isso eu quebrava as correntes que prendiam minhas pernas.

***

Caminhei com Felix até onde as meninas estavam e o obriguei abrir a cela delas também.

Pela tranquilidade em que Charlotte estava, era um pouco difícil acreditar que ela pudesse estar tão machucada.

Os ferimentos dela haviam se aberto... O pesadelo de todo médico simplesmente se tornou realidade.

Não havia mais pontos, somente muito sangue.

Me concentrei em qualquer coisa como na simples respiração do humano para que eu não a atacasse.

Como se fossem simples linhas de costura eu quebrei as correntes que prendiam a garota à sala e quando eu estava proximo de sair dali, com Charlotte nos braços, alguém disse:

- Sebastian!

Eu olhei para tras e Samantha me olhava com uma cara de quem esperava que eu fizesse algo.

- Desculpe Samantha, mas eu não vou me arriscar a sair com você!

- O que? Me diz que você não está achando que eu estou com esses caras, Sebastian!

- Você tem motivos para se vingar de mim, Samantha. Você podia simplesmente querer que alguém acabasse comigo por causa da minha fuga e do modo como te expulsei...

- AH CLARO! EU ESTARIA SIM, NESSE MOMENTO TODA ENSANGUENTADA, TENTANDO ME CONTROLAR PARA NÃO ATACAR A SUA BRUXINHA E ESTARIA PRESA POR ESSAS MALDITAS CORRENTES! Sebastian, você sabe muito bem o tipo de garota que eu sou... Se tudo isso fosse coisa minha, eu estaria bem longe de Nova York agora e estaria bebendo vinho com algum humano... Não estaria praticando teatro!

Por mais que eu quisesse negar na hora, ela me parecia sincera. Mas eu não iria fazer aquilo.

- Se isso não for castigo, considere como uma vingança pelo que você fez a bruxa!

Sai andando com Charlotte e ordenei que Felix trancasse o portão novamente.

- Por que você não a soltou? – Charlotte perguntou fraca.

- Porque ela simplesmente atrasou nossa ‘missão super-secreta’... Seríamos mais rápidos se você não estivesse ferida.

- Ódio e vingança não são bons, Sebastian ...

- Para os humanos não... Mas eu já estou morto, não posso ficar pior que isso!

Na hora, eu não parei para pensar... Mas sair daquele lugar foi mais fácil do que eu pensava. Que tipo de vampiro essa esse tal de Noah? Colocar um humano para cuidar dos próprios prisioneiros e esquecer que temos o poder de controlar a mente desses fracassados?

Eu já estava bem longe do lugar onde eu havia sido preso. Um lugar que não passava de uma casa com um porão sinistro.

Era noite, eu não sabia ao certo qual horario, mas sabia que não demoraria muito para amanhecer... A noite nunca dura.

Não havia sinais de cidade, e muito menos alguma pessoa ou um lugar onde pudessemos estar seguros.

Coloquei Charlotte encostada em uma árvore e fui até o garoto Felix que estava distante de nós.

- Felix – Eu o chamei – Venha aqui!

- Pois não, Senhor?

Eu o olhei por um momento.

Era muito novo para ter ambições pessoais. Não sei ao certo, mas aquele garoto não me parecia ser ruim.

- O que você está fazendo? – Perguntei.

- Perdão Senhor, Não entendi sua pergunta! – Ele respondeu.

- Perguntei o que está fazendo.

- Como...

Eu o peguei pelo colarinho da blusa e o olhei com frieza.

- Você não tem nenhum tipo de arma contra mim... Por que me deixou fugir? Seu criador ou sei lá a quem você serve não seria tão burro ao ponto de deixar um humano como você cuidar de um vampiro como eu... Ele pareceu sabe que eu sou uma ameaça poderosa!

- Ele... Ele mandou que eu o obrigasse à beber a verbena, Senhor!

- E por que não o fez?

- Eu estava com medo!

- Devia ter feito!

Inclinei a cabeça dele para o lado e quando meus dentes estavam quase tocando o pescoço dele, ele gritou:

- VERBENA! Eu bebo verbena!

Afastei o corpo de por um tempo, até me dar conta do que ele estava dizendo.

- Quer dizer que não posso drenar seu sangue? – Eu disse surpreso.

- Não Senhor! A menos que queira cometer suicídio!

- Nós não queremos um suicídio aqui, não é Felix?

- Não... Não Senhor!

Eu o olhei com raiva e respondi:

- Nós queremos apenas um assassinato!

Quebrei o pescoço do garoto e em alguns segundos o corpo dele estava caído no chão.

- Suicídio... – Eu murmurei e saí andando.


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