Dimensions Steps escrita por Dave Iguerot


Capítulo 2
Capítulo 1 - Férias


Notas iniciais do capítulo

Capítulo 1, finalmente! Desculpem pela demora, galerada >.< Bom, eu não tenho muito o que falar aqui. Aproveitem a história.
Tema do capítulo: Louder than Thunder - TDWP
http://www.youtube.com/watch?v=z5ubtpifMuw



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Faltavam mais 5 minutos para o sinal tocar. Seria o último que os alunos iriam ouvir naquele ano, por isso esperavam ansiosamente por ele.

A professora de matemática havia entregado os boletins, devido a um incidente com a copiadora, foram entregues atrasados naquele ano. Para a felicidade de Nari, conseguira passar em todas as matérias, não ia ter de fazer a recuperação, como no ano passado, então teria mais tempo de aproveitar as férias.

O tão esperado som da liberdade foi ouvido. A professora levantou-se de sua cadeira e despediu-se dos alunos.

– Boas férias para vocês. Para os que não tiveram notas tão boas, os vejo daqui a uma semana.

Como era esperado, uma multidão de adolescentes projetou-se rapidamente nos corredores. Nari sempre esperava um pouco antes de sair da sala, não gostava de aglomerações de pessoas.

Desviou-se do trajeto feito pelos outros e foi ao banheiro feminino. Lá, arrumou seu cabelo castanho liso, que ia até a altura dos ombros. Enquanto fazia isso, pensava o quanto havia mudado. Seus únicos amigos haviam mudado de escola, deixando-a sozinha. Sem ninguém para dividir seus problemas, foi se tornando uma garota fechada e insegura.

Talvez se não houvesse aqueles que me atormentaram, a mudança não teria sido tão drástica. Ainda tinha isso. No último semestre, Nari teve de lidar com todo tipo de atormentação por parte dos alunos de séries acima da sua.

Queria esquecer tudo que acontecera nos últimos meses. Para ela, as férias iam ajudar nisso. Ia passar os próximos meses com as únicas pessoas que a faziam se sentir segura, de quem não sentia medo. Seus pais.

Saiu dali e seguiu pelo corredor, no qual havia fileiras de armários que ocupavam quase toda a extensão das paredes. Quando chegou à porta principal, pode ver pelos vidros a neve caindo. Para ela, aquela era a melhor maneira de começar as férias. Amava neve pelo simples fato de que isso a fazia lembrar de seus dias de infância, quando fazia bonecos de neve com seus pais e brincava de guerra de bolas de neve com seus amigos. Como gostaria que pudesse a ser uma criança de 6 anos sem preocupações.

Depois que seu momento nostalgia acabou, Nari pegou seus fones de ouvido, os quais havia ‘herdado’ de seu pai.

What would it take

For things to be quiet, quiet like the snow ?’

Era incrível como a letra daquela música se adequava perfeitamente àquele momento.

A garota fez seu trajeto até em casa a pé. Desse modo demorava 45 minutos para chegar, mas devido à neve, não ia levar menos de 1 hora caminhando. Mesmo assim, estava tudo bem, ela preferia andar, pois enquanto fazia isso também ouvia músicas e fazia outra coisa que adorava. Pensar em histórias.

Nari tinha uma imaginação muito fértil, e gostava muito de escrever, o que era um tanto irônico, já que a matéria que havia ficado para recuperação no ano anterior era Literatura, mas isso não vem ao caso agora.

A jovem sempre carregava consigo um caderno onde escrevia qualquer ideia que pudesse ser, e seria, transformada em história.

Ela perdeu-se em seus pensamentos e começou a andar inconsciente de que o estava fazendo. Havia chegado em casa, nem lembrava por onde passara.

O teto estava coberto de neve, seu pai provavelmente esquecera de limpá-lo naquele dia, ou simplesmente não estava afim de fazê-lo. Nari apostava na segunda hipótese.

Abriu o portão de madeira e entrou no quintal. Seu bonsai, que se localizava na janela, estava do jeito que deixara de manhã. A terra do vaso estava seca. Tratou de pegar um pequeno regador de plástico e molhar a árvore.

Deu a volta pela casa e encontrou seu cão Crescente dormindo na casinha de madeira construída por seu pai. Resolveu não acordar o Chow-Chow, ele parecia feliz dormindo.

Finalmente deu a volta e entrou em casa. Encontrou seu pai, um rapaz magro, alto e com cabelos tingidos de laranja, sentado no sofá brincando com seu videogame portátil. Nari reconheceu os sons agudos do Nintendo D.S. , ele estava jogando Legend of Zelda. E perdendo.

Sua mãe cozinhava no fogão. Vestia um avental branco preso em seu vestido verde-limão. Algumas pessoas chamariam Neku de preguiçoso por não estar ajudando a esposa a fazer o almoço, mas essa foi uma decisão dela. Neku era um desastre na cozinha.

O pai notou Nari entrando. Jogou o aparelho no sofá, frustado, e foi ao seu encontro, murmurando que o problema era do jogo.

– Olá, minha querida. – Disse Neku abraçando-a.

– Olá pai. – A garota repetiu o gesto feito pelo pai, o envolvendo em seus braços. – Nem posso acreditar que finalmente nós vamos passar um tempo juntos.

– Vem cá. – A voz vinha da cozinha. – Esse ‘nós’ também me inclui, certo?

Nari foi até onde sua mãe estava e a abraçou, dizendo:

– É óbvio, né mãe? – As duas riram.

Nari parecia uma versão menor de Shiki, seus cabelos possuíam o mesmo tom castanho escuro e os dois eram lisos. A diferença era que o da mãe ia até a nuca.

– Filha, vá tirar essa roupa escolar e colocar algo mais confortável.

Seguindo as ordens da mãe, Nari subiu as escadas de madeira que levavam até o 2º andar da casa. Seguiu pelo corredor até chegar à porta do fim.

Jogou a mochila no chão e estirou-se na cama, isso já havia se transformado numa tradição, sempre que chegava da escola, Nari se deitava e admirava o ventilador de teto. Segundo a própria, isso a ajudava a fazer uma reflexão profunda sobre a vida e o Universo. Em outras palavras, não pensava em nada.

Depois de seu momento ‘meditativo’, Nari removeu o desconfortável uniforme e vestiu roupas mais casuais. Uma camisa de manga-longa amarela, uma bermuda azul-clara e chinelos cinza, seu conjunto de roupas favorito.

Eu não consigo te entender, Nari. Quanto a roupas, você puxou o seu pai. Lembrou-se das frequentes palavras de sua mãe enquanto se olhava no espelho. Riu quando pensou nisso, pois sabia que havia verdade naquelas palavras.

Depois a troca de roupas, a garota retornou à cozinha. Os pratos já estavam na mesa. Suas comidas favoritas também estavam ali, dentro de panelas prateadas brilhantes.

A família conversava sobre as atividades que fariam durante o descanso, enquanto comiam. Felizmente as férias dos pais aconteceriam ao mesmo tempo das férias escolares.

– Nari o que você quer fazer? – Perguntou Neku.

– Qualquer coisa está ótima, desde que seja com vocês. - Respondeu, sorrindo.

– Ei, que tal irmos às compras? – Essa é Shiki Misaki pra vocês, viciada em compras, moda e gastar. Para a infelicidade de Neku.

– Meu bolso agradece se você decidir não sugerir mais os lugares, Shiki. – Neku abaixou a cabeça e fingiu estar chorando.

– Tadinho dele. – Shiki fazia uma voz carinhosa e logo depois abraçou o marido – Não se preocupe, não vamos comprar... – Ela fez uma pausa e continuou – Muito.

– É o máximo que vou conseguir né?

– É. – Responderam mãe e filha em uníssono.

As duas começaram a rir. O pai logo se juntou também. Geralmente era isso que acontecia quando estavam juntos. Eram uma família bem unida. Muitas pessoas achavam estranho o quão feliz eram. Não conseguiam explicar, para eles aquilo era a coisa mais normal do mundo.

Assim que terminaram de almoçar, cada um levou o respectivo prato para a pia e o lavou. Shiki ia fazer o que sempre fazia com a comida que sobrava, ia conservar para comerem de noite.

Nari voltou para o seu quarto e ficou o resto do dia no computador, jogando seu jogo favorito. Grand Chase.

A garota apertava freneticamente a tecla’Z’, aparentemente aquela servia para o ataque. Havia conseguido derrotar o mestre da missão. Estava feliz por isso.

Esse Circo dos Pesadelos é bem difícil... Olha a hora! Já eram 11 horas da noite. A hora de dormir chegara num piscar de olhos. Fechou o jogo e desligou seu notebook.

Nari vestiu suas roupas de dormir e foi se deitar. Aquele dia tinha sido incrível, não podia esperar que fosse terminar de uma maneira tão estranha.


Tudo estava escuro e tenebroso. Um manto de escuridão encobria aquele lugar. E uma presença maligna podia ser sentida. Nari tentava correr, mas não conseguia sair do lugar, era como se algo a prendesse ali.

Uma visão de seus pais apareceu em sua frente. A garota tenta chamá-los, mas nenhum som podia ser ouvido. Estava muda.

Uma voz então sussurrou em seus ouvidos: ‘E então Nari? O que vai fazer? Vai correr?’ A mesma voz começou a rir malignamente, a risada reverberou pela área.

Um ponto de luz roxa brilhava embaixo dos pés de seus pais. De lá, ergueu-se uma enorme escada helicoidal, fazendo a imagem de seus pais se dissipar. A luz purpúrea espiralizava pelas sombras.

Nari estava com medo, queria acordar, sair dali, mas não conseguia. Pelo visto não tinha outra escolha. Colocou o pé esquerdo no primeiro degrau da escada. Pessoas supersticiosas provavelmente iam colocar o pé direito primeiro, mas Nari não dava importância para aquilo naquele momento.

Embora fosse feita de luz, a escada era estranhamente sólida. Continuou subindo, apoiando-se nos corrimãos. Aquilo não parecia ter fim, imaginava que já estava 10 minutos fazendo aquela caminhada pelos degraus. A garota parou alguns segundos para descansar, não parecia que ia chegar ao fim tão cedo.

Depois de mais alguns minutos andando, Nari chegou ao último degrau, para sua surpresa, dali saía uma plataforma do mesmo ‘material’ da escada. No final dela, havia uma porta.

A garota seguiu até lá. A porta era feita de madeira velha. Grossas correntes douradas a circundavam e um enorme cadeado dourado as puxava para baixo, devido ao seu peso.

Nari encostou o dedo na tranca, era gelado. Pode ouvir sons metálicos vindos de dentro. Ele fora destrancado, o objeto metálico caiu na plataforma e as correntes desapareceram em uma chama branca.

Outra voz foi ouvida, diferente da de antes. Parecia uma voz de criança, ela pedia por ajuda. ‘ME SALVE ’

Nari tentou empurrar a porta, inutilmente. Tentou se jogar contra ela, também não fora efetivo. Começou a esmurrar a madeira, tinha de ajudar aquela pessoa, de qualquer maneira. Por fim, desistiu, ajoelhou-se no chão e chorou.

Um som se algo quebrando foi ouvido, vindo de dentro da sala. A garota levantou-se. De repente uma enorme mão feita de pura escuridão quebrou a porta e a agarrou. Nari tentava se livrar dela, mas era muito forte. A jovem foi puxada para dentro da escuridão da sala.


– AHHH! – A garota acordou gritando.

Seus pais chegaram correndo. Quase arrombaram a porta, sorte que estava aberta.

– Nari, o que foi? – Neku segurava um bastão de baseball.

– Oh. Me desculpem. – Ela abaixou a cabeça – Acho que foi só um pesadelo.

– Você está bem, querida? – Shiki colocou a mão em sua testa. – Você não está com febre.

– Estou bem sim, mãe. – Um sorriso abriu em seu rosto – Podem voltar a dormir. Afinal, temos um longo dia amanhã.

Eles a abraçaram e saíram.

Nari não voltou para a cama depois, será que tudo aquilo tinha sido apenas um sonho? Ou será que fora bem mais que isso?



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Notas finais do capítulo

Uma referência a Zelda e Grand Chase no cap 1, não resisti xD Um recado para os fãs, não vai ser só isso desses 2 jogos que vai aparecer não, tá? Vai ter bem mais.
Bom, adeus e até o cap 2 o/



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