Britanny e Santana escrita por prettysemileek


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, ok? E NÃO ME MATEM, POR FAVOR!



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Assim que chegamos lá, vi que Lizzie estava em frente a casa noturna (não como aquela que estive mais cedo. Essa era mais casual e adulta). Assim que ela me viu, pulou em meus braços e eu retribui ao seu abraço. Eu até ouvi Britt resmungar baixinho, mas a ignorei.

-Essa deve ser a drogada que você encontrou no lixo? – ela nos provocou, sorrindo com malicia. Isso me preocupou, porque aquela não era a Brittany que eu conhecia. A Brittany que eu conhecia era infantil e idiota – e burra. – Ou foi em um bordel?

-Foi no mesmo lugar em que eu te encontrei. – rebati, antes que Lizzie pudesse fazer isso de uma forma mais cruel, sem deixar de falar que ela até tentou pular em cima de Brittany, mas eu a segurei. – Não se lembra? Você estava lá também.

-Não, eu não me lembro. – respondeu, ainda sorrindo secamente. – Estava ocupada demais paquerando caras lindos e legais.

-Ela quis dizer bobos e idiotas. – Lizzie acrescentou baixinho só para que eu escutasse. Eu ri, em concordância. – Ei, ignora ela. – a maioria do pessoal já havia entrado, mas nós continuamos do lado de fora. Melhor assim. E de qualquer forma, eu duvido que tenham sentido a minha falta. – Eu sei que algo aconteceu e não devo me intrometer nisso, mas eu sinto que você está preocupada. Ou com raiva.

-Não é nada. – menti. – Mas você veio aqui para me deixar pior, ou para me fazer companhia?

-Eitaa, deixa de drama garota. – ela riu, mostrando o cigarro que estava escondido em suas mãos e o pôs nos lábios, tragando um pouco. – Vamos dar uma volta, ok? Vou te apresentar uns amigos meus. Sei que você não está muito ao estilo deles, mas se eu disser que está comigo talvez dêem uma trégua para você. – sussurrou em meu ouvido, antes de me arrastar dali: - É que eles não curtem pessoas normais.

Andamos por algumas ruas e logo entramos em um beco deserto. Passamos por mais uma rua e paramos numa esquina, que estava cheia de jovens (todos eram gays, lésbicas, punks, góticos e emos), que bebiam, fumavam, se drogavam ou estavam quase transando ali mesmo. Lizzie deu um leve tapa em minhas costas, como se dissesse “fica calma garota” e eu respirei fundo. Segui-a e todos pararam de fazer o que estavam fazendo, e olharam para mim, me encarando de uma forma estranha e que me deixou com medo.

-Galera, essa é a Santana. – Lizzie disse. – ela está passando uns dias aqui com uns babacas da cidade dela e estava procurando companhia, então eu a trouxe para cá. Ou preferem que ela fique em um bar com pessoas chatas e assistindo a uma cantora qualquer e sem poder beber? Ah, dêem uma chance a ela. Ela pode não parecer, mas é uma de nós.

Alguns me cumprimentaram, mas eu sentia que não tinham gostado muito de mim. Não me importei com isso. Eu não estava ali para agradar ninguém, então fodam-se eles. Se bem que eu estava um pouco envergonhada com a minha escolha de visual: calça preta de couro e uma blusa branca soltinha, e alguns acessórios bregas, sem falar do meu cabelo que estava solto. Eles, sim, sabiam como se vestir com estilo e isso estava me deixando com inveja.

Como eu não sabia com quem ficar, fiquei próximo de Lizzie que conversava com três garotas (Mallory, Kristin e Anie) e mais dois garotos cujo nome eu não recordo, mas me lembro vagamente que eles são um casal.

-Quanto tempo vai passar aqui? – Mallory perguntou, sem interesse. E talvez não tivesse mesmo, já que seu precioso cigarro talvez fosse mais interessante do que me ouvir falar sobre minha vida simplória e entediante.

-Não muito tempo. – respondi, suspirando. Ela revirou os olhos discretamente, mas eu consegui reparar isso. – O que vocês tem aqui?

-Bebida e muitas drogas. – Anie disse, rindo. – Mas duvido que agüente isso.

-Eu agüento qualquer coisa. – provoquei-a.

-Percebi. – Anie tragou mais um pouco de seu cigarro. – Se agüenta a escola e pessoas idiotas, isso chega a ser moleza pra você.

-Ah, não deixem ela ficar doidona agora. – um dos meninos disse. – Ela tem cara de ser santinha. Deixem que ela se rebele por si mesma. Afinal, qual o seu nome mesmo? É Satan?

-Santana. – corrigi, enquanto pego um copo que Mallory me entregou.

-Vamos ver o quanto ela agüenta. – ela disse, rindo.

-Ah, gente, não a subestime. – Lizzie comentou. – Nunca se sabe do que uma garota pode ser capaz.

Bebi um pouco e fiquei na minha, prestando atenção na conversa deles.

-Ouvi dizer que essa casa é assombrada. – Kristin disse, apontando para a casa abandonada que estava logo atrás de nós. – Mal assombrada.

-Eu não duvidaria da eficiência dos fantasmas. – acrescentei, me metendo no assunto. Até Mallory pareceu surpresa. – Você disse que a casa é mal assombrada, e só tem um jeito de saber se ela é ou não.

-Olha só, quem está se rebelando! – Mallory disse, secamente. Sinceramente, porque aquela garota tinha de ser tão vadia? Admito que não gostei dela no primeiro instante em que a vi e só a detestei cada vez mais. – Então vai lá, garota selvagem, arromba a casa e mostra que não tem medo de nada.

-Ok, eu vou. – digo pegando a garrafa de vodca e bebendo o restante do que tinha ali e quebrando-a na porta da casa. Aquilo não serviu de nada e não tive intenção alguma. Era só pra chamar a atenção mesmo. Eu sabia bem como arrombar uma casa e não demorou muito para eu conseguir entrar ali dentro. Olhei para Mallory com malicia. – O que acha?

-Não me surpreende. – ela disse dando de ombros. – Ei, pessoal todo mundo pra dentro! Quem quiser vir, não obrigo ninguém. Mas, o que acham de ver a novata encher a cara?

-Oba! – alguns comemoraram, entrando na casa, que já estava com luzes acesas e com uns poucos moveis cobertos com lençol branco. Ainda tinha o cheiro de mofo e poeira que me incomodava um pouco, mas a maioria ali pareceu não reparar nisso. É o que dá passar o dia se drogando.

-Mallory, não. – Lizzie a repreendeu. – Isso não vai acabar bem.

-E desde quando você se importa? Ou sua amiguinha está com medo? Está vendo? Ela não está com medo. Ela quer ser uma de nós, então deixe-a.

-Vamos embora. – Lizze sussurrou pra mim. – Te trazer com a Mallory aqui foi uma péssima idéia. Ela odeia novatos e vai querer brincar com você, principalmente depois que descobriu que você está comigo.

-Ela te odeia? – sussurrei de volta. Pela forma na qual ela me olhou, eu já sabia que a resposta era sim.

-Ela odeia qualquer um que lhe pareça ameaça, mas eu já garanti que sou inofensiva.

Eu ri.

-Inofensiva, você?

-Eu sei que não sou, mas quem tem que acreditar nisso é ela e não eu, ok?

-Aceita um drink? –Mallory disse, oferecendo um copo que continha uma bebida estranha. – Ou prefere algo mais pra sua idade?

Eu ia recusar, pois não sabia o que poderia ter ali dentro, mas a risada de varias pessoas me fez mudar de idéia. Furiosamente, tirei o copo de sua mão. Ela pareceu surpresa.

- Anda, beba. – ela disse, sorrindo com malicia. – A menos que esteja com medo.

-Eu não estou. – digo, bebendo tudo com um gole só, o que não me deu tempo de prestar atenção no gosto estranho da bebida. Por fim peguei o copo de vidro e entreguei a ela. Eu até fui gentil, já que minha vontade foi a de quebrar aquele copo na cara dela. – Mais.

Ela foi e voltou, demorando um pouco mais do que da outra vez. Ela e Anie riam, como se eu pudesse ser motivo de piada, mas eu as ignorei. Eu estava um pouco zonza e Lizzie me segurou. Comecei a ficar com medo, mas nem me preocupei com o que estava sentindo agora. Tudo parecia tão amigável, tão familiar. Eu me sentia parte deles. Ria junto deles, sem razão alguma. Eu conhecia bem aquela sensação. Era a de estar bêbado, mas aquela bebida tinha de ter algo mais, pois eu já estava quase caindo no chão – ainda bem que Lizzie me segurava cada vez mais.

-Você é do tipo que aceita tudo o que te dão sua idiota? – Anie disse, rindo. – Ah, Malie, você é um gênio. Ela nem reparou na quantidade enorme de drogas e de outras coisas que tem ai. Em segundos ela vai apagar e talvez seja pra sempre.

-O que você fez? – Lizzie perguntou, com muita raiva e descontando isso em mim. Ela até ignorou o “ai” meu. – Isso pode matá-la!

-Eu sei. – Mallory disse, rindo ainda mais. – E é o melhor para ela e para todos. Ou você já estava caidinha por ela? Awn, a Lizzie-bitch tem sentimentos! – caçoou, rindo ainda mais. Não me lembro bem do que aconteceu em seguida, já que Lizzie me soltou e pulou para cima de Mallory. Tudo o que sei foi que eu ainda lutei para tentar ficar acordada, mas me rendi a pressão e fechei os meus olhos, ainda escutando as vozes de briga e risadinhas sem graça. 


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Notas finais do capítulo

Só um aviso: se não deixarem reviews eu torturo vocês durante mais algumas semanas e eu falo sério. Não estou com pena de vocês u_u