Eu sabia que Santana era especial no instante em que eu a vi. Ela pode até ter um lado bastante cruel e malvado, mas eu gostei dela assim mesmo. Ela pode ser assim, mas no fundo é uma boa pessoa – diferente de Mallory, que é fria e cruel com todo mundo. E foi por isso que eu não poderia deixar a tentativa de matá-la em vão.

Enquanto eu batia na vadia da Mallory, simplesmente me esqueci de Santana que estava desmaiada no chão, a cada segundo mais próximo da morte...e então eu dei um forte soco no rosto dela, e ela caiu para trás, sendo segurada por suas queridas amiguinhas.

-Eu cuido de você depois. – me virei para Santana e fitei-a – Eu tenho de te tirar daqui. Não se preocupe, S. eu não vou te deixar morrer, prometo.

Em seu bolso eu senti que o seu celular estava vibrando e vi que era o numero de Brittany (já que o seu nome apareceu no visor, pois não tinha como eu saber se era ela ou não só de olhar apenas o numero). Sei que eu não deveria, mas atendi a ligação, enquanto eu tirava a Santana do chão.

-Quem é? – perguntei.

-Santana...ah, é você – disse ela, desapontada. – Eu sou a Brittany, melhor amiga da Santana. Onde ela está?

-Ela...- comecei a dizer aos prantos, mas não sabia como. Já era difícil estar tirando ela da casa sozinha e estar falando com a melhor amiga dela ao mesmo tempo não era nada agradável. Posso ser sutil, mas eu sou muito ciumenta, lá no fundo.

-O que aconteceu com ela? O que você fez com ela? Anda, me conta! – ela disse, quase aos berros.

-Não foi eu...eu estou levando-a para o hospital agora. Tentaram matá-la...eu disse para ela não beber, mas ela bebeu... – disse, entre lágrimas, enquanto entrava no carro de Logan, um amigo meu que estava por ali e assim que me viu saindo daquela casa arrastando Santana, se dispôs a me dar uma carona até o hospital mais próximo. – sinto muito, tenho que desligar. – fim da chamada. Olhei para Logan, que já havia me ajudado a por ela em meu colo no banco da frente e que estava sentado ao meu lado. – Seja rápido, por favor. Ela não tem muito tempo.

Chegamos ao hospital no que deveria ser uns cinco minutos depois. Antes que eu pudesse passar mal, eles já haviam a levado.

-Você está bem? – Logan perguntou, se sentando ao meu lado na sala de espera.

-O que você acha?

-Eu acho que vai ficar bem. – ele disse, sorrindo. – Você sempre fica.

Eu ia lhe responder algo, mas nesse exato instante Kristin apareceu.

-O que você está fazendo aqui? – perguntei um pouco alto demais, fazendo com que varias pessoas olhassem para mim.

-Bem, eu estou no hospital, comprar pão é o que eu não vim fazer aqui. – ela disse, dando de ombros. – Como ela está?

-Graças a você e suas amigas, nada bem. Como ousa vir aqui?

-Só queria saber se estava tudo bem...alias, você seqüestrou ele eu tinha que vir aqui. E olha, eu não tenho nada a ver com o que a Mallory fez. Ela é louca, ok? Piradinha da silva. Não tem idéia de maior parte das coisas que faz.

-Que seja. E eu acho que ela não precisa que alguém fale por ela, acho que ela é capaz de fazer ao menos isso.

Ela ia falar algo, mas naquele momento uma enfermeira apareceu e veio na nossa direção.

-Não se preocupem, ela está bem. – ela nos disse. Eu respirei fundo, aliviada – Está dormindo agora, e por isso é melhor não incomodá-la. Mas teve sorte. Se tivessem demorado mais um pouco, ela teria morrido.

-Oh...- abracei a mim mesma e tentei não chorar, mas algumas lágrimas escaparam de meu rosto sem querer. A enfermeira bufou e eu olhei fixamente para ela pela primeira vez e eu a reconheci, desejando esquecer totalmente dela, mas não pude evitar.

-Não sei o que você fez dessa vez, Elizabeth, mas parece ter te afetado muito, para você estar chorando dessa maneira. – ela disse, com rispidez. – Afinal, pelo que eu me lembro, da ultima vez que te vi você tinha tentado se matar.

-Não importa o que aconteceu. Isso não é da sua conta. – Lizze rebateu, limpando seu rosto. – Saia da minha frente e volte ao seu trabalho.

Ela deu um sorrisinho falso e saiu dali. Eu sei que havia sido um pouco ríspida, mas não pude evitar. Era tantos pensamentos me conturbando agora, que eu até não me surpreenderia caso eu resolvesse descontar em mim mesma.

Percebendo a hora que já era, decidi finalmente ligar para Brittany, pois ela iria querer saber como Santana estava, muito mais do que eu. Pelo menos eu continuei com o celular dela comigo.

-Santana? Amiga estranha que tentou matar a Santana? – ela perguntou ao primeiro toque. Pela sua voz percebi que ela andou chorando e tenho quase a certeza de que minha voz parecia pior do que a dela. – O que aconteceu com ela?

-Não é a Santana, ela está no quarto de hospital agora. E ei..! – protestei de antemão - Ela está bem. – respondo, com muita dificuldade. – Agora ela está.  Dormindo, mas bem

-Onde vocês estão? – ela pergunta com rispidez, ignorando-me totalmente. – Eu fugi, sai de perto do meu pessoal e eles não teem idéia do que aconteceu até agora.

-No hospital. – respondi, chorando ainda mais. E ai eu disse o endereço a ela e o restante ficaria por sua conta própria.

-Ei, vem cá. – Logan disse, me abraçando. – Fica calma, vai ficar tudo bem.

-Humpf. – Kristin bufou, se sentando do meu outro lado. – Vai lá abraçar a coitadinha e deixe-me de lado.

-Oh, deixe de ciúmes. – Logan disse, abraçando-a, mas sem me deixar de fora. Eu ri, entre lágrimas, aproveitando aquele momento maravilhoso e tortuoso ao mesmo tempo que durou até a chegada de Brittany, que não demorou muito para acontecer.