Quinn’s POV 

A noite de ontem me assombrou. Era errado, era ridículo. Quinn Fabray amassando a garota mais insuportável e esquisita do coral? E ela era uma garota, GA – RO – TA. Eu não queria ser parte dessa situação horrenda. Deixei o momento tomar conta de mim, mas isso não podia ficar assim. Eu sou Quinn. Sou a cheerio que todos adimiram.

Cada coisa deve ficar em seu lugar, o dela de perdedora e eu no topo. Não exitei em mostrar pra ela que tudo não tinha passado de um devaneio, uma anormalidade. Fiz o que tinha que fazer, a humilhei. A deixei em seu devido lugar. O que eu estava pensando? Passei o dia normalmente, assisti as aulas, almocei, tive treino.. Tudo estava bem, bem... normal. Bem... Vazio.

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Destraí minha mente com coisas do dia a dia. Mas um sentimento ruim me tomou. Culpa, arrependimento, dor. Eu não queria sentir aquilo, eu não queria que ela, Rachel estivesse na minha mente. Passei meu dia tentando armar idiotices que a magoassem, tudo por medo de admitir meus sentimentos e covardia de segui-los. Magoei, e humilhei a única pessoa que conseguiu ver a verdadeira Quinn. Não essa mascara idiota que coloco para pisar nas pessoas e me auto-afirmar.

Uma guerra acontecia dentro de mim. Quem eu era de verdade? O que eu queria? Quem eu queria enganar. Parte de mim dizia “Quinn, siga sua mente, largue de ser idiota e bote-se no seu lugar”, a outra, a que eu mais queria ignorar dizia “Você é uma idiota! A única pessoa que entrou no seu coração é a única que você está tentando expelir da sua vida. E da pior forma, a machucando”.

Fui para o banho. Deixei a água escorrer e lavar todas as minhas incertezas. Deixei lagrimas involuntárias e merecidas escorrerem pelo meu rosto. Tomei então a decisão mais verdadeira que encontrei na minha alma. Uma chance de talvez me salvar de ser uma pessoa oca e arrependida. 

Após muito refletir cheguei a conclusão de que todo esse suposto ódio que eu tinha por ela, era uma simples negação dos meus reais sentimentos. Eu sempre a quis, a  Rachel nerd, com aquele jeito mandão insuportável, sweteres de criança e amante de musical. Eu sempre me senti desconfortável porque sempre que olhava naqueles profundos olhos castanhos,  era magnetizada a eles. Dizem que há uma linha tênue entre o amor e o ódio, não? Eu apenas mascarei um com o outro.

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Peguei o violão que havia ganhado no ano passado e fui para o computador pegar cifras para o meu plano. Ensaiei por uma hora, botei uma roupa e um casaco, estava chovendo. Minha voz não era espetacular como a da Rachel, mas ela ia ter que funcionar. Dei partida no carro, com o coração na mão. Eu tremia. Eu tinha pisado na bola, tinha ferrado tudo. Não esperava que uma loucura romântica fosse resolver. Estacionei na frente da casa dos Berry e tirei o violão do porta malas. Tentei ligar, mas é claro, Rachel não atendeu. E ainda por cima havia começado a chover. Encontrei pequenas pedrinhas espalhadas pela grama do jardim. A janela do quarto dela ficava bem de frente para a rua, então, hesitante, arremessei-a contra ela. Esperei alguns segundos e.. Droga! .. não havia resposta.

As gotas me ensopavam. Na terceira pedra pude ver a cortina se abrindo, e lá estava ela, com o rosto inchado, provavelmente por chorar o dia todo, mas estava ainda sim.. linda. Quando ela me viu, começou a fechar as cortinas. Eu gritei.
Quinn – Não! Rachel, espera. Só deixa eu fazer uma coisa. Se depois disso você não quiser me ver eu entendo, e saio do seu caminho.
Ela exitou, mas abriu a janela.

Rachel – É melhor ir rápido então, ta gotejando aqui dentro. -Disse fria.

Respirei, ajeitei meu cabelo ensopado e então comecei a tocar os primeiros acordes no meu violão. E então entrei com a voz..(http://www.youtube.com/watch?v=MWUgRD0WF2g  link da musica para aqueles que quiserem acompanhar junto com a cena, dá mais emoção HAHA)

“What just happened? Did you kiss me? 'Cuz that's a place we've never been until now, and I don't know how we're gonna be after this. Do we pretend these feelings don't exist at all? Or do we fall?

(O que acabou de acontecer, você me beijou? Porque esse é um lugar que nós nunca estivemos até agora, e eu não sei como será depois disso. Nós fingimos que esses sentimentos não existem ou nos entregamos a eles?)

Meu coração batia como se fosse pular do meu peito, e eu sabia que minha voz estava ligeiramente trêmula.

"My confusion shows whenever you stand so close I stumble, I stutter, forget what to say. I'm nervous, I wonder why I'm acting this way?"
(Minha confusão mostra que quando você está muito perto eu tropeço, eu gaguejo, esqueço o que dizer. Eu estou nervosa me perguntando porque estou agindo dessa forma) 

Aumentei a intensidade a velocidade da batida do violão para então começar o refrão.

It's temporary insanity. What’s going on with you and me? Is it real or is it fantasy? Forever or just temporary? Woh-oh-oh
(É insanidade temporária. O que está acontecendo comigo e com você? É real ou apenas fantasia? Pra sempre ou apenas temporário?)
Vi que Rachel havia saído da janela, mas continuei tocando. A porta da frente se abriu. Era ela.
      You made a move, don't change your mind. Too much to lose we've crossed the line between friends and something more. Was it all a big mistake? 'Cuz if it was it's much too late to undo, and I don't really want to.
     I'd let you go, but I still don't know how I feel about you, what this really means. It's crazy to want you, Is it meant to be?

(Você deu um passo, não mude de idéia. Há muito a perder, nós cruzamos a linha entre amigas e algo mais. Tudo isso foi um grande erro? Tudo isso foi um grande erro? Porque se foi é tarde demais para desfazê-lo, e eu realmente não quero. Eu te deixaria ir, mas eu ainda não sei como eu me sinto em relação a você, e o que isso tudo quer dizer. É loucura te querer, deveria ser assim?)

Repeti o refrão e comecei a deixar o ritmo mais lento e diminuir a altura da minha voz. Fui andando até ela, cantando agora quase que em sussurros.
Hey, what you do to me?What’s come over me?If this is crazy there's nothing I'd rather be than here with you now…

(Ei, o que você faz comigo? E que toma conta de mim? Se isso é loucura não há nada que eu prefira ser, aqui com você)

Fiquei então frente a frente com ela, olhando nos seus olhos. E repeti a parte final da musica quase como que um pedido, lentamente..

Let’s figure this out… Here with you now… Here with you now.”

(Vamos descobrir isso, eu e você agora, aqui com você agora)

Terminei de tocar. Sentia a água da chuva pingando pelos meus fios de cabelo, ensopando meu moletom. Mas não ligava, não ligava mais para nada, só para Rachel. Ela me olhava com aqueles olhos lindos e penetrantes.. E eu não conseguia decifrar sua expressão. Ela estava em silencio. E então olhou para baixo.

Eu tirei o violão e o deixei na grama. Cheguei mais perto dela, mas não houve nem uma palavra. Decidi então falar.. Falar o quanto eu sentia muito e o quanto eu estava confusa. Mas que a minha unica certeza era querê-la. 
Quinn – Rachel, eu..
Ela me interrompeu, puxando-me pelo moletom molhado e então me beijou. Me beijou com força. Meus lábios molhados moviam-se sobre os dela com sincronia, bem como nossas línguas.

O contraste dos meus gelados com os dela quente era delicioso. Eu coloquei meus braços em volta do seu corpo e os apertei, como se nunca mais quisesse que ela saísse dali, que saísse da minha vida. Ela também, me abraçava com certo desespero. A senti mordendo meu lábio inferior, e sugando-o de leve, voltando a encaixar-se em seguida.

Ficamos uns cinco minutos assim. Como se o mundo ao nosso redor tivesse sumido, bem como o chão dos nossos pés.