Ulquiorra estava estático, observando Orihime que estava desmaiada em seus braços. Não conseguiu evitar, e começou a acariciar sua cabeça.

- Você é a garota mais estranha que já conheci. Mas, acho melhor irmos embora antes que fique mais escuro – Ulquiorra se levantou e carregou gentilmente o corpo da ruiva.

Do outro lado da floresta, Alfred estava esperando pela volta de Ulquiorra e o mesmo estava conversando com Arthur, que havia trazido Orihime. Ambos os arregalaram os olhos ao ver os dois.

- O que aconteceu?! – exclamou Arthur.

- Ela não estava se sentindo muito bem e acabou desmaiando. Não se preocupe, eu mesmo a levarei para casa – o moreno falou frio.

- Es-está bem. Agora já vou embora, nos falaremos outro dia Alfred.

- Sim. Até logo – falou o outro senhor.

O cocheiro se afastou aos poucos e Ulquiorra olhou para os lados.

- Onde está o Grimmjow? – perguntou.

- Seu primo foi dar uma volta pelas redondezas faz alguns minutos.

Ulquiorra suspirou. Pouco depois, Grimmjow apareceu cambaleando um pouco.

- O que aconteceu com você? – o moreno perguntou.

- Nada, só tropecei em uma pedra...

O de olhos verdes sabia que o primo estava mentindo, obviamente, mas deixou isso de lado. Tinha coisas mais importantes para se preocupar.

Grimmjow nem perguntou o que tinha acontecido com Orihime, e entrou na carruagem logo depois dos dois. Ulquiorra permaneceu calado toda a viagem de volta e, por incrível que pareça, Grimmjow conseguiu ficar calado.

Na cidade, as coisas não estavam tão quietas assim. A noite já havia caído, e a Lua estava cheia e no alto do céu, iluminando os prateados flocos de neve que caíam silenciosamente. Mas, o som de passos cortava o silêncio da floresta. Era Ichigo que caminhava sozinho pela floresta.

O que ele estava fazendo, era de certa forma uma idiotice. O motivo era simples: Melody havia dito em alto e bom som que ninguém deveria andar sozinho na floresta a noite em hipótese alguma, mas, sempre tem alguém que faz o que não deveria e, neste caso, as conseqüências seriam irreversíveis.

Ichigo estava andando calmamente e seus pés afundavam um pouco no chão coberto de neve. Estava frio, bem frio; alguns galhos estavam quebrados no chão e quando se pisava em algum deles, um alto estalo se ouvia. E, de repente, o garoto ouviu esse estalo.

Parou imediatamente e olhou para trás. Procurando alguma sobra nos arbustos, sendo elas de animais, ou de outra pessoa, mas não viu nada. Respirou fundo e continuou seu caminho.

...

Alguns minutos depois, novamente o estalo, dessa vez, um simpático esquilo saiu do meio dos arbustos.

- Então foi você? Assustou-me, sabia! – brincou.

Sem aviso, o esquilo saiu correndo de volta para as folhagens como se tivesse visto um monstro ou predador e quando o garoto de virou viu uma coisa que jamais sairia de sua memória e ao mesmo tempo, seria a sua última memória.

Tudo que se ouviu depois foi um grito que ressoou pelo vento e que chegou até os ouvidos de Orihime, fazendo com que ela acordasse assustada. Ulquiorra e Grimmjow se surpreenderam com o despertar repentino da garota e a encararam abismados.

- O que foi?! – Grimmjow exclamou.

- Hm?! O QUE?! – Orihime se assustou por ver os dois garotos.

- Não precisa gritar. Eu sei que o Ulquiorra não tem a cara mais bonita do mundo para se olhar depois de acordar assustada – o de olhos azuis sorriu.

E logo depois ficou quieto ao ver o moreno encarando-o ameaçadoramente com um olhar de canto, depois olhou para a ruiva que ainda estava assustada.

- Não se preocupe. Você desmaiou e achei melhor trazê-la conosco – falou.

Orihime corou. Lembrou-se do que tinha acontecido, e principalmente do beijo.

- Entendi.

- Mas com o que você estava sonhando para acordar desse jeito? – Grimmjow perguntou.

- Não me lembro direito, mas eu acordei quando ouvi um grito.

- Um grito? – Ulquiorra também se interessara pelo sonho da garota.

- Sim.

- E de quem era o grito?

- Não tenho certeza, porém, eu poderia dizer que era o... Ichigo.

Grimmjow e Ulquiorra se entreolharam. Ambos sabiam que aquele sonho poderia significar que alguma coisa de ruim iria acontecer, pois, muitas vezes, nós temos um tipo de premonição em nossos sonhos, ou seja, podemos sonhar com algum evento que ainda venha a acontecer em nossas vidas. Esses sonhos são como Oráculos que nos mostram uma parte indefinida de um futuro próximo, ou distante (n/a: Filosofei legal agora...)

...

Pouco depois disso, a carruagem dos três chegou até a cidade e a mesma, estava de pernas para o ar.

- Nossa! Não via todos os moradores assim desde aquele surto de sapos há cinco anos! – Grimmjow disse rindo da situação.

- Não é momento para piadas Grimmjow. O que está acontecendo aqui? – Ulquiorra estava olhando a multidão correndo em pânico.

- Como se você não soubesse – Melody apareceu acompanhada por Mello e Cayeni.

Ulquiorra, Grimmjow e Orihime voltaram-se para ela.

- E por que eu deveria saber de alguma coisa que está acontecendo? – Ulquiorra falou.

- Nossa você encena melhor do que a Mel tinha me dito – Cayeni sorriu.

- Olha só! Trouxe uma mascote para ajudar? – riu Grimmjow.

Cayeni sacou uma pistola 9 mm e a apontou para Grimmjow, depois, em efeito cascata, Ulquiorra, Melody, Mello e o próprio Grimmjow sacaram suas armas, formando uma roda armada.

- Ow. Não esperava que Ulquiorra também andasse armado! – falou Melody.

- E ainda, com duas – Mello falou.

- Melody! É sério! O que está acontecendo aqui?!! – Orihime ergueu a voz.

- Simples. Um garoto foi encontrado morto na floresta há pouco.

- Quem? – Ulquiorra apontava sua arma da mão direita para Melody.

Melody apontou para ele também.

- O corpo era de... Ichigo.

Todos ficaram abismados. Como assim Ichigo tinha sido morto?!

- E obviamente foi o cachorrinho ai – falou Cayeni olhando para Grimmjow.

- Por que acha que fui eu?

- Porque, desta vez, o corpo foi completamente mutilado. Mal deu para reconhecer, isso não é trabalho de um vampiro como Ulquiorra – falou Melody.

Orihime estava com os olhos cheios de lágrimas. Seu maior amigo de infância estava morto, mutilado. Mello abaixou a arma.

- Não... – começou.

- O que foi Mello? – Cayeni olhou para ele.

- Vocês não entenderam? Grimmjow e Ulquiorra acabaram de chegar junto com Orihime. Se eles estivessem sozinhos, até seria plausível que um deles fosse o possível culpado, mas, se a garota está junto... A possibilidade torna-se remota.

- O QUE ESTÁ DIZENDO?!

Melody suspirou e também abaixou suas armas.

- Ele está certo. Abaixem suas armas, vamos começar de novo.

 Todos abaixaram suas armas e olharam para a morena.

- Onde vocês estavam até agora? – Melody perguntou calma.

- Estávamos em Londres. Fui visitar o túmulo de meu pai e não posso deixar Grimmjow sozinho na mansão. Esteve comigo o tempo todo – Ulquiorra respondeu.

- E a Orihime? – perguntou Mello.

- Encontramos com ela no cemitério, ela também estava visitando o túmulo dos pais.

- Muito bem. Saibam que são os maiores suspeitos do caso, mas, por ora, só iremos investigar os maiores detalhes. A polícia está cuidando do tumulto.

Nada mais foi dito. Melody, Mello e Cayeni deram meia-volta e começaram a andar na direção do hotel.

- O que faremos? – Grimmjow perguntou.

- Nada. Vamos os deixar investigarem o quanto quiserem, afinal, isso não é culpa de nenhum de nós.

- Entendi.

Ulquiorra caminhou até Orihime que estava sentada no chão. Chorando.

- Não adianta chorar. O que está feito, está feito – falou.

Orihime enxugou algumas das lágrimas que estavam se alojando em sua bochecha. Levantou-se.

- Tem razão...

Do outro lado da cidade, os outros três já estavam no hotel.

- Então... Vocês não sabem se foram eles? – falou Near.

- Sim. Eles têm bons álibis, e ainda, parece que nenhum deles chegaria a fazer tal coisa – respondeu Melody.

- Mas isso á algo relativo. He he he... Parece que finalmente as coisas estão ficando interessantes... – Beyond Birthday sorriu maliciosamente.