True Life escrita por JoyceSantana


Capítulo 8
pais de Melanie


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOI 22KS, PITÉIS DA JOH n



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Fomos para a casa da mãe de Mel em silêncio. Eu encarava-a de canto de olho e via suas mudanças drásticas de humor a cada exatos 10 segundos. Sorria para as pessoas na rua, depois fechava a cara, com rugas na testa e tudo. Logo respirava fundo e sorria de novo, mas durava pouco pois seus olhos marejavam em seguida. Eu só não ria de seu conflito interno pois tudo ali era propício para um soco, era como se eu estivesse num campo minado. Não podia vacilar. Por mais que eu quisesse.

– Derek, pare o carro. - pediu quase chorando.

– O que aconteceu? - perguntei preocupado quase subindo no meio fio.

Ela apenas esperou eu soltar o volante para me lançar um abraço, ali mesmo. Fiquei sem reação pelo desespero, mas logo retribui sem hesitar.

– Seu abraço é tão bom... - murmurou abafadamente.

– O seu também, Mel. - eu poderia desmaiar ali, não sei o que estava me mantendo em pé.

– Me perdoe por ter te tratado tão mal... Acho que estou estressada. Você entende, não é? - disse cabisbaixa ainda em cima de mim.

– Claro... Claro que sim, Mel. Eu entendo, são fases. - pronunciei com dificuldade.

Se não fôssemos melhores amigos que sabem e aceitam plenamente seus sentimentos um pelo outro, eu diria que Melanie Parker estava me cantando. Da pior forma possível, mas ainda flertando. E eu estava amando.

– Que bom que entende. - me deu mais um abraço rápido e voltou para seu banco - Detesto brigar com você, é a única pessoa que tenho.

– Não gosto quando você fala assim, Mel. Você tem sua mãe, seu pai... Eles estavam de cabeça quente naquele dia, não precisa ter medo.

– Vamos para lá agora, não é? - assenti - Ótimo, sinto falta deles.

Sorri e liguei o carro. Desta vez seu humor se estabilizou no "bom" até chegarmos lá.

– Me diga um nome que você gosta, Derek. - pediu de repente. Melanie era muito imprevisível, disso eu já sabia.

– Menina ou menino?

– Menina.

– Eu gosto de Jazmyn - respondi lembrando de quando minha mãe ficou grávida.

– É o nome que daria a sua irmãzinha? - perguntou num tom mais consolador.

Assenti e ela acariciou meu cabelo, encerrando o assunto. Minha mãe havia tido outra gravidez depois de mim, quando tentava se reconciliar com meu pai. Por alguma razão desconhecida, eles se desentenderam. Minha mãe, desolada, entrou em depressão e, posteriormente, perdeu a criança. Eu era muito pequeno, não entendia porque ela chorava por todos os cantos. Quando me explicou, fiquei em choque nas duas semanas seguintes e coloquei na cabeça que ela deveria se chamar Jazmyn.

– Chegamos. - avisei ao ver a casa de Mel.

– Ai meu Deus. Vamos voltar. - disse se trancando no carro. Eu apenas ri com seu apavoramento.

– Melanie, é sério. Vamos! - a puxei sem me importar com os tropeções que quase me levavam junto.

Toquei a campainha enquanto Melanie inspirava e expirava constantemente, parecia que ia desmaiar. Aquilo já estava me irritando.

– Se você relaxasse pelo menos um pouco não passaria mal a cada momento tenso. São seus pais, pelo amor de Deus!

– Eles vão me matar! - disse ignorando minha fala anterior.

– Sua falta de fé chega a me ofender, garota. - disse indignado. Como ela podia pensar que fariam alguma coisa?

Fitou a madeira pensativa e esperou alguém atender, controlando os dedos nervosos. Resolvi parar de insistir e esperar também.

Sra. Parker finalmente atendeu a porta. No começo, fitou a filha como se fosse um fantasma, ou anjo. Não havia expressão em seus olhos, o que me deixou em alerta. A imprevisão de Melanie tinha raízes bem fortes.

– Mãe... Eu... Eu vim aqui porque... - foi interrompida.

Sua mãe a calou com um abraço animado e aliviado ao mesmo tempo. Melanie, sem reação, ficou ali parada, com os braços rentes ao corpo. Aquilo estava ficando bem desagradável, então lhe dei um cutucão discreto para ela retribuir o bendito abraço.

– Oh, olá Derek - me cumprimentou secando os olhos - Desculpe, não te vi.

– Sem problemas, sra. Parker.

– Entrem, por favor. Precisamos conversar.

Melanie começou a contar a mesma coisa que contou para mim e minha mãe, aos seus pais. Só não tinha mencionado Johnson. As reações da sra. Parker oscilavam de uma maneira assustadora, e eu até daria risada se o momento não fosse crítico. Sr. Parker ficou me olhando firme a conversa toda, e eu não fui o único a perceber.

– Pai, o que foi? - perguntou Melanie impaciente.

–Esse moleque aí é o pai? - ele olhava para mim, mas era claro que eu não devia abrir a boca. Nem conseguiria, se me mandassem.

– Não, não! O Derek está me ajudando com tudo isso. O pai se chama Johnson Morgan, ele estuda conosco. - respondeu envergonhada.

– Então o McCann não é o pai? - negamos rapidamente - Seria um problema a menos se fosse.

Disse e levantou, deixando a sala em silêncio. Era impressão minha ou o pai de Melanie tinha deixado implícito que queria que eu engravidasse sua filha? Muito bem, minha cabeça estava ferrada de novo.

– Isso foi muito estranho... - sra. Parker sussurrou, arrancando as primeiras risadas do ambiente - Falando sério agora, Porque fez isso, Mel? O que aconteceu?

Seu rosto ficou vermelho instantaneamente. Resolvi sair da sala, para que as duas pudessem conversar com mais clareza - provavelmente bem longe do sr. Parker -, mas Melanie me impediu, segurando meu braço. Sentei novamente e esperei a resposta para sua mãe. Eu estava bem curioso para ouvir o que ela ia dizer, tenho que admitir. E com um pouco de medo também.

– Eu amo ele, mãe.

Literalmente, senti um baque me atingir. Foi uma sensação semelhante a uma facada. Cada palavra prferida reagia como facadas uma, duas, dez vezes. Como? Ela amava ele? Ela amava ele. Então toda aquela aproximação foi um jogo cretino dela de sedução. Era a única explicação, porque ela me fez ficar na sala para ouvir aquilo, se ela sabia que eu era apaixonado por ela? Era um jogo idiota de sedução. Ela estava brincando comigo.

Eu só ouvia vestígios de vozes na sala, meu cérebro tinha entrado em pane. Eu tinha entrado em pane. Minha boca tinha um gosto amargo e uma vontade ridícula de chorar tinha chegado. Eu precisava sair dali.

– Eu vou embora. - declarei me levantando sem pesperar despedidas ou a própria Melanie.

– Oh sim, claro. - disse antes de se despedir rapidamente de sua mãe - Hey, Derek! Vai me deixar aqui?!

"Vou! Só para você aprender a não me fazer de idiota!"

Eu nunca diria aquilo. Eu nunca faria aquilo. Eu amava aquela garota. Eu tinha escolhido viver daquele jeito desde o momento que ela apareceu lá em casa, desesperada.Eu tinha escolhido aquilo.

Desliguei o carro lentamente e fiquei esperando. Ela se despediu mais uma vez de sua mãe, - desta vez um beijo e abraço mais demorado - e entrou no carro. Dei partida e saí dali, nem me importando com o fato de a porta estava aberta.

Obviamente, o percurso foi silencioso. Agradeci a Deus por Melanie não estar falando, aquilo só pioraria minha situação e me faria, eventualmente, enfiar o carro no primeiro muro ou poste traiçoeiro.

Infelizmente, algo lá em cima estava me testando. Ou testando minhas habilidades para dirigir.

– Derek... Olha... Eu sei que o que eu disse para minha mãe te magoou e...

– Não quero saber. - a cortei rapidamente.

– O quê? - perguntou assustada.

– Eu não quero saber. A vida é sua, você faz o que quiser dela. - falei com a voz trêmula - Se você ama aquele garoto, - a saliva que eu engoli pareceu mais um porco espinho - eu não posso fazer nada.

Ela não ousou continuar, só encolheu-se no banco do carro. O problema é que eu não queria que ela parasse, eu queria discutir aquilo, tentar fazê-la ver como estava sendo estúpida em fingir aquela porcaria. Sim, eu tinha esperanças que ela sentia algo por mim. Podia ser minúsculo, mas estava lá. Eu só precisava trazer à tona.

– Por quê? - perguntei praticamente choramingando - O que aquele garoto tem?

Ela continuou quieta, os olhos fixos na estrada, como se não tivesse ninguém ali falando com ela. E eu não sabia se ela não tinha o que dizer, ou não queria me dizer.

– Eu não entendo, Mel. - continuei mais calmo - Aquele menino não vale nada. Pensei que você tivesse mais personalidade. Pelo menos era assim que eu te via...

– Eu não amo ele. - me cortou com a voz baixa

Tive que encostar o carro depois dessa. Tudo que pairava na minha mente naquele momento eram trilhões e trilhões de "What the fuck???".E eles só se duplicavam a cada segundo de silêncio.

– O quê? - eu estava visivelmente transtornado, com os olhos esbugalhados e começando a suar.

– Eu menti para a minha mãe. Eu não amo ele.

Eu acho que ela era só cruel. Ou bipolar. Ou gostava de me ver totalmente desnorteado. Minhas reações oscilavam entre estas e outras, como a vontade de sair daquele carro e correr naquela estrada com Melanie nos braços.

– Pode me abraçar, se quiser. - sussurrou me tirando de meus devaneios, eles não faziam importância nenhuma naquela hora.

Eu sorri largamente e me encaixei em seus braços, pela milésima vez naquele dia. E nunca cansava. Ali, eu percebi que tinha que fazê-la ser minha, de algum jeito.Melhores amigos o caramba.Eu só não sabia como e por onde começar.



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Notas finais do capítulo

HEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEY GATINHASSSSS, COMO 6 TÃO?
Tomara que vocês gostem deste aqui e CAAAAAAAAAAAAAAAAAAAALMA, QUE O MELHOR TÁ NO PRÓXIMO CAP, viu Carmen e Fernandinha?? UAHUAHAUAHUAHUAHAUAHU
Muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito obrigada Bkrbiebercat por ler, tomara que goste dos próximos capítulos!