— Bella, você se importaria se Alice lhe fizesse companhia?- Edward perguntou. Eu já sabia o que isso significava.

— Não, mas você disse que não precisava caçar.- Falei, me esquecendo completamente de Jake, e fui me sentar no sofá.

— É, mas tente entender.. Se eu for hoje, não vou demorar.- Se sentou ao meu lado, segurando minha mão.

— É, eu entendo.- Falei triste e o abracei.

— Eu não vou demorar, está bem?- Beijou minha testa.- Você não ia ligar para o Jacob?

— Depois eu ligo.- Falei e ele afagou meus braços.- Quando você vai?

— Eu tenho que ligar para Alice, aí assim que ela chegar, eu vou.

— Eu posso ficar aqui sozinha..- Falei vendo ele arqueando uma sobrancelha.- Já estou crescidinha.- Sorri.

— É isso, ou já quer se livrar de mim?- Brincou, mas meu sorriso desmanchou.

— Nunca vou querer isso.- Falei fechando os olhos, sentindo sua respiração no meu pescoço.

— Eu sei.- Me beijou.- Não quero que fique sozinha, acho perigoso.

— Perigo em Forks? Oh é mesmo. Eu posso ficar resfriada! Altamente perigoso.- Falei e ele sorriu.- Eu vou ficar bem.

— Quer mesmo ficar nessa casa sozinha?- Perguntou.

— Quer me levar com você?- Ri e toquei seus lábios com os meu.

— Você sabe que não pode ir comigo. Isso sim seria altamente perigoso.- Fez uma careta e acariciou meu rosto.- Então, eu já vou. Fique segura.- Me beijou. Um beijo intenso. Levantou-se, e foi até a porta. Fui logo atrás.- Eu não vou muito longe.

— Não precisa se apressar.. Mas também não precisa demorar.- Sorrimos.

— Bella, não estou com um bom pressentimento. Tem certeza que vai ficar bem?

— Tenho sim, e qualquer coisa eu te ligo.- Abracei seu pescoço e beijei o canto de sua boca.- Te amo.

— Também te amo.- Me beijou novamente e sumiu da minha vista.

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Assim que eu fechei a porta, fui até o sofá para me deitar. Minha mente viajou e quando percebi, estava chorando. O que há de errado comigo? Não era a primeira vez que Edward me deixava para caçar. Fechei os olhos por um tempo, tentando me acalmar, e liguei a TV imaginando que fosse me distrair e até que deu certo...

Passei a manhã inteira encolhida no sofá, querendo que o tempo passasse bem rápido, mas era em vão. Aquela mansão parecia ainda maior, e ficava muito mais silenciosa sem Edward. Por onde eu andava, o único som que eu escutava era o dos meus passos e nada mais. Não consegui comer nada, só no almoço, mas mesmo assim foi só um pouco. Meu estômago estava embrulhado. Eu estava me sentindo enjoada, muito enjoada.

E mais uma parte do dia passou: A tarde. O tempo se arrastava. Os segundos pareciam minutos, os minutos horas, as horas uma eternidade! Quando anoiteceu, comi um sanduíche acompanhado por suco, e depois de tomar um banho, fui me deitar. Era muito cedo, e eu estava sem um pingo de sono. Fiquei apertando o meu travesseiro, e não parei de olhar para o meu celular. Aqui, era ainda mais difícil ficar sem ele. Eu tinha que admitir que fora uma péssima idéia ficar nessa casa sozinha, justamente porque eu estava muito sozinha. Não que eu não gostasse, pelo contrário, eu adoro ficar sozinha, mas quando se tem alguém, você só quer saber de ficar com essa pessoa.. E o meu alguém, sendo um vampiro precisa me deixar para se alimentar.

Rolei na cama, respirando fundo. Senti seu cheiro, mas não senti seu corpo. Isso era tão frustrante. Depois de longos minutos tentando dormir, ouvi meu celular tocando e atendi no 2° toque.

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— Alô?- Minha voz saiu baixa e rouca.

— Oi meu amor. Estava louco para ouvir sua voz. 

— Oi, oh Edward!- Comecei a chorar. É, eu estou ficando louca.

— O que houve? Você está bem?

— Sinto a sua falta. Não sei o que está acontecendo comigo..

— Quer que eu volte pra ficar com você?- Perguntou.

— Não, eu vou ficar bem. Já caçou o que?

— Sua naturalidade ao falar sobre isso ainda me surpreende.- Riu.

— Eu acho normal.- Sorri.

— Mas é claro! Afinal, todas as humanas são casadas com vampiros hoje em dia.- Falou divertido.

— Está sozinho?- Perguntei afundando minha cabeça no travesseiro.

— Não, consegui alcançar minha família.- "Vem Eddie, tem ursos por aqui”.- Ouvi ao fundo a voz irritante de Tanya. Quem ela pensa que é, para apelidar o meu marido?!

— É, parece que a família não foi a única coisa que você alcançou..- Sussurrei e me sentei na cama.- Eu estou com sono, então.. Boa noite amor.- Falei pronta pra desligar.

— Bella, eu não quero brigar.

— E quem falou em briga? Vai lá "Eddie", divirta-se.- Desliguei e dois segundos depois me arrependi.

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 A noite se arrastou, como fora o dia inteiro. Edward não me ligou mais, provavelmente achando que eu ia querer brigar. Depois de uma hora agarrada ao travesseiro, deixando as lágrimas rolarem, eu acabei dormindo...

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— Bella? Bella, acorda.- Ouvi uma voz e senti alguém balançando meus ombros.

— O que foi?!- Me sentei suando frio, e dei de cara com uma Alice preocupada.

— Você não parava de se contorcer, e chorar. E está até suando.- Se sentou na beira da minha cama.

— Eu tive um pesadelo.- Falei tirando o cabelo suado do meu rosto.

— Com Tanya tirando Edward de você? É, você falou enquanto dormia. Bella, o Edward..

— Te mandou aqui.- A cortei e me deitei novamente.

— Bella.. Meu irmão te ama.- Alice falou.- Ele nunca amou ninguém, nunca, como você, e isso faz com que ele seja um pouco superprotetor.

— Um pouco?- Sorri e ela riu.

— Tudo bem. Muito superprotetor. Eu vim aqui, ou melhor, fui mandada aqui pra ver como você está.- Falou sorrindo.

— Eu só estou com um pouco de ciúmes.- Admiti e me sentei novamente.

— Um pouco?- Rimos.- É só ciúmes?

— Acho que sim.. Talvez, carência. E muita saudade de casa.- Falei tristemente.

— Espere só até o Edward descobrir que está carente.- Ela gargalhou.- Vai ficar grudado com você 24h.- Sorri.- Quer muito voltar pra New Hampshire, não é? Quando não havia um monte de vampiros à sua volta te perturbando, só um.

— Não é isso Alice, eu gosto de vocês. Bom.. Pelo menos da maioria.- Ela sorriu.- Mas, eu pedi pro Edward, pedi para conhecê-los, e não me arrependo. Vocês também são minha família..

— Bom.. Vai ter a eternidade pra se acostumar conosco.- Me abraçou.- Você. Vem comigo.

— Aonde nós vamos?- Perguntei já me levantando para tomar banho.

— Vamos dar um passeio pela cidade e fazer umas compras.

— Edward me disse que quando você diz: "Fazer umas compras", significa que você vai comprar a loja inteira.

— E quando ele diz: "Vou pra New Hampshire, quero fazer algo diferente", significa que ele vai voltar casado com uma humana.- Sorriu.- Você vai mesmo ficar aí, suando frio,  ou vai comigo comprar uma loja inteirinha?

— Ei! Que papo é esse de comprar uma loja inteirinha?- Cruzei os braços.

— Você está com cara de quem precisa se divertir um pouco! Então, vamos comprar!- Bateu palminhas, animada.

— Eu não gosto de fazer compras, Alice. Existem outras coisas divertidas..- Falei e ela me encarou.

— É mesmo? Tipo?- Abri a boca pra responder.- Viu só, você não tem nenhuma idéia. E de qualquer maneira, eu sei que você vai comigo. Por bem.. Ou por mal.- Arqueou a sobrancelha.

— Alice..- Comecei a implorar.

— Bella, eu só estou tentando te ajudar. 

— Quer me ajudar? Me deixa aqui dormindo..- Falei cansada.

— Ta bom, depois das compras eu ia te levar até o Edward, mas.. Já que você não quer..- Falou se virando e indo em direção à porta.

— Ta!- Bufei. Alice se virou sorrindo largamente quase pulando de alegria.

— Então vamos logo! Vá se vestir. Temos muito que comprar.- Saiu do quarto animada.

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Levantei derrotada, e fui tomar um banho rápido até porque se eu demorasse, Alice ia me matar.. Penteei meu cabelo, deixando-os soltos mesmo, vesti uma blusa branca de mangas compridas, calça jeans, calcei meus All Stars e vesti também um casaco. Estando pronta para sair com Alice, e a encontrei no fim da escada batendo o pé impacientemente.

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— Pronto, já podemos sair para essa tarde super divertida de compras.- Falei sarcasticamente e quando ela revirou os olhos, eu sorri.

— Você não vai sofrer muito.- Riu. Falando isso, nós fomos até o Porshe amarelo dela, e fomos até algumas lojinhas de roupa em Port Angeles.- Não é muita coisa, mas as aparências enganam.. Vamos comprar.- Me puxou até o interior de uma das lojas.

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3 Horas depois...

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— Alice, já estamos aqui há três horas!- Falei a puxando pra fora da loja.- Eu quero comer alguma coisa. Sabia que humanos precisam comer?

— Por que você não disse antes, que está com fome?- Perguntou.

— Eu disse, só que não tem nenhuma praça de alimentação por aqui.- Falei.

— Quer comer em alguma lanchonete, ou quer voltar pra mansão?

— Qualquer coisa.- Respirei fundo, sentindo um mal-estar.

— Vamos numa lanchonete então, não posso te deixar trancada o dia inteiro.

— Esqueci que você está dando uma de babá.- Fiz uma careta e fomos até o carro de Alice. Assim que entramos, ela deu a partida, nos levando até a lanchonete mais próxima.

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O lugar era bom. Tudo organizado, limpo e parecia muito agradável comer ali.. Fui até uma mesa afastada, e me sentei. Alice também se sentou e olhou o cardápio fingindo que ia pedir alguma coisa. Ela parecia tão confusa com as opções, como humana, e isso me fez rir.

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— O que foi?- Ela sorriu.

— Você sabe. Ainda não decidiu o que quer comer?- Sorri, e olhei o cardápio também.

— Com licença, bom dia. O que vão pedir?- Uma senhora com um sorriso gentil veio até nós. Falei a primeira coisa que vi no cardápio e ela sorriu, anotando.- Não vai querer nada?- Perguntou, ainda sorrindo, à Alice.

— Não, obrigada.- Alice sorriu também.

— Tudo bem..- Ela olhou pra mim.- Oh, eu sabia que havia algo especial aqui. Meus parabéns, está de quanto tempo?

—...Como?- Perguntei muito confusa.

— Quanto tempo de gravidez querida?- Falou sorrindo.

— Ah. Eu não estou.. Grávida.- Quase não consegui responder.

— Oh, me desculpe. Eu podia jurar que estava!- Sorriu.

— Tudo bem..

— Bom.. Já volto com o pedido.- Se afastou, e Alice me encarava confusa.

— O que? Não está achando que eu estou grávida também, está?- Perguntei sorrindo fracamente, e ela ficou pensativa.- Oh, por favor, Alice!

— Eu não disse nada. Só estou pensando no que o Edward me disse.

— E o que ele disse?

— Que você está diferente.- Falou simplesmente.

— Diferente...?

— É, que você estava cansada demais, alterada demais, chorando demais..- Me olhou desconfiada.- Você pode estar ficando louca.- Riu e revirei os olhos.

— Eu não estou louca.- Cruzei os braços sobre a mesa.

— Então, você tem que admitir que existe uma pequena possibilidade de gravidez?

— É mesmo? E isso é possível de se acontecer? Edward nunca me falou que humanas podiam engravidar de vampiros.- Falei.

— Simples. Vou perguntar a Carlisle.- Sorriu.

— Olha, não pensa nisso não, ta? Nem comenta nada perto do Edward.- Falei. A senhora voltou com meu pedido, e logo se retirou.

— Ta.- Revirou os olhos. Comecei a comer, e vi que Alice olhava para a minha barriga.

— Alice!- Falei, e ela riu.- Como você pretende me ajudar a manter isso em segredo, se você não pára de olhar?

— Desculpa.

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Assim que eu terminei de comer, voltamos para a mansão. Fiquei um bom tempo, sentada no sofá, pensando nessa possível ou não gravidez. Mas, se eu não estiver grávida, quer dizer que eu posso mesmo estar enlouquecendo? Ri com isso e me deitei no sofá, e só depois de longos minutos percebi que minha mão estava sobre a minha barriga. Fui até o quarto de Edward e me olhei no grande espelho.. Havia uma vida dentro de mim? Respirei fundo e desci minha mão até minha barriga novamente, levantando um pouco minha blusa para poder acariciá-la. Por um momento, me imaginei com um bebê em meus braços enquanto eu o balançava em meus braços.

Senti-me bem me imaginando assim, maternal. Não havia volume algum ali ainda, mas era quase impossível parar de olhar e tocar minha barriga, por enquanto, lisa. Sorri. Agora, não havia mais: "Será que é possível?" Eu sei que é. Há mesmo um bebê dentro de mim...

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