Morphine escrita por Hoppe, Mih Ward


Capítulo 20
Chapter Nineteen - Over My Head


Notas iniciais do capítulo

Mih: Olá!!! Tudo bem com vocês? Eu estou ótima! Nem demorei, viu? Acho que nunca postamos um capitulo tão rápido aqui kk.
Enfim, como eu tinha dito anteriormente, a fic já está na reta final e a partir daqui que começa realmente esse fim, eu realmente estou amando terminar essa fic, mesmo que meu coração esteja apertado com isso... Acreditam que eu chorei escrevendo o último cap? Nunca tinha chegado a esse ponto... Deve ser TPM kkk
Espero que gostem, por favor, se houver algum erro de gramatica ou similar nos avise que iremos corrigir, é que tanto eu como a Ho estamos escrevendo pelo celular e geralmente sempre acaba passando algo...
PS: LEIAM ESCUTANDO ESSA MÚSICA: Over My Head - The Fray (https://www.youtube.com/watch?v=fFRkpvvop3I). Ela é MUITO IMPORTANTE para entrar no clima do capitulo, além de ter tudo a ver com ele :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/168061/chapter/20

A história que Abraxas havia me contado de alguma forma não deixava minha cabeça de jeito nenhum. Era tão surreal e, ao mesmo tempo, parecia tão familiar.

"- Há alguns anos, a Casa dos Gritos era apenas mais uma casa em Hogsmeade, poucas pessoas conheciam quem morava nela, os donos eram muito reservados, era o que os vizinhos pensavam. Eram tempos sombrios, Grindelwald estava no poder e muitos tinham medo de até andar pelas ruas. Em Hogwarts, varias pessoas compartilhavam da mesma visão que ele, obviamente, e esses acabaram formando um grupo para propagar suas ideias, sendo na Casa dos Gritos que eles se encontravam. Meu pai participava de algumas reuniões, apesar de nunca ter se envolvido diretamente, então ele sabia das coisas que aconteciam por ali. Mesmo Hogsmeade tendo uma população inteiramente bruxa, existiam muitos vilarejos trouxas ao redor na época. A noite, quando todos no castelo já haviam dormido, esses bruxos saiam de Hogwarts e iam até os vilarejos, geralmente sequestravam trouxas, os trazendo até a casa para os torturarem até que estivessem loucos, para mostrar a superioridade dos bruxos. Algumas vezes eles faziam algo mais elaborado, meu pai me contou que às vezes eles traziam garotas até a casa, faziam todo o tipo de perversão com elas e, no fim da noite, apagavam suas memórias e as jogavam na rua, para que voltassem para casa, algumas não tinham tanta sorte, nunca mais voltaram, contudo as que conseguiam voltar não tinham finais muito felizes, se descobrissem que elas haviam engravidado, eles voltaram até lá e as batiam até que tanto o feto como a garota estivessem mortos, para não correrem o risco de mestiços nascerem.

– Isso é horrível - me encolhi, me aproximando mais ainda dele - Como ninguém ia contra eles?

– Tentaram - Abraxas murmurou - Um dos homens uma vez se apaixonou por uma das garotas, eles estavam planejando fugir e contar para alguém o que vinha acontecendo naquela casa, mas no dia da fuga eles foram descobertos. Dizem que a noite você ainda pode ouvir os dois implorando para os matarem de uma vez até hoje, mas os outros eram cruéis, queriam deixar para sempre marcado que o amor era uma fraqueza e quem resolvesse segui-lo sofreria graves consequências."

Sai da Ala Hospitalar insatisfeita, não havia conseguido mais nenhum remédio para ajudar nas fortes dores de cabeça, Madame Pomfrey havia me dado apenas uma poção calmante, alegando que eu estava me viciando em remédios.

I never knew
(Eu nunca soube)

I never knew that everything was falling through
(Eu nunca soube que tudo estava desmoronando)

That everyone I knew was waiting on a queue

(Que todos que eu conhecia estavam esperando uma deixa)

To turn and run when all I needed was the truth
(Para dar as costas e correr quando tudo que eu precisava era a verdade)

Eu sabia que alguma coisa estava errada comigo, que estavam me escondendo algo. Lembrei subtamente do sextanista que havia me perguntado sobre Riddle, como se fossemos amigos. E todas as vezes que Abraxas agiu estranho perto de mim, principalmente quando o monitor aparecia de repente. Até mesmo Tom Riddle tinha me passado impressões muito contraditórias, como saber sobre meu horário das aulas e sempre parecer estar me vigiando... Eu conhecia sua reputação, sabia que todos morriam de medo de irrita-lo e, no entanto, quando o bati ele não fez absolutamente nada, eu sabia que havia o irritado mas tive a impressão que se fosse qualquer outra pessoa ele não teria apenas pedido para alguém tirá-la de perto.

Naquele instante muitas coisas se passavam pela minha mente num turbilhão violento. Ainda conseguia ouvir a assombrosa historia da Casa dos Gritos ecoar por minha mente envolta pela voz fria de Abraxas. Se aquela fosse realmente a verdadeira historia, seria tão simples assim apagar a memória daquelas pobres e ingênuas trouxas depois de violenta-las tão brutalmente e elas seguirem suas vidas sem quaisquer vestígios de lembranças do que acontecera?

Balancei a cabeça, tentando me livrar daquele pensamento pela segunda vez naquele dia. Não entendia o porquê de apenas aquele fato da historia brutal ter me prendido a atenção. A questão era, para onde vão as lembranças quando são esquecidas?

Quando cheguei a esse ponto, já havia passado pela abertura secreta do Salão Comunal e avistei Abraxas sentado em frente ás chamas esmeraldas que crepitavam na lareira.

E por um instante, minha mente clareou; naquele instante, eu só desejei poder absorver visualmente o máximo de detalhe que eu conseguisse, cada traço do seu rosto esculpido, cada expressão. Ele era tão lindo...

Junto desse pensamento, um suspirou escapou entre meus lábios e chamou sua atenção.

– Heartcliff... - murmurou ele baixinho, no entanto, ecoou por todo o Salão Comunal deserto. Ele deu tapinhas sobre o tapete bordado, sinalizando para que eu me sentasse ao seu lado.

Andei até ele á passos arrastados e aconcheguei-me em seus braços que me recebiam abertos e confortantes. Enterrei meu rosto em seu peito e assustei-me ao senti-lo me colocar em seu colo e me aninhar de uma forma tão carinhosa que nunca pensara estar viva para vê-lo fazer isso com alguém.
Dei voz a esse pensamento e ele riu sonoramente. Sorri junto ao seu peito e fechei os olhos.

– Que bicho te mordeu hoje, Malfoy?

Conseguia senti-lo sorrindo contra o topo da minha cabeça, levantei meu rosto para encará-lo.

– Eu acho que senti sua falta... - disse baixinho. Arqueei a sobrancelha diante de sua... Declaração?

– Você acha? - perguntei rindo.

– Quase certeza... - continuou ele, o sorriso que se abria sob seus lábios cheios e rosados.

– Quatro aulas sem me ver é muito tempo, não é mesmo? - sorri ironicamente.

– Uma eternidade - falou baixinho aproximando seu rosto do meu e roçando nossos lábios. Sorri, escorregando a mão para a sua nuca e selando nossos lábios em um beijo.

– Quer namorar comigo? - murmurou ele entre os beijos que eu depositava em seu lábios carinhosamente, e depois no canto de sua boca indo para a sua bochecha, subindo para a ponta de seu nariz, olhos e então para a sua testa.

Parei abruptamente e senti meu coração parar junto. Afastei-me o suficiente para fita-lo e procurar em seus olhos algum vestígio de divertimento, esperei um minuto exato para ouvi-lo dizer "Tinha que ver sua cara, Heartcliff!" e cair na gargalhada. Mas isso não aconteceu.

Abri a boca e então tornei a fecha-la. Eu não sabia o que lhe dizer. Deduzi que tivesse se passado longos segundos, quase minutos, pois ele franziu a testa.

– Era só ter dito um "não", Heartcliff... - suspirou ele, fazendo a menção de me tirar de seu colo. No entanto, segurei seus braços e ele pareceu ficar mais irritado - Não precisa zombar da minha cara por ter feito essa pergunta ridícula! Eu realmente não sei onde eu estava com a...

– Eu aceito, seu idiota - murmurei ainda sem sequer piscar, olhando bem no fundo do seus olhos tentado encontrar aquele espirito zombeteiro habitual de Abraxas, mas não o encontrei.

– ... você sabe como é difícil para mim te dizer até o quanto você é linda e... - ele parou e então seu rosto se suavizou - O que disse?

– Eu aceito, Abraxas - sussurrei não conseguindo conter o sorriso. Ele sorriu junto, aquele sorriso raro e livre de qualquer sarcasmo ou escárnio habitual.

– Ufa... - ele suspirou - Ainda bem, não seria muito legal levar um não logo na primeira vez que pergunto isso a uma garota.

– Devo... Me sentjr lisonjeada por ser a primeira? - arqueei a sobrancelha abrindo um sorriso irônico. Ele sorriu de volta, presunçoso.

– Talvez pressionada... Você sabe, por ser a primeira, precisa ser inesquecível. Não é o que dizem? - disse com malícia.

– Com toda certeza, Ab - forcei uma voz melosa que o fez rir.

– Ab? - perguntou unindo as sobrancelhas - Serio mesmo, Violet?

****

Everyone knows I'm in
(Todo mundo sabe que estou)

Over my head
(No meu limite)

Over my head
(No meu limite)

With eight seconds left in overtime
(Com oito segundos para o fim da prorrogação)

Estava tão concentrada em meus pensamentos que não notei que os corredores estavam desertos, havia perdido a hora na biblioteca, já devia ter passado do toque de recolher e eu não estava nem perto das masmorras.

Olhei desanimada para o longo caminho que eu tinha que percorrer, os quadros na parede pareciam zombar da minha cara, torcendo para que alguém me pegasse fora do salão comunal a essa hora. Talvez eu só estivesse ficando paranóica.

Um baixo ruído me sobressaltou, vindo de algum lugar a minha frente.

Imediatamente fiquei alerta, eu poderia estar uma confusão por dentro, mas ainda sabia me defender. Alguém havia pessoalmente cuidado para que eu soubesse, percebi com sobressalto, uma memória de aulas de duelo com uma pessoa... Eu não conseguia distinguir quem era, estava encoberto sob uma espécie de neblina. Diferente das outras vezes que vinham esses flashes, esse não foi embora antes que eu pudesse distinguir, a dor de cabeça não havia me dominado como em outros casos. Talvez aquela poção tenha realmente ajudado em algo.

Me voltei para o lugar de onde o barulho havia saído, a varinha em punho.

– Já chega! - escutei uma voz se sobressaltar e de início não percebi a quem pertencia.

– Milorde, não dá para continuar assim - a segunda pessoa a falar, entretanto, eu consegui identificar imediatamente, apesar de ela estar consideravelmente mais baixa que a primeira.

– Isso não é da sua conta, Malfoy - Riddle, como finalmente percebi sobressaltada, murmurou gélido.

Não tinha reconhecido sua voz anteriormente pois nunca a tinha ouvido tão elevada antes, mesmo quando o bati.

– Você tem que contar a ela - Abraxas continuou, parecendo exasperado.

Prendi a respiração, tentando entender o que estava acontecendo ao mesmo tempo que tentava me manter escondida.

– Cuidado, Malfoy... - Riddle avisou, parecendo estar chegando mais perto - Ou suas próximas palavras poderão ser as últimas que saíram de sua boca.

– Milorde... - o outro murmurou hesitante, parecendo estar com medo.

– Chega! - juntando uma coragem que eu não tinha, sai do meu esconderijo, encarando Tom Riddle - Eu quero a verdade, agora.

O monitor levantou os olhos pra mim, parecendo levemente surpreso, apesar de sua expressão continuar imutável como sempre.

– Violet, vá embora - Abraxas me olhou assustado, parecia que eu era a pessoa que ele menos queria ver no momento.

– Não - contestei - Não até eu saber o que está acontecendo.

– O que você quer saber, srta Heathcliff? - o moreno me perguntou, sorrindo ironicamente.

– Quem é você, Riddle? - perguntei séria.

Let's rearrange
(Vamos reorganizar)

I wish you were a stranger I could disengage
(Eu queria que você fosse um estranho de quem eu pudesse me desprender)

– O que é você para mim, Tom Marvolo Riddle? - reformulei a pergunta - Quem é você?

– Eu não sou nada - ele murmurou de volta, seus olhos me perfurando - Não sou nada para você, esqueça isso.

Just say that we agree and then never change
(Apenas diga que concordamos e então nunca mudamos)

Soften a bit until we all just get along
(Suavizar um pouco até apenas nos darmos bem)

– Isso não é verdade - retruquei, negando com a cabeça - Eu te conheço...

– Cale a boca, Violet - Abraxas se intrometeu, entrando entre mim e Riddle - Vamos embora.

– Eu não acabei aqui - ele veio em minha direção - Não se atreva a tocar em mim, Malfoy - apontei minha varinha para seu peito - Vá embora você, meus assuntos não lhe dizem respeito - terminei, ríspida, ignorando tudo o que havia acontecido no dia anterior, estava de saco cheio daquilo tudo, eu queria respostas.

– Vá embora, Malfoy - Riddle disse e Abraxas me olhou impotente, parecendo se decidir se me levaria junto à força ou não - Agora.

Ele bufou, exasperado, mas saiu da sala a passos largos.

– Agora me diga, srta Heathcliff, o que quer de mim?

– Violet - murmurei, o consertando - Você sabe que não gosto do meu sobrenome - resmunguei antes que eu pensasse direito no que havia dito, ele sabia?

– Sim, eu sei - ele concordou, um brilho de reconhecimento passando pelos seus olhos - nem de seu nome, todavia...

Levantei os olhos, uma memória se prendendo em minha mente e, mais uma vez, sem ir embora.

"A noite morna de sexta-feira era perfeita para rabiscarmos no ar sem luz e sombrio. Na escuridão, logo a nossa frente, em letras de fogo e elegantes conseguia-se ler: Violet Heathcliff.

Fiz uma careta de desagrado e apontei minha varinha para cima e rapidamente escrevi no escuro com minha letra que se assemelhava a vários rabiscos frenéticos: Tommy.

Ele prontamente riscou o apelido e em um movimento preciso e rápido, fez com que os rabiscos de fogo desaparecessem do ar."

– Tommy... - sussurrei, a lembrança me causando um gosto amargo na boca.

– Violet, não - ele me advertiu, seu olhar indecifrável.

– Quem eu fui para você, Tom? - perguntei, enfatizando seu nome.

And suddenly I become a part of your past
(E de repente eu me torno parte do seu passado)

I'm becoming the part that don't last
(Estou me tornando a parte que não dura)

I'm losing you and it's effortless
(Estou perdendo você sem sacrifício algum)

– Isso não importa, é passado.

– Importa pra mim, eu quero saber o que aconteceu para você apagar minha memória - falei rapidamente, finalmente me dando conta da verdade, era por isso que eu sentia como se algo estivesse faltando, porque realmente estava, ele havia roubado minhas memórias, me feito esquecer de tudo o que aconteceu entre a gente - O que eu era pra você?

Ele suspirou, parecendo subitamente cansado e até um pouco vulnerável.

– Amizade... - ele olhou pra mim - Mais que isso, não sei - suspirou - Nunca soube definir direito o que acontecia entre a gente, por isso tinha que terminar.

Never thought that you wanted to bring it down
(Nunca achei que você queria terminar)

I won't let it go down till we torture ourselves
(Não deixarei ir até que torturemos nós mesmos)

– Eu quero minhas memórias de volta - murmurei resignada.

– Não - ele negou.

– Eu mereço saber - retruquei - Eu preciso saber, ou então irei enlouquecer.

– Violet...

– Desfaça o feitiço, Riddle - enfatizei seu sobrenome - Agora.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então gente, o que acharam? Amaram? Odiaram? Querem nos matar?
LEMBRANDO: nem tudo é o que parece, então não nos matem ainda porque se matarem não tem como postarmos os outros capitulos :D
Vamos continuar comentando? Os proximos já estão prontos e pretendo postar ainda esse ano, então por favor, comeeeentem, não nos deixem desanimar, porque isso trava a gente e acabamos sem criatividade para terminar a fic.
Kisses, Mih



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Morphine" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.