Vento no Litoral escrita por Janine Moraes, Lady B


Capítulo 7
Capítulo 7 - Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Hey, estou de volta. Nem demorei, sério. Descobri que adoro escrever sob o ponto de vista do Igor, ai ai...



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Gabriel logo nos notou e sorriu. E as garotas viraram. Uma delas arregalando os olhos. Não havia mudado muito. Tinha perdido os traços infantis do rosto e agora estava absolutamente mulher.  Mas ainda possuía os mesmos olhos arregalados e a boca pequena e cheia. Senti o sangue fugindo do meu rosto, enquanto ela corava. O que fez algo começar a ferver dentro de mim.

– Puta. Merda.– Pablo xingou baixinho, o tom de voz surpreso. Senti meus pés me moverem sem eu nem mesmo perceber. A mão de Pablo segurou meu braço, me parando. Mas eu ainda estava em transe.

– Bem, senhoritas estes são Igor Borges e Pablo Lopes. E estas são Malu Tavares e Edith Domingos suas novas colegas de trabalho. – continuamos nos encarando, mal ouvindo o que eles falavam.– Pelo visto já se conhecem.

– Somos velhos amigos da senhorita Tavares. – Pablo disse, mais centrado do que eu. Eu não conseguia parar de encará-la, eu mal conseguia me conter e para simplesmente não abraçá-la e nunca mais soltá-la. A saudade era tanta que me castigava incessantemente. Ela desviou os olhos e eu procurei achá-los novamente. Ainda surpreso e surpreendentemente feliz.


Pov. Malu

Minha cabeça girava e eu sentia meus pensamentos escaparem pelos meus dedos. Igor mudou, de fato, para melhor. Os cabelos estavam curtos e ele crescera alguns centímetros, ultrapassando seus antigos 1,80 metro. Os olhos ainda eram os mesmos, e seu rosto perdera os traços infantis. O maxilar era quadrado e saliente, o que Edith carinhosamente chamava de maxilar pornográfico. Os músculos por causa do esporte continuavam ali, chamando-me. Destacando-se na camisa em gola V, proibitiva. Mas algo no jeito como ele me olhava era diferente. Não temeroso como antigamente, mas devorador. Me apoiei em Edith, esperando suporte, mas ela só me olhava confusa.

– Ér... Vou deixá-los a sós para que se conheçam melhor. – Gasques disse, já se afastando.

– Não! – falei, talvez alto demais, com certo tom de histeria, já que todos me olharam surpresos. Não podíamos ficar a sós! Gritei dentro de mim, confusa, agitada e absolutamente nervosa. Eu não estava preparada psicologicamente para isso ainda. – Temos que ir. Eu tenho outros assuntos a tratar agora, teremos outras oportunidades. É... Obrigada senhor Gasques. Foi um prazer, e...

– Só alguns minutinhos, senhorita. Não tenha tanta pressa. Eles serão seus supervisores aqui, é bom que tenham um bom relacionamento. Agora, com licença. – o senhor Gasques se afastou, sorrindo confuso. Todos me encaravam, sem exceção.

– Temos que ir! – anunciei, sem graça, puxando Edith.

– Deixa de ser boba, Malu. Vem cá. – Pablo me puxou pra um abraço, rindo de meu jeito atrapalhado de abraçá-lo. Tinha esquecido o quanto gostava de Pablo. Me separei dele e não pude deixar de sorrir. Ele ainda tinha os mesmos cachos, só que os cabelos agora estavam curtos e o rosto arredondado. Estava também mais alto, mas ainda mais baixo do que Igor, apenas alguns centímetros. Mas seus ombros eram mais largos e ele parecia muito maior. Para a minha surpresa, ele me deu um cascudo de leve, quase imperceptível. – Como você some assim sem dar notícias, criança?

– Criança? Ah ta! – ri baixo, sendo contagiada por aquele sorriso conhecido e amigo. Respirei fundo, cansada.– Tinha uns assuntos pra resolver.

– Arran... O que custava ligar? – custava tudo. Eu queria dizer, mas me calei. Tentando não olhar pro ser alto ao lado dele. Que não pronunciou sequer uma palavra. Os dois me analisavam.

– Você não era assim, Malu. Fala sério! Cê ta com umas pernocas boas,viu? Andou malhando?– Igor deu-lhe uma cotovelada nada discreta no estômago dele, muito sério, e Pablo xingou. – Porra! Eu só estava elogiando...

– Poupe seus elogios. – Ele falou olhando diretamente para Pablo, que encolheu os ombros, olhando Igor zombeteiro. A voz rouca dele me fez estremecer e encolher.

– Obrigada pelo elogio. – Eu disse para Pablo, engolindo em seco, constrangida e sem saber o que fazer. Edith me olhava especulativa e eu revirei os olhos.

– Eu tenho que ir.

– Não! – o tom de voz dele fez com que eu me encolhesse.

– Tenho que... Hum, ver direito o hotel, essas coisas. ­– evitava olhá-lo. – Não me instalei muito bem ainda.

– Pensei que tinha vindo para nos conhecer. – Pablo disse, divertido, apreciando meu constrangimento.

– Nós já nos conhecemos.

– Então temos que botar o papo em dia, amiga! – Pablo estava se divertindo muito com a situação. Algumas coisas realmente não mudavam...

– Pablo! – Arregalei os olhos, implorando ajuda e ele riu.

– Certo, vamos te ver amanhã mesmo. – puxei Edith pela mão e caminhamos apressadamente. – Até amanhã, Maluzinha!

– O que foi aquilo, Malu?– Ela disse rindo.

– Aquilo era o motivo de eu sair dessa cidade.

– Eu só sairia da cidade se eu fosse beata. Porque, queridinha, aquilo é um pecado.

– Deixa de ser assanhada, mulher! – ela riu de meu mau humor, me acompanhando. Paramos no ponto de táxi e eu esperei nervosa. Ainda não estava acreditando no meu azar. Eu simplesmente não acreditava!


Pov. Igor.

Vi elas se afastando e a outra garota ainda olhou umas duas vezes para trás enquanto Malu a arrastava. Eu sentia um desconforto no coração e meus músculos se agitarem. Pablo ria, quase gargalhando, ao meu lado.

– Puta merda, eu tarei mesmo as pernas da Malu? E, porra, você não me matou. Haha.

Ainda não matei. – dei um soco forte no ombro dele enquanto caminhava atrás das garotas. Elas estavam quase entrando em um táxi quando eu corri, impedindo que elas abrissem a porta. Malu me olhava horrorizada e a amiga sorriu, abrindo a porta e a fechando.

– Com licença. – ela disse, nervosa.

– Eu senti a sua falta. – eu disse, bobamente.

– Quero passar.

– Achei que nunca mais te veria.

– Sai da frente, Igor! – ela disse raivosa, já perdendo as estribeiras. Sorri abertamente para seu bico irritado. Como eu tinha sentido falta disso!

– Malu se você quiser eu te espero no hotel e... – A garota começou e logo foi cortada.

– De jeito nenhum! – Malu me deu um empurrão nada discreto e abriu a porta, entrando no táxi. Coloquei a cabeça dentro do táxi pela janela.

– Ah qual, é. Não precisa fugir.

– Tinha esquecido o quão insuportável você é.

– Esqueceu? Certeza?

– Tenho certeza absoluta! – Ela disse, vermelha de raiva. Adorável!

– Eu por outro lado, nunca esqueci o como você é uma terrível mentirosa. – Sorri, sentindo uma alegria estranha me preencher ao vê-la corando ali. De bico e tudo o mais. Ela tinha voltado, eu a veria novamente. Ela iria agora, mas voltaria. Sempre voltaria. Sussurrei, feliz. – Até amanhã, garotas.

Tirei a cabeça na janela e vi quanto o táxi de afastou rapidamente. Cara, ela tinha voltado! Pablo me olhava de braços cruzados, revirando os olhos. Passei por ele.

– Ela voltou!

– Elas e as pernas dela. – seu comentário fez meu sorriso murchar. Rosnei para ele, irritado. Irritado em lembrar seu tom de cobiça ao fazer dela mais cedo, mesmo não sabendo que era a Malu e tudo o mais. Me irritava aquele seu olhar brincalhão e a admiração em seus olhos. ­– E que pernas!

– Eu vou quebrar seus dentes, Pablo. – Ameacei, caminhando na direção dele. – Eu to falando sério.

– Vamos cantar a musiquinha da alegria pela volta da Malu! – acertei outro soco em Pablo, que riu atrás de mim. – Eu também to feliz, sabe... Com a Malu por perto tudo fica mais agitado.

– Nem me diga. – Tudo estava agitado, aos pulos. Principalmente meu coração.



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Notas finais do capítulo

Provavelmente, se tudo sair como planejado, posto outro amamnhã. Obrigada por lerem. Reviews?