Vento no Litoral escrita por Janine Moraes, Lady B
Notas iniciais do capítulo
Hey, sejam bem-vindas novas leitoras, e sintam-se ainda mais a vontade minhas antigas s2
Fico feliz com a positividade de vocês.
Pov. Malu
O calor me sufocava no táxi enquanto esperávamos. Edith estava esparramada no banco, se abanando.
– Estamos no inferno?
– Quase isso. – ela bufou. Tínhamos vindo três dias antes do resto do pessoal pra ver direito como seria nosso trabalho. Estávamos indo até o Planetário, já havíamos deixado nossas malas no hotel e eu nem queria imaginar o escândalo da minha mãe quando soubesse que eu estava aqui.
– Eu espero mesmo que esse trabalho valha a pena. Aliás, como vai funcionar?
– As ordens já estão com a chefia lá no Planetário. Vamos dar um jeito.
– Claro que sim... Mas falando sério, aqui podia ser menos quente, né? _Ela reclamou. Edith era paulista, mas passara e passara o fim da adolescência em Porto Alegre, era acostumada ao frio congelante do inverno de Porto alegre, mas pouco acostumada ao calor sufocante do Rio.
– Relaxa, vai ficar pior. – avisei e ela choramingou e o táxi parou. Olhei para a fachada enquanto Edith pagava o taxista.
– Essa é a nossa nova senzala? Pelo menos é bonitinha. – ela disse, mais animada. Um cara passou por perto de nós e eu reparei no olho comprido de Edith. – Esses vão ser nossos clientes? Já estou adorando esse lugar!
Ela me puxou pela mão e eu acabei rindo sonoramente. Entramos, o lugar era espaçoso, a um canto havia uma mesa circular em forma de recepção. Três moças muito sorridentes e com o uniforme do Planetário estavam por trás daquelas mesas. O lugar ainda estava meio vazio, o que indicava que eles deviam estar vendo outras atrações. Nos aproximamos e explicamos nosso caso. Uma delas, a mais velha usou um telefone esquisito para chamar o senhor Gasques, nosso novo chefe.
Esperamos conversando e olhando o ambiente. Que me parecia muito maior e mais arejado do que da última vez que eu tinha vindo aqui e muito mais sofisticado também.
– Então... Vocês são? – viramos para a voz grave. Imaginei um homem velho, gordo, meio careca quando ouvi falar do senhor Gasques. Mas ele era um loiro alto, com no máximo uns 40 anos e sorriso com covinhas. Senti a unha de Edith em meu braço e simplesmente sorri.
– Malu Tavares e Edith Domingos.
– Gabriel Gasques. – ele sorriu convidativo e nos arrastou em uma conversa fácil. Perguntando de nossa primeira impressão na cidade e do planetário. – Ouvi falar que a senhorita Tavares já morou aqui.
– Só Malu, por favor. Minha família é daqui sim.
– Isso é ótimo, suponho.
– Sim, sim...
– Bem, vou pedir pro Jorge mostrar o lugar pra vocês. – um garoto magro e sorridente apareceu, sorrindo para nós.– Divirtam-se.
– Obrigada. – dissemos em uníssono, enquanto Gabriel se afastava. Jorge era só um garoto, uns 18 anos. Era ativo e brincalhão e soltou gracejos durante o nosso tour pelo Planetário. Eu e Edith ficávamos perdidas com o tanto de coisa que havia, mas procurávamos prestar atenção. Jorge era espirituoso e deixou tudo bem agradável durante a explicação.
Depois de ver tudo a que tínhamos direito. Combinamos melhor como se acertariam os passeios dirigidos pela empresa de Turismo e o Planetário. Era bem simples. Trazíamos os hospedes do hotel e mostrávamos o lugar. Rápido e fácil. Os lucros seriam divididos. Bem direto.
– Logo serão apresentadas aos supervisores do local, que a propósito estão bem atrasados. – ele fez uma careta e acabamos rindo. Ele olhou sobre os nossos ombros e abriu um sorriso. – Pronto, eles chegaram.
~* ~
Pov. Igor.
– Sério que você não pode ficar, pai?– Eduardo dizia emburrado. Ceci estava de braços cruzados, olhando a cena. Havia cortado os cabelos e pintado de loiro, e parecia mais branca dessa forma. E mais séria. Os olhos nos analisavam.
– Não dá, Eduardo. Amanhã fico o dia todo com você.
– Não dá. É almoço de sábado. Uma chatice. – ele se prendeu ao meu pescoço. – Mas você vai vir pro jantar da vovó, não é?
– Não sei...
– É sexta! Lasanha! – ele me balançou, sorrindo.– E a vovó já te convidou, por favooor, pai.
– Certo, vou ver o que posso fazer.
– Eba! – Eduardo me abraçou e eu ri baixo.
– Deixa seu pai ir embora que ele já está atrasado, Eduardo. –Ceci puxou ele pelo braço. – Anda, a sua avó já está colocando o almoço.
– Não to com fome. – ele choramingou, se desvencilhando do braço da mãe.
– Logo você se atrasa pro karatê também. – Eduardo revirou os olhos e me deu outro abraço. Correndo para dentro. Ceci gritou: – O almoço, Eduardo!
– Não quero! – ele gritou de volta. Cocei a cabeça, culpado.
– Você levou ele pra comer alguma coisa, Igor? – ela usou aquele mesmo tom que ela usava pra dar broncas em Eduardo.
– Quem? Eu? Imagina!
– Aí ele fica anêmico e a culpa é sua! – revirei os olhos, me preparando pro costumeiro sermão.
– A culpa é minha até quando ele arrota.
– E é mesmo! Quem foi que ensinou isso pra ele?
– Pablo, quem mais seria?
– Então deixa o Eduardo longe do Pablo.
– E você consegue fazer isso? Seja realista mulher, não podemos com o Eduardo e com o Pablo juntos. E acho que nem separados! Então, relaxa... Foi só um lanche. – Ela continuou de cara fechada, a cutuquei de leve, que me deu um tapa. Pisquei para ela, que revirou os olhos. – Relaxa... Vai ficar com cabelo branco antes da hora, to te avisando.
– Cala a boca, Igor.
– Tchau, Cecília.– ri de sua irritação.
– Hoje teve reunião do seu filho. – parei no meio do caminho, a encarando. Então aí estava a causa do mau humor dela.
– Hum, e como foi?
– Ele está atrasado e não presta atenção nas aulas. Melhor você falar com ele, porque ele não me escuta.
– Você fala como ele tivesse 15, não 5 anos.
– Você parece ter 4 ao invés de 24 as vezes, Igor. Então...
– Ok, entendi. Você está mal-humorada. Manda um alô pro Alexandre.
– Certo. – comecei a andar de volta pro carro e me virei antes dela fechar a porta.
– Você tem recebido notícias da... – não precisei completar. Ceci fez uma leve careta. Suspirou levemente:
– Ela não fala comigo, você sabe. Só com a mãe às vezes. Não sei nada. Ela manda os presentes no Natal e aniversário, da Karol e do Dudu, mas não vem visitar. Acostume-se.
– Obrigado, eu acho.
– Sinto muito, Igor. – ela sempre se mostrava solidária em relação ao meu assunto inacabado com Malu. Suspirei, acenando.
– Tchau! – entrei no carro e Pablo já acelerou. – Atrasados?
– Gabriel vai comer nosso couro.
– O seu, não o meu. Tecnicamente, eu estou de folga.
– Cala a boca, Igor. – ri da cara de preocupado de Pablo e aproveitei a viagem com as janelas abertas, o vento batendo em meu rosto aliviando o calor. – Eu to falando, você fica aí sonhando acordado. Devia ficar com uma mulher por algo mais longo do que duas semanas.
– E você devia parar de dar uma de casamenteira. Que merda! Porque você não se compromete então?
– Isso são outros quinhentos. Eu nasci pra vida, pra mulherada. E você? Tem um filho, precisa de uma madrasta boa pra ele. Alguém pra te dar umas broncas sobre como lavar a roupa, essas merdas todas. Olha a Ceci, vai casar. Eduardo gosta do padrasto magrelo dele. Família feliz. Só falta você. Se ele ver que o pai não se esforça nem pra arrumar uma mulher, pra que ele vai querer surfar com você?
– Exemplos ridículos esses. Não entendo o seu interesse nisso.
– É porque sou seu amigo, sabe? Tenho que fingir que me importo com a sua felicidade.
– Cala a porra da sua boca e dirige, Pablo. – ralhei, quase irritado.
– Estressadinho. – ele riu, arrumando o cabelo no espelho. – Minha blusa ta muito zuada?
– Não, não muito.
– Que bom, porque na sua tem uma marca terrível de sorvete a lá Eduardo. – olhei para a gola da minha camisa. Podia ouvir o riso de Eduardo em casa ao ver que sujou a blusa do trabalho.
– Merda! – ele riu o caminho todo enquanto eu procurava algum pano ou guardanapo na minha banheira, também conhecida como carro, lotada de brinquedos de Eduardo. Ele estacionou o carro e nos apressamos andando. Joguei o guardanapo que eu achei em uma lata de lixo e entramos no Planetário, sendo agraciados pelo ar condicionado.
– Quem são aquelas ali com o Sr Gasques? – Pablo disse, me parando. Ambos analisamos as mulheres de costas a nossa frente. Uma era ruiva, de cabelos curtos e bem branquinha. Era mais alta do que a segunda e usava um jeans comprido. A outra era amorenada, com os cabelos escuros ondulando pelas costas, e mesmo baixinha, possuía longas pernas. Usava um vestido que, meu Deus, devia ser proibido.
– De costas ta tudo de boa. Bom demais! Esse lugar está bem freqüentado, né?– eu podia ver presas se formando em seus dentes e ri. Ele não deixava escapar uma. – Aquela morena é tudo de bom, concorda?
Voltei a olhar a morena. Que trocou o peso das pernas, bem torneadas. A curva bem singular das coxas grossas. O ar me faltou por alguns segundos:
– Espera. Eu conheço aquelas pernas...
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Terminei o capítulo de forma tensa. KK Eu posto mais rápido com reviews, próximo capítulo já está até pronto. KK
Bjs Bjs.