Vento no Litoral escrita por Janine Moraes, Lady B


Capítulo 10
Capítulo 10 - Pedido


Notas iniciais do capítulo

Pronto, depois de muito tempo consegui escrever o capítulo.
Minhas queridas, semana passado mais ou menos recebi uma proposta muito bonita, uma leitora pediu para postar Meu Querido Cunhado no blog dela e eu autorizei. Deem uma passadinha no blog, é super organizadinho. Aqui está o link: http://oficialoliveira.webnode.com.pt/products/meu-querido-cunhado/
Enfim, esse capítulo não ta muito legal, mas já estou trabalhando no próximo. Esse final de semana prolongado me deu ânimo pra escrever. Adoro saber que o fim do ano está chegando.



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Os próximos dias seguiram tranquilos e no meu trabalho instalou-se uma agradável rotina. O planetário era um local ameno e divertido de se trabalhar, calmo e ao mesmo tempo agitado. Uma das grandes vantagens do meu novo trabalho, era o horário flexível. Agora eu podia caminhar pela praia de manhãzinha, tomar café em um quiosque próximo a praia e depois ir trabalhar. Me deixava mais alegre e disposta.

 Embora Igor me estressasse, mesmo com sua cortesia profissional sempre presente, já que ele e Pablo nos monitoravam, eu conseguia me controlar. Sempre fugia de seus contatos e investidas, das conversas provocativas, que normalmente não passavam de um breve ‘oi’ e um animado ‘precisa de algo?’, que eu logo respondia monossilabicamente e saía de perto dele, praticamente fugindo, mas ao mesmo tempo de forma discreta e fria. E mesmo quando ele não se aproximava, conseguia sentir seu olhar em mim. Mas apesar de tudo, Igor era profissional, apenas conversava comigo em seus momentos de folga, ou para me dar instruções, que costumavam ser sempre brindadas com um belo sorriso; que me deixava irritada, mas ao mesmo tempo meio... Não há como explicar.

Prometi a mim mesma que nunca mais o deixaria me afetar desse jeito. Me deixar ser dominada pelo... passado e perder as estribeiras. Eu não era mais uma adolescente de 16 anos, eu tinha amadurecido até chegar aos meus atuais 21 anos. E não podia me esquecer disso.

Quanto a mim e Eduardo, havíamos ficado amigos. Mesmo com toda minha hesitação quanto a crianças, sempre vistas por mim como coisinhas irritantes e outros adjetivos piores, Eduardo me surpreendia.  Era um garoto agitado e hiperativo, muitas vezes eu não acompanhava seu ritmo, com alguns problemas de concentração, mas carinhoso e gentil. Eu lamentava não tê-lo visto crescer, apesar de tudo. Tínhamos até combinado de sair para o shopping um dia desses.

 Aproveitei meu momento de descanso aquela manhã esperando o telefonema de Victor, ele me ligava sempre pela manhã e parecia mais conformado com meus dias aqui. Estávamos até combinando uma visita minha para o próximo final de semana prolongado. Mas para a minha surpresa, quem me ligou foi Cecília.

– Malu, eu preciso muito da sua ajuda! – ela falou urgentemente antes mesmo que eu pudesse a cumprimentar, me assustando um pouco.

– O que foi?

– Preciso que pegue o Eduardo na escola.

– Como?

– Eu estou no trabalho, não consigo falar com o Igor, Alexandre está trabalhando, e a mãe foi no médico. Você viu o Igor por aí?

– Pelo que eu sei, ele teve que ir não sei aonde, numa reunião não sei com quem, sobre novos equipamentos. – infelizmente, a minha rotina era muito parecida com a de Igor. Principalmente porque Pablo e Edith, amigos inseparáveis de fofoca agora, sempre faziam questão de me manter informada.

– Me faz esse favor, Malu!

– Eu não posso.

– Malu, por favor. Você tem que fazer isso! Eu não posso deixar o trabalho, é a minha primeira semana. Você vai deixar o Eduardo plantado em frente à escola? Hoje ele não tem karatê e eu sei que você vai ter a tarde livre porque trabalhou de manhã. É só até eu chegar em casa do trabalho. Ou conseguir falar com Igor. Ele não vai dar trabalho. Eu prometo. Faz isso, por favor... – ela tagarelou, me fazendo me sentir culpada.

– Ta legal! – eu falei, quase me arrependendo. – Onde é a escola mesmo?

Ela murmurou o nome da escola, mais alegrinha agora. Saí do planetário apressada, estava atrasada para buscar Eduardo e ainda por cima não lembrava muito bem o caminho da escola, que eu estudei quando era criança. Achei a escola, que antes abrigava uma multidão de crianças que saiam correndo, algumas com os pais. Outras riam e várias esbarraram em mim. Caminhei até chegar ao portão da escola. Apenas um menino estava lá, de braços cruzados, olhando a direção contrária. Quando se virou e me viu ergueu as sobrancelhas e veio ao meu encontro.

– Tia Malu?

– Malu! Só Malu, Eduardo. Por favor. – eu nunca me acostumaria a ser chamada de tia.

– Malu! O que você ta fazendo aqui? Cadê a minha mãe? E o meu pai?

– Estão trabalhando. – murmurei, suspirando.

– E o que vamos fazer?

– Sinceramente? Esperava que você me dissesse. O que seus pais costumam fazer?

– Minha mãe me dá almoço e me deixa assistindo TV. Meu pai me dá almoço, ou lanche, depende. E brinca comigo, me leva pra praia, ou pro parque ou... Assiste Tv comigo.

– Hãn... Minha casa não tem TV e eu não fiz almoço. – na verdade, eu ainda não tinha casa. Estava procurando um bom apartamento, mas andava difícil.

– Eu gosto de lanches.

– Mc Donalds?

– Sim! É o meu favorito.

– Sério? O meu também! Rá! O dia vai ser agitado, vamos, vamos.– ele andou do meu lado sem segurar a minha mão. Parecia bem independente. Abri a porta do passageiro, meu carro finalmente havia chegado de Porto Alegre, e ele se sentou rapidamente. Quando me acomodei e olhei para trás, vi que ele tirava a mochila e logo se curvou entre os bancos da frente.

– Posso sentar aí do seu lado?

– Não... É perigoso.

– Meu pai deixa.

– Seu pai é louco!

– Por favor.

– Acidentes acontecem quando crianças sentam na frente.

– Por favor...– ele choramingou, fazendo bico. Me assustei  em como ele ficava parecido com o pai fazendo isso.

– Nem vem, Eduardo!

– Ah, tia...

– Tia? Ah ta, bebê.

– Bebê não! Eu não sou um bebê! – ele se indignou e eu juntamente com ele.

– E eu não sou uma tia!

– Titia, então?

– Menino, menino... Vou acabar por te ensinar umas palavras feias. – ralhei e ele se acomodou no banco traseiro, olhando pela janela.

– Tio Pablo faz isso o tempo todo.

– Tinha que ser!

– Olha ali tia, um Mc Donalds! Pode ir lá? Por favor! – olhei para onde ele apontava e estacionei no lugar próprio suavemente e ajudei Eduardo a sair do carro. Ele andava ao meu lado, mas parecia animado.

– Está mesmo com fome, hein?

– Demais! – acabei puxando ele para a fila e depois de pegarmos nossos lanches nos sentamos em uma mesa que dava pra rua. Eduardo comia de forma afobada e sujava a camisa, me perguntei o quanto Ceci reclamaria, mas me diverti ao ver seu nariz sujo de catchup. Ele passou o guardanapo pela boca olhando pela janela. – Aquele ali não é o meu pai?

Olhei na direção que ele apontava. Era verdade. Igor acenou afobado para nós, e entrou rapidamente. Vestia uma camiseta azul e uma calça jeans larga.

– Como nos achou aqui pai?

– Intuição.

– Fala sério... – Eduardo resmungou enquanto Igor passava o guardanapo rapidamente pela blusa do filho, se sentando enquanto limpava a blusa branca, a testa vincada.– Pai, como nos achou?

– Tem um Mc Donalds aqui perto e sei que você convenceria sua tia. – rle respondeu, jogando o guardanapo na mesa e virando-se na minha direção.

– É o favorito dela também.

– É, eu sei. – ele sorriu para Eduardo que sorriu de volta. Os sorrisos idênticos. Isso me deixou meio desconfortável.

– Você sabe de tudo!

– Seu pai chegou, vou embora.– acenei para Eduardo que fez uma carinha triste.

– Ah, Malu... Fica. Prometo que não te chamo mais de tia.

– Eu não posso.

– Você tem o resto do dia de folga, pra que a pressa?

– Coisas a fazer. – respondi a Igor, tentando não olhá-lo.

– Fica aí, Malu. Prometo me comportar.

– É uma piada?

– Somos adultos agora, vamos lá! Te pago uma bebida. Você bebe, certo?

– Sim. Mas... Acho melhor não. – me levantei, pegando minha bolsa.

– Por favor, Malu. – aqueles olhos implorativos me fizeram estancar. Se eu fosse embora significaria que a presença dele ainda me incomodava e me afetava. Se ficasse eu provaria a ele que ainda concordava com seus pedidos. Fiquei nessa dúvida entre razão e emoção, orgulho e vontade. No final eu acabei sentando. Quem venceu a guerra não foi um de meus sentimentos confusos, mas os olhos dele. Me amaldiçoei por isto e procurei manter a expressão serena e indiferente. Igor ao contrário, chocado, tentou esconder um sorriso.



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Notas finais do capítulo

Ai ai, esses dois... Recebi sugestões muito legais, que até anotei e serão trabalhadas no futuro. hihi. Obrigada pelos reviews e sugestões, suas lindas! nhac *-*
Ps: Convido vocês a lerem minhas outras fics, é só dar uma passinha no meu perfil, caso gostem.



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