Ironia Do Destino escrita por AninhaSweet
Notas iniciais do capítulo
Boa Leitura! *-*
Quando acordei, eu estava deitada em uma cama que logo associei que fosse a do andar debaixo do barco. Não tive pressa pra levantar, tentei afastar um cílio do outro e ao conseguir focalizar o teto, minha cabeça doeu e eu gemi baixinho. Me sentei na cama e cocei os olhos, não demorou muito e um cheirinho de pipoca de microondas invadiu minhas narinas me fazendo estranhar.
Do lado direito do quarto, Justin saiu da cozinha andando com um pacote de pipoca aberto e passou por mim sem nem me notar.
– Opa, pipoca ! - eu tentei puxar papo pra que ele visse.
– Se quiser faz a sua.. - ele disse subindo as escadas de dois em dois degraus me deixando ali com cara de paisagem. Chinguei baixinho um palavrão e me levantei da cama prendendo meu cabelo em um rabo de cavalo, minha roupa ainda estava úmida devido a chuva de hoje mais cedo, mas como era apenas um vestido com mais buracos do que pano, eu não me importei.
Fui até a cozinha do barco e dei uma olhada no frigobar, peguei uma garrafa de água, abri e dei uma boa golada nela. Me perdi em pensamentos que me levavam de novo pra perto dos meus pais, eu queria estar com eles e não com o ogro que era o Justin. Acho que era por isso que Justin não conseguia namorar sério, ele era um ogro e deveria saber disso no fundo. Fechei a água e pus de volta na pequena geladeira, subi as escadinhas pra cabine e quando pude ver o céu ele estava escuro. Já era de noite, e não uma das noites mais bonitas que eu já vira. O céu estava cheio de nuvens e quase não havia estrelas. Justin estava sentado na parte da frente do barco comendo a pipoca e jogando algumas no mar. Eu sai da cabine devagar e me sentei ao lado dele para ver o que ele estava fazendo, lá embaixo tinha um golfinho emitindo sons e rodando todo feliz.
– Ele pensou que você também traria pipoca - ele abriu um sorriso, e foi o primeiro desde que tínhamos ficado presos no barco, aquele sorriso me fez bem e automaticamente eu sorri junto com ele.
– Temos que economizar, temos pouca comida lá dentro e.. não sabemos quanto tempo ainda vamos ficar aqui.
– Você tem razão - ele me olhou e me estendeu o saco de pipoca amanteigada e eu peguei um punhado, ele virou a atenção novamente pro golfinho e voltou a comer. Eu não estava mais com fome, então fui jogando uma por uma pro golfinho pegar, e aos poucos ele foi ficando mais pro meu lado, eu abri um sorriso.
– Ele gosta mais de mim!
– Ele gosta de quem dá mais pipoca pra ele - Desta vez ele não sorriu, apenas olhou os olhos brilhantes do golfinho onde a lua refletia - É um menino esperto.
– Uhum - eu concordei, depois de um longo tempo em silêncio só alimentando o golfinho que dei o nome de Jeff, eu dei uma olhada em Justin, seu olhar parecia perdido assim como a gente. Levantei meu olhar e tentei olhar o horizonte, era água para todos os cantos e continuávamos a navegar sem nenhum destino, sem nem fazer idéia de onde estávamos, sem nenhuma terra á vista.
– Eu sei que pra você deve estar sendo horrível ficar preso no mesmo barco que eu.. está com uma cara péssima - Eu comentei.
– Você não sabe o quanto... - ele abriu mais um sorriso e desta vez me olhou, a única claridade que tínhamos era a do barco. Duas luzes amareladas em cima da cabine sinalizavam todo o barco e manchavam um pouco de amarelo as águas do mar.
– Não é isso - ele admitiu - Mas é que eu tinha brigado com.. bom.. - ele pareceu meio enrolado e tímido pra falar.
– Sua mãe? Seu pai? Seu Tio? - sugeri querendo ajudar
– Péssima de chute - ele me observou sem sorrir - minha namorada..
– Você namora, Justin?! - Eu abri tanto os olhos, que tive medo dele pular e ser a próxima comida do golfinho abaixo de nós.
– Não Sophia - ele revirou os olhos - É imaginária, tô triste porque briguei com minha namorada imaginária.
– Ah sim, bem que eu vi - soltei uma risada baixa - não podia ser mesmo real, porque quem suportaria alguém feito você como namorado? Eu não tô te aguentando nem um dia, imagine pelo resto dos meus.
– Pois é.. - ele disse olhando o mar levando em consideração meu comentário - Acho que ela também acha isso.
– Eu estava brincando - eu disse cortando a graça da conversa - eu não levei a sério.. - Falei isso pra consolá-lo, porque eu nunca tinha dito tanta verdade em uma só frase quando disse que ele era um porre.
Dessa vez Justin não disse mais nada, o golfinho enjoou da nossa presença e deu meia volta fazendo a água se movimentar. Fiquei um tempo ali olhando o mar até perceber que estava escuro suficiente para que eu não enxergasse um palmo a minha frente.
– As luzes parecem não estarem fazendo muito efeito - eu comentei.
– Já deve estar beirando a meia noite, está na hora de dormir - Ele bocejou - As luzes já fizeram sua parte.
– Eu não estou com sono - eu falei - Que tal você dormir e eu ficar de vigia aqui?
– Não sei se devo - ele me olhou dessa vez - Não sei se você seria uma boa vigiante.
– Se não deixar que eu passe essa noite aqui não vai saber - abri um sorriso ainda meia sem graça por ele ter levado meu comentário anterior a sério - Parece que não vai chover mais, e não corro risco de ter que enfrentar uma tempestade.
– Realmente não - ele olhou o céu - Mas o tempo ainda está muito carregado.
– Prometo te chamar se a coisa ficar feia..
– Ok - ele se levantou e foi andando pra cabine de onde ele estava - mais próximo das luzes - eu pude ver seu rosto. Justin ainda estava sem camisa e com a mesma bermuda de quando chegamos no barco.
– E deixa eu perguntar uma coisa.. - ele disse parando na porta da cabine - Você tem medo de escuro?
– Não - Eu abri um sorriso maior e pude ver um pequeno sorriso no canto do rosto dele, e depois disso só o vi descer e o perdi na escuridão.
Fiquei cerca de cinco minutos ali sentada na frente do barco, mas mudei de idéia quando minha imaginação começou a pensar que uma criatura marinha poderia pular ali e arrancar minha cabeça fora, fiz careta e balancei a cabeça espantando os pensamentos. A brisa gelada me fez arrepiar e eu decidi entrar pra Cabine onde era mais seguro, o barco chacoalhava de forma gostosa e que dava até vontade de dormir, mas eu estava realmente sem sono.
Me sentei na cadeira preta de comando e acendi uma luizinha de emergência que tinha ali pregada na parede. Os botões eram velhos e empoeirados, peguei um radiozinho e tentei passar algum sinal para qualquer cabine próxima que pudesse nos resgatar, mas estava tudo fora do ar. Dei um suspiro, larguei aquilo e deitei minha cabeça em cima dos aparelhos.
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Oi amores *-*
Não preciso nem dizer como fiquei feliz né, vocês me surpreendem cada vez mais com esses reviews. Amei todos, e sejam muito Bem Vindas leitoras novas *o* haha
Bom, só quero esclarecer uma coisinha pra FernandaBastos: O Justin realmente vai ser assim malvadinho no começo, mas no decorrer da história ele vai mudar! Prometo :)
Mellinhares1: Ri muito com seu review flor, fico feliz que esteja gostando! Obs: amei seu avatar, muito lindo :3 nhac
Então é isso meninas, e como sempre.. talvez poste outro capítulo mais tarde. Então já sabem, deixem reviews! *-*
Beijos :*